quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Debate da Band: É a peleja do diabo com as donas do coração do povo

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Fernando Soares Campos - Editor-Assaz-Atroz-Chefe

O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República acontecerá amanhã, 5/9, na Band, do bando midiático que conta com figuras do tipo Boris Casoy e Ricardo Boechato de Galocha, e terá este como mediador (o cara que fará média com pequenos gestos e entonações para, se possível, favorecer seu candidato).

A Band informa que o telespectador “pode sugerir a pergunta que abre o debate da Band entre os presidenciáveis”

Se você não tem tempo nem saco para formular perguntas, nós que fazemos esta Agência Assaz Atroz elaboramos algumas para facilitar a sua participação no programa, para tanto basta copiar e enviá-las através do site da emissora.

As perguntas estão acompanhadas de quatro respostas, que serão sorteadas entre os candidatos, que deverão ler sem fazer careta, pois vai tudo mastigado e adocicado, como um dossiê fajuto.

Boa sorte aos candidatos!

1) O que impressiona em determinado candidato da coligação PSDemB?

a) É a capacidade de jogar para um canto seu passado e o passado do governo Du cano de FHC para defender posições e projetos que, àquela época, taxara de atrasados.

b) É o ex-governador de San Pulo Del Gato usar qualquer fato, o que quer que seja, para criticar o governo do presidente Lula, ao mesmo tempo em que afirma que resolve o problema com os pés nas costas de um falso índio.

c) É ele ser mentiroso, mau-caráter, não ter um pingo de respeito por nada e por ninguém que não seja o investimento que faz, financiado por grupos econômicos que sustentam o projeto neolibertinal.

d) É esse mané querer ser presidente da República por si a qualquer custo e para os seus – os que o sustentam – para fechar o grande negócio do século, a venda definitiva do Brasil.

* * *

2) Qual o candidato que criticou Lula alegando que o “caosaéreo” é culpa do governo?

a) Sei lá, mas sei que ele se esqueceu de que a desregulamentação quase total do setor permitiu o surgimento de várias empresas sem porte e qualificação para atuar.

b) No caso da GOL, o problema é de simples incompetência e uso e abuso de trabalho escravo, ou seja, pilotos e tripulantes de um modo geral, trabalhando cargas horárias superiores às determinadas em lei, por medida de economia, de contenção de custos, para aumentar os lucros. Colocando em risco vidas de passageiros.

c) É a pilantragem de certa empresa privada e aproveitadores como esse candidato aí. Como os bueiros da Light no Rio. Explodem e matam. Iniciativa privada que resolve tudo numa nota oficial dizendo que vai tomar providências, normalizar, etc. e tal, e fica tudo do mesmo tamanho.

d) Um porta-voz da mentira, William Bonner, como aconteceu no caso da queda do avião da TAM em Congonhas, vai para a pista quase histérico dizer que a culpa era da falta de ranhuras na pista, até que descobriram que era manutenção indevida feita pela empresa. (Nada a ver nem a haver ou a reaver com a pergunta, mas tudo a ver com a resposta)

* * *

3) Pilantras lato sensu, empresas e candidato, os parentes das vítimas do voo da TAM continuam em boa parte a ver navios até hoje ou foram submetidos a acordos ultrajantes?

a) No final da história, como aconteceu com o caso da TAM, o PIG concluiu que a culpa foi do piloto.

b) Existe candidato tão inescrupuloso que a cada problema que aparece, como, por exemplo, atraso de ônibus na rodoviária de São Paulo, do Rio ou de Trancoso (BA) dispara que a culpa é do governo Lula.

c) O candidato que diz isso é porque lhe falta programa de governo, falta sentido à sua candidatura, que representa interesses que não são os do Brasil e dos brasileiros.

d) Tonto, esse sujeito não sabe para onde anda e o que faz, quer é ser presidente da República, sabe que o investimento vai lhe proporcionar um ganho extraordinário, é esse o seu propósito.

