segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Os(as) paralelos(as) se encontram no infinito

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– Deus não joga dados pra perder –


Fernando Soares Campos

Ao dividir o Universo (Infinito-Eterno) ao meio, tendo criado um ponto, uma linha ou mesmo um plano, qualquer deles sendo utilizado como “fronteira” (ponto-cisão) [ver em Deus e o Universo Holográfico] consideremos agora apenas os 4 raios que formam as paralelas (dois ao macrouniverso e dois ao microuniverso). Então, vejamos que o ponto-cisão marca o encontro das paralelas.

Observe que a divisão do Universo-infinito-eterno, a partir do ponto-cisão, criou dois universos (infinitos-eternos) perpétuos... Visto que qualquer ponto no Universo-infinito é, ao mesmo tempo e espaço, o começo e o fim.

Lembremo-nos agora da contínua divisão dos infinitos-eternos em progressão geométrica. Está no texto acima indicado. Daí podemos compreender as partes de um holograma, cada parte representando o Todo. É como se Deus fosse homem sendo mulher, ou mulher sendo homem. É como se pegássemos um elemento de um rebanho e ele representasse o Todo.

A Via Láctea é a nossa galáxia; melhor: é a galáxia que habitamos com, provavelmente, outros companheiros de Alfa Centauro e de outras plagas cósmicas.

A expressão “vias lactarias” designa o processo de lactação dos mamíferos; entre estes, nós aqui na Terra como no Céu.

[Lembrei-me do antigo costume de amamentação solidária, com o emprego da mãe-leiteira; como, por exemplo, a negra cativa que servia de amamentadora de brancos, amarelos, cafusos, confusos, confúcios, taoístas... E, se sobrasse alguma gota, amamentaria também os seus filhotes.]

Pois bem, mal começamos a entender a vida, e a vida se esvai e volta, plena de sua autoconsciência, pacífica ou pacificada nos guetos umbráticos... fumígenos...

Mas estávamos falando mesmo do quê? Ah! sim, da Via Láctea, essa nave mãe que trotskista Universo afora.

Arthur Schopenhauer dificilmente escreveria fácil, mas facilmente escreveu difícil de se entender que o Mundo como vontade representa ação. Mesmo assim, existe gente exigente ao ponto de incompreender a abrangência, apesar da importância, do linguajar coloquial.

Os(as) paralelos(as) se encontram no Infinito...

É como nesta imagem gráfica de DNA.




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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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NovaE: Flash Back

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O Ser Integral



Fernando Soares Campos

Suponho que exista no corpo humano um ente material ínfimo, uma partícula infinitesimal na qual estaria registrada toda a ciência do universo. Seria a síntese de tudo o que existe: matéria e subjetividades da mente (um chip: corpo e alma). Para melhor entendimento do que pretendo expor, vou chamar essa partícula de Partícula Espírito-Matéria, ou simplesmente o Ser Integral.

Agora suponhamos que todo conhecimento universal até hoje revelado e o infinito potencial de tudo aquilo que possa vir a ser revelado, teorias que venham a ser capazes de explicar toda a formação do Universo e as causas de todos os fenômenos possíveis, pois bem, imaginemos que tudo isso estivesse registrado em uma obra de infinitos volumes e que todos os dias pudéssemos ler um desses volumes. Bom, se são infinitos volumes, certamente não teríamos a mínima chance de ler e estudar toda a obra em uma única existência usando um corpo que se esvai depois de esgotado o prazo de validade, uma vida conforme a conhecemos: nascimento, existência e morte do corpo.

O conhecimento, sem dúvida, é infinito, e nisso podemos facilmente crer. Por isso mesmo desenvolvi uma teoria sobre certa partícula infinitesimal de matéria inteligente, a Partícula Espírito-Matéria, o Ser Integral. Uma ínfima partícula de matéria, parte integrante do nosso corpo individual, na qual estariam registrados, através de códigos universais, todos os conhecimentos, todas as ciências, tudo sobre o universo que conhecemos e todo o infinito potencial a ser revelado. Essa partícula seria o verdadeiro centro de comando do ser animal. Nela se encontraria o potencial de tudo que necessitamos para evoluir, inclusive a autoconsciência, com ela a vontade, a força de vontade, os impulsos para o auto-aprendizado, decodificando a si próprio.

Sempre imaginamos as grandezas através das imagens geométricas que o mundo exterior se revela a nós. Dessas grandezas nasce em nós a noção de espaço e conseqüente duração de tempo para percorrê-lo.

Associamos a existência da matéria a tudo aquilo que impressiona nossos sentidos básicos: visão, tato, audição, olfato, paladar; além de concebermos o imaginário tangenciamento de tudo aquilo que é subjetivo, através dos sentidos emocionais e afetivos, as impressões que nos causam o que acreditamos ser bom ou mau, belo ou feio, agradável ou desagradável, quando apreciamos obras de arte, paisagens, obras literárias, quando torcemos ao assistir competições e nos inter-relacionamentos pessoais

Em se tratado de matéria, grande para nós é uma montanha, o planeta, uma estrela, o Universo; e infimamente pequeno é um átomo (nem precisamos ir além, detalhando suas partículas). Daí a dificuldade do homem comum entender que o conteúdo das obras de uma biblioteca com milhares de volumes impressos possa vir a ser armazenado numa partícula infinitesimal. Entretanto aqueles que conhecem os princípios de funcionamento de um microcomputador podem imaginar a tal Partícula Espírito-Matéria, seus circuitos, códigos e registros.

Os vírus

Os vírus se formam espontaneamente no Reino Mineral e passam a atuar no Reino Vegetal, com autonomia para se movimentarem intracorpos, onde adquirem conhecimento suficiente para desenvolver estruturas organizadas que vão desde as gramíneas às mais frondosas árvores.

