Laerte Braga
IBOPE e DATA FOLHA cumprem um papel dentro do processo eleitoral. O de distorcer e criar realidades inexistentes, que pareçam reais, na tentativa de fazer com que os interesses que representam sejam alcançados.
Pesquisas são importantes, ninguém tem dúvidas disso, falo de pesquisas eleitorais. Mas têm servido a propósitos bem diversos daqueles que em tese se propõem. Medir a intenção de votos do eleitorado.
Não faz tempo um hacker foi preso nos Estados Unidos depois de muitos anos de busca e rastreamento. Não tirava milhões de contas bancárias. Tirava centavos, no máximo dez ou vinte dólares de milhões de contas. A soma do produto era o mesmo. O jeito de fazer não.
Partidos políticos representam, como a própria expressão partido indica, a representação organizada de parte da sociedade dentro do processo democrático, ou supostamente democrático.
Têm programas. Um conjunto de idéias nas quais aparentemente se estruturam e idéias que pretendem transformar em realidade quando alcançam o poder, qualquer que seja o seu nível, municipal, estadual ou federal.
O PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira – surgiu de uma dissidência no PMDB e o argumento de seus fundadores, Mário Covas à frente, era o de que o PMDB havia perdido sua essência, seu sentido, transformara-se num partido movido a clientelismo e fisiologia política. Um amontoado de interesses de caciques desse ou daquele estado.
O PSDB, na verdade, era muito mais uma dissidência paulista que chegou a Minas Gerais no momento em que Orestes Quércia e Newton Cardoso foram eleitos, 1986, respectivamente governadores dos dois estados mais importantes da Federação.
Começou a amadurecer em 1985, quando FHC perdeu as eleições para a prefeitura de São Paulo para o tresloucado Jânio Quadros.
Os principais líderes do partido estavam à esquerda do PMDB, resgatavam (era o que diziam) posições históricas do antigo MDB (o partido de combate a ditadura) e em 1989, logo após a definição dos dois nomes que iriam para a disputa presidencial – Collor e Lula -, seu principal líder Mário Covas arrastou o partido a apoiar Lula. Para isso enfrentou a oposição de FHC e Serra que defendiam o apoio a Collor.
De lá para cá o PSDB, ou tucanos como são conhecidos, foi se transformando, se descaracterizando e virou aliado da extrema-direita no Brasil, a antiga ARENA, que virou PFL e agora é DEMocrata – partido de Arruda, aquele do “vote num careca e eleja dois -.
Em São Paulo o antigo desafeto de FHC e José Collor Arruda Serra, Orestes Quércia é hoje o principal aliado do governador tucano. Quércia continua no PMDB e deve ser eleito senador com o apoio de Serra.
Quando se viu em palpos de aranhas, enrolado com a corrupção em seu governo, Collor de Mello tentou de todas as formas um acordo com o PSDB, através de FHC e não fosse a atitude de Mário Covas, um simples não, FHC iria tentar salvar o insalvável governo. Não há diferenças entre Collor e FHC, nem de Serra. Representam os mesmos interesses, são funcionários de potência estrangeira.
FHC não conseguiu salvar Collor, enrolou Itamar e virou presidente em 1994. Deu um golpe branco em 1998 comprando uma reeleição e vendeu o País. Lula assumiu um Brasil quebrado, em vias de ir para o espaço.
Querem voltar e vender o resto. Arruda Serra é o nome indicado.
Uma das características do PSDB – não é mais um partido, mas um departamento da Fundação Ford – é a de escorar-se num programa, sinalizar à esquerda e virar à direita. Não se trata de um programa de governo o que é oferecido aos brasileiros, mas um engodo que para eles é um grande negócio.
A polícia britânica, Scotland Yard prendeu na semana passada diretores da empresa ALSTOM. A acusação é simples. Suborno de políticos latino-americanos para conseguir obras. Uma delas? O metrô de São Paulo. Subornou Geraldo Alkmin e suborna José Collor Arruda Serra.
Outra característica do PSDB é ter a chamada grande mídia como aliado. A mídia brasileira, a eletrônica principalmente, desde o governo FHC conta com participação do capital estrangeiro às claras (antes contava às escuras, tinha que disfarçar). Redes de Tevê como GLOBO e BANDEIRANTES, todo o sistema de rádios dessas empresas, jornais, outros grupos como o que edita VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, são como que jornais marrons, ou seja venais, a serviço desses interesses, desse capital estrangeiro.
O Brasil é um país chave para os projetos das grandes empresas. E se o Brasil é estratégico para essa gente, os brasileiros não são. Que se danem.
A pesquisa do Instituto Data Folha, no dia seguinte ao término do show Nardoni e pouco antes da final do bordel BBB, foi estratégica. Num momento em que a candidatura José Collor Arruda Serra afunda, tentam resgatar do fundo do poço o governador de São Paulo. À boca pequena os seus principais aliados já admitem a derrota diante não só das indecisões de Serra, como por conta do seu mau caratismo (passou a perna em vários companheiros, inclusive Aécio, que está liberando prefeitos para apoiar Dilma e vai repetir o que fez em 2006 – de público é Serra, para valer quer que Serra se estrepe).
