quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A gafe do garoto propaganda: John Kerry não aprendeu japonês em braile --- CADÊ OS AMARILDOS DA BAHIA? --- Pior só em Guantánamo

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Boletim de Atualização - Nº 303 - 10/9/2013

...para a PressAA...

Obama e Washington em xeque


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Como uma gafe histórica ajudou a desarmar ataque à Síria. Que o episódio revela sobre poder internacional no século 21
Um olhar superficial poderia atribuir ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o gesto desengonçado que tornou difíceis e arriscados os planos da Casa Branca para uma guerra contra a Síria. Na manhã desta segunda-feira (9/9), ao falar de improviso em Londres, Kerry sugeriu que o ataque anunciado por Obama poderia ser cancelado, caso o presidente sírio, Bashar Assad, entregasse “todas as suas armas químicas, sem demora” e permitisse “a verificação completa” do ato pela comunidade internacional. No instante seguinte, tentou neutralizar o efeito de sua própria frase, talvez por perceber o risco que implicava. “Ele [Assad] não o fará, isso não pode ser feito”, disse. Minutos depois, a porta-voz do Departamento de Estado correu em seu socorro, afirmando que ele fizera apenas “uma argumentação retórica”, sobre a “impossibilidade de Assad abrir mão das armas”. Mas era tarde.
Muito rápido, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, que se opõe à guerra, aproveitou a brecha. Assegurou que seu país recomendaria à Síria colocar os arsenais sob supervisão de inspetores internacionais. O círculo fechou-se quando o próprio chanceler sírio, Walid al-Moulen, que estava em Moscou, acolheu a proposta e saudou “a sabedoria da liderança russa, que tenta prevenir uma agressão norte-americana contra nosso país”… Nos instantes seguintes, e na velocidade da internet, a ideia receberia o aval do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e de diversos parlamentares em Washington. À noite, um Obama relutante foi obrigado a ceder, parcialmente. Em cinco entrevistas à TV, que haviam sido agendadas para defender o ataque à Síria, ele disse desconfiar do compromisso sírio, mas declarou-se disposto a testá-lo. Outras reviravoltas poderão surgir, mas atacar Damasco, nas novas circunstâncias, havia se tornado insustentável. A questão é: tudo terá sido, mesmo, resultado de um escorregão de John Kerry?
(Para ler artigo completo, clique no título)

O envenenamento das abelhasPrestadoras de inestimáveis serviços ambientais, elas sucumbem a agrotóxicos, monocultura, manejo intensivo das colmeias. Como viverá a humanidade se desaparecerem? Por Inês Castilho, com participação de Taís González (Outras Palavras)

Pós-Junho: esquerda ganhou a primeira partida
Ao atacarem programa Mais Médicos, conservadores voltaram a expor seu elitismo e se desgastaram. Mas batalhas decisivas estão por vir – e envolverão a Economia. Por André Singer, no Viomundo (Outras Mídias)
Obsolescência programada: arma estratégica do capitalismo
Para que lucros floresçam, produtos precisam quebrar mais rápido, tornar-se ultrapassados ou indesejados. Preço é eterna angústia dos consumidores e devastação da natureza. Por Valquíria Padilha Renata Bonifáciono Le Monde Diplomatique (Outras Mídias)

As vozes abertas da América Latina
Nossa série sobre mudanças nas comunicações na região prossegue e sugere: a despeito das características nacionais, tentativas democratizantes têm história e tendências comuns (C.H.(Blog)

Mídia na Argentina: lei democratiza, mas Grupo Clarín quer barrá-laComo a Ley de Medios restringe a concentração de poder midiático e qual a tática do maior grupo local para anulá-la na Justiça Por Cibelih Hespanhol (Blog)

O vergonhoso mercado das armas anti-multidão
Crise aumenta procura por bombas, "tasers" e outros artefatos para repressão a protestos. Brasil é um dos grandes fornecedores internacionais. Por Tomaz Amorim Izabelno blog do Negro Belchior (Outras Mídias)

Para entender as ameaças aos povos indígenas
Um breve guia para enxergar as ameaças dos ruralistas, os projetos de lei que ferem direitos, o silêncio do governo e as formas de apoiar a resistência. Por Carol Nunes, no Pagina22 (Outras Mídias)

Pesquisadores criam biossensor para detectar pesticiida
Criado pela USP e UFMT, ele aponta, em minutos, presença de agrotóxico proibido. Em breve, permitirá verificar uso de outros venenos. Por Elton Alisson, na Agência Fapesp (Outras Mídias)

