quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sou monolíngue, mas não sou monomaníaco

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Fernando Soares Campos



A imprensa empresarial e alguns partidos políticos em nosso país criam multidões de monomaníacos: pessoas enlouquecidas por ideia fixa que atanaza seus miolos. Este é o resultado de quem passa anos assistindo a telejornacionais.

Tratar a monomania é muito difícil, tarefa árdua. Os psiquiatras até que tentam, porém o sujeito acometido desse mal acaba seus dias de vida em frente a um televisor, num manicômio qualquer.

Mas resolver o monolinguismo é bem mais fácil, principalmente se a gente contar com tradutores como o pessoal da Vila Vudu.

Lendo textos traduzidos por essas abnegadas pessoas, que dedicam parte de seus tempos realizando, “di grátis”, o trabalho de interpretar e transladar textos em línguas estrangeiras para o nosso vernáculo, aí, até Agente Podemos pode se livrar do pensamento único que azucrina sua vida e a paciência dos que tentam levar um papo saudável com ele.

Agente Sabemos, que sabe tudo através dos telejornais da mídia golpista e de revistinhas de sacanagem, anda indiguiado... quer dizer... indignado com o governo sírio.

Até a extrema esquerda brasileira quer dar extrema-unção a Bashar al-Assad, presidente da Síria. Os esquerdistas sectários embarcaram num drone midiático ianque, desses que pautam imprensa colonizada, e estão apoiando os “rebeldes” sírios na guerra “humanitária” pró “democratização” daquele país.

Não sei o que esses indivíduos pensam, mas posso imaginar. Provavelmente esperam ser consultados pelos meios de comunicação oligopolizados e empenhar suas sordidariedades... (pô! hoje este teclado está me aperreando) ...suas solidariedades aos teleguiantes, a fim de, quem sabe?, brilhar na mídia, angariar votos e fazer prosélitos.

Vou dar uma dica marqueteira a esse pessoal que há séculos se conforma em comer pelas beiras, mas que hoje sonha em se apoderar do trono, ou promover o retorno das elites escravagistas, estes que os consideraram “oposição confiável” ― aquela que faz o jogo dos poderosos usando máscaras de revolucionários, quando, na verdade, não passam de reacionários.

É a seguinte...

Ao serem consultados sobre suas posições em relação à guerra na Síria, vocês falam com peito inflado, cheios de convicção:

― O governo sírio é responsável pelos distúrbios que estão ocorrendo na sua vizinha Turquia. Bashar al-Assad está financiando baderneiros, a fim de desqualificar o governo turco, aliado dos Estados Unidos, a pátria guardiã da democracia, da tradição, da família e da propriedade. Fomos informados, através de relatório do Agente Sabemos, que o tráfico de mulheres para os prostíbulos turcos é patrocinado por agência de espionagem da Síria, com o propósito de denegrir... (não, essa não, essa não é uma palavra politicamente correta) ...de conspurcar a imagem da Turquia e boicotar o turismo eco-radical daquele país. Agente Podemos está convicto de que a queda do balão na Capadócia, vitimando alguns turistas brasileiros, foi coisa de muçulmano pró Assad, que, em ritual sincrético, rogou e São Jorge que fizesse um daqueles balões cair, mas foi atendido mesmo por Maomé.

Pronto, taí a dica. É pegar ou largar.

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Leia, no blog da sede desta nossa Agência Assaz Atroz, algumas verdades sobre a guerra na Síria


Irã News, redecastorphoto e Vila Vudu num só pacote contra a monomania

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É no mínimo estranho o fato de alguns partidos brasileiros que a todo instante se proclamam legítimos representantes da esquerda apoiem uma chamada “revolução síria”. E isso em um momento em que no país árabe está clara a participação dos países europeus e Estados Unidos com combatentes mercenários e armas em luta contra o Presidente Bashar al Assad.




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E mais...


5/6/2013, Pepe EscobarAsia Times Online  - The Roving Eye
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Pepe Escobar

Políticos ocidentais têm derramado barris de lágrimas de crocodilo por conta do “povo sírio” e congratulam-se, eles com eles mesmos, no que chamam de “os Amigos da Síria”, reunidos para salvar das garras da “tirania” o povo sírio.

OK, OK. Agora, o povo sírio falou: cerca de 70% do povo sírio apóia o governo de Bashar al-Assad; 20% são neutros; e só 10% alinham-se com os “rebeldes” apoiados pelo ocidente e entre os quais estão os que sequestram, devoram o fígado (talvez o pulmão) e degolam, do ramo jihadi.

Os dados foram organizados e distribuídos por organização de socorro humanitário que está trabalhando na Síria. A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) recebeu relatório detalhado, no final de maio; e não manifestou qualquer pressa para divulgar dado algum.

Como nosso Asia Times Online vem repetindo há meses, empresários e comerciantes sunitas em Damasco e Aleppo são ou neutros ou pró-Assad. E para muitos sunitas as gangues de mercenários estrangeiros armados pelo Qatar e pela Casa de Saud parecem muito mais repelentes que Assad.

Simultaneamente, na Grã-Bretanha – onde não há o que tire da cabeça de David “das Arábias” Cameron a ideia de impor uma zona aérea de exclusão para proteger “o povo sírio” – só 24% dos britânicos apóiam a ideia de armar ainda mais os “rebeldes” (embora 58% sejam favoráveis ao envio de ajuda humanitária).

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA


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