terça-feira, 24 de setembro de 2013

As polícias do mundo precisam ser policiadas na Matrix --- Na ONU, Dilma propõe governança global para internet --- O mensalão e a elite branca

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Terça-feira, 24 de setembro de 2013

Na ONU, Dilma propõe governança global para internet

Na ONU, Dilma propõe governança global para internet

A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (24), durante discurso de abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados.
Dilma afirmou que as recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial. No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois dados pessoais de cidadãos e da própria presidenta da República foram indiscriminadamente objeto de interceptação.
“Lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu país. Sem ele – direito à privacidade – não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as nações”, disse.
Dilma propôs a implementação de mecanismos multilaterais capazes de garantir os seguintes princípios: Liberdade de expressão, privacidade do individuo e respeito aos direitos humanos; Governança democrática, multilateral e aberta; Universalidade que assegura o desenvolvimento social e humano e a construção de sociedades inclusivas e não discriminatórias; Diversidade cultural, sem imposição de crenças, costumes e valores; e neutralidade da rede, ao respeitar apenas critérios técnicos e éticos, tornando inadmissível restrição por motivos políticos, comerciais e religiosos.

Para a presidenta, este é o momento de se criar as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países. Segundo Dilma, a ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias.
No discurso, a presidenta afirmou que não se sustentam os argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo, pois o Brasil é um país democrático que repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas. Ela disse ainda que o Brasil “redobrará os esforços para dotar-se de legislação, tecnologias e mecanismos que nos protejam da interceptação ilegal de comunicações e dados”.

“Fizemos saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão. Governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis”, disse.

Confira a íntegra do discurso de Dilma Rousseff na Assembleia da ONU

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O mensalão e a democracia

 23/09/2013 55 Comentários

Advogado, professor e ex-governador de São Paulo

Os valores culturais formam as nacionalidades. Indicam seus modos de encarar o mundo e reconhecer seus iguais. Em cada sociedade eles se apresentam de maneira singular.

Algumas nacionalidades tendem ao espírito guerreiro. Outras às artes. Muitas atuam em duelos tribais. Umas poucas se dedicam à contemplação do universo.

Os brasileiros recolhem muitos destes atributos e acrescentam um traço característico. Todo brasileiro é técnico de futebol. É o que se dizia até passado recente.

Agora, o Brasil profundo, aquele que foi forjado pelo bacharelismo, veio à tona. Com o julgamento do mensalão, todos se voltaram a ser rábulas, práticos da advocacia.  

 A audiência da televisão pública, destinada aos assuntos da Justiça, superou a de todos os demais canais. As sessões do Supremo Tribunal Federal foram assistidas, em silêncio, por multidões.

São os adeptos do novo espetáculo. O conflito de posições entre personalidades relevantes do cenário público: os ministros da mais alta Corte do Judiciário.

Há, neste fenônemo, aspectos a serem considerados e merecem reflexão. Certamente, o acontecimento demonstra que a cidadania deseja saber como atua seu Judiciário. Moroso e repleto de jogos de palavras.

Outro aspecto se concentra no próprio objeto da causa e em seus personagens, os réus da ação. Quantos temas novos surgiram e como os réus foram expostos sem qualquer reserva.

Alteraram-se visões jurisprudênciais remansosas e de longa maturação. Não houve preservação da imagem de nenhum denunciado. Como nos antigos juízos medievais, foram expostos à execração pública.

O silêncio a respeito foi unânime. O princípio da publicidade foi levado ao extremo. Esta transparência permitiu, inclusive, a captação de conflitos verbais entre magistrados.

A democracia se aperfeiçoa mediante o seu exercício continuo. O julgamento do mensalão foi o mais exposto da História política nacional. Foi bom e ao mesmo tempo preocupante.
Aprendeu-se a importância do bem viver e os danos pessoais – além das penas privativas da liberdade – à imagem dos integrantes do rol de réus. A lição foi amarga.

Toda a cidadania se manifestou a respeito do julgamento. Os meios de comunicação nem sempre foram imparciais no acompanhamento do importante episódio.

