sábado, 7 de setembro de 2013

Dirceu escapou da morte mas sofre hoje um dos maiores linchamentos da História --- Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação de Lula, agoniza abandonado pelo PT

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JOSÉ DIRCEU: NUNCA, ANTES, NA HISTÓRIA DESTE PAÍS, UM HOMEM SOFREU TAL LINCHAMENTO


Havia no ar uma certa sensação de alívio. Alguém atrás de mim comentou: “Mais uma semana!”. O que entendi como “mais uma semana de esperança”.
O irmão de José Dirceu, Luís, que naquela manhã teve um mal estar cardíaco e precisou ser atendido numa clínica, veio me cumprimentar e agradecer o apoio, “em nome da família”. Gesto inesperado e tocante, de quem estava claramente emocionado.
José Dirceu é o que a literatura define como “homem de fibra”. Impressionante como se manteve e se mantém de pé, ao longo de todos esses anos, mesmo atacado por todos os lados, metralhado por todas as forças, todos os poderosos grupos de mídia, os políticos seus detratores, todas as forças da elite do país, formadores de opinião de todos os segmentos e matizes, de forma maciça e ininterrupta, massacrante.
De modo como jamais se viu uma pessoa nesta Nação ser ofendida, ele vem sendo acossado, desmoralizado, num processo de demolição continuada, sem deixarem pedra sobre pedra, esmiuçando-se cada milímetro de sua intimidade, devassando, perseguindo, escarafunchado e, sem qualquer evidência descoberta, juízes o condenam proferindo frases do tipo “não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. Nem mesmo o mais reles criminoso foi satanizado de tal forma ou sofreu linchamento tão perverso.
Com tal carga a lhe pesar sobre os ombros, ele não os curva. Às vezes mais abatido, outras aparentemente decepcionado, contudo sempre em combate, preparando-se para o momento seguinte. Não se queixa, não acusa, não lamenta, nem cobra a ausência de apoio daqueles que, certamente, deveriam o estar respaldando. É discreto. Não declina nomes. Nunca deixa transparecer quem está próximo dele, quem não. Um eterno militante de 68, que jamais despiu a boina.
“Família”, antes da reunião daquela tarde, em seu prédio, com os companheiros que o apoiam nessa via crucis penal, para juntos assistirem à transmissão da TV Justiça, ele almoçou em casa com suas suas três ex-mulheres, filhas, irmãos, uma confraternização familiar necessária para quem poderia, dali a algumas horas, escutar o pior dos resultados.
E lá estávamos nós, aguardando sua chegada, falando baixo, sem grande excitação no ambiente, enquanto um técnico ajeitava, no laptop, o projetor das imagens da TV que seriam exibidas na parede.
A diretora de cinema Tata Amaral fez uma preleção sobre seu filme “O grande vilão”, um documentário sobre esse período da vida de Dirceu, “o homem mais perseguido da história da República”, e distribuiu termos de autorização de uso de imagem para que os presentes, que assim o desejassem, assinassem. Pelo que percebi, todos assinaram.
Dirceu cumprimentou um por um, agradecendo a presença de todos. Parecia calmo ao chegar. E calmo permaneceu até o final. Quando se despediu de mim, José Dirceu disse, elogiando: “O ministro Barroso estava certo, quando defendeu a suspensão da sessão até a próxima semana”.
Ele se referia à argumentação do ministro Luis Roberto Barroso, que, para garantir aos advogados plena defesa dos réus, usou a  frase “seria gentil e proveitoso dar aos advogados a oportunidade de apresentar memoriais”. Ponderação que o presidente Joaquim Barbosa acolheu muito a contragosto.
Na próxima semana, estaremos lá todos com você de novo, José Dirceu. Acredito em sua inocência. Acredito em Mentirão, não em Mensalão, que para mim existe muito mais para desqualificar a luta dos heróis e mártires da ditadura militar do que para qualquer outra coisa. Mais para justificar o apoio dado pela direita reacionária de 1964 – as elites e a classe média manipulada – ao totalitarismo que massacrou nosso país, tolheu nossa liberdade e nosso pensamento, dizimou valores, destruiu famílias, acabrunhou, amedrontou, paralisou, despersonalizou e tornou apático o povo brasileiro por duas décadas.
E como alvo maior desse processo de desqualificação reacionária, que ressurge como um zumbi nostálgico assombrando o país, foi eleito José Dirceu, o qual, como bem analisa o cineasta Luiz Carlos Barreto, cometeu o grave delito de colocar no poder um sindicalista das classes populares, o Lula.
Pois foi por obra, empenho, articulação e graça de José Dirceu que Luís Inácio Lula da Silva chegou a Presidente da República. E chegou com um projeto político de sucesso, bem estruturado, com um discurso certo, que alçou Luís Inácio não só a um patamar diferenciado de Estadista em nossa História, como também a um conceito internacional jamais alcançado por um Chefe de Estado brasileiro.
Grande parte disso tudo pode ser creditada (ou, segundo interpretação de alguns,debitada) a José Dirceu.
Motivos não faltaram nem faltam para essa obsessão de tantos por destruí-lo.
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Escândalo!

