domingo, 2 de agosto de 2009

Raul Longo ainda tem larga esperança em (in)certos políticos

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Os caminhos da cucaracha 1

DE SIMÓN BOLÍVAR A CHE GUEVARA E MANUEL ZELAYA

O que nos aproxima no espaço e no tempo?

Em "As Veias Abertas da América Latina", Eduardo Galeano demonstra como, desde os primórdios da colonização, os Impérios de Espanha e Portugal planejaram e executaram as mais sórdidas e minuciosas providências para fracionar um continente de um único idioma, possibilitando um mesmo método brutal de domínio e espoliação.

Para entendermos as propícias condições para a América Latina em breve se sobressair à Europa, não basta lembrarmos apenas que lá os povos se dividem em infinidade de etnias de origens bárbaras nos mais diversos estágios culturais e que se guerreavam entre si, impossibilitados de compreensão por uma inconciliável variedade idiomática. Mas é um indício.

“Habla en Cristiano [de A.C. Marcelino Jr?] hombre!” – costumavam pedir os anarquistas espanhóis aos
integrantes das brigadas internacionais que, de todo o mundo, vinham ajudá-los a combater o nazi-fascismo de Franco, considerando os voluntários norte-americanosingleses, eslavos, etc., apesar de aliados, de diversa cultura e religião. Mesmo que todos anticlericais e identificados pelo ateísmo.

Já na idêntica catequização jesuítica nas Américas, se acirrava históricas animosidades provenientes de diferenças territoriais e culturais entre tapuias e guaranis, aimarás e quéchuas, zapotecas e astecas. E assim se iniciou o dividir para governar, sob a égide das coroas européias que, evidentemente, apenas protegiam os interesses colonialistas.

Os naturais da terra não demoraram tanto para perceber a necessidade de aliança para derrotar o inimigo comum. Foi o que ocorreu, por exemplo, na união entre paiaguás e guaicurus onde cada qual concorreu com suas especialidades: a canoagem e o cavalgar. E assim por mais de uma vez tomaram o instransponível Forte de Corumbá, tanto de portugueses quanto de espanhóis.

Se o poderio das armas não fosse tão superior, talvez nem mesmo a capacidade de renovação de contingente bélico se imporia. Mas foi a eficiência da estratégia divisionista dos dois maiores impérios europeus de então, aliado ao terceiro: o Britânico, o que permitiu o difícil domínio do continente. E quem acredita que bastou a chegada de Pizarro, Cortez ou Martim de Sá para se impor a colonização, nada conhece de história.

Totalmente destruída pelos mapuches (gente da terra), Buenos Aires foi construída duas vezes. A primeira república socialista da história foi a dos Povos das Missões Guaranis, estendendo-se do norte da Argentina por Uruguai, Paraguai e sul do Brasil.

Apesar das nações africanas serem subdividas em lotes dispersos pelas diferentes províncias do amplo território brasileiro, do Rio Grande do Sul à Pernambuco, da Bahia aos sertões das Minas Gerais; misturando elementos de diferentes grupos lingüísticos para evitar identificação entre ketus, bantos, jejes, etc; tivemos um dos mais longos movimentos libertários de toda a história da humanidade na centenária resistência do Quilombo dos Palmares.

A primeira revolução realmente comandada por líderes populares desde Espártaco, e não por intelectuais como Robespierre ou Lênin, foi a Mexicana. Assumida pelos camponeses Emiliano Zapata e Pancho Villa, um ao sul e outro ao norte de um extenso país na fronteira com o grande império dos Estados Unidos.

Esses exemplos deveriam ser suficientes para desmistificar nossa pretensa passividade que, associada ao mito de uma latinidade inexistente mesmo em Europa, confunde grupo lingüístico com etnia para justificar o domínio europeu neste continente, isolando-nos de nós mesmos para falsear uma identificação com os que nos espoliam pela história. Inversos a Teseu, adentramos o labirinto para nos oferecer em auto-imolação a um Minotauro que não nos deseja senão como escravos ou mão-de-obra barata.

A percepção de que unidos somos indomináveis e impossíveis de ser espoliados não é dos últimos anos, não advém dos governos populares que neste princípio de século democraticamente foram alçados à liderança dos países das Américas do Sul e Central.

Em Simón Bolívar e quase todos os que lutaram pelas independências coloniais do México ao Chile e Argentina, havia idêntica percepção de que, como um único povo com tão pequenas diferenças e estreita similaridade à porção de expressão portuguesa, poderíamos formar gigantesco e imbatível bloco. Muito mais coeso do que o europeu.

Mais de um século depois foi Che Guevara quem percebeu na união do continente a possibilidade de total independência a quaisquer das grandes potências que então controlavam o planeta. Che enxergou nos potenciais naturais e humanos de uma única ilha caribenha as condições de auto-suficiência necessária para enfrentarmos imposições colonialistas vindas de onde viessem.

Qual a relação entre Bolívar, Guevara e Manuel Zelaya, o presidente deposto pelo golpe promovido pelos de seu próprio partido, em Honduras? Aparentemente nenhuma.