A vida como ela é, em ocupações
Novo projeto parceiro, Centro Ocupado aborda situações e acontecimentos de gente que ainda não tem onde morar. A primeira história é de José, pai de família. Por Rafael Rojas (Blog)
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Como eles espionam


Foi a partir da ilha de Ascensão, a 2,5 mil quilômetros do Recife, que agentes de Barack Obama conseguiram bisbilhotar conversas telefônicas e trocas de e-mails da presidenta Dilma Rousseff

 06 de Setembro 2013 

Claudio Dantas Sequeira e Josie Jeronimo
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A cerca de 2,5 mil quilômetros do Recife (PE), numa região inóspita do Atlântico Sul, existe uma pequena ilha de colonização britânica chamada Ascensão. É lá que os agentes de Barack Obama captam aproximadamente dois milhões de mensagens por hora. São basicamente conversas telefônicas, troca de e-mails e posts em redes sociais. É dessa pequena ilha que os técnicos da NSA, uma das agências de inteligência dos Estados Unidos, vêm bisbilhotando as conversas da presidenta Dilma Rousseff e de alguns de seus ministros mais próximos, segundo especialistas ouvidos por ISTOÉ na última semana. A ilha de Ascensão tem apenas 91 quilômetros quadrados e seria irrelevante se não estivesse numa posição estratégica, a meio caminho dos continentes africano e sul-americano. Ao lado de belas praias, sua superfície abriga poderosas estações de interceptação de sinais (Singint), que se erguem como imensas bolas brancas. Elas integram um avançado sistema de inteligência que monitora em tempo real todas as comunicações de Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia e Venezuela e fazem parte de um projeto conhecido como Echelon (leia quadro à pág. 46), que envolve, além dos Estados Unidos, Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália e Canadá.
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INÍCIO DE TUDO
Documentos mostrados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden indicam
que a interceptação americana partiu da ilha de Ascensão

O indicativo mais forte de que a invasão de Obama nas conversas da presidenta Dilma e seus ministros se deu a partir da ilha está nos próprios documentos exibidos por Edward Snowden, denunciando o esquema. Neles, lê-se, na parte inferior, o grau de classificação “top secret” (ultrasecreto), o tipo de documento Comint/REL (comunicação interceptada) e sua divulgação (USA, GBR, AUS, CAN, NZL), exatamente as siglas que indicam os países do sistema Echelon. “Há um alto grau de probabilidade de que a NSA já tenha entrado não apenas no sistema de comunicações da presidenta, mas em todos os sistemas nacionais críticos”, alerta o consultor em segurança Salvador Ghelfi Raza, que já trabalhou para o governo de Barack Obama.
As antenas da ilha de Ascensão conseguem captar as mensagens logo depois de serem produzidas, antes mesmo que elas cheguem aos satélites para serem distribuídas. Uma vez recolhidas, as informações são lançadas em um gigantesco computador instalado no Fort Meade, em Maryland, nos EUA. Lá, são processadas em um programa chamado Prism (Prisma), que localiza, por intermédio de palavras-chaves, aquilo que os bisbilhoteiros procuram, entre os milhões de dados recebidos por hora. A partir daí as informações são submetidas a um outro programa, que quebra a criptografia. Ainda em Maryland, computadores traduzem as informações coletadas. Feita a análise, o que for de interesse do governo americano será distribuído aos agentes espalhados por todo o mundo para continuar o serviço de monitoramento. Muitas vezes empresas americanas ligadas à telefonia e à internet são acionadas para informações complementares. Com acesso à rede, por um técnico autorizado, é possível captar todo o tráfego de dados, sejam arquivos de vídeo, sejam fotos, trocas de mensagens ou chamadas de voz sobre IP.
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A cooperação de grandes corporações, como Microsoft, Google, Facebook ou mesmo os gigantes da telefonia, Verizon e At&T, é fundamental para o funcionamento da rede da NSA. Documentos vazados pelo WikiLeaks mostram ainda que os EUA contam com dezenas de empresas de segurança da informação, num total de 1,2 milhão de técnicos, agentes e autoridades. Na ilha de Ascensão, que serviu à Inglaterra na Guerra das Malvinas, também estão instalados o serviço de inteligência criptológica britânico (GCHQ), estações de monitoramento de testes nucleares e uma das duas estações da emissora de rádio “The Counting Station”, apelidada de “Cynthia”, pela qual a CIA se comunica com seus agentes secretos espalhados pela América do Sul e África.
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Foi a partir de 11 de setembro de 2011, com George W. Bush e o início da guerra ao terror, que a Casa Branca determinou uma modernização completa da base de Ascensão. Desembarcaram na pequena ilha voos regulares com supercomputadores, novas estações de monitoramento e uma vasta gama de equipamentos de ponta. O contingente de agentes da NSA cresceu cinco vezes e foi acompanhado por esforços britânicos no mesmo sentido. Ao assumir em 2009, Barack Obama determinou uma revisão completa da política de cyberdefesa, que ele classificou como “o mais sério desafio econômico e de segurança nacional” que os EUA deveriam enfrentar como nação. Para o democrata, era necessário promover um salto tecnológico e estratégico em toda a infraestrutura de comunicações e informação. Logo ele nomeou um comitê executivo, integrado por representantes governamentais e do setor empresarial, e um coordenador, o cyberczar, com livre acesso a seu gabinete e com quem passou a despachar diariamente. Hoje, a NSA é a agência principal do sistema de inteligência americano. Abaixo dela estão outras 18, inclusive a velha CIA. Embora muitos acreditem que o Echelon seja coisa do passado, a verdade é que ele foi atualizado e sua plataforma de operação digital é a base da atual defesa cibernética, que não respeita limites na realização de seus objetivos estratégicos, políticos e comerciais.
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PressAA DESTAca COMENTÁRIOS:

