segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Salta um Dry Martini e um Big Mac pra tira-gosto!

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por Fernando Soares Campos

Muito boa a matéria de The New York Times intitulada “Foreigners Follow Money to Booming Brazil, Land of $35 Martini”.

Para ler traduzido, sob o título “Crescimento econômico vertiginoso do Brasil está atraindo americanos”, somente para assinantes do UOL, clique aqui.

Inicialmente pensamos em republicar, na íntegra, o texto traduzido, mas achamos melhor despachá-lo através das nossas listas de correspondência; afinal, entendemos pouco dessa coisa de copyleft e outras formas de proteção dos direitos autorais. Apesar de termos criado a AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons –, uma pirataria saudável... respeitamos o direito autoral, só involuntariamente violamos esse princípio.

Mas, na medida do possível e de acordo com os meus parcos conhecimentos em Economia e Mercado, me atrevo a comentar algumas curiosidades que verifiquei na reportagem do NYT, assinada por Simon Romero, com a contribuição de Myrna Domit, esta sediada em São Paulo.

Em vista do meu monolinguismo, despachei o Goober, o cavalo alado que adquiri da Wells & Fargo num leilão da New York Stock U$.

O Goober partiu internet adentro e recorreu a um tradutor online, a fim de que a gente pudesse entender com mais clareza o título original da matéria do NYT: “Foreigners Follow Money to Booming Brazil, Land of $35 Martini”. Transcorridos alguns segundos, ele retornou com essa tradução: “Os estrangeiros Siga dinheiro para Booming Brasil. Terra de Martini $ 35”

Reclamei: – “Pô, Goober! Essa tradução aí deve ter sido feita por um índio apache!

Ele respondeu: – “Riliiinnnch! Brruuufff...”

Como já aprendi a interpretar o linguajar do Goober, entendi que, com o relincho, ele confirmou minhas suspeitas e, bufando, completou: “Encontrei o Touro Sentado e Cavalo Louco numa esquina de Wall Street. Eles me falaram que também vêm pro Brasil, seguindo a bufunfa”.

Tudo bem, não tem problema, podem vir; afinal, não somos uma nação xenófoba. Muito pelo contrário, aqui ainda mantemos o multiculturalismo, e tenho certeza de que nossos companheiros da Amazônia serão hospitaleiros, vão fumar o cachimbo da paz com os nossos parceiros das matinês de domingo no Cinema Olympia.

Mas, sim, onde era que a gente tava mesmo?!

– Riiicht!

– Obrigado, Goober.

Bom, como eu estava dizendo, vou tentar comentar alguma coisa da matéria do NYT, que começa assim:

“Refletindo sobre as tempestades financeiras que açoitam a Europa e os Estados Unidos, Seth Zalkin, um banqueiro americano vestido de modo casual, bebia em uma pequena xícara e parecia contente com sua decisão de se mudar para cá em março, juntamente com sua esposa e filho.”

Seth Zalkin, que tem só 39 anos na carcunda.

Guarde bem o nome desse cara, pois você pode dar de cara com ele ao cruzar a Ipiranga com a Avenida São João, e o sujeito meter a mão no teu bolso e sair correndo pra 25 de Março.

Olha só o que ele disse, acho que à repórter sediada em São Paulo: “Se o resto do mundo está indo para o buraco, este [o nosso Brasilzão] é um bom lugar para se estar”.

Malandro, né, não?! - Por causa do “este”, fiquei em dúvida se o banqueiro estava falando dos EUA ou se já está agiotando por estas bandas.

E continua a matéria:

“Para aqueles com mesmo uma vaga lembrança da própria crise da dívida do Brasil nos anos 80, a ordem global parece ter virado de cabeça para baixo. A economia americana pode estar rastejando, mas o Brasil apresentou sua maior taxa de crescimento em mais de duas décadas no ano passado e o desemprego está em níveis baixos recordes, parte da transformação do país de uma pilha de nervos inflacionária em um dos principais credores de Washington.” [Esta parte aqui deve ter sido escrita pelo Simon Romero, lá de Noviorque.]

Juros que eu não sabia que os isteites haviam passado de credor a um dos principais devedores do Brasil. Quer dizer que esse tal de Washington tá devendo uma grana preta aqui pra nós?! Isso só pode ter sido coisa do Sapo Barbudo!

