terça-feira, 19 de janeiro de 2010

DESMITIFICANDO LULA – 6

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Raul Longo (*)

Se há algo que possa ser dito de Príamo, é que ele é honesto. Na então pequena cidade em que nos conhecemos, mesmo seus concorrentes ou aqueles de diferente linha política, concordavam em unanimidade: Príamo é honesto.

É preciso que isso se esclareça antes de apresentar a contradição que aponta no governo de Luís Ignácio Lula da Silva:

e) Uma grande contradição é a sua posição em relação a Honduras. O Zelaya foi defenestrado do poder de uma forma arbitrária, não precisava ser dessa maneira. Mas o fato é que ele pretendia claramente descumprir a constituição do seu pais, ofendendo uma cláusula pétrea, procurando dar continuidade ao seu mandato, o que está sendo uma constante em nosso continente, veja o caso da Bolívia. O Evo nem acabou de ser reeleito e já declarou que pretende um terceiro mandato (e aqui temos de reconhecer, mais uma vez a inteligência do Lula que não permitiu que prosperassem iniciativas de dar-lhe um terceiro mandato, que ele, sem sombra de dúvidas, ganharia), havendo também no caso de Honduras, a questão da eleição: um candidato foi eleito pelo povo, livremente. E o nosso presidente disse que não reconhecerá o novo governo. E aqui a maior contradição: a nossa tradição sempre foi a de não intervir em nenhum pais!!!

Posso ouvir as vozes de indignação, cobrando-me por ter apontado honestidade em afirmação tão recheada de mentiras e desonestidades. Mas pergunto: podemos conferir tais afirmações à consciência de Príamo?

“Qualificar um crime político de arbitrário é, no mínimo, uma desfaçatez!” – certamente gritam alguns, não sem razão, pois um golpe de estado sempre será um crime, um atentado contra a democracia, contra a expressão da maioria da população de um país.

A imposição da vontade de alguns pela força das armas, sim, é uma arbitrariedade. E a reação popular a essa arbitrariedade é um ato revolucionário que requer coragem e determinação de um povo. Golpistas não passam de abortos do cruzamento da canalhice de traidores militares com a covardia de políticos vendidos às potências estrangeiras. E conhecemos canalhas tão arrematados que intitularam golpismos de revolução.

Oficiais militares não fazem revolução: dão golpes e massacram o povo para defender o interesse das potências que os financiam.

Zelaya, muito pelo contrário, pretendia consultar a vontade popular sobre a possibilidade de modificar a cláusula da constituição de seu país que impede a reeleição. O golpe a Zelaya não se justifica de maneira alguma, nem mesmo pelo crime aqui apontado como arbítrio e que na verdade não houve.

Isso de cláusula pétrea não passa de desgastada figura de linguagem sem qualquer concretude e a menor consistência. Toda cláusula é pétrea e, parafraseando Karl Marx, tudo que é pétreo se dissolve no ar.

“Ama a teu próximo como a ti mesmo” é uma cláusula pétrea do cristianismo. Qual cristão à leva a risca e à letra? Aliás, quem mais vem descumprindo com todas as cláusulas cristãs do que os grandes sacerdotes cristãos, ao longo destes 2010 anos d.C.?

E se formos buscar o sentido figurado de pétreo nos dicionários, vamos encontrar, como no Houaiss: “que demonstra insensibilidade; duro, desumano.”

Então esse blá-blá-blá de “cláusula pétrea” repetido à exaustão pela mídia brasileira, é uma monumental besteira. O anti-semitismo era uma cláusula pétrea do nazismo, e no que isso justifica o holocausto?


Em nenhuma das constituições brasileiras, desde a primeira de 1824 e passando pelas demais seis, inclusive a vigente de 1988, por algum momento se considerou outra possibilidade além de um único mandato. Nem mesmo nas promulgadas nos mais duros períodos ditatoriais.