No estágio vegetal, os vírus adquirem características apropriadas para se desenvolver e evoluir, transmutar-se, atrair elementos para a formação de corpos mais volumosos, um estágio mais avançado que o momento de sua criação no Reino Mineral, de onde sai dotado apenas do potencial, dos circuitos, dos códigos. Os registros (softwares) produzidos e instalados na sua massa são suficientes apenas para locomoção, alimentação e reprodução. Da vasta experiência adquirida no Reino Vegetal, instalando softwares mais avançados, passam para o Reino Animal, criando corpos autônomos, que vão desde as amebas até o maior dos mamíferos.

Partícula Espírito-Matéria no corpo humano

O espírito (a alma) do corpo animal emanaria da partícula, onde todos os conhecimentos estariam gravados, além de codificado para interpretar e agir diante de qualquer situação. Para entrar em contato com o mundo exterior, a dimensão imediata, no plano material, o Ser Integral cria mecanismos, como, por exemplo, os órgãos e sistemas apropriados para locomoção do corpo denso, e a sua cabine de comando é a massa encefálica, o seu principal invólucro.

Toda experiência adquirida, toda etapa vencida, tudo seria registrado na massa encefálica. É como se instalasse softwares no hardware adequando para o contato imediato com o mundo de matéria densa.

A massa encefálica é um aparelho grosseiro, porém apropriado para transmitir a cada órgão do corpo humano uma cópia dos seus interesses específicos, aquilo que tal órgão precisa para o seu funcionamento. Essa é a forma de fazer o organismo colocar os sistemas orgânicos em funcionamento sem que precisemos estar comandando conscientemente cada órgão e cada sistema orgânico.

Em cada órgão se localiza uma Partícula Espírito-Matéria mais evoluída que as demais, em fase de aprendizado, certamente menos evoluída que ao Ser Integral comandante da unidade corpórea. Assim, o coração funciona de forma autônoma, porém integrado a todo o organismo. Nele a sua Partícula Espírito-Matéria-Aprediz dominaria conhecimentos sobre as funções cardíacas. Caso ocorressem pequenas irregularidades no órgão, imediatamente a partícula aprendiz tentaria resolver por si mesma, através de sua liderança em relação às partículas aprendiz de válvula, aprendiz de artéria, aprendiz de célula... Em casos de agravamento, solicitaria socorro imediato à partícula trabalhadora Aprendiz-Gerente do sistema circulatório. Casos de extrema gravidade seriam enviadas mensagens para o competente departamento cerebral.

A massa encefálica registraria todo o conhecimento adquirido no período de cada existência. Quando nascemos, o cérebro traria, numa região ultraprotegida, todos os conhecimentos conscientemente adquiridos em todas as existências, desde as mais elementares noções matemáticas, éticas, científicas... tudo adquirido desde quando a partícula se desdobrava para decodificar as primeiras impressões do universo, ainda como um vírus, até a última existência na forma humana. Todo esse conhecimento permaneceria latente, mas é o que facilmente poderia vir à consciência do indivíduo.

Alma e matéria são indissociáveis.

Um corpo humano poderia até se desintegrar sob o efeito, por exemplo, de uma explosão de uma bomba atômica, mas a partícula infinitesimal inteligente, aquela que registra todo o conhecimento do universo, sobreviveria, assim como todos os “átomos” do corpo desintegrado. Todas as demais partículas teriam registros de suas funções no corpo que ocupa momentaneamente, ou onde esteja de passagem, evoluindo.

Aquele Ser Integral conscientemente criaria condições de sobrevida no mundo quintessenciado, sobreviveria com todos os registros, as decodificações realizadas desde que se libertara do Reino Mineral, como um vírus-princípio-espiritual, até quando abandonasse o mais denso corpo humano que usou para manter contato com o universo exterior.

No mundo de matéria em estado de quinta-essência, usaria tais energias sutis para reproduzir a forma humana, e geralmente o faz assumindo a última forma como viveu durante a última encarnação. Quando encontra oportunidade e se faz necessário, costuma entrar em contato com o mundo material, este em que nos encontramos. E isso que a gente chama de espectro (fantasma) é a projeção daquela partícula infinitamente pequena, o Ser Integral, ele saberia usar a matéria eterificada na dimensão que foge às suas percepções quando estamos usando este corpo denso, onde a partícula autoconsciente decodificar-se-ia, a cada etapa, até apreender o suficiente para não mais precisar deste corpo denso.


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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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domingo, 18 de setembro de 2011

Quando o intelecto alia-se à paixão

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Pedro Bondaczuk

A importância de um livro não se mede, apenas, pelo tema que aborda. E nem pela forma com que o assunto é tratado. Também a sua extensão não é, nem de longe, relevante, por não se tratar de parâmetro confiável de avaliação. Há volumosíssimos calhamaços, de mil páginas ou mais que, quando submetidos à criteriosa análise, se revelam vazios de idéias e desérticos em termos de pensamentos e sentimentos. Não sensibilizam, nada acrescentam e raramente o leitor consegue completar sua leitura. Não passam de perdulária verborragia.

Não que conteúdo e forma não sejam importantes. São mais do que isso: fundamentais. Mas a extensão não é. Os bons escritores, aqueles que sobrepujam o tempo e o esquecimento, dão seus recados em poucas palavras, e m pouco mais que uma centena de páginas, se tanto. São, além de criativos e peritos no domínio da técnica de redação, objetivos. Põem, sem rodeios, logo de cara, o “dedo na ferida” a que se propõem a expor.