Alguns veículos aproveitaram a oportunidade para expor as suas idiossincrasias com agressividade. Aqui, mais uma lição deste julgamento. Seria oportuno um maior equilíbrio na informação.

Isto faria bem à democracia e aos autores do noticiário. Equilíbrio e imparcialidade são essenciais para o desenvolvimento de uma boa prática política.

Um ponto ainda a ser considerado. O comportamento dos próprios ministros. Alguns se mostraram agressivamente contrários a determinadas figuras em julgamento. A televisão capta o pensamento íntimo das pessoas.

Houve também ministros que bravamente aplicaram a lei de forma impessoal. Foram chamados de legalistas. Bom que assim seja. As concepções contemporâneas do Direito, por vezes, fragilizam a segurança jurídica.

Portou-se com destemor o Ministro Enrique Ricardo Lewandowski. Soube suportar posições de confronto com altivez e respeito ao Direito. Terminada sua missão de revisor, surgem as primeiras manifestações favoráveis à sua atuação.
São muitas, pois, a lições recolhidas do julgamento do mensalão, em sua primeira etapa. Os brasileiros, rábulas por ativismo, aguardam ansiosos os novos capítulos. 

Não haverá a mesma emoção no futuro. A democracia é exercício. Aprendeu-se muito com as sessões do Supremo Tribunal Federal nestes últimos seis meses, inclusive controlar as animosidades.

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CRÔNICA-LULA MIRANDA

Matéria da Editoria:
Cultura
24/09/2013


Cláudio Lembo desandou a desancar a elite brasileira, que ele chamou de “elite branca”, mas é parte integrante dessa mesma elite que ele critica em seu oportuno (ou seria oportunista?) “destampatório”.

Lula Miranda
Data: 23/05/2006

O governador do estado de São Paulo, Cláudio Lembo, em recente entrevista ao jornal Folha de
S.Paulo desandou a desancar a elite brasileira, que ele chamou, com insuspeita propriedade, de
“elite branca”. E disse que essa mesma elite devia abrir a bolsa e distribuir melhor a renda nesse
país. Disse muito mais. Ainda usou as referências, também muito utilizadas por esse cronista aqui
nesse espaço, à casa-grande e à senzala. As críticas e comentários de Lembo são mais que
pertinentes, apontam para a mais pura verdade, para a nossa iníqua realidade e desigualdade
social. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas realmente... tem um pequeno detalhe.

O detalhe, e o diabo parece esconder-se nos detalhes, é que ele, Cláudio Lembo, é parte
integrante dessa mesma elite que ele critica em seu oportuno (ou seria oportunista?)
“destampatório”. Seria, creio eu, desnecessário lembrar que ele faz parte de uma agremiação
política que tem como seus principais quadros os senadores Jorge Bornhausen e ACM, dentre
outros. O governador também parece esquecer que ele integra um “consórcio” político que
governa o estado de São Paulo há quase 12 anos completos (PSDB & PFL). E que o seu PFL está
de alguma forma no poder há mais de 40 anos – não mais no governo federal, diga-se, graças ao
bom Deus e ao governo Lula. Lembro de Lembo (desculpe a cacofonia) ocupando cargo de
primeiro escalão na cidade de São Paulo desde 1975 – isso o que eu, com minha rala memória, me
lembro. Já trabalhou, ao que parece, para Ademar de Barros, Jânio, Maluf, Marco Maciel e outros
“esquerdistas” – e agora com Alckmin.

Mas a culpa é da elite branca. Sim, governador! A culpa é da elite branca. Portanto, a culpa é sua,
dos seus pares, dos seus correligionários do “pefelê” e dos seus parceiros do PSDB. Não dá agora
para fazer de conta que os senhores não têm nada a ver com o quadro desolador em que se
encontra o país e, mais precisamente, com a segurança pública no estado que o senhor herdou e
hoje governa. E ainda sacar da “caixola” esse discurso de militante de esquerda, absolutamente
carente de autenticidade e credibilidade, posto que vindo da sua “consciência profunda” de
branco elitista. Num discurso, façamos justiça, mais próprio aos militantes do PSTU e do PSOL,
mais próprio às esquerdas.