Nenhum dos famigerados atos institucionais da ditadura militar ousou cristalizar Golbery do Couto e Silva como governador geral da colônia do Império dos Estados Unidos. Ainda que o tenham nos imposto goela abaixo, através de um golpe muito similar e também promovido por instâncias de um embaixador norte-americano, o Lincon Gordon, que recentemente desceu ao reino de Hades desacompanhado de Hugo Llorens, seu correspondente em Honduras; mantiveram a paródia democrática respeitando periódicas sucessões de ditadores que, constitucionalmente, não podiam se perdurar além de um mandato.

Conforme Sérgio Motta confessou à imprensa nacional, pessoalmente se incumbiu de chutar essa pétrea cláusula fora do caminho, dando início ao processo que mais tarde Roberto Jefferson veio a consagrar como mensalão, mas já então se referindo ao tradicional caixa 2 para pagamento de dívidas de campanhas eleitorais. Algo incomparavelmente menos comprometedor do que negociatas para mudança de cláusulas constitucionais.

Omissa, a mídia não se fez de tão indignada com o deputado João Maia quando declarou ter recebido R$ 200 mil para votar na emenda da reeleição; quanto se diz escandalizada com Zelaya, Evo ou Chávez. Tampouco com o deputado Ronivon Santiago, da mesma quadrilha ou partido do clã Maia, quando confessou ter recebido R$ 100 mil em espécie e o restante na forma de uma emissora de rádio.

E assim, em ondas mais ou menos sonoras, dissolveu-se no ar a cláusula de inconstitucionalidade das reeleições no Brasil e, no rebojo do plano real, Fernando Henrique se alçou ao seu segundo e o mais pernicioso mandato político da história do Brasil, sem ninguém perguntar a Príamo ou a qualquer outro eleitor brasileiro para onde preferia que o vento soprasse.

Aí, quando a imprensa brasileira se arvora ao direito de intervir na determinação de um povo da América Central, inventando as mesmas mentiras que aplica sobre nosso governo brasileiro, ao invés de Príamo requerer seus direitos constitucionais usurpados aqui, considera que Lula é que tenha sido contraditório intervindo em Honduras! Durma-se com um contra-senso desses!

Príamo sequer se dá conta de que muito ao contrário da vergonhosa barganha de seus direitos constitucionais – sob testemunho, omissão e cumplicidade da mídia brasileira – ao consultar a vontade popular sobre possibilidades de mudanças constitucionais; tanto Hugo Chavez quanto Evo Morales ou Manuel Zelaya deram aos seus povos o respeito democrático que foi negado a ele, Príamo, aqui no seu próprio país.

A visão de Príamo está tão velada pela mídia que não consegue distinguir a diferença entre consulta democrática e usurpação de direito democrático! Não consegue distinguir um ato diplomático de uma violação política! Uma demonstração de civilismo de um atentado à soberania de seu país! Interpreta ao inverso da realidade como se, além de o terem cegado, também o tornassem vesgo, estrábico!

Pior cego não é o que não quer ver! É o que fizeram enxergar ao contrário.


Mas insisto pela honestidade de Príamo. Insisto para que compreendam a quem não foi permitido enxergar o golpe de Honduras como crime político, tal qual percebeu toda a comunidade internacional, inclusive seus órgãos representativos como a ONU – Organização das Nações Unidas e a OEA – Organização dos Estados Americanos, cujo presidente Miguel Insulza declarou-se pessoalmente insultado pelo títere hondurenho Micheletti, qualificando-o de mequetrefe durante reunião reportada por TV para todo o mundo

E porque Insulza utilizou esse qualificativo afirmando-se impedido pela diplomacia de usar outro que melhor correspondesse aos insultos de Micheletti ao continente e a civilização humana? Exatamente porque o jagunço das corporações do crime organizado internacional, também patrões da imprensa e dos jornalistas brasileiros, após o golpe perpetrou segundo crime seqüestrando território soberano do Brasil.

