Caros leitores, foi difícil fazer a postagem desta matéria. O nosso Editor-Assaz-Atroz-Chefe precisou tomar uma atitude considerada antidemocrática e até constrangedora.
Explico.
O cartunista escalado para criar uma charge ilustrativa para esta matéria, publicada originalmente no site do jornal russo PRAVDA, não conseguia conter a crise de riso da qual foi acometido ao final da leitura do texto. Foi então que o nosso editor chefe precisou agir como um ditador colonial-imperial-escravista, desses que mandam derrubar governos em repúblicas-satélite, e trancafiou o coitado numa sala sem ar refrigerado, apenas com o mínimo conforto padrão hotel 4 estrelas, até que ele se decidisse a trabalhar.
Resultado.
O coitado, não suportando a degradante situação a que fora submetido, fez o seu trabalho e foi liberado do castigo, voltando a ocupar o majestoso ateliê da sede de nossa agência, com o humano direito de usufruir de todas as mordomias disponíveis aqui na nossa redação.
Ao final do trabalho o nosso editor chefe questionou a performance da charge, que foi considerada pouco criativa, sem a expressão digna de figurar nas páginas de nossa agência. O cartunista defendeu-se alegando que, nesse caso, o verdadeiro espírito humorístico está no fato; não, no traço
Cordialmente.
Editor-Assaz-Atroz-Assistente
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Cubanos em Madri: os "dissidentes" se rebelam
“Aqui na Espanha eu não sou um homem livre, porque o MEU futuro não depende de mim e sim dos funcionários que me impõem as suas decisões” declarou um dos ex-presos cubanos.
Os primeiros ex-presos “dissidentes” que chegaram à Espanha fizeram declarações públicas que têm deixado os espanhóis boquiabertos: no mínimo eles esperavam palavras de agradecimento em vez das críticas que têm sido realizadas por parte dos recém chegados.
Todos, em sua aparência, estão muito bem de saúde. Mostram-se gordinhos e rosados e não famélicos como se dizia na imprensa antes de serem postos em liberdade.
Uma manchete no diário espanhol El Mundo diz hoje [17 de julho], na primeira página: “Dissidentes cubanos denunciam que na Espanha não são livres”. Foi o que disse um deles, Julio César Gálvez, quando lhe perguntaram como se sentia em Madri. A resposta foi: “Aqui na Espanha não sou um homem livre porque o MEU futuro não depende de mim e sim dos funcionários que me impõem as suas decisões”.
Outro deles, Normando Hernández, enfileirou os canhões para a hospitalidade espanhola quando disse: "Estamos em um hostal com outros imigrantes. Não temos neste hotel banheiros privados. Neste lugar não existe privacidade e me dizem que nos levarão para um povoado de Valencia para viver em instalações onde terei que conviver com umas 40 pessoas”.
Depois lançou um bombardeio carregado de mal agradecimento. Disse: "Creio que se o Governo de Zapatero se comprometeu a nos acolher, também terá que nos proporcionar o que nós merecemos como refugiados”, acrescentando na linha seguinte que era em Miami que ele queria viver.
Omar Saludes, outro dos liberados, atacou o Ministro de Relações Exteriores da Espanha, um dos que arquitetou a liberação dos dissidentes: “É inaceitável que o Ministro Moratinos peça que a Europa levante a “posição comum contra Cuba”, disse Saludes, desafiador e mal agradecido.
Os comentários dos espanhóis não se fizeram esperar. Um deles escreveu uma carta ao jornal El Mundo, de Madri, visando falar por todos os espanhóis. Disse o madrileno, indignado pela conduta dos recém chegados: “Eu creio que mandá-los de volta ao seu país é o mais acertado, lá o senhor com problemas de banheiro privado não terá nenhuma queixa, e podem contar ao seu presidente todos os seus problemas e queixas, assim como todas essas ideias maravilhosas de liberdade a custa de outros”.
Comentário que fez nosso Duende Madrileño [codinome utilizado pelo repórter] desde a capital espanhola, onde esteve de corpo presente na conferência de imprensa dos “dissidentes” liberados, que chegaram a Madri: “Se essa é a mostra, como será o pacote?!”.
(Traduzido por Roberta Moratori)
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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA
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