Parodiando o dramaturgo Bertolt Brecht (Eugen Berthold Friedrich Brecht), em uma de suas tantas peças teatrais que ainda rodam mundo, encenada nos mais requintados palcos planeta afora, pode-se afirmar, categoricamente: “Há livros com conteúdo sólido e profundo e são bons. Há outros que além do conteúdo, têm forma correta, precisa e impecável, e são melhores. Há os que além do conteúdo e da forma, primam pela fluência e pela clareza e são muito bons. Mas há os que, além de tudo isso, são escritos com paixão. Estes são imprescindíveis”.

Esse é o caso específico do excelente romance de Urariano Motta, “Soledad no Recife” (Boitempo Editorial) – obra ficcional, posto que baseada em fatos e personagens reais – que, por reunir todas essas características simultaneamente, tem que constar das mais refinadas e preciosas bibliotecas de pessoas inteligentes, bem-informadas, cultas e, sobretudo, sensíveis, combinação que, convenhamos, é das mais raras.

Creiam-me, não exagero. Se exagero houver na minha constatação, este é para menos, dada minha relativa inabilidade para expressar-me com a clareza e a objetividade que o assunto requer. Concordo com o escritor Alípio Freire que acentuou, no texto de “orelha” do livro de Urariano Motta: “Quando viramos a última página de “Soledad no Recife”, o mais indicado é que nos recolhamos a um profundo e contrito silêncio ou que nos lancemos à produção de um exaustivo ensaio literário (...)”. É o que fiz, faço agora e me proponho a fazer em breve.

No caso do verbo fazer no passado, devo confessar que terminei de ler o livro de Urariano em novembro do ano passado, tão logo ele me chegou às mãos. Quando lancei no mercado “Lance fatal” e “Cronos e Narciso”, em setembro de 2010, fiz um trato com o amigo escritor. Ele escreveria a respeito das minhas duas modestas obras e eu me propunha a fazer o mesmo em relação ao seu romance. Trato feito, trato cumprido, certo? Errado!

Urariano fez a sua parte. Redigiu inteligente e lúcida avaliação dos meus dois livros (generosíssima, sem dúvida), enquanto eu... Estava tomado rigorosamente pela mesma sensação que Alípio teve. Ou seja, a da necessidade de recolher-me a um “profundo e contrito silêncio”. Não podia limitar-me a uma análise superficial e apressada do livro. Ademais, já havia decidido redigir, oportunamente, um ensaio literário a propósito.

O caso do verbo fazer no presente é esta minha contrita confissão de débito com o amigo, essa admissão de não haver cumprido, de imediato, o trato feito. E o tempo futuro? É o aviso de que na sequência, farei várias considerações sobre “Soledad no Recife” que, reunidas, poderão compor (na verdade, irão) alentado ensaio literário. Só espero ter competência suficiente para expressar-me com clareza, pelo menos a minimamente próxima da do autor deste apaixonante romance.

Ajo dessa maneira não apenas consoante recomendação de Alípio Freire, lúcida e pertinente, mas, principalmente, em respeito ao enorme talento de Urariano. Convém ressaltar que não há nenhuma subjetividade no que penso desse escritor. Afinal, mesmo sem que houvesse o menor contato pessoal entre nós (ele no Recife e eu em Campinas), ou seja, sem que houvesse um reles aperto de mão, um abraço fraterno, um olho no olho e sem que um conheça, por exemplo, nem mesmo o timbre da voz do outro, por nunca termos conversado, tenho-o na conta de grande amigo. E de fato, ele o é. Mais do que isso até, considero-o irmão que compartilha comigo (e eu com ele) sonhos e ideais comuns. Essas coisas a gente sabe, sem a mais remota necessidade de comprovação. Sente-as.

Urariano trata desse assunto – e de muitos outros, como amor, ódio, ciúmes, traição, idealismo etc.etc.etc. – e faz, na página 54 de “Soledad no Recife”, esta lapidar constatação: “Ocorrem-nos sentimentos muitas vezes sem explicação, sem uma causa clara, se podemos alimentar a esperança de que todas as coisas tenham uma causa. As pessoas do povo têm uma frase que expressa melhor um fato sem explicação “isso tem lógica”. Se tiver, não é mecânica, nem está no reino do cálculo das probabilidades”(...).

Porquanto, como Urariano observa em outro trecho do livro: “A vida está ao lado, corre célere agora mesmo, e pede, mais que pede, exige, ordena uma interpretação, um instantâneo, um flagrante. A paralisação do voo do beija-flor. Mais grave que isso, porque passa ao largo da paralisação mecânica do movimento. Não são asas em um voo congelado. Não é o instante infinitésimo no percurso e paradoxo da flecha de Zenon. É como – se me permitem comparar mal – um olhar fixo e perseguidor. Vivo, permanente e ciclópico. No entanto, além dessa ambição e muito mais além do escrito, a vida corre, ao lado de mim”(...).

Boa leitura.


Pedro Bondaczuk editor de Literário

Urariano Mota colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A mídia no Cutrale dos outros é MST

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Escravidão na Cutrale não é manchete

Por Altamiro Borges

Não saiu no Jornal Nacional da TV Globo. Também não foi capa nos jornalões. A Folha publicou uma notinha bem tímida. Mas o Ministério Público do Trabalho flagrou ontem na Cutrale de Itatinga, interior paulista, 62 trabalhadores em condições irregulares.

Quando o MST ocupa as terras griladas pela empresa, uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo, é o maior escândalo. Já quando a fiscalização encontra trabalhadores escravizados na Cutrale, a mídia “privada” se finge de morta!