Mas meu amigo não acusa o vândalo mequetrefe pelo criminoso atentado ao Brasil! Acusa ao nosso presidente! Será Príamo um traidor da pátria?

Não! Não é! Mas a mídia transforma as pessoas naquilo em que, em sã consciência e capacidade de domínio de si mesmas, jamais se admitiriam e sequer se aceitariam. Jamais Príamo pensaria em abrir os portões de Tróia para os ciúmes do velho Menelau pela bela Helena. Tal vileza e covardia não ocorre nem em mitológicas tragédias, pois os grandes épicos desprezariam tamanha ausência de mínimo senso de civilidade, dignidade, cavalheirismo e diplomacia.

Negar o asilo de uma embaixada é algo que não ocorreria sequer a um Ciclope, como o que abrigou Ulisses em sua caverna, pois nem mesmo os mais antigos monstros se rebaixariam a tanto.

É só lembrar nossa própria moderna e recente história para resgatar o senso de responsabilidade como integrantes da humanidade a exemplo de quando fomos asilados em nosso próprio país ou no estrangeiro, em todas as vezes que procuramos refúgio nas embaixadas de Suécia, França, Inglaterra, Estados Unidos, e tantas outras. Ou quando nós asilamos até mesmos tiranos como Alfredo Stroessner, a despeito de se assumir como amigo e entusiasta do monstro nazista Dr. Josef Mengele.

Asilamos Stroessner depois de 35 anos de tirania no vizinho Paraguai, mantida por sete reeleições notoriamente fraudulentas. Sete! E a mídia brasileira com conta de mentiroso sobre cláusulas pétreas, só para enevoar o senso de civilidade e o patriotismo de meu amigo Príamo!

Sei que essa minha indignação, essa minha vergonha pelo que a mídia logrou confundir na consciência de meu amigo, não redimirá perante a maioria dos que lêem essas considerações; a de que Príamo é honesto. Sei que concluem, e com razão, que ninguém que se considere com capacidade de julgar como contradição do governo Lula a defesa do estado de direito -- seja o nacional ou de qualquer país --, ignorará como deslavada mentira a afirmação de que Manuel Zelaya pretendia dar continuidade ao seu mandato, tal qual Fernando Henrique. Ou como fez, ainda há poucos meses e depois do golpe de Honduras, Álvaro Uribe, internacionalmente reconhecido por envolvimento ao narcotráfico colombiano, mas com amplo apoio da mídia brasileira, apesar da ameaça continental de instalação de 7 bases norte-americanas naquele país amazônico.

Ocorre que além de apoiar governos golpistas, narcotraficantes, corruptos, entreguistas e tudo o que há de mais sórdido e execrando no cenário político nacional e internacional; a mídia segue o mesmo método de catequese nazista empregado por Joseph Goebbels, repetindo mil vezes uma mentira até que se cristalize como verdade na cabeça dos Príamos.

Sim! Sei que dirão que até mesmo na tão superficial Wikipédia está explícito e explicado que:

Em 23 de março 2009, (Zelaya) decretou a realização de uma consulta popular sobre a realização de um plebiscito concernente à convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. A consulta deveria ocorrer até o dia 28 de junho e seria colocada nos seguintes termos: Você está de acordo que, nas eleições gerais de novembro de 2009, se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, que aprove uma nova Constituição política? [12]

O resultado positivo da consulta popular serviria como fundamento para que o Executivo enviasse ao Congresso Nacional, um projeto de lei sobre a colocação de uma quarta urna nas seções eleitorais durante o pleito de novembro. A consulta foi desautorizada pelo Congresso e pelo Judiciário. Entretanto, Zelaya decidiu realizá-la, ainda que seu valor fosse meramente simbólico..