Estaria então delirando o governador do estado mais rico do país ao dizer essas palavras?
Assustado e amedrontado que estava com o tamanho da enrascada em que se metera ao
assumir o executivo herdado de bom grado de Geraldo “Chuchu” Alckmin, que, por sua vez,
recebera-o de mão beijada de Covas? Estaria ele sofrendo de um surto “esquizóide”, numa
espécie de nova doença: a esquizofrenia social ou de classe? Teria o seu “id” aflorado, fugindo ao
controle do seu “superego” – para usar um diagnóstico mais próprio à psicanálise que à análise
política.

Não devemos nos deixar levar pelas belas palavras do governador – muita gente boa surfou de
alegre nessa onda. A elite é assim mesmo, encaixa o discurso certo na hora oportuna. E, não nos
enganemos, Lembo é apenas mais um membro da casa-grande, dentre tantos que agora, não
mais que de repente, dizem-se preocupados com a situação na senzala. Assim como FHC, que
também já se (pre)ocupou com os miseráveis desse país. Assim como já o fizera Collor. Na base
do gogó, na base da impostura, boçalidade e egocentrismo puros.

Assim como o próprio Alckmin, que abandonou o governo do estado, entregando-o ao PFL, para
concorrer em uma eleição que até as crianças no jardim da infância sabem que ele não tem a
mínima chance de vencer. Sim, pois nesse país os políticos só pensam nisso: disputar e ganhar
eleições. E assim usufruir as benesses do poder. O povo é apenas um detalhe.

Assim como José Serra, que abandonou a prefeitura da maior e mais importante cidade do país
para concorrer ao governo do estado ou, quiçá, à Presidência da República, entregando-a a um
imberbe e desconhecido neófito, também do PFL, suspeito, dentre outras coisas, de
enriquecimento ilícito. Moral da história: os tucanos entregaram o estado e a cidade de São Paulo
nas mãos do PFL. Agora cabe uma pergunta aos eleitores tucanos: alguém aí votou num pefelista
para governador ou prefeito? Perguntar não ofende.

Poderia citar também a (im)postura de Tasso Jereissati, o famoso, na sua terra, “galeguinho dos
zóio azul”. O povo do Ceará conhece muito bem as práticas “humanitárias” e “democráticas”
desse senhor. Assim como os baianos conhecem muito bem o “modus operandi” de ACM.

São todos, para dizer o mínimo, egocêntricos, hipócritas e boçais. Reúnem-se na chamada
oposição ao governo Lula. Reúnem-se, na calada da noite, em jantares em restaurantes caros à
elite branca, seja em Nova York, Paris ou mesmo São Paulo. Ou se reúnem, também em
insuspeitos jantares, com a nata do empresariado (com seus iguais da “elite branca”, portanto)
onde decidem o que é melhor para o país. Aliás, e quem não sabe disso?, há anos essa turma
vem decidindo o que é melhor para o Brasil, quase sempre indiferentes ao que se passa com os
da “senzala”: nas favelas, morros e bairros periféricos por todo o país. Governam, pois, à revelia
do povo. E é uma turma (Alckmin, FHC, Serra, Jereissati, ACM, Bornhausen, Kassab – quem? – , o próprio Lembo et caterva), cá pra nós, por demais "broxante". Eu que não voto "nessa raça" 
de jeito nenhum.

Leia também...

Lula Miranda

DEBATE ABERTO

O caso Escola Base e José Dirceu

Nem se fossem criminosos confessos, José Dirceu e José Genoino mereceriam o tratamento que estão recebendo da Justiça e da grande imprensa. Algum dia, como já nos ensinou o já clássico poema de Brecht, mais cedo ou mais tarde, a vítima poderá ser você. O arbítrio não manda recado ou aviso-prévio.
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Consequências da privataria


Autor(es): Fernando Siqueira
O Globo - 22/07/2013
 Tema em discussão : Políticas de privatização