32 numa única residência

O Ministério Público do Trabalho visitou o local e constatou que 32 trabalhadores habitavam numa única residência. “Ela estava em péssimas condições de higiene e conforto, sem vestiários, cozinha, ventilação e iluminação adequada. Além disso, os trabalhadores pagavam R$ 24,00 por dia pela alimentação e recebiam salários de apenas R$ 620”, registra a Radioagência NP.

Os próprios trabalhadores, que atuavam na colheita de laranja, denunciaram a situação ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Oriundos de Sergipe e Maranhão, eles chegaram na região em setembro passado, “já endividados pelas despesas com transporte e alimentação”. Segundo o procurador da Justiça do Trabalho, Luis Henrique Rafael, a Cutrale é responsável pela grave situação.

Responsável pela condição degradante

“Quando ela faz a contração de trabalhadores de outros estados, existe uma instrução normativa do Ministério do Trabalho obrigando que o registro da carteira seja feito no estado de origem do funcionário. Isso garante que os trabalhadores, durante a viagem, sejam protegidos pelo contrato de trabalho e tenham benefícios se acontecer algum acidente. Porém, ela aceitou essa situação e não fiscalizou. Por isso, é responsável pelas condições degradantes do alojamento”.

Após o flagrante, a empresa se comprometeu a indenizar os trabalhadores. Mas é bom lembrar que a Cutrale, tão protegida pela mídia comercial, é reincidente em vários crimes. Entre outras maracutaias, ela sofre processo na Justiça por ocupar, ilegalmente, 2,6 mil hectares de terras da União no município de Iaras (SP), também no interior de São Paulo.





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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons



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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dilma e a pegadinha do Fantástico

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Urariano Motta*

Recife (PE) - Desde o tempo em que trabalhei no rádio, aprendi que uma entrevista nem sempre deve começar pelo que mais interessa. Pois existiria depois o que se chama edição, onde o fundamental que interessava à pauta assumiria o devido lugar de destaque. Assim fizemos em mais de um “Violência Zero”, esse era o nome do programa, um espaço de direitos humanos no rádio, que então denunciava os criminosos da boa sociedade em Pernambuco.

Mas nunca, nem mesmo no dia em que entrevistamos um espancador de travestis, que afirmava na maior naturalidade odiar gays e assemelhados, nunca tratamos o agressor com desrespeito à sua pessoa, ou dele montamos o que não era real, documentado, em provas e pesquisas anteriores. Isso quer dizer, não lhe púnhamos na boca aquilo que o editor pensara antes, pois mais de uma vez mudamos o imaginado, que não se confirmava na pesquisa viva.

Que diferença para a entrevista de Patrícia Poeta com a presidenta Dilma no Fantástico do último domingo! A primeira coisa a se notar, já no começo, é a diferença de autoridade entre a repórter/apresentadora e a presidenta do Brasil. Entendam o que isso quer dizer: quem mandou em cena foi Patrícia, perdão, Poeta. “Agora vamos trabalhar?”, comandou a moça cuja poesia reside nos longos cabelos.

A edição preservou o constrangimento, a clara insinuação de que a presidenta não estivesse já trabalhando, exatamente para responder à grande autoridade da apresentadora do Fantástico. Que comandava e cruzava os braços.

Quem essa gente pensa que é? Aqui se confirma uma vez mais a história do carregador de quadros de santos em cima de jumento, que ao passar pelas estradas via o povo se ajoelhar e pensava “o quanto sou importante”. Quem monta no veículo TV Globo recebe a sua aura.

Patrícia manda na presidenta, e a edição realça o mando mais adiante em outro momento. Olhem bem, prestem atenção, porque a fala a seguir é da Poeta:

“Vou deixar a senhora falar um segundo exemplo. Tomei seu tempo lá na alvorada, a senhora tem crédito agora. Vou deixar”.

Sentiram a força?

Antes, da autoridade, Patrícia Poeta, vêm muitas bobagens (lembram-se do princípio de edição?), todas desrespeitosas para o cargo e importância da primeira mulher a presidir o Brasil, mulher ex-guerrilheira, torturada e quase morta na ditadura. Pergunta a autoridade do veículo:

“Em uma reunião dessas, por exemplo, tem um momento mais mulher? Bolsa, sapato, filho, neto?”, e segue, entre menções a fotos de netinho, até atingir o que interessa:

“Poeta: A senhora não imaginava, por exemplo, que fosse ter que trocar quatro ministros em tão pouco tempo, três deles, pelo menos, ligados a denúncias de corrupção, esperava isso?

Dilma: Olha, Patrícia, eu espero nunca trocar nenhum ministro e muitos deles eu não troquei exatamente por isso. Vamos e venhamos. O ministro Jobim, Nelson Jobim, saiu por outros motivos.

Poeta: Mas os outros três...

Dilma: “Eles ainda não foram julgados, então não podem ser condenados”.

Até o sublime instante em que se irmanam editores e repórteres ungidos pelo poder do veículo. Lembrem-se do princípio da edição, o que conduz bobagens até chegar a este ponto:

Poeta: “E como que a senhora controla esse toma lá da cá, digamos assim, cada vez mais sem cerimônia das bancadas? Como é que a senhora faz esse controle?

Dilma: Você me dá um exemplo do “da cá” que eu te explico o “toma lá”’.

Vem um curto silêncio na cena da entrevista. O ar não admite buracos, mas ainda assim há um raivoso e perturbador silêncio. Então volta a verdadeira autoridade, que ali chegou por decisão soberana de todo o povo do Brasil:

“Estou brincando contigo.... Vou te explicar. Eu não dei nada a ninguém que eu não quisesse. Nós montamos um governo de composição. Caso ele não seja um governo de composição, nós não conseguimos governar. A minha base aliada, ela é composta de pessoas de bem. Ela não é composta, não é possível que a gente chegue e diga o seguinte: ‘Olha, todos os políticos são pessoas ruins’”.