Ou seja, está claro e evidente que Zelaya nunca pretendeu dar continuidade ao seu mandato coisíssima alguma, mas sugerir, ainda que simbolicamente, a possibilidade de além de eleger seu sucessor a população hondurenha convocasse uma Assembléia Constituinte que, durante o exercício do mandato de seu sucessor, poderia vir permitir que aquele se reelegesse a segundo mandato. Mandato do sucessor, não o de Zelaya. Em acordo com nova Constituição promulgada em Assembléia, não por Zelaya. Assembléia deliberada por consulta popular, não por Zelaya ou comprada dos Maias e Ronivons hondurenhos.

O que é isso agora? Invertem-se todos os sentidos! Fala-se alho e escutasse cebola? Mais um pouco e o gelo será ardente, se mastigará o que for líquido e beberemos sólidos!

É preciso que se desenhe para haver compreensão de algo tão óbvio, e evidente? Se o golpe do mequetrefe não foi reconhecido por nenhum -- nem unzinho! – governo ou presidente de qualquer nação do mundo, por que somente neste país chamado Brasil se inverte a realidade transformando o canalha em honesto e vice-versa?!

Seremos uma nação de almas vesgas? Fico curioso para saber como o Meirelles, que em seu “Blindness” conseguiu fazer um casal de cegos combinar as cores das roupas, resolveria um provável “Ensaio do Estrabismo”. Vestiriam casacos no lugar das calças e calças como casacos?

Somos a nação dos meios e profissionais de comunicação mais calhordas de que já se teve notícia no planeta. Tão calhordas que não apenas são capazes de esconder Príamo de si mesmo, como dele revelam uma péssima imagem que em verdade não lhe corresponde. E o fazem acreditar no que ele mesmo não é! Pelo menos não era.

É como o crack! Conheci o viço moral e intelectual do amigo, tão notável quanto aquele jovem que ainda ontem se destacava entre seus colegas da escola que já não mais freqüenta e nem mais se o reconhece na debilidade de um rosto gasto e puído por trás de um cachimbo improvisado, ou de um exemplar da Folha ou da Veja, de olhar vago e vesgo zapeando abandonado sobre um surrado sofá frente ao azulado cadavérico da TV.

A mídia é a pior das drogas! A mais deformante! Mas não posso abandonar meu amigo. Apesar de ele continuar insistindo pelo reconhecimento a um governo ilegítimo, conforme reporta a correspondente norte-americana Laura Carlsen em “Eleições em Honduras”: uma paródia de democracia:

“Llegué a Honduras el 27 de noviembre para observar el contexto y condiciones concomitantes de un proceso electoral que bajo ninguna circunstancia podía validarse debido a los defectos fatales de su origen.

La noticia no es que Porfirio "Pepe" Lobo del Partido Nacionalista derrotó a Elwin Santos del Partido Liberal. Desde que los militares expulsaron al presidente electo Manuel Zelaya el 28 de junio, el sistema bipartidista cedió lugar a una polaridad mucho más honda: a favor y en contra del golpe de estado. Tanto Lobo como Santos estaban a favor del secuestro militar de la democracia hondureña y apoyaban el régimen ilegal de Roberto Micheletti. Ambos buscaron hacerse del poder lavando el golpe en elecciones, y "echar el candado" a una transición que garantizara el poder permanente de la élite económica hondureña.”


Não vou abandonar meu amigo em seu delírio alucinógeno e insisto em sua honestidade como insisto por sua honestidade. Insisto porque sei que ele não tem consciência sequer conhecimento do assassinato de centenas de civis como o jovem de 27 anos e procurador da comissão de direitos humanos em Honduras, Walter Trochez, morto no centro de Tegucigalpa na noite de 13 de dezembro, além de diárias e constantes notícias como essas:

“Tegucigalpa. Decapitado y mutiladas sus manos, fue encontrado el cadáver de Carlos Turcios, hace treinta minutos en Baracoa, Cortés, informó Andrés Pavón, presidente del Comité para la Defensa de los Derechos Humanos en Honduras (Codeh).”


