domingo, 26 de agosto de 2012

CIA: Operação Wi! Ki Rombo! - Guerra "humanitária"

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O lançamento de uma "guerra humanitária" contra a Síria



Michel Chossudovsky

por Michel Chossudovsky

A administração Obama, em ligação com Londres, Paris, Tel Aviv e o quartel-general da OTAN em Bruxelas, está contemplando  várias "opções de intervenções" militares contra a Síria, incluindo a realização de operações navais e aéreas em apoio às forças rebeldes de “oposição” sobre o terreno.

Os EUA e o seu impassível aliado britânico estão num “pé de guerra humanitário”. 

Forças aliadas, incluindo operativos de inteligências e forças especiais, reforçaram a sua presença no terreno em apoio ao “Exército Livre da Síria” (ELS). Fui informado que o Ministério da Defesa britânico está “formulando planos de contingência para o caso de o Reino Unido decidir instalar tropas nesta região volátil”.

Posicionamentos de forças navais e aéreas já foram anunciados pelo Ministério da Defesa britânico. Segundo notícias de tablóides de Londres, citando fontes militares “confiáveis”, “... a escalada da guerra civil [na Síria] torna cada vez mais provável que o Ocidente seja forçado a intervir”. ( Daily Mail, Julho 24, 2012). 

Uma campanha de bombardeio no estilo “pavor e choque” do Iraque não está, por razões práticas, sendo contemplada: “analistas da defesa advertiram que uma força de pelo menos 300 mil soldados seria necessária para executar uma intervenção em plena escala [na Síria]. Mesmo assim, esta enfrentaria resistência feroz. ...” (ibid).

Ao invés de executar uma operação relâmpago total, a aliança militar EUA-OTAN-Israel optou por intervir sob o diabólico enquadramento do R2P, da “guerra humanitária”. Modelado na Líbia, as seguintes grandes etapas estão a ser encaradas:

1- Uma rebelião apoiada pelos EUA-OTAN, integrada por esquadrões da morte, é lançada sob o disfarce de "movimento de protesto (meados de Março de 2011 em Daraa) 

2- Forças especiais britânicas, francesas, qataris e turcas estão sobre o terreno na Síria, aconselhando e treinando os rebeldes bem como supervisionando operações especiais. Mercenários contratados por companhias de segurança privada também são envolvidos no apoio às forças rebeldes. 

3- As matanças de civis inocentes pelo Exército Livre Sírio (ELS) são deliberadamente executadas como parte de uma operação encoberta de inteligência (Ver: SYRIA: Killing Innocent Civilians as part of a US Covert Op. Mobilizing Public Support for a R2P War against Syria, Global Research, May 2012) 

4- O governo sírio é então culpabilizado pelas atrocidades resultantes. A desinformação da imprensa-empresa internacional articulada para a demonização do governo sírio. A opinião pública é levada a endossar uma intervenção militar com fundamentos humanitários. 

5- Respondendo à indignação pública, os EUA-OTAN são então "forçados a intervir" sob o mandato humanitário da “Responsibility to Protect” (R2P). A propaganda da imprensa-empresa internacional entra então em alta velocidade. “A Comunidade Internacional vem para o resgate do povo sírio”. 

6- Navios de guerra e caças de combate são então posicionados no Mediterrâneo Oriental. Estas ações são coordenadas com o apoio logístico aos rebeldes e das forças especiais no terreno. 

7- O objetivo final é “mudança de regime” que leve à “ruptura do país” de acordo com linhas sectárias e/ou a instalação de um “regime dominado ou influenciado por islamistas” modelado no Qatar e na Arábia Saudita.

8- Os planos de guerra para a Síria são integrados com aqueles referentes ao Irã. A estrada para Teerã passa por Damasco. As implicações mais vastas da intervenção EUA-OTAN são escalada militar e o possível desencadeamento de uma guerra regional estendendo-se desde o Mediterrâneo Oriental até a Ásia Central, na qual a China e a Rússia poderiam ser direta ou indiretamente envolvidas.

As etapas de 1 até 4 já foram implementadas. 

A etapa 5 foi anunciada. 

A etapa 6, envolvendo o posicionamento de navios de guerra britânicos e francesas no Mediterrâneo Oriental está destinada a ser lançada, segundo o Ministério da Defesa britânico, “ainda neste Verão”. (Ver Michel Chossudovsky, The US-NATO War on Syria: Western Naval Forces Confront Russia Off the Syrian Coastline? Global Research, July 26, 2012. 