* * *

4) A essa altura do campeonato está difícil saber quem é mais idiota (se é que existe idiota nesse meio ou apenas espertalhões), ou quem é mais cretino: é ele, o tal candidato, ou se o seu “selvagem” candidato a vice?

a) O camarada aposta na memória curta das pessoas, supõe que pode enganar a todos. Como quando ele assinou frente às câmeras de tevê o compromisso de cumprir seu mandato de prefeito da capital desvairada até o fim e não cumpriu.

b) Esse indivíduo não cumpre nada. Nunca cumpriu. Mente de forma deslavada em sua campanha. É Du cano? Bem, Du cano, geneticamente, sem exceção, é amoral como qualquer pilantra.

c) Os pilotos da GOL estão denunciando gente dessa laia, sem que a grande mídia noticie, porque é venal, comprada. Os aeroviários estão submetidos a uma escala de serviço desumana, muito acima de suas forças. A empresa vem e diz que foi um erro do programa e que vai normalizar tudo. (Nada ver com a pergunta, mas tudo a ver com a resposta*)

d) Se nas próximas semanas um avião cair no Brasil ou na Cochinchina, William Homer Bonner terá outro ataque histérico e vai gritar que o piloto era Lula. (*Idem)

* * *

5) “O preço que se paga hoje em determinados setores da economia é o das políticas de privatização de FHC, das quais tem um candidato aí no debate que é o mais legítimo representante.

“Corrupto, desprovido de princípios que não sejam os quero-o-meu, começa a mais baixa campanha presidencial dos últimos tempos, exatamente por não ter outro objetivo que não seja tomar de assalto e assaltar o Brasil.

“Traz consigo a escória da política brasileira. DEMoDOPPS. Tem atrás de si empresários sonegadores e a mídia venal.

Pergunta-se:

Diogo Mainardi, o bam-bam-bam da VEJA, que acusou todo o governo de tudo, na lógica democrática de ir buscar direito de resposta, reparação na justiça cível e condenação por calúnia na criminal, já foi embora do Brasil quando percebeu que o seu avião-mundo estava caindo?

a) Mais ou menos, mais pra lá do que pra cá, pois a Justiça começa a corrigir as distorções.

b) Caiu fora para não ser preso. O principal, ou um dos principais mentirosos de plantão em VEJA.

c) Esse candidato aqui ao lado é (Nota Assaz Atroz: se o sorteado para ler esta resposta for o próprio salafrário, ele deverá dizer “Este candidato aqui sentado, eu sou”) um escárnio, e infeliz de um país que possa ter a desventura de um pilantra desses (ou “como eu”) na Presidência da República. O desespero dessa impossibilidade é que o (nos) leva a esses desvarios sobre o caso dos atrasos de voos.

d) Até outubro todo cuidado é pouco, estamos diante de uma quadrilha sem escrúpulo algum.

Façam as suas apostas!

Antes de enviar suas perguntas, leia MEMÓRIA CURTA = OPORTUNISMO, por Laerte Braga, na redecastorphoto

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Para comemorar o aniversário do debate Lula-Alckmim na Band em 2006, a nossa Agência Assaz Atroz reedita os mais emocionantes momentos daquela peleja.

VALE A PENA RIR DE NOVO


Texto publicado no diário espanhol La Insígnia e na revista digital NovaE em outubro de 2006.

A torturante sede do Geraldo

Geraldo engolia em seco, a sede o atormentava, ondas peristálticas desciam goela abaixo, nem mesmo o seu sorriso forçado disfarçava o constrangimento. Ele apertava a bancada, a fim de disfarçar o tremor das mãos. Mas as câmeras indiscretas da Band revelavam o nervosismo do candidato debatedor.

Enquanto isso, Lula pegava a garrafa de água cristalina, gelada, e, lentamente, enchia o copo. A condensação formava aquelas gotículas no cristal. Lula erguia o copo e apreciava cada gole, suavemente.

Geraldo imaginou: "Isso é sacanagem!".

Lula parecia oferecer: "Vai, Geraldo, toma um pouco. Está refrescante!"

Mas Geraldo não podia soltar a bancada e segurar uma taça d’água. Seria um desastre, molharia todo o estúdio, pois ele tremia muito. Assim, suas mãos só poderiam aparecer em cena agitadas, disfarçando o tremor. Ou grudadas, apertando a bancada.

Lula, a cada instante, sacava da garrafa, enchia o copo, erguia-o como se estivesse brindando e oferecendo: "Tintim, Geraldo, à nossa saúde!"

Mas Geraldo queria saber: "Do onde veio o dinheiro, Lula?! De onde veio o dinheiro?!".