A autoridade que vem do veículo onde monta, a cara da entrevistadora Patrícia Poeta é de morder, apesar de palavras em tom de meiga manteiga. Não há mais um morde e assopra. Há um morde e assobia. Quem desejar ver a pegadinha que se frustrou, assista abaixo:

http://www.youtube.com/embed/BAEoXe0ymjc

Se houvesse uma edição popular, de toda a entrevista esta frase seria a mais séria: “’Tou brincando contigo”.

E os risos do Brasil ao fundo, que no rádio chamavam BG.


Urariano Motta* – Recife: é pernambucano, jornalista e autor de "Soledad no Recife", recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do cabo Anselmo, executada pela equipe do Delegado Fleury com o auxílio de Anselmo.
Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz._

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Ilusração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

COMEÇANDO A SUBIR OS ANDES

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(Excerto do livro "Viagem ao Umbigo de mundo", publicado em 2006)

Urda Alice Klueger

Conforme o combinado, saímos ao meio-dia, com grande aparato, fazendo sensação pelas ruas de Salta. Era 28 de Setembro de 2004, terça-feira e até ali já andáramos 2.250 km em três dias de estrada.

Salta despediu-se de nós dando-nos de presente uma estradinha de sonho para irmos embora, coisa quase que de brinquedo de tão linda, numa paisagem tão cheia de fertilidade da qual não seria possível esquecer, tendo em vista a grande aridez na qual penetraríamos ainda naquele dia, e que perduraria por muitos e muitos dias daí para a frente. Na verdade, a sensação que eu tinha era de estar a desfilar por alguma mágica estradinha do fértil Vale do Itajaí, apesar de estradinhas assim, no Vale do Itajaí, não costumarem ser asfaltadas. Aquela fita de asfalto subia, descia e se contorcia no meio da mais verdejante paisagem de colinas, com algumas represas d’água em algum ponto, e era tão encantadora que se tinha a impressão que se estava a flutuar pelo paraíso terrestre. Não sei o nome daquele lugar, mas olhando no mapa, vejo que viajávamos por uma estradinha paralela à que levava a Jujuy. Ela não durou muito, no entanto. Uma ou duas horas depois paramos para abastecimento, e então eu disse para o seu Chico que na parte seguinte eu iria no carro de apoio para dar uma força para o Lobo Solitário. IRÍAMOS COMEÇAR A SUBIR OS ANDES, e o Lobo subia os Andes pela primeira vez. Como eu já sofrera outras vezes dos males das alturas, dava-me um medo danado de que o Lobo passasse mal, e se deixasse cair, com toda a parafernália que conduzia, em algum abismo que sequer estávamos a imaginar. Então, naquela parada, comprei um bocado de chocolate e um litrão d`água, e aboletei-me junto ao APHD Lobo Solitário. E dali para frente a subida começou.

Primeiro, fiquei a falar para o Lobo da necessidade de respirar fundo e muito, e fiquei com ele treinando respiração. Quando a estrada começou a subir para valer, respirávamos juntos, eu mantinha sempre uma conversa acesa, ficava enfiando chocolate para o Lobo comer e lhe passava a todo instante a garrafona de água. Também conforme a estrada começou a subir para valer, a aridez foi chegando, sumindo-se praticamente quase que todo o resquício de vida. Parecia estarmos a penetrar num mundo só de montanhas feitas de seixos secos e quase tão inacreditáveis, na sua secura, quanto uma paisagem lunar. Alguém, em alguma época, usara tratores e gente, por ali, e abrira na encosta das montanhas carreiros largos que agora estavam asfaltados, e quase não dava para imaginar como é que um engenheiro pudera pensar em construir tais estradas. Ficamos, eu e Lobo Solitário, imaginando que aqueles caminhos agora de asfalto algum dia teriam sido abertos pelos pés dos antigos habitantes da América, pois que eu sabia que antes, muito antes dos espanhóis, os antigos povos originários do Brasil haviam ido para cá e para lá, e lembrava-me de Aleixo Garcia[1], o primeiro europeu a ficar morando em Santa Catarina, e que na década de 1520 fora à pé, com os indígenas de São Francisco do Sul/SC, até o mundo Inca, isto é, fora o primeiro europeu a conhecer o mundo Inca, antes de Pizarro. Aconselho a leitura do livro citado abaixo. E lembrava-me também do Caminho do Peabiru, caminho que sai do Atlântico, na região de Barra Velha/SC, e que ainda pode ser visto na região de São Bento do Sul/SC, e que, se conectando com outros caminhos muitíssimo antigos, leva ao que foi o antigo Mundo Inca e ao Oceano Pacífico. Decerto os pés que haviam aberto tais caminhos também haviam aberto aqueles pelos quais passávamos, apenas um dia melhorados por engenheiros modernos. Havia que se lembrar, também, que decerto fora por ali que o espanhol invasor atingira tão rapidamente o coração do continente, e a paisagem era tão soberba, e nossas reflexões tão cheias de indagações, e eu fazia o Lobo Solitário engolir tanto chocolate e tanta água, que penso que ele não teria a menor chance de pegar no sono. Num ou noutro ponto da encosta de alguma montanha, de repente, via-se alguma coisa verde: era o aproveitamento de alguma umidade que ali ficara provinda do degelo da primavera, e onde nasceram alguns cactos, ou alguma outra planta desconhecida, e ao redor daquela mínima umidade a vida se instalara, e ali no meio sempre havia uma casinha feita de seixos, quase invisível por ser da mesma cor que a paisagem em torno, e duas lhamas junto à porta, e algum homem muito queimado de sol e todo envolvido em roupas de lã espiaria para fora para afirmar que aquilo ali era um lar.