ATONIO CONSELHEIRO

EM 09/09/2013 00:16:41
Operações da PF foram desmanteladas no STJ porque envolvem políticos da direita. Agora essas operações caíram nas mãos de Barbosa (e do STF). No STJ a teoria do domínio no fato passou longe. Doravante eu quero ver se Barbosa confirmará que no Brasil a JUSTIÇA é imparcial, ou tem DONO!

JOSE MONTEIRO TEIXEIRA

EM 08/09/2013 23:33:44
Não investimos em educação, então estamos pagando caro por isso. O Brasil não aprende mesmo. Os americanos sabem se defender, são espertos. Tão certos. Nós é que somos uns irresponsveis e no poder público tá cheio de antipatriota. Esperemos que Dilma tome as providência com a segurança do país.

RICARDO ALVES DOS SANTOS

EM 08/09/2013 20:28:32
Graças aos militares estadunidenses nós temos hoje o computador que eles criaram, e graças aos estadunidenses nós temos a internet que a dona Dilma e o Congresso Nacional se pudessem proibiriam para evitar manifestações de ruas contra os seus desmandos políticos. Acorda povão, deixa de ser trouxa!

 MARCIO

EM 08/09/2013 19:26:42
http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2011/09/ex-soldado-americano-vira-pacifista-apos-atuar-na-guerra-do-iraque.html Aí está todo o vídeo da entrevista com o soldado americano após lutar no Iraque.

MARCIO

EM 08/09/2013 19:10:27

"O surpreendente é que fui para o Iraque para levar a liberdade aos iraquianos. Mas os iraquianos é que me libertaram. Os iraquianos me libertaram de ser um escravo cego do meu governo. Abriram os meus olhos para o mundo à minha volta". Na entrevista com um soldado americano. Geneton Moraes Neto.

Chamadas do Portal Terra hoje...
  • Peritos da ONU concluem que governo sírio usou armas químicas
  • Obama se diz aberto à proposta sobre Síria, mas buscará apoio militar
  • Síria aceita colocar armas químicas sob controle internacional