Os jornais estamparam nas suas primeiras páginas as informações de que a Agência Nacional de Segurança dos EUA vem espionando o Brasil. Algo como dois bilhões de telefonemas e mensagens de brasileiros foram espionados. Um crime hediondo de violação das liberdades individuais, sem qualquer justificativa, a não ser a de cumprir a estratégia do Departamento de Defesa americano para manter o Brasil, o maior celeiro de matéria-prima para os EUA, na condição de subdesenvolvido. Diz um jornal de grande circulação: “Companhias de telecomunicações no Brasil têm essa parceria que dá acesso à empresa americana.”
O que não ficou claro é qual a empresa americana que tem sido usada pela NSA como “ponte ”. Quando a privataria começou, alertávamos sobre o perigo de privatizar as telecomunicações, portadoras da informação, por ser esta de alta importância estratégica. Se as empresas de telecomunicações ainda fossem estatais, seria muito mais difícil cooptá-las. Tratando-se de empresas estrangeiras, fica muito mais fácil. Aliás, foi esta uma das razões da privatização das teles [Grifo AA].
O Brasil perdeu o controle das informações. Outras más consequências das privatizações foram: a abertura do subsolo para empresas estrangeiras; abertura da navegação de cabotagem para elas navegar em nos nossos rios e escoar em nossas riquezas; a venda da Vale por um centésimo do seu valor real; e a quebra do monopólio do petróleo [Grifo AA].
Esta última está gerando a entrega do pré-sal para o cartel internacional do petróleo. Sob um bombardeio diário do cartel internacional, o governo Dilma vem sendo acuado e, após reabrir os leilões — o que não tem sentido, pois a Petrobras já descobriu mais de 60 bilhões de barris no pré-sal —, está prestes a entregar Libra, o maior campo brasileiro, cuja reserva provável é de 15 bilhões de barris, aos grupos estrangeiros. Estrangulando a Petrobras financeiramente, o governo deixa a empresa enfraquecida para participar do leilão .
No 11º leilão recém-realizado, regido pela Lei de FHC [Grifo AA] que dá todo o petróleo para quem o produzir, a Petrobras teve uma participação pífia, tendo comprado menos de 20% das áreas ofertadas e sendo operadora apenas em 3 delas. No 12º que é específico para o campo de Libra, o bilhete premiado, a Petrobras pode ficar de fora ou com apenas 30% por ser operadora única. Em compensação, consórcio estrangeiro tem chances de ficar com 46% do petróleo produzido, sem ter corrido risco, sem ter feito nada, pois a Petrobras será a operadora.
E vai exportar esse petróleo bruto, deixando de pagar 30% de impostos e usando um imenso poder de barganha na geopolítica mundial. Enquanto isto, nós brasileiros, donos do petróleo [Ué, donos de quê?! Você mesmo diz que o governo FHC quebrou o monopólio; sabemos que entregou o que pôde de mãos beijadas e lambuzadas com o dinheiro sujo da corrupção. Então, há muito tempos já não somos os "donos do petróleo", ou de 100% do petróleo], deixamos escapar a maior oportunidade que o Brasil tem para deixar de ser o eterno país do futuro e ser uma potência econômica, financeira e tecnológica mundial. Não dá para aceitar isso [Claro que não! Vamos ter que lutar muito para nos desfazer da parte que chamamos de herança maldita!].
Fernando Siqueira é vice-presidente da Aepet e do Clube de Engenharia
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De: Gustavo Santos, recebido por e-mail da redecastorphoto com as seguintes observações:

Três observações: ou a Petrobrás vai participar ou não vai participar. Aqui, em vermelho, são admitidas as duas coisas, quando pela Lei a Petrobrás é a operadora única. Ou seja, ela vai participar. Informou-se que ela vai depositar 4,5 bilhões. Então, ela vai participar.  Sobre os impostos, não há nenhum projeto de lei para alterar a Lei Kandir, nem para revogar a Lei 9478, do FHC. Nem dos críticos.



Ainda não é enchimento de saco indicar o...


Paul Long: -Cresce o movimento baseado na constatação elementar de que essa reserva petrolífera quilômetros abaixo da superfície do mar e da costa não teria sido descoberta por acaso. A reserva do pré-sal, anunciada ao mundo há dois anos, depois de uma série de pesquisas e estudos, já teria sido descoberta quando se planejava a privatização da Petrobrás com o nome de Petrobrax.