“Com salários rivalizando os de Wall Street, tantos banqueiros, administradores de fundo hedge, executivos do petróleo, advogados e engenheiros estrangeiros se mudaram para cá que os preços dos espaços de ponta para escritórios ultrapassaram os de Nova York neste ano, tornando o Rio uma das cidades mais caras para se alugar nas Américas, segundo a imobiliária Cushman & Wakefield.” [Considerando o “...se mudaram para cá...”, acho que essa parte da reportagem foi escrita pela Myrna Domit, de Sampa, dando pitaco sobre o mercado imobiliário do Rio.]

“A mentalidade de corrida do ouro está a pleno vapor, com os pedidos de permissão de trabalho para estrangeiros aumentando 144% nos últimos cinco anos e os americanos liderando o grupo de profissionais com ensino superior disputando seu espaço.

“Empresários há muito são atraídos pelo Brasil, juntamente com homens com desejo de enriquecer rapidamente, sonhadores com a grandeza do Amazonas e até mesmo fora-da-lei como Ronald Biggs, o inglês que fugiu para cá após o Grande Roubo de Trem de 1963.”

Mas o Ronald Biggs fugiu da cadeia na Inglaterra e acabou dando com os costados em terras tupiniquins. Chegou aqui sem um tostão furado e nem podia trabalhar, pois, apesar de asilado, tratava-se de um foragido da justiça inglesa. Mas logo arranjou um jeito de sobreviver: vendia camisetas com a estampa de sua foto, no Calçadão de Copacabana, e dava entrevistas ou fazia companhia a turistas em troca do almoço e de uma merreca. Mas voltou para a Inglaterra e, depois de cumprir uma longa cana, está em liberdade. Como “fora-da-lei”, deve ter aprendido alguma coisa com os banqueiros daqui.

“Mas agora as escolas que atendem aos americanos e outras famílias de língua inglesa apresentam longas listas de espera, os apartamentos podem custar US$ 10 mil por mês em áreas nobres do Rio e muitos dos recém-chegados possuem diplomas da elite das universidades americanas ou experiência de trabalho nos pilares da economia global.” [Acho que essa é do Simon, com dica da Myrna]

“Assim que chegam aqui, eles encontram um país diante de um desafio muito diferente do que os Estados Unidos e a Europa: temores de que a economia esteja aquecida demais.” [Num tá não... Todo mundo sabe disso... A gente vai navegando em ventos moderados, a 4% de crescimento previsto para este ano...]

“Um choque em particular para os recém-chegados é a força da moeda brasileira, o real. Isso pode ajudar muitos brasileiros a comprar apartamentos em lugares como South Beach, em Miami, onde as propriedades custam aproximadamente um terço de suas equivalentes nos bairros nobres do Rio. Mas também prejudica a indústria e os exportadores do país.” [Tô grilado com esse negócio de só tomarem o Rio como parâmetro!]

“Assim, em uma tentativa de impedir uma valorização ainda maior, o Brasil atualmente é um dos maiores compradores de títulos do Tesouro americano, tornando-se um grande credor da economia americana em dificuldades. Isso representa uma grande mudança em relação ao passado, quando Washington ajudava a elaborar pacotes de resgate para as crises financeiras do Brasil.”

Ah, me lembrei daquela medida tomada no governo Lula, liquidando a dívida com o FMI, que amarrava o Brasil a imposições tais que nosso país não podia nem se mexer; a não ser para privatizar tudo a preço de banana. Era um atraso nas trevas!

“O Brasil está indo muito bem, mas, honestamente, toda semana eu me pergunto: ‘Quando isto vai acabar?’” disse Mark Bures, um executivo americano de 42 anos que se mudou para cá em 1999, a tempo de ver uma desvalorização abrupta da moeda e outras fortes oscilações na sorte do Brasil.

Esse Mark Bures falou igualzinho a certos economistas e políticos brasileiros da turma das trevas. Falou como, por mau exemplo, a Miriam Leitão, a rainha das conjunções adversativas, aquela que, quando se vê obrigada a falar bem da saúde econômica do Brasil, dá logo um jeito de dizer: mas, porém, no entanto, entretanto, contudo...