Falta de solidariedade!

Ingratidão!

Genoíno quer desertar!

Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação no governo Lula, internado em estado grave por causa de um câncer, estava abandonado no hospital Sírio-Libanês. Gushiken, deprimido, ligou para "amigos petistas", implorando que estes o visitassem.



Genoíno, também doente, foi o primeiro a comparecer; entrou no hospital pela porta dos fundos, cabisbaixo. No dia seguinte, outros petistas fanáticos e nem tanto foram visitar o coitado.


Comentário de Urariano Mota, colaborador desta nossa Agência Assaz Atroz:

Luiz Gushiken e o PT
de: Urariano

Na coluna de Mônica Bergamo hoje.

Isto a seguir exige reflexão, fora do clima do fla x flu ou petistas x antipetistas. Isso fala de uma geração importante para  a esquerda no Brasil.

Me faz mal, muito mal, por exemplo, ver a derrocada de Genoíno. Eu queria vê-lo vivo, brigando na arena política, combatê-lo no bom combate, nunca na saída pela porta dos fundos, cabisbaixo, doente, no recurso último de uma aposentadoria. Isso nos faz muito mal, amigos.

Os esquerdistas (naquele sentido de Lênin) ainda não percebem, mas essa derrocada não diz respeito somente ao PT.

Fala a todos nós, sectários e não-sectários.

Pela transcrição e comentário

Urariano

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Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação de Lula, chamou amigos para visitá-lo no hospital Sírio-Libanês. Internado em estado grave por causa de um câncer, mas lúcido, ele próprio ministrava as doses de morfina para controlar a dor e decidia quando ficava acordado para conversar com os antigos companheiros.

JULGAMENTO



José Genoino o visitou na quarta. Na noite de quinta, Gushiken reuniu em seu quarto José Dirceu, Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais como o presidente da CUT, Vagner Freitas. Calmo, fez um balanço de sua vida e do PT. Segundo um dos presentes, disse que o julgamento do mensalão é uma 'fase heroica' do partido, que em sua opinião estaria sofrendo um ataque sem precedentes.

LIÇÃO



De acordo com a mesma testemunha, Gushiken deu uma 'lição de política e uma aula sobre a vida. Demonstrou não ter mágoa, tristeza nem remorsos'. No fim da visita, emocionados, todos tiraram fotos ao lado do ex-ministro. Um cinegrafista registrou toda a cena para um documentário que está fazendo sobre Gushiken."

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Página da coluna de Mônica Bergamo chama para leitura de:

drauzio varella

 

07/09/2013 

Demagogia eleitoreira


A questão dos médicos estrangeiros caiu na vala da irracionalidade.

De um lado, as associações médicas cobrando a revalidação dos diplomas obtidos no exterior; de outro, o governo que apresenta o programa como a salvação da pátria.

No meio desse fogo cruzado, com estilhaços de corporativismo, demagogia, esperteza política e agressividade contra os recém-chegados, estão os usuários do SUS.

Acompanhe meu raciocínio, prezado leitor.

(...)

Reformar esse mastodonte desgovernado, a um só tempo miserável e perdulário, requer muito mais do que simplesmente importar médicos, é tarefa para estadistas que enxerguem um pouco além das eleições do próximo ano.
Drauzio Varella
Drauzio Varella é médico cancerologista. Por 20 anos dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer. Foi um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil e do trabalho em presídios, ao qual se dedica ainda hoje. É autor do livro "Estação Carandiru" (Companhia das Letras). Escreve aos sábados, a cada duas semanas, na versão impressa de "Ilustrada".
(Para ler artigo completo, clique no título)

[AA: Ué! Nos créditos não consta que o dr. Drauzio Varela é um dos mais badalados colaboradores da Rede Globo de Televisão. Será que ele tem vergonha disso, ou a Folha é que não aceita ele assumir que trabalha para "desertores"?]