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    Crendeuspai! Sinto um cheiro arretado de chifre queimado no ar. As redes sociais anunciam que o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), vai enfrentar nas próximas semanas inferno tão terrível quanto o de seu colega do Rio, Sérgio Cabral. O rabo do capiroto já balança dentro do Palácio de Ondina, residência oficial, impregnada do fedor de enxofre.
    Tudo isso porque jagunços armados que mataram um índio permanecem impunes, o que estimula a criação de novos amarildos, desta vez baianos. Relatos de Yakui Tupinambá e de Edson Kayapó, sequestrado e espancado, narram a violência contra os índios, sem que a grande mídia desse um pio. Por isso, o movimento indígena está recorrendo às redes sociais para romper o silêncio.
    Barulho do gatilho
    Edson Kayapó, 41 anos, coordena o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia (IFBA) no campus Porto Seguro e lá é professor de História. Tem muitos amigos espalhados pelo Brasil: do Oiapoque ao Chuí, passando por Minas onde se graduou na UFMG e por São Paulo, onde concluiu o mestrado e o doutorado em História Social na PUC, orientado pela doutora Circe Bittencourt.
    Respeitado e querido na academia, o doutor Edson Machado de Brito - o Edson Kayapó - deu aulas na PUC/SP e na Universidade Federal do Amapá como professor colaborador. Na qualidade de doutor, especialista em educação indígena, foi chamado ao Rio de Janeiro para participar de evento organizado pela Pós-Graduação em História e da banca de monografia do guarani Algemiro Karai Mirim na Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ, realizada na última segunda-feira, quando estivemos juntos.
    Foi aí que o convidei para irmos no dia seguinte à Bienal do Livro, lá encontraríamos dois escritores indígenas Daniel Munduruku e Graça Graúna, com quem eu compartilhava uma mesa no Café Literário. Edson agradeceu o convite, mas informou que tinha obrigações na Bahia e precisava retornar na terça-feira. Voltou e dois dias depois sofreu um atentado, quando seguia para Pau Brasil num carro oficial do IFBA, na companhia de dois professores: João Veridiano e Júlia Rosa.
    Por volta das 11h da última quinta-feira, quatro jagunços armados interceptaram o carro do IFBA em São José da Vitória, nas proximidades de Buerarema. "Tem um índio no carro" - disse um deles. Expulsaram os professores e o motorista, confiscaram os celulares de cada um, deixaram todos eles na estrada e incendiaram o carro. Duas viaturas da Guarda Nacional passaram pelo grupo, mas se recusaram a dar proteção a Edson, que é funcionário federal. Seus colegas, então, recomendaram que ele voltasse de táxi a Itabuna para se afastar da área de tiro.
    - Foi o que fiz, no entanto o taxi foi interceptado em Buerarama por pessoas armadas, que me espancaram, me ameaçaram de morte com uma arma apontada pra minha cabeça. Fui submetido a um interrogatório pelo chefe dos pistoleiros:
    - Você é índio, né?
    - Sou Kayapó, não sou daqui da Bahia.
    - Mas você é indío, né?
    - Sou, sou Kayapó, sou da Amazônia.
    - O que você tá fazendo aqui?
    - Sou professor do IFBA, trabalho na Licenciatura Intercultural Indígena.
    - Você é amigo deles. Você está preparado pra morrer?
    - (silencio).
    - (barulho do gatilho da arma…Não disparou)
    - Vá embora, nem olhe para trás.
    Arco digital
    Por telefone, de um lugar escondido no interior da Bahia, Edson me conta o que aconteceu depois:
    - Eles me soltaram, consegui chegar em outra cidade, onde me escondi. Não sei quando poderei sair daqui, a BR está fechada pelos capangas dos fazendeiros. Estou com o olho esquerdo inchado. Hoje, eu achei que morreria.
    A região da Serra do Padeiro, entre Buererama, Una e Ilhéus, é um caldeirão que já começou a explodir, devido à disputa por terra indígena ocupada por fazendeiros. Um índio de 35 anos, casado, da comunidade Tupinambá de Olivença, foi morto na noite de terça-feira, o que foi confirmado pela Polícia Federal e pela Funai. Seu corpo permanecia no Departamento de Polícia Técnica (DPT), aguardando o reconhecimento da família para ser liberado.
    O couro comeu na semana passada, quando a Justiça Federal suspendeu as nove liminares que favoreceriam os grandes fazendeiros da região. A medida, segundo a Advocacia Geral da União, autoriza a permanência na área de cerca de 500 famílias tupinambá, o que deixou os fazendeiros enfurecidos, passando a atuar à margem da lei.