Foca: - Você está querendo dizer que o governo do Coisa Ruim já sabia da existência dessa reserva, mas escondeu o fato apenas para facilitar a venda da Petrobras a preço de banana em fim de feira?





Paul Long: - Existem muitos indícios de que foi isso que aconteceu. Era por isso que os peessedebistas e demo-pefelistas tratavam a Petrobras como dinossauro ou paquiderme. E não foi só o pré-sal, não! Os gringos que trabalharam sob os antigos contratos de risco encontraram muitas outras jazidas de petróleo em solo brasileiro e não informaram nada. Até hoje eles mantêm tudo mapeado e guardado a sete chaves. Se comprarem a Petrobras, aí, sim, vão fazer jorrar petróleo até na Lagoa Rodrigo de Freitas!

Foca: - Contratos de risco?! O que vem a ser isso?

(Para ler completo, clique no título)

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JORNALISMO DE ECONOMIA PASSA CONTRARIEDADES NO BRASIL

Depois de anos de abuso do recurso adversativo -‘país vai bem, mas...' --  o jornalismo de economia agora se agarra ao verbo ‘surpreender'. Tenta, assim, explicar o que a pauta sonega. Por exemplo: a FGV  informa nesta 3ª feira que a confiança do consumidor na economia é a maior em cinco meses. Não só. O PIB também 'surpreendeu' no segundo trimestre, resmungaram as manchetes diante do crescimento econômico bem acima do previsto pelo noticiário 'isento': 3,3% em relação a igual período de 2012. O emprego foi outra variável  que ‘surpreendeu'  em agosto, com um salto de 26% na oferta de vagas formais. Nesta 2ª feira, a arrecadação tributária manifestou igualmente o seu desacordo com as previsões sombrias. A receita atingiu valor recorde no mês passado. A  sequência é infernal. Antes, ainda, as manchetes já haviam manifestado surpresa com a volta da inflação ao limite da meta do BC, em julho e agosto.E os consumidores não param de teimar. Em movimento quase paradoxal, eles reduziram a inadimplência e aumentaram as compras. A presença recorrente do efeito surpresa nas manchetes não deve ser entendida como sintoma do que não é. O país tem problemas estruturais. Mas não exatamente aqueles listados pela mídia que se espanta com a inconsequência de seus vereditos e a baixa aderência de suas soluções. Ao contrário do que sugere a pregação midiática, o desafio reside justamente em construir alternativas à matriz da liberalização, sobretudo dos fluxos de capitais, que sonega consistência a qualquer  projeto de desenvolvimento. Algo que vem sendo dito deste Bretton Woods, em 1944. (LEIA MAIS AQUI)




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Porque o Bolsa Família é importante



Coluna Econômica - 23/9/2013


Já tinha alguns anos de jornalismo, o país começava a lutar pela redemocratização, fui entrevistar Abraham Lowenthal, um dos pensadores do Partido Democrata norte-americano e estudioso da América Latina.

Na época, nós, jornalistas econômicos, estávamos empenhadíssimos em convencer o meio empresarial de que a democracia era um "bom negócio". Fiz uma série de perguntas sobre a importância da democracia para a economia.

A resposta de Lowenthall me derrubou. "A democracia é importante porque é importante. Não precisa de justificativas econômicas".

***

Saindo de Macapá, depois de uma palestra para coordenadores do Sebrae de todo o país, me vali do ensinamento de Lowenthal.

Um dos temas debatidos foi o Bolsa Família.

Um dos coordenadores apontou os benefícios que o BF trouxe a inúmeras regiões estagnadas do seu estado.

Primeiro veio o novo consumo, por meio do BF e da Previdência Social. Em seguida, vieram os novos empreendimentos. Com eles, novos empregos. E a região ganhou vida própria. No país todo, a melhoria de renda gerou um mercado de consumo fantástico.

Outro coordenador tinha visão diferente. Sua percepção era a de que as mães pobres passaram a ter mais filhos, para aumentar a Bolsa; as famílias fugiram para as cidades, sobrecarregando os serviços públicos; e diminuiu a propensão de todos para o trabalho.