Bom, acho que vou ter que dar um salto, pois a matéria é meio longa e eu tenho mais o que fazer. Antes, porém, vamos ver mais uns dois parágrafos.

(...)

"Alguns economistas consideram o real brasileiro como sendo a moeda mais sobrevalorizada do mundo frente ao dólar e a inflação está subindo (como fica evidente pelos Big Macs a US$ 6,16 e martinis a US$ 35). As taxas de juros permanecem teimosamente altas e os analistas debatem se uma bolha de crédito está se formando, à medida que os consumidores continuam comprando de tudo, de casas a carros, em financiamentos de muitos anos.”

Essa aí foi de lascar! Pegar o Big Mac e o Martini como exemplos de “disparada” da inflação me fez lembrar um boletim eletrônico que me mandam quase que diariamente, um tal de Peixe Urbano, que traz coisas assim:

Ultralipo sem Cortes para um Corpinho de Violão: 92% OFF em 2 Sessões de Lipocavitação com Drenagem Local na Phisiosaúde (de R$900 por R$69). Use até 3 cupons

Aproveite Esta Correnteza Tripla de Saúde e Bem-Estar! 86% OFF em 3 Meses de Academia na W2M (de R$990 por R$138)

Mergulhe Nesta Onda Apaixonante! Ingresso para Assistir à Peça Eu te Amo de Arnaldo Jabor com 60% OFF no Teatro do Leblon (de até R$70 por R$28)

Onda Espetacular de Sabor! 2 Espetáculos Burguers com Batata Frita + 2 Milk-Shakes de Morango OU Chocolate com 66% OFF no Uno Grill (de R$76 por R$26)

Mas o que é que esse pessoal tá pensando?! Se é que ainda pensam... Ora, isso aí já não é propaganda, isso é terror! Estão tentando fazer a imagem de um Brasil hiperinflacionário... Por falta de imaginação, cruzaram o Plano Real com o Plano Cruzado do governo Sarney. Chama o Bob Fields!]

(...)

“As imensas descobertas pelo Brasil de petróleo em águas profundas também atraíram investidores e estrangeiros, incluindo milhares de filipinos que trabalham em navios e plataformas de petróleo em alto-mar. Para suas outras indústrias, o Brasil precisa de aproximadamente 60 mil novos engenheiros parte deles precisando vir do exterior, dado o atraso do sistema educacional do Brasil.”

É o Brasil a caminho do desenvolvimento pleno. A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, falou, recentemente, que a Alemanha está precisando de 40.000 técnicos e engenheiros na área de informática, principalmente. Mas creio que o problema lá não é devido ao “atraso educacional”, claro. Esse atraso deve ser coisa só do chamado Terceiro Mundo, que tem os piores economista formados no Primeiro Mundo. Acontece... Fazer o quê?

Para encerrar, mandei o Goober traduzir uma dessas muitas mensagens spam (ou seja lá como chamam aquilo) que chegam na caixa da nossa Agência Assaz Atroz:

“Now is a great time to trade currencies with the world economic problems. People are cashing in by trading forex right now, the world money sistuation is a mess so why not make profit off it? Keep your money offshore where it is safe!”

A good Forex broker is 1pipfix, 1pip spreads and the best top rated of forex brokers with metatrader 4

Olha só no que deu:

Agora é um grande momento para trocar moedas com os problemas da economia mundial. As pessoas estão a aproveitar-se pela negociação forex agora, o dinheiro sistuation mundo é uma bagunça então porque não fazer lucrar com isso? Mantenha o seu dinheiro offshore onde é seguro!

Um corretor Forex é bom 1pipfix, spreads 1pip e os melhores mais votados de corretores de forex com MetaTrader 4


De qualquer forma: bem-vindos, Touro Sentado, Cavalo Louco e a Sétima Cavalaria, que se retira do Afeganistão, general Custer à frente, todo esfarrapado

Yes, nós temos bacanas!

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

Pressaa

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Um comentário:

Anônimo disse...

Rainha das conjunções adversativas,kkkkkkk!
Vou postar essa no PHA,o eterno apaixonado da miriam leitao a pururuca!!