    O depoimento de Yakuy Tupinambá, 51 anos, confirma o clima de terror instaurado pelos jagunços no sul da Bahia:
    - "Eles nos atacaram, tocaram fogo em nossas casas, expropriaram nossa produção, queimaram carros do governo que prestavam assistência a nós. O clima é de apreensão e medo, o governo não dá atenção ao caso, os direitos humanos são violados, ainda há pouco fecharam a estrada vicinal em Sapocaeira, queimaram oito casas dos parentes, saquearam e depredaram uma loja só porque o dono vendia material de construção para os índios. Um ônibus escolar com crianças indígenas foi atingido por disparos".
    Yakui critica o governo da Bahia e a imprensa local, que "está incitando a violência contra nós". Reclama da "mídia comprada", que cobre um engavetamento de carros no interior da Inglaterra, mas não conta o massacre daqui. "A mídia não nos ouve, nos desqualifica e nos descaracteriza. Quando registra a recuperação da terra indígena por nós, não fala em 'retomada', mas em  'invasão'. A mídia é tendenciosa". Recentemente o Globo confessou que errou na cobertura do golpe militar de 1964. Falta reconhecer o erro, que persiste, na cobertura dos conflitos com índios.
    Fitifiu e vaia
    Com essa avaliação, Yakui recorreu às redes sociais, que conhece bem por atuar  no blogÍndiosonline e por ter reflexão apresentada em vários eventos sobre o tema, entre os quais o I Simpósio Indígena sobre Uso da Internet nas Comunidades Indígenas e o SeminárioLiteratura Internet e Liberdade, na UFRJ, em 2010. Ela diz:
    - Não existe instrumento de comunicação mais democrático que a internet, jamais conseguimos espaço na grande mídia para contar a nossa história, denunciar a violação de nossos direitos. Hoje, basta um clic e estou passando informações para todo o Brasil, para organismos internacionais como a Anistia Internacional e até para a ONU.
    Yakui deu um depoimento interessante sobre o assunto no livro Arco Digital: uma rede para aprender a pescar: "A internet promoveu a abertura de horizontes, contrariando o pensamento de quem está interessado em nos manter amordaçados, trouxe-nos novos significados, sem que isso implique abandono de nossas tradições. Conectar-se ao mundo através da internet é ter direito a um rosto e fazer ouvir nossa voz".
    O blog Indiosonline exibe, entre outros, quatro vídeos referentes à retomada de território pelos Tupinambá, que acumularam mais de 500 anos de resistência, incluindo o longo período em que, para sobreviver, permaneceram camuflados. São produções realizadas pelos próprios índios, em imagens registradas por Potyra Tê Tupinambá, Fábio Tupinambá e Bruno Ninhã Tupinambá e editadas por Alex Pankararu.
    O movimento indígena está usando essas novas tecnologias para denunciar o governador Jaques Wagner. Sua eleição foi celebrada por todos nós por derrotar a oligarquia da Bahia, mas agora ele acabou aceitando a pressão dos fazendeiros. Solicitou que o reconhecimento das terras indígenas fosse adiado. Por isso, os Tupinambá podem significar para ele o que a aldeia Maracanã foi para Sérgio Cabral. As vaias e o fitifiu generalizado já começam a se transformar em rotina nos eventos públicos da Bahia.
    Uma pena! Gostaríamos de aplaudir Jaques Wagner por uma decisiva defesa dos direitos indígenas. Se isso não acontecer, podem me incluir entre aqueles que vão pedir a ficha de inscrição no black bloc para acampar virtualmente em frente ao Palácio de Ondina e infernizar a vida do governador para que ele retome os princípios que o elegeram. Não queremos mais amarildos.
    P.S. 1
    No Rio, na segunda-feira, dia 2 de setembro, Edson Kayapó participou da banca de Algemiro Karai Mirim na Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ, coordenada por Roberta Lobo da Silva, ao lado de Ana Paula da Silva - orientadora e José Bessa - coorientador (UNIRIO/UERJ), Marília Campos e André Videira (UFRRJ) e Ruth Monserrat (UFRJ), que enviou por escrito seus comentários. Depois compartilhou a mesa no evento "Territórios e Territorialidades Indígenas" com Juciene Apolinário (UFPb), Izabel Missagia e Vânia Moreira (PPGCS-UFRRJ), além do autor deste texto. Os depoimentos de Yakui Tupinambá foram recolhidos por Renata Daflon em sua dissertação "Patrimônio em rede, memória criativa e performance: um estudo do blog Índios Online"(PPGMS-UNIRIO).