***

Com o BF houve redução da natalidade e da mortalidade infantil. Mesmo reduzindo a mortalidade infantil, houve redução dos filhos. Ou seja, o BF exerceu um papel civilizador, ao permitir às mães planejar, e impedindo as crianças de morrer.

As estatísticas mostram, também, número crescente de beneficiários do BF pedindo desligamento, depois de conseguir renda suficiente. Mas é óbvio que, com o BF e a Previdência, os jovens passaram a entrar mais tarde no mercado de trabalho e houve uma queda na oferta de mão de obra para empregos de baixíssima remuneração.

Os dois fatos se refletiram em toda estrutura de emprego, provocando um efeito cascata de aumento do salário real.

Já as cidades mais pobres, especialmente no Nordeste, receberam mais famílias pela relevante razão de que os caraminguás do BF deram condições a elas de permanecer na sua região, mesmo enfrentando uma das maiores secas da história. Obviamente, com a seca, procuraram as cidades.

***

Aí se entram em desdobramentos que nada têm a ver com o BF.

Um deles é o aumento do salário real, bom para o consumo, ruim para a estrutura de custos das empresas. O caminho são reformas e melhorias de gestão que signifiquem um choque de produtividade.

O segundo problema é que, nas regiões mais pobres, aumentou a renda das pessoas mas não a receita dos municípios - contribuiu para isso a imprudente política de desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Mais uma vez, nada tem a ver com o BF.

No final do encontro, sugeri aos ouvintes que criticassem a Fazenda, o Tesouro, a Receita, o Ministério das Cidades, mas não o Bolsa Família. Se houver um céu no serviço público, seus criadores ganharam o assento eterno.

Lembrando Lowenthall: o Bolsa Família é importante porque acabou com a fome de milhões de brasileiros. E basta.


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ORANDO COMO CONVÉM - INTIMIDADE


"Certa vez Jesus estava orando em particular, e com ele estavam os seus discípulos; então lhes perguntou: "Quem as multidões dizem que eu sou?" (Lucas 9:18)

Uma coisa que precisamos aprender é a escolher quem partilha de nossa intimidade. É inevitável ser decepcionado pelas pessoas, ser machucado em relacionamentos, magoar outros, tudo isso faz parte da vida neste mundo. Mas quando estamos na intimidade de alguns assuntos, devemos ter sabedoria e escolher direito.

Jesus andou com multidões, andou sozinho, andou com dois, andou com doze, andou com setenta. Note a diferença do seu ensino, da sua postura, das suas perguntas. Para cada situação a sabedoria do céu mostra o que pode e o que não pode ser tratado. Neste versículo em particular havia algo crucial a ser conversado, pois um estudo relativamente simples mostra ser este momento o divisor das águas do ministério de Jesus. Até o Diabo percebeu que depois de Jesus ser reconhecido como o Filho do Deus vivo as coisas mudaram. Leia o texto com cuidado e perceba.

Num momento de virada, num momento de mudança, de decisão, de apuro, num momento de intimidade, só os realmente íntimos devem participar. Eu confesso que sou completamente incapaz de fazer algumas coisas sem orar um bom tempo antes e sou mais do que incapaz de fazer isso sozinho. Mas isso não significa que eu pego um microfone e chamo uma multidão para orar comigo. Há os "escolhidos" que Deus direciona no meu coração para estarem comigo. Por vezes são dois, por vezes são 20. Se Jesus precisou de 12 eu precisaria mesmo de um exército, mas cada coisa no seu tempo.

Quando vamos orar por algo realmente sério e decisivo não convém fazermos sozinhos, nem convém fazer público. É algo coletivo mas com intimidade. Mais importante do que tudo, é sermos nós referenciais para os menos experientes quando sentirem ser um momento de impasse. Que vitória ser escolhido para estar junto.

"Senhor, obrigado por me mostrar como Jesus fazia na sua intimidade para que eu possa aprender como devo agir. Com Tua ajuda e direção eu sei que serei vencedor."

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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA



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