quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Filme brasileiro Luz nas Trevas já é o escolhido para prêmio independente no Festival de Locarno

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Filme brasileiro Luz nas Trevas foi aplaudido na projeção para o público do Festival de Locarno, neste fim da tarde, na Suíça. Com roteiro de Rogério Sganzerla é uma continuação do Bandido da Luz Vermelha, codirigido por Helena Ignez, viúva de Sganzerla, e Ícaro Martins.

Rui Martins* - do Festival de Locarno, Suíça

O público aplaudiu o filme brasileiro Luz nas Trevas, no Festival de Locarno, onde foi visto por cerca de duas mil pessoas. Os aplausos foram ao fim da projeção no pavilhão Fevi. Por sua vez, críticos de cinema que entregam todos os anos um prêmio independente, o Borsalino, já escolheram Luz nas Trevas, pelo filme em si e também por ser continuação da obra de Rogério Sganzerla.

Helena Ignez, co-diretora do filme com Ícaro Martins, considera-se desde já satisfeita com a acolha dado ao filme, mesmo antes da exibição, pela imprensa e pelo reconhecimento da obra e renome de Rogério Sganzerla. Indagada sobre o estilo adotado nas filmagens e montagem de Luz nas Trevas, Helena Ignez disse não ter seguido Orson Welles, seguido por Sganzerla, mas seu estilo próprio, e citando Caetano Veloso, disse que a melhor maneira de ser parecida com Sganzerla é a de ser completamente diferente.

«Essa opção autoral veio com o meu trabalho de 35 anos de vida cinematográfica com Sganzerla, de modo que foi natural. Luz nas Trevas é meu segundo filme, o outro foi Canção de Baal, premiado em Trieste, na Itália, por contribuição à linguagem cinematográfica

Helena Ignez conta que, no Brasil, o Bandido da Luz Vermelha vem sendo descoberto pela nova geração, pela sua crítica e por ser um cinema voltado para o futuro. «Numa viagem à Nova Zelândia, há três anos, diz ela, recebi um prêmio pelo reconhecimento da obra de Sganzerla e do Bandido da Luz Vermelha, colocado entre os cinquenta melhores filmes do século XX.»

O filme Luz nas Trevas retorna à questão da corrupção e injustiça no Brasil, pois na época do Bandido da Luz Vermelha havia o lema ademarista do «rouba mas faz» e numa das cenas se vê a frase «o crime não compensa, para os pobres». Ela acha que alguma coisa tem mudado mas ainda existe corrupção. «A corrupção no Brasil tende a ir desaparecendo, porém vemos que ainda existe»

Helena Ignez não fixou ainda a data da estréia de Luz nas Trevas no Brasil, pois agora vai atender aos convites de diversos festivais. A distribuição no Brasil será pela Pandora Filmes, que vai esperar a exibição nos festivais estrangeiros.

Na entrevista com a imprensa, Helena Ignez quis desfazer o que considera uma confusão, pois embora o filme seja considerado como integrante do movimento marginal da Boca do Lixo, acha que isso não corresponde à realidade. «Foi a Boca do Lixo que se apropriou do Sganzerla, mas ele mesmo não fazia parte desse movimento».

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Assaz Atroz recomenda o vídeo...

Fotograma - Ney Matogrosso Luz nas trevas A volta do bandido da luz vermelha

Luísa Sequeira entrevista Ney Matogrosso sobre a participação na longa-metragem Luz nas trevas A volta do bandido da luz vermelha, um filme de Helena Ingês e Ícaro C.Martins.

Quarenta e um anos depois, foi finalizado Luz nas Trevas A Revolta da Luz Vermelha, uma seqüência do primeiro filme.

Entrevista com a realizadora Helena Ignês e Ícaro C. Martins e com a produtora Sinai Sganzerla.

O Bandido da Luz Vermelha é um filme brasileiro de 1968, do gênero policial, dirigido por Rogério Sganzerla e baseado na vida do famoso criminoso João Acácio Pereira da Costa, o "Bandido da Luz Vermelha", é considerado o maior representante do cinema marginal. Sganzerla tinha apenas 22 anos quando realizou o filme.



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*Rui Martins é ex-correspondente do Estadão e da CBN, após exílio na França. Autor do livro “O Dinheiro Sujo da Corrupção”, criou os Brasileirinhos Apátridas e propõe o Estado dos Emigrantes. Vive na Suíça, colabora com os jornais portugueses Público e Expresso, é colunista do site Direto da Redação. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

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2 comentários:

Rui Martins disse...

Meu caro fernando, cometi um errinho, no nome do premio, eh Boccalino (de bocal, porque se trata de uma caneca de vinho, de barro cozido e pintado.
Borsalino era o nome de um filme francoitaliano de mafia, desculpe;me ter comido mosca, ainda mais que fui membro do juri ...
veja aih , abrs. rui

Teresa disse...

Eu tou mega de bode com esse filme. Tou esperando ele há MESES e, se o sujeito não esteve, antenadíssimo, em SP ou RJ, capitais, nas salinhas udigrudi lá deles, ficou sem ver o filme!
Muito, muito decepcionada de me encontrar na periferia do cinema brasileiro. Humpf!