Roger-Gérard Schwartzenberg, cientista político e autor de “O ESTADO ESPETÁCULO” (DIFEL, São Paulo, 1978), ao tratar de pesquisas de opinião pública diz o seguinte entre outras coisas.
“Desejando fazer como todo mundo o eleitor abandona sua escolha inicial. Volta-se para o candidato sustentado pela maioria”. E cita o exemplo da eleição do presidente francês Giscard D’Estaing, derrotando Jacques Chaban Delmas.
E conclui – “a sondagem passaria então a constituir um instrumento de manipulação e pressão. Criando um sentimento de unanimidade ou, pelo menos, de preponderância a favor de um candidato. Normalizando os comportamentos eleitorais para ajustá-los ao modelo dominante”.
A pesquisa do DATA FOLHA, quando a realidade mostra o contrário, é exatamente essa tentativa de normalizar o comportamento eleitoral.
O que é o eleitor? Ninguém, ou seja, se alguém o é, é para ser a manipulado, ludibriado, enganado.
“Vendam seus candidatos como o mundo dos negócios vende seus produtos”. Declaração de Leonard Hall, presidente do Partido Republicano, na campanha eleitoral de 1956, quando a chapa Eisenhower e Nixon derrotou a democrata. O candidato rival a presidente era Adlai Stevenson.
“Agora o candidato-produto deve conquistar um eleitorado-mercado e provocar votos-compra”. É o que diz o presidente do Young and Rublicam France e mais – “o produto passa a ser o candidato. Sua embalagem é seu aspecto físico, sua maneira de falar, de sorrir, de se mexer. Sua definição , seu posicionamento, é seu programa”.
Serra é isso. Um produto vendido aos brasileiros pela grande mídia, venal e corrupta em função de interesses de grandes grupos econômicos estrangeiros, dos EUA e em cumplicidade com as fétidas elites brasileiras. O esquema FIESP/DASLU.
Dois exemplos de como se compra ou um jornalista, ou a mídia.
O jornalista Gilberto Dimenstein escreve no JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, tem uma escrita de bom moço, preocupado com a educação, voltado para o interesse público, etc, etc. Aí montou uma arapuca, ONG, fechou um contrato com o governo de São Paulo e recebeu desde 2006, quando da eleição de Arruda Serra, a “modesta quantia de três milhões setecentos e vinte e cinco mil duzentos e vinte e dois reais e setenta e quatro centavos. A arapuca se chama ASSOCIAÇÃO CIDADE ESCOLA APRENDIZ.
O fato pode ser constatado no próprio DIÁRIO OFICIAL do governo paulista e foi levantado pelo blog NAMARIA NEWS. O jornalista que tinha um acentuado espírito crítico, foi linha de frente no combate à corrupção no governo Collor, mudou de lado, passou a receber para falar bem.
O governo de São Paulo fechou contrato com a Editora Abril, que entre outras publicações edita a mentirosa e venal VEJA. Milionário, o contrato, revistas são distribuídas às escolas, não houve concorrência e a “ideologia tucana”, o “lucro acima de tudo nem que seja necessário vender a mãe”, imposta às escolas. Professores apanham da Polícia e recebem salário de fome.
Quanto a GLOBO não é necessário falar. Nasceu corrupta, filha de um golpe de estado corrupto, corrupta permanece. É o principal instrumento de transformação do brasileiro em bocó, pronto a aceitar qualquer arreio, qualquer sela, desde que seja do interesse de quem paga, ou dos que pagam essa mídia.
E são as elites que pagam.
Paulo Henrique Amorim, em seu blog, jornalista independente, mostra que a senadora Kátia Abreu, corrupta e sem nenhum princípio ético, recebeu vinte e cinco vezes mais do que o MST recebeu para financiar seus pequenos assentamentos e sustentar a agricultura familiar (sem os transgênicos de Kátia Abreu, que acrescentam a propina ao que a senadora recebe para “financiar” projetos que acabam sendo campanhas eleitorais).
Está correndo o Brasil colhendo “recursos” para a campanha de José Collor Arruda Serra junto às quadrilhas DEMO e tucana e latifundiários. E vendendo a idéia que tem algum respeito pelo Brasil e pelos brasileiros.
A pesquisa do DATAFOLHA cumpriu esse papel. De tentar “normalizar”, vale dizer enquadrar, o eleitor. Só não mostrou que na espontânea, ou seja, naquela que o eleitor responde sem ver nomes, Dilma está à frente.
São bandidos travestidos de políticos e a Polícia Federal tem já em mãos dados da corrupção ARRUDA SERRA/VEJA.
É como concluiu o presidente do Partido Republicano em 1956, Leonard Hall. “o candidato agora é sabão, tratem de vender sabão aos eleitores”.
Laerte Braga é jornalista e colabora com esta nossa Agê3ncia Assaz Atroz
Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA
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