Anderson Scardoelli
Citado em post do blog de Reinaldo Azevedo, da Veja, o repórter da revista Carta Capital, Leandro Fortes, se referiu ao colega de profissão como “Exu da Veja”. O blogueiro do site da revista da Editora Abril criticou, em texto publicado na tarde desta sexta-feira, 24, a postura de Fortes em relação ao acordo judicial dos jornalistas Heraldo Pereira (TV Globo) e Paulo Henrique Amorim (TV Record).
Fortes avalia que Amorim não foi racista.
Demonstrando não conhecer o trabalho do repórter da Carta Capital – que tem passagens pelos jornais Correio Braziliense, Estadão, Zero Hora, Jornal do Brasil e O Globo, na revista Época e na TV Globo -, Azevedo discordou da afirmação de Fortes. O jornalista da Carta Capital avaliou que Amorim não foi racista ao se referir a Pereira como “negro de alma branca”. “Que graça! Fortes acredita que o ‘anti-racismo’ pode recorrer, às vezes, a ‘expressões cruéis’ e ‘pejorativas’, publicou o colunista da Veja.
Após o post de Azevedo, Fortes ironizou a crítica do jornalista da Veja.com. “O Exu da Veja fez um post só pra mim! Eu queria agradecer a todos que me ajudaram, direta e indiretamente, a chegar até esse momento máximo da minha carreira de jornalista”, comentou. “No fundo, o meu mestre, o Exu da Veja, tem razão. Eu sou apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no banco, repórter da Carta Capital, e, pasmem, branco”, complementou o repórter.
Em texto publicado no blog ‘Brasília, eu vi’ na tarde dessa quinta-feira, 22, Fortes analisa que o termo usado pelo jornalista da Record é pejorativo, mas que não tem conotação racista. “Paulo Henrique Amorim, assim como eu e muitos blogueiros e jornalistas brasileiros, nos empenhamos há muito tempo numa guerra sem trégua a combater o racismo, a homofobia e a injustiça social no Brasil”, afirmou no artigo intitulado “Racista é a PQP, não PHA!”.
COMUNIQUE-SE ou trumbique-se
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Leia artigo completo de Leandro Fortes defendendo PHA
Racista é a PQP, não PHA!
"Por isso, classificar Paulo Henrique Amorim de racista vai além de qualquer piada de mau gosto. É, por assim dizer, a inversão absoluta de valores e opiniões que tem como base a interpretação rasa de um acordo judicial, e não uma condenação. Como se fosse possível condenar PHA por racismo a partir de outra acusação, esta, feita por ele, e coberta de fel: a de que Heraldo Pereira, repórter da TV Globo, é um “negro de alma branca”.
O termo é pejorativo, disso não há dúvida. Mas nada tem a ver com racismo. A expressão “negro de alma branca”, por mais cruel que possa ser, é a expressão, justamente, do anti-racismo, é a expressão angustiada de muitos que militam nos movimentos negros contra aqueles pares que, ao longo dos séculos, têm abaixado a cabeça aos desmandos das elites brancas que os espancaram, violentaram e humilharam. O “negro de alma branca” é o negro que renega sua cor, sua raça, em nome dessa falsa democracia racial tão cara a quem dela usufrui. É o negro que se finge de branco para branco ser, mas que nunca será, não neste Brasil de agora, não nesta nação ainda dominada por essa elite abominável, iletrada e predatória – e branca. O “negro de alma branca” é o negro que foge de si mesmo na esperança de ser aceito onde jamais será. Quem finge não saber disso, finge também que não há racismo no Brasil."
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Garotinho compara Dilma a Hitler
"Estimados leitores, não é todo dia que a gente tem o privilégio de ver uma mente como a do deputado Anthony Garotinho em funcionamento, talvez devido à baixa frequência com que esse fenômeno ocorre, quem sabe.
"Agora, por exemplo, nosso bravo deputado, vem dizer em alto e mau tom que nossa presidente pode ser comparada a Hitler. Dilma Rousseff? Hitler?
Segundo o deputado, assim como Dilma é popular, Hitler também o foi. O que eu imagino, a favor do deputado, é que com os eventuais neurônios atordoados por citações bíblicas nas vinte horas por dia que ele se dedica aos seus afazeres de evangélico, ele não faça ideia do que esteja dizendo. E, com a intenção de contribuir para com a formação, digamos, intelectual, do deputado, vamos tentar explicar a ele por que, se se pode comparar Hitler com alguma coisa, isso jamais seria possível ser feito com relação à nossa presidente."
Marcelo Carneiro da Cunha / Terra Magazine
Leia c ompleto clicando no título da matéria.
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Para o seu final de semana pleno de paz e muita alegria
Exu Caveira
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Ilustração - AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
PressAA
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