Era uma paisagem de deixar qualquer um pasmo, e houve um momento cheio de emoção, quando, dirigindo ao redor de um quase inacreditável precipício, centenas e centenas de metros abaixo, com voz embargada diante do espetáculo da natureza, o Nilo Lobo Solitário falou:

Um dia eu ainda vou trazer a minha mulher aqui! – e na voz daquele Lobo corajoso, a subir os Andes arrastando atrás de si toda aquela parafernália dos harleyros, estava implícita tal quantidade de emoção e carinho pela companheira da sua vida, que eu estou emocionada até agora.

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[1] BOND, Rosana. A saga de Aleixo Garcia: o descobridor do Império Inca. Florianópolis: Insular, 1988.

Urda Alice Klueger é escritora, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Eu quero o milhão de James Randi [revisado]

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Fernando Soares Campos

Corre por aí a informação de que o milionário James Randi lançou um desafio. Ele se propõe a pagar U$ 1.000.000,00 (um milhão de dólares) para quem conseguir mostrar fenômenos chamados de paranormais os quais venham a ser provados. Aí se incluem as materializações, encarnações, conversas com espíritos, mesas falantes, telepatia, etc. O desafio está feito há mais de 15 anos, o dinheiro depositado num banco (rendendo juros), porém, até o momento, ninguém conseguiu faturar o prêmio. Mas a partir de 1º de abril de 2007, não são mais aceitas propostas espontâneas. A própria organização do "concurso" vai tomar a iniciativa de chamar aqueles que mais aparecem na mídia e que se dizem possuidores desses "poderes".

Eu daria até comissão a um espírito que se dispusesse a fazer o espetáculo para James Randi e assim faturar a grana. O problema é que os espíritos não estão disponíveis para o que eu bem entenda e queira.

Muita gente imagina que espírito desencarnado é um ser diferente de um ser encarnado em todos os aspectos. A maior das diferenças está exatamente em que um (o desencarnado) está livre do uso do corpo humano, está habitando um mundo de matéria na quinta essência, e o outro está aqui na condição que nós estamos, esta condição de necessitar de um corpo de matéria compacta para nos comunicarmos uns com os outros.

Outra diferença, e essa abrange a condição de encarnado ou desencarnado, é o estado evolutivo.

Existem espíritos desencarnados moralmente evoluídos, também detentores de avançados conhecimentos científicos, em estado de evolução tal que podem, em sintonia com espíritos encarnados, produzir certos efeitos que aqui muita gente chama de paranormal, mas que, na verdade, tudo ocorre de maneira natural, atendendo às leis da natureza. Enquanto isso, ações e reações ainda desconhecidas dos que se encontram encarnados acontecem sem que possamos explicá-las à luz da ciência, baseados nos conhecimentos científicos que hoje dominamos.

Existem espíritos desencarnados, de pouca elevação moral, mas que já dominam o campo da ciência espiritual desconhecida dos encarnados, em razoável grau de conhecimento científico. São capazes de, em sintonia com espíritos encarnados, promover igualmente certos fenômenos que a ciência no mundo material ainda desconhece as causas, os mecanismo, as energias que as provocam; e nós apenas podemos observar os efeitos.

Nem os primeiros nem os segundos são marionetes de ninguém. Ambos vivem no universo organizados em escala hierárquica. Esta escala pode ser atribuída aos avanços morais e científicos, no caso dos primeiros; ou apenas submetidos ao domínio baseado nos conhecimentos, "nas riquezas", no patrimônio de conhecimento cientifico. É o caso dos segundos.

Os primeiros refletem a sua própria luz com muita intensidade; os segundos, mesmo com muito conhecimento científico, refletem pouca luz, por isso os mais inferiores não passam de vultos.

Esse primeiros de quem falamos conhecem muitos segredos do universo, sobre os quais ainda buscamos conhecimentos. Eles sabem que a evolução é inevitável e que todos os espíritos pensantes atingirão o grau de iluminação que eles já alcançaram, e todos evoluirão infinitamente.

Os segundos são espíritos apegados à vida na Terra, ao mundo dos encarnados, estacionados nos seus mais mesquinhos sentimentos: vingança, egoísmo, orgulho arrogante, gozo material. Estes, como ocorre com muitos cientistas encarnados, pretendem fazer da Terra um ambiente de seus domínios.

Se eu me apegar aos primeiros e lhes pedir ajuda a fim de ganhar o dinheiro que James Randi está oferecendo para provar um fenômeno "paranormal" (não existe essa paranormalidade), eles me negarão o tal papel, pois sabem que James Randi, hoje, está a serviço dos segundos, mesmo que ele não tenha consciência disso.

Se eu me apegar aos segundos, estes atenderão. Eles farão de mim um charlatão que será desmascarado, pois é esta a função do grupo que usa Randi: fazer muita gente descrer dos fenômenos que a cada dia, gradativamente, vêm ocorrendo na Terra e ocorrerão com maior freqüência, passo a passo, unindo os dois mundos e fazendo a Terra atingir o grau de outros planetas regenerados e transformados em mundos superiores. É o que muita gente chama de Paraíso. Paraísos existem muitos no universo, assim como mundos inferiores, dominados por gente como Randi e sua turma equivocada, que inveja a condição de espíritos iluminados, superiores, que detêm o conhecimento que eles não dominam.

