sábado, 3 de abril de 2010

GOLPES DE ESTADO

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Laerte Braga

Imagine se Lula destacasse agentes federais, ou “secretas”, para infiltrarem-se numa manifestação de professores lutando por melhores salários, condições decentes de trabalho?

O GLOBO, a REDE GLOBO, toda a corja midiática falaria em “ditadura lulista”, a capa de VEJA seria o “agente secreto”, o mundo viria abaixo sob o título “governo ameaça democracia”.

Foi José Collor Arruda Serra, um dos políticos mais repugnantes do País, sórdido e sem nenhum caráter, Arruda em escala maior, quem fez tal coisa, quem reprimiu professores.

Se alguém quiser conhecer o cinismo materializado é só olhar para Arruda Serra. Poucos conseguirão atingir o nível de canalhice do ex-governador de São Paulo e candidato tucano a presidente da República. O nível de frieza ao disparar o tiro fatal.

Existe uma realidade que precisa ser percebida antes que o Brasil mergulhe numa noite sem fim de um eventual governo Arruda Serra (felizmente está cada vez mais difícil).

Golpes nem sempre são desfechados por militares controlados por potências estrangeiras, caso dos militares brasileiros em 1964 – típicos paus mandados –. A reeleição de FHC foi um golpe de estado. Golpe branco como se costuma dizer.

O ex-presidente, corrupto e venal, comprou deputados e senadores corruptos e venais (existem aos montes) e mudou a Constituição. Acusam Chávez de ser ditador. O presidente venezuelano para aprovar sua reeleição foi ao povo, através de referendo para aprovar ou não a mudança constitucional. E o povo aprovou.

É preciso ter um pouco de memória, de lembrança, do contrário a sordidez terá penetrado em tantos que arrotam vocação democrática e no momento em que essa vocação tem que se manifestar optam por projetos de ditadores como Arruda Serra.

A corrupção em tucanos e DEM não é o problema, pelo simples fato que é conseqüência do modelo que impõem, vendem e defendem e ao qual servem. Ela é implícita, vem no pacote de privatizações, de venda do patrimônio público, de tirania disfarçada de democracia através da alienação e quando necessário da borduna.

Quando do massacre de camponeses pela PM em Eldorado do Carajás, no governo de FHC, ao tomar conhecimento do fato o então presidente disse que “quem procura acha” (trabalhadores mortos em uma cilada por supostos defensores da lei). Poucas horas depois, na hipocrisia asquerosa de tucanos, ao tomar conhecimento da repercussão negativa da barbárie policial e de pistoleiros (é mais ou menos a mesma coisa, polícia militar e pistoleiros), da condenação de governos de outros países, veio com cara de autoridade dizer que era uma vergonha, que seu governo não toleraria isso e iria apurar até o fim.

Apurou nada. Sentou em cima.

Tucanos e DEM são mentirosos na genética. O ex-governador de Minas Aécio Neves e o prefeito da cidade de Juiz de Fora Custódio, corruptos de carteirinha, bandidos lato senso, como fazem em todas as eleições, anunciaram um investimento de bilhões de reais naquela cidade, uma siderúrgica.

No dia seguinte, esqueceram de combinar, o jornal VALOR ECONÔMICO, que é deles, mostrou que tudo não passava de uma farsa eleitoral, um engodo sem tamanho, revoltante para um povo íntegro e trabalhador, mas tratado como gado por esse tipo de gente e seus marqueteiros. O jornal não tocou sequer na promessa de Aécio e Custódio, tão somente mostrou que a empresa estudava uma siderúrgica no Brasil, em Minas, era alvo de investigação no exterior, tem sede em um paraíso fiscal, lava dinheiro das máfias políticas e do crime organizado.

É onde essa gente se acha. Tucanos e DEMocratas.

Não existe diferença alguma entre Beira-mar e Arruda Serra. Ou por outra, Arruda Serra até agora conseguiu escapar impune de todos os crimes que cometeu, dentre eles o de traição a companheiros da luta contra a ditadura militar.

Essa história de agente secreto infiltrado vem desde o exílio no Chile, a dupla FHC e Arruda Serra, cooptados pela Fundação Ford, braço das políticas norte-americanas para domesticação e colonização do Brasil.

Não têm, nenhum deles, escrúpulos. Respeito por nada. Nem por ninguém.

São figuras destituídas de qualquer princípio e imaginam que o povo seja um gado a ser tangido e moído pelos donos do marketing, que os vendem como salvadores, marcas de sabão em pó que lavam mais branco, quando apenas mancham a história de um país como o Brasil.

O risco que o Brasil corre não é de retrocesso. É de se transformar numa colônia norte-americana, de empresas de todo o império dos EUA, já falam até em base militar no Rio de Janeiro.

Arruda Serra, se tiver, vende a mãe se necessário for para alcançar seus objetivos.

Compará-los aos antigos udenistas chega a ser um equívoco. Na UDN existiam figuras como Adauto Lúcio Cardoso, Afonso Arinos, Milton Campos que jamais seriam tucanos.

No tucanato existem bandidos e tão somente bandidos. Nada além de bandidos.

Os golpes nem sempre são militares e nem sempre dados por boçais como Newton Cruz no patriotismo canalha de generais como Leônidas Pires Gonçalves a dizer que não haviam “exilados”, mas “foragidos”.

Foragidos de que? Da estupidez da ditadura militar?

Corremos o risco da ditadura civil tucana. Não tem diferença nenhuma, só na embalagem.

Em Honduras continuam matando pessoas, lutadores pela democracia.

Em Israel continuam executando palestinos e roubando terras e águas no nazismo ressurreto dos sionistas.

Aqui, chegam disfarçados de José Collor Arruda Serra, como chegaram de FHC.


Laerte Braga é jornalista. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

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