E Lula: "Calma, Geraldo, está sendo apurado. A Polícia Federal está investigando. Nós vamos saber de onde veio o dinheiro para a compra do dossiê!".

"Dossiê?!". Não! Essa não é uma palavra apropriada para se falar no caso da armação dos "petistas". Afinal, a parte da população menos esclarecida já está começando a entender o que vem a ser "dossiê". Melhor seria adjetivar o bicho: "O dossiê fajuto". Pronto, todo mundo sabe o que é "fajuto". Fajuto como um candidato qualquer.

Mas Lula preferia falar em "sanguessugas" que começaram no governo FHC do PSDB de Geraldo e caíram sob as investigações da nova Polícia Federal. Lula ainda perguntou: "Cadê Fernando Henrique? Vocês o convidaram?" — olhou para a platéia, a fim de avistar FHC. Em vão. — "Vocês estão com vergonha do Fernando Henrique?"

Geraldo tentou justificar: "FHC foi um erro!".

Lula pegou o copo e o abasteceu, produzindo aquele efeito gotículas cristalinas condensadas no cristal, e, erguendo-o, ofereceu: "Vai, Geraldo, toma um gole, refresca a garganta".

Geraldo olhava para o mediador, parecia implorar um intervalo, quando poderia saciar a torturante sede. Não podia pegar um copo d’água e sair borrifando o mundo. Também corria o risco de molhar o microfone, provocar um curto-circuito e morrer eletrocutado.

Berrou: "De onde veio o dinheiro, Lula?!".

Lula respondeu: "Eu sou o presidente da República, Geraldo, não sou policial. Mas a Polícia Federal está investigando. Garanto que todos nós vamos saber de onde veio o dinheiro para a armação da compra do dossiê. Não só sobre esta parte, Geraldo, mas também queremos saber o que esse dossiê revela, o que ele tem de tão importante!".

Entretanto, sobre essa última parte, Geraldo não queria falar. Isso não lhe interessa, afinal, conforme Geraldo já declarou, FHC do PSDB "foi um erro".

"Ética!", explodiu Geraldo, "Você nunca sabe de nada!".

"Sim, Geraldo, ética! Isso mesmo, a nossa ética não diz respeito a premonições. A gente só pode aplicar princípios éticos quando toma conhecimento de desvios de conduta. E isso, Geraldo, nós fizemos. Mas, Geraldo, o Barjas Negri..."

Quando Lula pronunciou a palavra cabalística, "Barjas Negri", Geraldo, além de sedento, ficou amarelento. Pois Barjas Negri, ex-ministro da Saúde de sua ex-Excelência FHC, foi secretário de Geraldo no governo de São Paulo e está atolado até o pescoço, no caso das ambulâncias superfaturadas, da quadrilha sanguessuga. Barjas Negri também está condenado em 102 processos; no entanto Geraldo não soube aplicar os princípios éticos, afastando um assessor desses. Ou Geraldo também não sabe de nada? Geraldo não sabe das centenas de vestidos de grife que sua mulher ganhou, quando ele era governador. Ela afirmou que havia doado as peças a uma instituição de caridade; a instituição negou que tenha recebido.

Geraldo ainda pensou em tomar água, mas... "Deixa pra lá! Não dá. Fica para o intervalo".

"Vou vender o aerolula!", Geraldo prometeu privatizar o aerolula, mas negou que tenha planos para privatizar a Petrobras. "Transformo o aerolula em hospitais".

(Fiquei pensando cá com o meu zíper: será que foi por isso que Geraldo abandonou, lá no Palácio dos Bandeirantes, o Tito, aquele pitbull que Lú Alckmin levava para passear de helicóptero em Campos do Jordão? Deve ser por isso que Geraldo pretende vender o aerolula, o avião da Presidência, afinal, não tem mais Tito para levar a passeios.)

Finalmente o intervalo!

Geraldo agarrou uma garrafa d’água cristalina e tomou pelo gargalo, saciando aquela sede torturante.

Pensei: Será que, no próximo debate, o da Rede Globo, o Geraldo Alckmin vai conseguir tomar água? Bom, acho que isso vai depender da próxima sessão de acupuntura antes da "peleja". Acupuntura?! Peralá! O acupunturista do Geraldo não é aquele...?! Ah, deixa pra lá!

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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

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