Os espíritos de baixa vibração mas de certo conhecimento científico ainda encontram na Terra um ambiente apropriado para agir. Eles se negam a se submeter a hierarquias sob as quais recomeçariam como simples trabalhadores. Estão acostumados a lidar com laboratórios, política, governo, mega empresas, guerras, portanto acreditam (ou fazem o possível para acreditar) mais na força material que na espiritual como forma de domínio. Acreditam que poderão manter o nosso planeta nesse estado de evolução, estagnando, eternamente. Conseguem colocar determinados espíritos encarnados nos governos de nações e, principalmente, na administração de certas empresas.

Os espíritos de luz conseguem influenciar alguns espíritos encarnados que decidiram deixar esse ciclo de reencarnações e se encontram em condições muitas elevadas, no que diz respeito ao conhecimento científico. São espíritos que decidiram recomeçar como trabalhadores simples na escala hierárquica mais evoluída moralmente. Eles fazem com que também esses assumam comandos idênticos, em diversos empreendimentos na Terra. Porém, aqui na Terra prevalece o esquecimento de vidas passadas, e muitas vezes, em meio às suas provas, esses espíritos cometem falhas. Tudo isso faz parte do processo evolutivo.

Momento chegará em que os espíritos evoluídos assumirão o comando direto da Terra. Antes, haverá muita guerra (haverá?!). Inclusive no mundo espiritual há guerras. Se um espírito muito evoluído quiser entrar no mundo de baixa vibração, ele terá que baixar a sua freqüência e se disfarçar; pois, para adentrar nesses ambientes, exige-se até mesmo uma espécie de identidade energética, visto que os espíritos de baixa vibração vivem em grupos que se digladiam.

Todas as armas que se conhece hoje na Terra, assim como todo o conhecimento científico, tudo é inspirado no que ocorre nos mundos quintessenciados.

O sistema Solar é organizado e governado por grupos de espíritos muito evoluídos, e tudo funciona como em qualquer organização que se possa encontrar na Terra: líder (presidente, deus, allah, pai, criador, como queria chamar), assessores (Jesus, Sidharta Gautama, santos, departamentos, divisões, grupos, e tudo mais que se possa imaginar como funcionam as grandes corporações). O comando trabalha pela evolução do mundo material e espiritual. O "palácio" mais importante dessa organização é o Sol (neste sistema específico). As vibrações dos seus habitantes são tão intensas que recebemos toda aquela energia concentrada da forma como recebemos. Em todos os recantos do universo solar (universo limitado) existem espíritos em diversos graus de evolução trabalhando para dar continuidade a essa criação inteligente.

Um espírito que saia do "palácio" principal e queira habitar entre nós em missão, como aconteceu com Jesus, precisa se preparar para isso. Somente com a ajuda dos mais evoluídos ele consegue. Ele teria que baixar de forma incomensurável a sua freqüência vibratória, do contrário não teria como ocupar um corpo material compacto como o nosso.

Entre nós, este espírito não poderia falar de tudo que ocorre no "palácio", pois muito ainda precisaríamos avançar no campo científico para entender como ocorrem certos fenômenos. Entretanto ele orientaria a todos nós, que estamos baseados em conhecimentos muito limitados, a fim de que aprendêssemos gradativamente e alcançássemos o seu grau de evolução.

Para que um espírito alcance o grau de evolução tal que possa fazer parte da equipe do Palácio Solar, ele passa desde as funções de energia mineral, cuidando diretamente do mundo mineral (milhões de trabalhadores estão nessa condição), ao reino vegetal (outros tantos milhões aí se encontram), reino animal (mais outros milhões), empresas terrenas, organizações terrenas, ciclo de reencarnações, muitas reencarnações, aprendizado gradativo; habitam mundos que nós não estamos enxergando com os recursos do corpo material, não têm poder de se unir e formar um corpo celestial com tanta intensidade quanto o sol, nem há necessidade de que o forme.

Enfim, tudo ocorre do outro lado como ocorre aqui, a diferença está no grau evolutivo, que passa da mais densa matéria até a mais sutil, a matéria na quinta essência.

Por isso as religiões estão falando de Deus cada uma de uma maneira, e no final das contas todos estão falando do mesmo Deus.

Acima da organização que mantém o comando e responsabilidade sobre a evolução no sistema solar, existem organizações que comandam constelações, galáxias, grupo de galáxias, universos... Tudo hierarquicamente organizado. Em todos os mundos, onde se possa observar a matéria compacta, provavelmente o grau de evolução parte do mesmo princípio aqui exposto.

Enquanto a energia dos espíritos muitos evoluídos produziram e alimentam aquele astro imensamente luminoso, que por sua vez alimenta a vida aqui na terra, o conhecimento evoluído em mentes moralmente apegadas ao domínio pela força não deixa de ser um passo na evolução do universo, mas essa energia inferior se concentra no centro da Terra, no miolo da Terra. Desencarnados muito evoluídos em conhecimento científico, mas apegados ao egoísmo e arrogância, concentram suas energias no centro dos globos.

Lá no Sol, além de emanar os seus raios de luz, a força dos "deuses" explode em quilométricas "chamas", irradiando vida.

Lá no miolo da terra, as energias evoluídas em ciências e moralmente atrasadas explodem em diversos pontos da Terra, provocando a morte, a dor, o desespero. E, as guerras.

Mas saibamos que os que habitam o mundo dessa forma inferiorizada nem sempre sabem onde se encontram, muitos acreditam até que estão aqui ao nosso lado. Porém isso é outra história, isso exige conhecimentos profundos, conhecimentos científicos sobre as dimensões, matéria sutil, capazes de atravessar a matéria compacta. Isso muitos espíritos evoluídos apenas em ciência não têm a menor noção de como funciona. Precisariam se despojar do orgulho arrogante, do egoísmo e de tantos sentimentos inferiores, mesquinhos.