“Una celda de tortura funciona en la Dirección Nacional de Investigación Criminal, DNIC, según el relato de una víctima que logró salir con vida después de que le sacaron una uña, le golpearon diferentes partes del cuerpo, además de colocarle una capucha con gas pimienta y luces fuertes contra sus ojos para dejarlo sin visión, como en los terribles tiempos de la Dirección Nacional de Investigaciones, DNI.”

“En Honduras se vulneran brutalmente los derechos humanos 2 asesinatos, 120 desapariciones, 4.000 detenciones arbitrarias… En Honduras se vulneran brutalmente los derechos humanos desde el golpe del 28 de junio que derribó al presidente Manuel Zelaya. Una represión planificada desde los órganos del Estado dirigida a los resistentes al golpe de Estado.”

“En Honduras opera un escuadrón mortal con estructura terrorista el cual es responsable de ejecuciones, persecución y muertes selectivas contra miembros de la resistencia, con el pleno conocimiento de la policía y el ejército, señaló este viernes 01 de enero el Comité de Familiares de Detenidos Desaparecidos en Honduras, COFADEH.”


Insisto na honestidade de Príamo e não vou abandoná-lo porque sei que os traficantes da mídia brasileira nunca revelam a realidade de ironias como esta, comentada por Roberto Quesada:

¡Qué cosas! Regresando de su viaje de fin de año desde Nueva Orleans, el presidente electo Porfirio Lobo, dijo que “Nada está escrito en piedra”. Más o menos ese fue uno de los causales para perpetrar el golpe de Estado militar contra el actual presidente constitucional Manuel Zelaya Rosales, puesto que la Consulta Popular buscaba una constituyente y según algunos en la Constitución existen unos artículos escritos en piedra, pétreos, que si al mismísimo Dios se le ocurre revisarlos se le vuelve a crucificar o por lo menos se le propina golpe de Estado.

Eu poderia reproduzir páginas e páginas da imprensa internacional. Poderia me esforçar por traduzir jornalistas, analistas, intelectuais, observadores dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Alemanha, de qualquer lugar do mundo.

Poderia tentar um tratamento de choque apenas através do golpe de Honduras, e demonstrar ao meu amigo o quanto é obscuro e sem futuro o mundo venal e criminoso dos traficantes de informações falsas e mentiras.

Só com o que ocorre e ocorreu em Honduras, poderia demonstrar ao meu amigo que a mídia é tão destituída de mínimo senso de responsabilidade e respeito por seus seguidores, quanto qualquer outro traficante. Provável que traficantes de outros entorpecentes sejam mais honestos com seus clientes!

Mas o que posso contra o poder do moço bem penteado da TV, da colunista da revista, do articulista do jornal que diariamente repetem mentiras até que se consolidem como verdade? O que posso contra o crime organizado? O tráfico?

Tramam-se os fios do véu da mídia para que Príamo não se descubra Hércules, mas pior é quando o confundem à desonestidade dos tecelões. E ainda pior será se o convencerem de maior comodidade em se acreditar na mentira.

Desejo muito que isso jamais aconteça, mas, se acontecer, um dia terei de reconhecer que perdi Príamo e não insistirei mais. Então, vou ter de desistir.


Raul Longo
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
Ponta do Sambaqui, 2886
Floripa/SC


(*) Jornalista, poeta e escritor, colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

Para quem não leu as postagens anteriores da série DESMITIFICANDO LULA:

1 - http://assazatroz.blogspot.com/2009/12/desmitificando-lula-i.html

2 - http://assazatroz.blogspot.com/2009/12/desmitificando-lula-2_20.html

3 - http://assazatroz.blogspot.com/2009/12/desmitificando-lula-3.html

4 - http://assazatroz.blogspot.com/2010/01/desmitificando-lula-4.html

5 - http://assazatroz.blogspot.com/2010/01/desmitificando-lula-5.html


Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

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