A fase 7, nomeadamente a “mudança de regime” – a qual constitui o fim do jogo da guerra humanitária – foi anunciada por Washington em numerosas ocasiões. Nas palavras do Secretário da Defesa, Leon Panetta, referindo-se ao presidente Bashar Al Assad: “Já não é mais uma questão de se ele está chegar ao fim, é de quando”.

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Enquanto isso...


A few minutes leter...


O chefão liga para uma dupla de seus subordinados plantados na Inglaterra...




A few minutes leter...




Enquanto isso, de volta ao outro lado do Atlântico...



Jornalista brasileira vai até o motel... quer dizer... a Embaixada do Equador e entrevista Julião Assanhado



por Natália Viana (no Observatório da Imprensa, Reproduzido do suplemento “Aliás” do Estado de S.Paulo)

Até a noite de quarta-feira (15/8), eram poucos os policiais que vigiavam a entrada da embaixada equatoriana em Londres. Passavam parte do turno apoiados no balcão da recepção, batendo papo com um simpático equatoriano gorducho que recebe as frequentes visitas. Onde quer que Julian Assange esteja vivendo, sabe-se que haverá um constante entra e sai de amigos, jornalistas, advogados, ciberativistas. Haverá um pequeno grupo de apoiadores segurando cartazes e tocando um mau violão. E, vez ou outra, uma turba de repórteres atrás da última notícia sobre o WikiLeaks e seu fundador.

Naquele sábado de julho, semanas depois de Assange ter pedido asilo na embaixada do Equador fugindo dos olhares dos policiais, o recepcionista respondeu animado minha saudação: “Como está tudo por aqui?” “Muito bom, muito bom!”

Lá dentro, uma jovem morena de braços tatuados me acompanhou. Passando pela recepção, onde uma foto de Rafael Correa com a faixa presidencial recebe os visitantes, há um longo e branco corredor; ao fundo dele, no escritório modesto, espalha-se uma balbúrdia de cartões de congratulações coloridos. A janela está sempre coberta pelas cortinas brancas – afinal, lá dentro vive um dos homens mais vigiados da Grã Bretanha. Que invariavelmente está sentado à mesa de madeira, mergulhado no seu laptop, entretido em uma quantidade inacreditável de dilemas éticos, jornalísticos, jurídicos.

Negócios de empresas europeias com a Síria

Na sua voz forte, Assange quase sempre é categórico: existe o certo, e o errado. “Só havia uma decisão à qual a Corte Suprema Britânica poderia ter chegado”, me disse naquela tarde. A Corte decidira enviá-lo para a Suécia, onde um promotor pede sua extradição para ser interrogado sobre acusações de crimes sexuais. Para Assange e seus advogados, um promotor não pode ser considerado autoridade judicial, segundo as leis britânicas. “Eles então usaram uma convenção que nem foi discutida no julgamento para embasar a decisão. E é mentira.”

Foi com plena convicção de que se tratava de uma mentira, e de que o processo tinha sérias falhas legais, que o alvíssimo australiano tocou a campainha da embaixada equatoriana no dia 19 de junho e não saiu mais. Surpreendeu a Justiça britânica e sueca, toda a população do Equador, a imprensa internacional, a Interpol. E seus amigos mais próximos. “Fiquei impressionado quando soube”, disse o jornalista americano Gavin MacFadyen. “Ele decidiu não avisar ninguém, nem mesmo os que deram dinheiro para sua fiança. Se alguém mais soubesse, poderia ser responsabilizado legalmente.”

Nos dias seguintes, parte da equipe do WikiLeaks já se reunia na embaixada, retomando o ritmo de trabalho – a organização jamais teve uma sede. Ali, continuou produzindo vazamentos saborosos. Em 5 de julho, começou a publicar os Arquivos da Síria, mais de 2 milhões de e-mails internos do governo sírio. A partir deles, jornais do Líbano, Egito, Alemanha e Itália, além da agência americana Associated Press, revelaram negócios de empresas europeias com o regime amplamente criticado pelo massacre de oposicionistas.

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Corta para uma ligação entre a América do Sul e o Oriente Médio...




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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA


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