Mas aqueles espíritos evoluídos (encarnados ou desencarnados) que estão organizados no mundo espiritual, na Terra, no espaço sideral, no éter, no Sol, nos demais planetas, sejam aparentes ou ocultos aos nossos olhos, estes sabem muito mais sobre ciência do que qualquer um de nós possa imaginar.

Voltemos a falar do grupo que exerce influências sobre James Randi.

Espíritos em geral se dispõem ou não a colaborar naquilo que acham que devam colaborar ou não. Como ocorre com qualquer pessoa.

Eles sabem que eu, por exemplo, preciso desse dinheiro, mas espírito nenhum está aí para fazer a gente ganhar dinheiro com espetáculos "paranormais", mesmo porque não existem fenômenos paranormais no sentido de sobrenatural, ou seja, que extrapolem as leis da natureza. Tudo é normal, no sentido de que tudo é natural, tudo ocorre conforme as leis naturais.

Um milhão de dólares é uma quantia muito elevada pra mim, porém, para pagar o trabalho de espíritos desencarnados EVOLUÍDOS, não representa nada. Até para fazer caridade, daria pra comprar pão e peixe para uma única refeição de um milhão de pessoas, entre os 6 bilhões de habitantes da Terra. Daria para alimentar, com uma única refeição, um milhão de miseráveis de uma grande metrópole (ainda ficariam alguns milhões sem nem mesmo essa refeição). E olha que seria uma refeiçãozinha pouco farta: US$1,00 por prato. Num restaurante de R$1,00, daria pra duas refeições; mas o restaurante de R$1,00 é subsidiado, e cada refeição custa, em média, R$4,50, o restante o Estado banca. Portanto, com U$1 milhão não bancaríamos nem mesmo aquelas refeiçõezinhas de que já falamos. Isso não contribuiria em nada para a evolução do planeta.

Os espíritos de baixa vibração, esses que se contentam com um mundo de prazeres carnais, satisfação dos sentidos ainda tão animalizados, sentimento de domínio pela força, sentimento de poder pela guerra, criam religiões institucionais que pregam a existência de um deus criador e fora de nós, como se nós fôssemos apenas objetos desse deus e nunca pudéssemos atingir o grau de evolução que esse deus a quem podemos imaginar atingiu.

Qualquer deus personalizado sobre o qual um ser humano possa imaginar e formar uma imagem à sua própria semelhança é um ser que já passou por esse estágio: "imperfeito", como espírito pensante, e "perfeito", como criatura de si mesmo, de suas conquistas.

Mas existe espíritos desencarnados que influenciam James Randi, Bush, Sadam, Hitler, Somoza... e tantos outros. Eles são mentores de alguns papas, bispos, sacerdotes, "religiosos leigos", empresários, escritores, donas de casa, cidadãos comuns... Controlam certas empresas, a fabricação e desenvolvimento de armas, de drogas, o comércio escravo e tantas atividades e conhecimentos científicos. Eles influenciam os ignorantes transformando em dogmas o que poderia ser esclarecido pelo conhecimento científico. Fazem muita gente crer em milagres sobrenaturais, acaso e crendices. Eles manterão o domínio sobre a humanidade por um considerável tempo, até que muitos deles se cansem e briguem entre si, abandonem o propósito de manter a Terra sob esse domínio e ciclo de reencarnações. Aos que persistirem, pois têm o livre-arbítrio, será oferecido novo mundo, novo planeta em condições ainda muito atrasadas, para que continuem seus processos evolutivos.

Livre-arbítrio todos temos, mas liberdade de ação, não. Podemos implorar aos “deuses” a oportunidade de agirmos, mas nem sempre somos atendidos. Para entendermos essa questão, basta a nós a lembrança de que em várias ocasiões estivemos diante da liberdade de ação e não pudemos agir. São casos de limitação do nosso livre-arbítrio na condição de “deuses” em evolução, tal qual somos.

Se grande parte dos espíritos encarnados conquistarem um grau evolutivo e suas energias somadas se tornarem mais poderosas do que a dos que pretendem manter o ciclo de reencarnações, os outros terão que se render, terão que obrigatoriamente abandonar o Planeta. Por isso muitas vezes nos falam que, se todos vibrassem em função do Bem do Planeta, tais e quais acontecimentos ocorreriam. Claro! Mas os que estão vibrando em função do Bem precisariam estar realmente despojados de boa parte de sentimentos inferiores.

Vejamos: existem milhões de espíritos vibrando em busca de subsistência no plano material; milhões de pessoas querendo ganhar dinheiro. Seus interesses estão voltados para o conforto material, observe como oscilam as bolsas de valores. Milhões de pessoas vibrando pelo interesse pessoal, cria-se o caos, as forças de vibração mais poderosas vencem. Mas isso é só um aspecto da guerra.

James Randi não passa de um dos muitos que estão involuntariamente (considerando o esquecimento de vidas passadas que a reencarnação promove) a serviço daqueles que querem manter a ignorância sobre a Terra.

Mas se um espírito muito elevado resolvesse me ajudar a produzir o tal fenômeno que ele pagaria US$1 milhão para assistir, eu toparia. Pô! pra mim, é muita grana! E minhas vibrações inferiores não esquecem o que eu poderia fazer com ela. O problema é que Randi e os seus "provariam", mesmo que a gente conseguisse produzir o tal fenômeno, que nada ocorreu de forma paranormal. E ele tem razão, não seria mesmo, tudo ocorre de forma natural. O problema é que eles também podem "provar" que houve fraude. E muita gente acreditaria neles. E eu ou qualquer um que se dispusesse a ser protagonista do espetáculo passaria por um dos milhões de espíritos gananciosos, capazes de fazer qualquer coisa por dinheiro. Seria apenas mais um charlatão.

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Ilusttração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons







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