Embora de origem aristocrata, Bolívar se torna um guerreiro pela liberdade do continente. Empresário, Zelaya apenas pretendeu ajustar em seu país as relações entre povo e governo, atendendo as exigências democráticas de um novo século e um mundo em crise econômica sem precedentes. Se impossível compará-los, ainda menos com Guevara, jovem de classe média que no marxismo e na luta armada encontra orientação para a profunda indignação perante a desumanidade praticada contra a gente latino-americana.

No entanto, os três se unem na única conclusão de que o fio da meada de Ariadne, a nos indicar a saída do labirinto armado para nos dividir, está em nossa união como um único povo por Honduras ou Paraguai, por El Salvador ou Suriname, por Equador ou Barbados.

A realidade apontada pela atual situação mundial é muito clara: a América chamada Latina produz a maior parte do que de mais necessário ao mundo: alimento. Além de concentrar as maiores reservas internacionais de minério e fontes energéticas: do biodiesel ao petróleo in natura. Isso sem contar com nossa pródiga produção aqüífera.

Enfim: não precisamos de Bolívares, Guevaras ou Zelayas, mas se nossos demais políticos e militares compreenderem a lição do golpe de Honduras e souberem valorizar a resistência e coragem de nossos povos, se tornarão os personagens do futuro do mundo.


Raul Longo é jornalista, escritor e colaborador da AAA - PressAA
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia




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PressAA

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Nós não poderíamos deixar de inserir esta (3/8, 18h06)

de Raul Longo
para joao batista rotter

data 3 de agosto de 2009 15:29
assunto Re: EMOBRÁS ?????????
enviado porig.com.br


Companheiros:

Que piada de papagaio, que nada! Os tucanos são muito mais engraçados. Vejam aí na "piadinha" que os tontos estão divulgando (abaixo da resposta a um deles):

KKKKKK!

Janjão! Cês são melhores do que se imagina...

Primeiro porque essa piada da EMOBRAS é mais velha do que a burrice de vocês. É do tempo do Costa e Silva, quando o ditador visitou São Paulo, na Prefeitura do Prestes Maia que tinha obras espalhadas por toda a cidade com a placa EM OBRAS.

De qualquer forma, muito obrigado por divulgarem que há muitas obras espalhadas pelo Brasil afora, através do PAC. Tô até desconfiado de que essa piadinha foi produzida pelo próprio pessoal do governo, pra fazer vocês promoverem a Dilma como mãe do PAC.

Continuem assim burrinhos, que nos ajudam muito.

Se fossem minimamente inteligentes, vocês teriam pegado a mancada da piada já na primeira foto: a da plataforma marítima da Petrobrás, ali em perfeito funcionamento. Não sei se essa da foto é a plataforma construída pelo governo Lula aqui no Brasil, ou aquela mesma que o governo de vocês importou de fora para afundar nos nossos mares, matando nossos trabalhadores.[grifo da PressAA] Como é que não percebem a burrice em lembrar a tremenda incompetência do governo tucano?

Não! Não percebem! Tanto não percebem que põem na boca do Lula o que está sendo divulgado pela imprensa internacional: a Petrobrás já é uma das maiores empresas do mundo em faturamento (ultrapassando inclusive a Microsoft), umas das cinco maiores empresa em produção energética, e, realmente, está sendo apontada como a maior empresa petrolífera do mundo, para muito breve.

Obrigado por ajudar a divulgar demonstrando quem são os responsáveis por essa realidade: Lula e Dilma. Mas como tucanos vocês são muito burros em fazer lembrar que tratavam a Petrobrás por "paquiderme" a ser privatizado. [Ainda coisa da PressAA]

O normal seria tentar esconder as vergonhas de seu governo. É verdade não ter jeito, porque foram muito grandes, mas engraçado é que vocês mesmos insistem em ajudar a promover suas vergonhas também na foto da torre da Eletrobrás, pra ninguém esquecer que o governo tucano terminou num apagão que ainda a semana passada se descobriu ter dado quase 50 bilhões de dólares em prejuízo para o país.

Vocês são mesmo ótimos! As piadas são péssimas, mas vocês são demais de engraçados. Se não fossem os tucanos, a gente iria rir de quem? [PressAA: KKKKKKKK...]

São tão engraçados que tô passando pros companheiros poderem dar risadas.

Continuem assim, Janjão! É com burrices como essa que vamos crescendo por todo o país.

Obrigado e parabéns! Vocês são muito melhores do que qualquer piada de português!

(P.S.: Companheiros, não se preocupem de eu ensinar as mancadas da piada pro Janjão, porque esse eu conheço faz tempo. Foi eleitor do Maluf, do Collor, do FHC, e nunca muda coitado. Esse jamais aprende -- alguma vez algum tucano conseguiu aprender alguma coisa? -- e vai continuar nos ajudando porque será assim pro resto da vida. Sei que é feio rir da desgraça dos outros, mas que é que eu posso fazer? Não tenho culpa!)


From: joao batista rotter
To: jotarot@yahoo.com.br
Cc: pousopoesia@ig.com.br
Sent: Monday, August 03, 2009 12:17 PM
Subject: EMOBRÁS ?????????



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