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06 Setembro de 2013




Ela é a negação do individualismo, do egoísmo e da ganância.


Algumas das mais tocantes reflexões dos filósofos referem-se à amizade. Sem ela não há sociedade que se sustente. Aristóteles, que disputa com Sócrates e Platão o título de maior entre todos os sábios, a definiu como “uma alma em dois corpos”.

Segundo Aristóteles, os grandes estadistas de história da humanidade deram mais importância a como estimular as relações de amizade do que a qualquer outro tema, incluída a justiça.

Marco Aurélio, o imperador filósofo de Roma, afirmou que as pessoas nascem para ajudar umas às outras, assim como os braços quase nada fazem um sem o outro.

“A natureza parece muito particularmente interessada em semear em nós a necessidade de termos amigos”, disse Montaigne, o estóico tardio que iluminou a França no século 16. “A amizade assinala o ponto mais alto de perfeição na sociedade.”

A amizade é a base da elevação de toda comunidade. Pois ela se opõe a venenos como o egoísmo, o individualismo, a ganância. A amizade significa compartilhar, dividir, crescer não sozinho mas em grupo.

Sêneca, estadista e filósofo de Roma, expressou isso em palavras memoráveis: “Se tenho prazer em aprender é para ensinar”, disse ele. “Nenhuma descoberta poderia interessar-me, por mais útil e importante que fosse, se eu tivesse que ser o único a lucrar com ela. Se me derem a sabedoria com a condição de que eu a guarde para mim sem poder transmiti-la, eu a recusarei.”

Para mim, é de Montaigne a mais bela frase sobre a amizade, entre tantas as produzidas pelos sábios ao longo dos tempos: “As almas se entrosam e se confundem em uma única alma, tão unidas uma à outra que não se distinguem e nem se percebe a costura entre elas”.

Montaigne escreveu um ensaio notável sobre a amizade. Dedicou-o a seu grande amigo La Boétie, autor de um pequeno grande livro chamado Servidão Voluntária. A morte de La Boétie mergulhou Montaigne numa “noiteescura e aborrecida”. “Já me acostumara tão bem a ser sempre dois que me parece agora que não sou senão meio”, escreveu ele.

Eis a parte dura: a perda de amigos. Também sobre esse tema os sábios se debruçaram. Um deles escreveu: “A lembrança dos nossos amigos mortos é suave e ácida a um só tempo, como um vinho velho demais cujo amargor nos agrada. Mas depois de um tempo toda a acidez desaparece e em nós fica só um prazer puro.”

Numa carta a um discípulo que perdera um amigo, Sêneca usou aquela frase em seu esforço de consolação. “Para mim, a lembrança dos meus amigos mortos é doce; quando os tinha ao meu lado, pensava que teria de perdê-los; agora que os perdi, penso que sempre os tive ao meu lado”.

A arte de lidar com a perda de um amigo é mais fácil na teoria do que na prática. Sêneca admite que foi “esmagado” pela morte de um amigo mais jovem do que ele. “Hoje compreendo que a causa principal de tamanho sofrimento era que eu nunca imaginara que ele pudesse morrer antes de mim. Como se a morte respeitasse uma ordem de passagem.”

Toda a sabedoria do mundo costuma ser impotente para deter a noite escura e aborrecida que nos trazem os amigos perdidos, aos quais dedico esse artigo.

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Arnaldo Jabor não apoia o golpe contra Dilma. Verdade?!
Arnaldo Jabor é um grande cineasta. Verdade?!
Arnaldo Jabor prefere demo-cracia à dita-dura. Verdade?!


De...
 Informativo assinado por 111.950 comunicadores

...para a PressAA...

7/8/2013

“O Brasil é um país democrático. Mentira!”, diz Arnaldo Jabor

     
Nessa quinta-feira, 5, o comentarista da Rede Globo e da CBN e colunista do Estadão, Arnaldo Jabor participou do último dia do Fórum Global de Liderança, realizado em Curitiba.  Durante o evento, o crítico falou sobre o Brasil. Para ele, o país convive com características do anarquismo, conforme informou o site Paraná Shop.
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Arnaldo Jabor participou de evento na capital paranaense (Imagem: Paraná Shop)

“O Brasil é um pais democrático. Mentira! Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos têm direitos, mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia”, disse o comentarista da Globo.

