terça-feira, 25 de agosto de 2009

Garrincha tinha pernas tortas; Lina tem pernas curtas

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A DIFÍCIL ARTE DO GOL CONTRA

Ou como diria Mané Garrincha:

"É MELHOR COMBINAR COM O ADVERSÁRIO!"

Raul Longo

Todo mundo conhece a história do Feola combinando com a seleção o que tinham de fazer, até que o Garrincha aconselhou o técnico a combinar a jogada com os adversários.

É o que está faltando ao PSDB, antes que o último torcedor apague a luz do estádio.

Não, gente, fala sério! Vergonha não é a derrota em cada jogada, manobra e mentira. Duro é a vergonha da torcida depois de tanto gol contra. Até o goleiro faz gol contra nesse time adversário! Como diria o próprio frangueiro: "Assim não dá! Assim não pode!"

Não pode mesmo! Não há torcedor que aguente!

E quem é que paga o pato? Sou eu, que não tenho nada a ver com isso, mas gosto de me divertir com as apostas erradas da torcida adversária. Se fosse pra valer, já tava rico há muito tempo.

Pois está cada vez mais difícil! Pudera! Como é vão ter coragem de arriscar palpite, se os jogadores só chutam pra gol quando até o vendedor de cachorro-quente, 'di-costas', sabe que é impedimento?

E olha que a justiça é cega! Pois mesmo cega e com a faca no pescoço (como confessou o próprio juiz), por mais comprado, nem o apito consegue dar jeito no placar.

A torcida como é fica? É como dizia o Plínio Marcos: "Berra da geral, sem influir nos resultados". De tanto berrar, a torcida cansou. Leva jeito de que está abandonando o estádio.

Só teve um fanático - já rouco, é verdade, mas pelo menos ainda resta um fanático - que me escreveu todo feliz e satisfeito: "Agora a Dilma se meteu numa fria que não tem por onde sair" - contando com a bola na rede.

Bateu na trave, atravessou o campo e foi balançar a rede deles mesmos. Isso já no dia seguinte, quando a perneta da secretária deixou cair a muleta da desculpa do "Num mi lembro quando, mas foi, que não minto!"

Claro! Condição imprescindível do mentiroso é dizer que não mente! Se diz que mente, não será mentiroso, e até o Fernando Pessoa já explicava isso em versos, há muito tempo.

Alguém já viu alguma dessas tantas secretárias que eles arrumam a cada CPI, acareações e outras manobras de escândalos armados, que diga que mente? Evidente que não! O Arthur Virgílio, por exemplo, quando dizia que batia, fazia e acontecia porque ninguém prestava, estava mentindo. Mas foi só mostrarem que ele financia amiguinho na França com dinheiro público, que rapidamente reconheceu a verdade e deixou de ser mentiroso.

Aí fica fácil, né, não? Contra o Dirceu nunca conseguiram provar nada, mas como ele insiste que não fez nada mesmo, é mentiroso. Já o Roberto Jefferson não teve outro jeito, a não ser reconhecer que roubou seus próprios companheiros de partido; virou herói da mídia, com direito a canto e desafino!

Nesse país bastou assumir que é bandido, pra virar prima-dona. Não é engraçado isso? Será a tal lógica do jogo?

Então, ficou assim: o Heráclito Fortes, do Piauí, dá salário pra filha do FHC não sair de casa em São Paulo. O Jereissati tem jatinho pago pelo nosso bolso pra viajar pelo mundo. E o Arthur Virgílio sustenta amiguinho em Paris às nossas custas. Mas a mentirosa é a Dilma que, ao invés de estar em Brasília encontrando com a moça que estava no avião, foi pra São Paulo, a trabalho numa reunião da Petrobrás.

Desculpem! A confusão que eles sozinhos fazem na área é tanta que atropelei a narrativa do jogo. É que a tal da Dona Lina (somente para Dilma essa já é a segunda ou terceira substituição por alguma secretária que arrumam para a credibilidade contundida dos titulares) pensou que, inventado por inventado, era só chutar um dia e hora qualquer.

Chutou errado, porque esse negócio de fazer a 'finta' não é bem assim, não! Não é só faz que vai, mas não vai!

É feio! Gente, é muito feio! A mulher vai ao jornal pra dizer que caiu um disco voador do tamanho de uma casa (a meu ver, mesmo que existisse, não tinha tamanho nem pra casa de boneca, mas enfim...). Aí, quando chegam os especialistas para averiguar o OVNI, ela diz que não lembra o dia, a hora, o quando... Dá licença!

Isso de que tinha porteiro e elevador é como dizer que no campo de futebol tem traves com rede de cada lado e grama com listras pintadas de branco no meio.

Só faltou contar se tomou café ou chá. Pois se chá, foi de espera porque, quando não deu mais jeito e viu que ia ter de chutar pra algum lado, inventou logo o dia em que a ministra não estava. Ou estava a alguns quilômetros de Brasília, numa reunião com a Petrobrás, em São Paulo.

Mas a moça foi tão mal treinada que não só inventou o dia errado pra mentir pela ministra, mas também esqueceu de combinar a jogada até com ela mesma e acabou mentindo inclusive por si.

Ao invés de escolher hora e data em que ninguém pudesse testemunhar onde estivera metida, escolheu logo a hora em que o registro do vôo Brasília-Natal a consta como embarcada.

Que vergonha, né não? Logo a Dona Lina, toda durinha por trás de seus óculos professorais, dizendo que não precisa de agendas por não ser de seu costume mentir...

Se fosse professora mesmo, quem haveria de convencer seus alunos de que realmente foi Cabral quem descobriu o Brasil? Nem mesmo contando a história da procura dos Caminhos das Índias!

Por falar nisso, bem podiam exigir melhor assessoria do PIG, não acham? Além do William Wacca, da Miriam Leitão e toda a fauna jornalística da Globo, deviam pedir apoio inclusive aos roteiristas e diretores de novela, para ajudar a montar o enredo das mentirinhas dessas pobres secretárias, coitadas!

Esse negócio de ficar só confiando no talento dos artistas gráficos da Playboy pra transformar trubufu em "gostosas" da capa, não entusiasma mais nem onanista pornô-político.

A não ser o último e solitário fundamentalista tucano que ainda tenta me divertir pelo correio eletrônico, mas já melancólico sob o frio e a garoa da arquibancada vazia. Faz até pena! Nem tenho coragem de fazer gozação com o infeliz.

Solução melhor talvez seja mesmo a do Garrincha. Na próxima bem que poderiam chamar a Dilma e perguntar onde exatamente ela esteve e a que horas, antes de chutar mais uma bola pra gol. Contra.

Raul Longo é jornalista, escritor, pousadeiro e colabora com a AAA - PressAA

www.sambaqui.com.br/pousodapoesia

Ilustração: Atroz Webmastro

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PressAA

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