quarta-feira, 11 de agosto de 2010

OS PORTOS E AEROPORTOS [e escrotos]

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Laerte Braga

O ex-governador de São Paulo José Arruda Serra deu ênfase a dois aspectos em sua participação no debate promovido pela REDE BANDEIRANTES, quarta, dia quatro de agosto, isso além do tema saúde, que lhe valeu o “diploma” de hipocondríaco dado por Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL.

Arruda Serra falou dos recursos destinados às APAES e no dia seguinte o governo colocou em toda a mídia os valores repassados àquelas ONGs. Arruda Serra havia mentido. Entrou de sola na questão de portos e aeroportos, já que as fronteiras chamadas secas têm vigilância internacionalmente reconhecida como eficiente.

Na campanha eleitoral de 2006 os tucanos aliados ao grupo GLOBO e através da REDE GLOBO, criaram a chamada “Caravana da Cidadania”, onde exibiam os problemas do País e quase sempre com a presença do candidato Geraldo Alckmin.

Pedro Bial, o dos heróis do BBB, correu parte do Brasil exibindo problemas, ausência de ação governamental e como não poderia deixar de ser inventando fatos e problemas inexistentes, ou distorcendo.

Os portos foram alvo das atenções de Bial. Os comentários “técnicos” ficavam por conta de Miriam Leitão. Bonner entrava com a expressão de desolado, com peninha das pessoas atingidas pelos ditos problemas.

No caso do Paraná, porto de Paranaguá, investiram feio sobre irregularidades e congestionamento, necessidade de ampliação, modernização, etc., o discurso de sempre. A GLOBO apostava na candidatura do senador Osmar Dias contra o governador Roberto Requião, candidato a um segundo mandato.

Requião agüentou o tranco, ganhou a eleição no olho mecânico e naquele mesmo dia, em entrevista coletiva à imprensa, chamou Miriam Leitão de mentirosa (não foi desmentido, pelo contrário, a GLOBO falou em engano), Bial de mentiroso, referiu-se à mídia de seu estado como mentirosa, a um jornalista que tentou defender o patrão chamou de “puxa-saco” e explicou um dos fatos, uma das mentiras, distorções, invenções.

Na tal Caravana da Cidadania Pedro Bial e sua equipe filmaram um dos terminais do porto de Paranaguá cedido à CARGILL, empresa privada, multinacional, ligada inclusive ao agronegócio, como área de congestionamento e retrato da suposta falta de modernização do porto.

Eram dois os objetivos. Primeiro criar na opinião pública a idéia que o porto precisava ser privatizado (Miriam Leitão defendeu esse ponto de vista, tudo montadinho, ajeitadinho, tipo passe para deixar o centro-avante na cara do gol) e segundo desmoralizar o governador Requião por não permitir que transgênicos fossem exportados por Paranaguá.

No dia seguinte ao da bronca de Requião, a GLOBO desculpou-se com o tradicional “cometemos um erro”, ou coisa que o valha.

Ao referir-se a portos e aeroportos com capacidade superada, necessidade de modernização, etc., Arruda Serra está dizendo lá do fundo, implicitamente, que precisam ser privatizados.

As duas portas de entrada do Brasil, portos e aeroportos, privatizadas, entregues a empresas multinacionais e pronto, a troca pura e simples da grafia da palavra BRASIL. Passa a ser grafada assim, BRAZIL.

Vai ser mais ou menos que nem bueiro da Light no Rio, explode e mata.

Quando da inauguração do RODOANEL em São Paulo, a toque de caixa para ser exibido como obra de Arruda Serra, nos primeiros dias notou-se que o dito cujo tremia. A quadrilha QUEIROZ GALVÃO, que alguns insistem em chamar de empreiteira, foi convocada pelo governador Arruda Serra para verificar os motivos dos tais balanços, digamos assim, e para não dar na pinta, não deixar que o assunto ganhasse o domínio público, disfarçou seus engenheiros e técnicos de mendigos para que pudessem aferir o que de fato estava acontecendo e verificar as providências necessárias para corrigir o problema.

Passaram cerca de uma semana, engenheiros e técnicos, vestidos de mendigos, medindo o impacto do trânsito de veículos no RODOANEL e recomendando as providências para o “treco” não cair.

É o estilo Arruda Serra de ser mentiroso. Dissimulado. Traiçoeiro.

No domingo, dia dos Pais, o candidato Arruda Serra, ao contrário de todos os outros, não tinha agenda. Nem aliados querem saber dele. O jornal THE GLOBE, na versão brasileira, O GLOBO, anuncia em manchete de segunda-feira, dia nove, que os tucanos captaram menos recursos que a candidata do PT para suas respectivas campanhas. É indício claro que a turma está correndo de Arruda Serra, o típico, manda dizer que eu viajei só volto depois de outubro.

Aécio Neves, através do presidente estadual do PSDB de Minas, ao ser questionado sobre seu empenho na campanha de Arruda Serra mandou um recado claro – “acha que está ruim, então vem para cá fazer melhor”.

Arruda Serra é pilantra de quatro costados (não existe tucano que não seja)

Toda aquela conversa com os olhos estatelados de Jânio Quadros abstêmio é só para fingir que está preocupado com os portos e aeroportos, como se o caos aéreo não fosse essencialmente culpa das empresas privadas, mas doido para entregar tudo, dar de bandeja.

Só faltou falar como Collor, em nova “abertura de portos”.

As tevês no Brasil costumam exibir em suas “sessões cinematográficas” o filme MISSING, com Jack Lemon e que mostra o drama real de um pai e uma mulher cujo filho e marido foi assassinado pela ditadura de Pinochet no Chile.


Preso, foi levado para o Estádio Nacional de Santiago, onde várias execuções aconteceram no dia do golpe contra Allende mesmo. Entre os presos estava José Arruda Serra, supostamente comunista, ou de esquerda. Estava exilado no Chile. Foi o único a ser solto, quase que imediatamente.

Como? Interferência de FHC através da MERCEDES BENZ, empresa que no Brasil financiou a OBAN – OPERAÇÃO BANDEIRANTES – que pretendia, torturava, estuprava e matava presos políticos. Os corpos eram desovados como vítimas de atropelamento pelos caminhões da FOLHA DE SÃO PAULO. E entregues às famílias em caixões lacrados, e a proibição expressa de abri-los (agentes da ditadura permaneciam nos velórios o tempo inteiro). FHC estava no Chile e não foi molestado, era deles.

José Arruda Serra é muito mais que um político corrupto, venal, é uma figura repulsiva, causa asco em sua covardia, seu jeito dissimulado, cai-lhe bem o apelido de Vampiro.

Jânio uma vez vestiu-se de motorneiro de bondes. Quem sabe Arruda Serra não sai de mendigo, como os engenheiros e técnicos da QUEIROZ GALVÃO e repete aquela história de que “sou pobre”, etc. etc.

Não era Collor que não tinha um aparelho de som, só uma vitrola antiga por falta de dinheiro?

Nessa conversa fiada de portos e aeroportos está doido para ver tremulando as bandeiras de empresas estrangeiras nos portos e aeroportos brasileiros e de quebra, a norte-americana.

A propósito, Plínio de Arruda Sampaio é bem mais que um político decente, uma figura respeitável sob todos os aspectos. Conhece essa história do Chile, à época estava exilado por lá, só não fazia parte da turma de FHC. MERCEDES BENZ, FUNDAÇÃO FORD, o de sempre.

A diferença entre bom e mau caráter.

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Laerte Braga é jornalista. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

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