    P.S. 2
    ALARCON, Daniela Fernandes. O retorno da terra: as retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. 2013. xx, 272 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.Orientador: Baines, Stephen Grant.

    Resumo: Esta dissertação de mestrado discute as “retomadas de terras” levadas a cabo pelos Tupinambá da aldeia Serra do Padeiro, sul da Bahia, Brasil. Em definição sucinta, pode-se dizer que as retomadas consistem em processos de recuperação, pelos indígenas, de áreas por eles tradicionalmente ocupadas, no interior das fronteiras da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, já delimitada, e que se encontravam em posse de não-índios. Entre 2004 e 2012, os Tupinambá da Serra do Padeiro retomaram 22 fazendas e, a despeito das tentativas de reintegração de posse – com a realização de prisões de lideranças e prática de tortura contra os indígenas –, mantêm a ocupação de todas as áreas. Concebendo o território, a um só tempo, como pertencente aos “encantados” (classe de seres não humanos com os quais convivem os indígenas), construído pelos antepassados, e como condição de possibilidade de vida autônoma, os Tupinambá compreendem sua atuação como inscrita em uma história de longa duração. Nesse sentido, as retomadas são mais que “instrumentos de pressão”, destinados a fazer com que o Estado brasileiro concluísse o processo administrativo de demarcação da Terra Indígena. Essas formas de ação são parte de uma estratégia de resistência e luta pelo efetivo “retorno da terra”, categoria engendrada pelos Tupinambá, lastreada em suas concepções territoriais, e que será debatida neste estudo. Apesar de as retomadas serem reconhecidas pela literatura antropológica como uma prática disseminada entre os povos indígenas no Brasil, elas não têm sido objeto de estudos detidos. Tendo isso em vista, por meio de incursão etnográfica e pesquisa documental, buscou-se descrever e analisar o processo de retomada do território Tupinambá, com vistas a somar esforços na construção de um quadro analítico das formas contemporâneas de resistência indígena.

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    José Ribamar Bessa FreireDoutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). É professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado, e professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação. Ministra cursos de formação de professores indígenas em diferentes regiões do Brasil, assessorando a produção de material didático. Assina coluna no Diário do Amazonas  e mantém o blog Taqui Pra Ti . Colabora com esta nosssa Agência Assaz Atroz.

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    No blog da redecastorphoto...


    Entrevista (ing.) a Charlie Rose, CBS America (vídeo) 
    Transcrição traduzida pelo pessoal da Vila Vudu

    Obama pode traçar linhas para ele mesmo e seu país. Não para outros países. Nós temos nossas linhas vermelhas, como nossa soberania e nossa independência. Mas se você quer falar sobre linhas vermelhas para o mundo, os EUA usaram urânio baixo-enriquecido no Iraque. Israel usou fósforo branco em Gaza. Os EUA nada disseram. Linhas vermelhas? Não vemos linhas vermelhas que nos digam respeito, além das que nós traçamos.


    Charlie Rose: Senhor presidente, obrigado pela oportunidade dessa entrevista, nesses momentos tão importantes. Porque o presidente dos EUA falará ao povo americano essa semana. Como o senhor sabe, está havendo importante debate em curso, em Washington . E também estão acontecendo coisas importantes em seu país. O senhor espera um ataque aéreo?

    Presidente al-Assad: Dado que os EUA não se regem pela lei internacional e tripudiam sobre a Carta da ONU, temos de nos preocupar com qualquer decisão. E não só do atual governo. Fazem qualquer coisa. Conforme as mentiras que ouvi durante os dois últimos meses, de altos funcionários dos EUA, sim, temos de esperar o pior.

    Charlie Rose: O senhor está preparado para isso?

    Presidente al-Assad: Vivemos em circunstâncias difíceis já há dois anos e meio. E nos preparamos para todas as possibilidades. Mas isso não significa que, só porque você deseja, as coisas possam melhorar. As coisas piorarão com qualquer novo golpe ou alguma nova guerra estúpida.

    Charlie Rose: O que o senhor quer dizer com [بالأسوأ ]?

    Presidente al-Assad: Pior, porque ninguém pode prever as consequências de um primeiro ataque. Estamos falando de vastas áreas, não só da Síria. Nossa região é inter-relacionada e interdependente. Se você ataca num ponto, deve esperar consequências em outros pontos, de outros modos e outros métodos que você menos esperava.

    (Para ler a entrevista completa ou assistir ao vídeo, clique no título)


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    Base de Guantánamo

    O Fato dos americanos
    Desrespeitarem
    Os direitos humanos
    Em solo cubano
    É por demais forte
    Simbolicamente
    Para eu não me abalar

    Abase de Guantánamo
    A base
    Da baía de Guantánamo
    A base de Guantánamo
    Guantánamo

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    Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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    PressAA



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