Ao complementar a análise, Jabor chamou a atenção para o fato de, na democracia brasileira, todos serem obrigados a votar. “Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que tem como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar. Democracia isso? Pense nisso!”.
Organizado pela Estação Business School (EBS), o Fórum Global de Liderança aconteceu de 3 a 5 de setembro. De acordo com a organização, a edição 2014 do evento já tem datas definidas: 2, 3 e 4 de setembro.

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AA: Ricardo Noblat pede aos amigos...

AA: Nós, prosaicos pauteiros da PressAA, torcemos para que Noblat se recupere, viva por muitos anos, o suficiente para meditar, reconhecer seus pecados, arrepender-se de toda sacanagem que fez/faz na condição de jornalista vendido, ou exercendo as funções de blogueiro profissional a serviço do PIG. Amém.

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08.09.2013


Manifestação contra a guerra marca ato de solidariedade à Síria. 18850.jpeg

Enquanto o presidente Barack Obama insiste em atacar a Síria, no Brasil, movimentos sociais, centrais, partidos políticos, ativistas e a sociedade civil saíram às ruas, nesta sexta-feira (6), em repúdio a mais um ataque imperialista dos EUA, que pode ter consequências graves para o Oriente Médio e para o mundo. Em São Paulo, o "Ato público em solidariedade ao povo e à soberania da Síria" concentrou manifestantes na Praça Ramos, no centro da cidade.

Por Théa Rodrigues, da redação do Vermelho

Na escadaria do Teatro Municipal de São Paulo se agitaram as bandeiras sírias e os cartazes de "não à guerra".


Na escadaria do Teatro Municipal de São Paulo se agitaram as bandeiras sírias e os cartazes de "não à guerra". A iminência do ataque norte-americano e a arrogância de Obama - que já afirmou não depender da decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) para intervir na Síria - só fazem crescer o descontentamento da opinião pública. 

Em declaração para o Vermelho, Eduardo Elias, presidente da Federação das Entidades Árabes do Brasil (Fearab) e filho de sírios, disse que é contra "qualquer intervenção em qualquer país do mundo, pois cada povo deve decidir entre os nacionais o que é melhor para a sua nação". Segundo ele, "se o Brasil não tomar cuidado, (os norte-americanos) vão tentar fazer o mesmo aqui, porque temos a maior reserva de água potável do mundo, temos a Amazônia e temos o pré-sal" por isso, "é preciso barrar os EUA agora e, com isso, prestar um serviço para a humanidade".

Ainda de acordo com Elias, "o imperialismo não mede consequências, é atroz". Para o presidente da Fearab, o ato de solidariedade ao povo sírio é mais uma expressão do povo "que se engaja a cada dia na luta pela liberdade".

Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos em Luta pela Paz (Cebrapaz), disse ao Vermelho que "há uma crescente consciência e um posicionamento contra a agressão na Síria por parte dos povos e nações". Na semana passada, a ameaça de guerra ao país foi repudiada em todo o mundo. Dentre os que se opõem veementemente à decisão de Obama estão Rússia, China, Irã, Brasil, Cuba, Equador, Argentina, Bolívia, entre outros. 

Contudo, "o presidente norte-americano segue insistindo no ataque por conta da natureza agressiva e da posição beligerante do país", disse Socorro. Para ela, "se os EUA intervierem militarmente na Síria, será uma demonstração de um total desapreço pela paz".

A presidenta do CPM lembrou ainda que no caso de um ataque, o governo norte-americano estaria violando o Direito Internacional e a Carta da ONU, que em seu artigo 51 diz: "Nada prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva, no caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais". Ou seja, "nenhum país pode atacar outro a não ser em legítima defesa e as nações só podem intervir militarmente com o aval do Conselho de Segurança", explicou Socorro.

Segundo ela, "a Síria não atacou nenhum país, muito menos os EUA". Portanto, "ao agredir o país do Oriente Médio, o governo estadunidense transforma o Estado em 'fora da lei' e deve ser julgado dessa forma", completa a ativista que também marcou presença no ato "para abraçar a nação síria e defender a autodeterminação dos povos".

O deputado estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Alcides Amazonas, complementou a fala de Socorro ao dizer que "a manifestação é fundamental para que se eleve o nível de consciência dos brasileiros e do mundo em prol da bandeira da paz e de liberdade dos países".

"Esse filme nós já vimos antes, os EUA invadiram o Iraque (2003) sob o pretexto de que ali havia armas de destruição em massa, devastaram o país e não encontraram sequer uma 'biribinha'", disse o deputado ao Vermelho.

Para Amazonas, "cada povo precisa enfrentar os seus problemas internos", se um país quiser ajudar "será bem-vindo", mas a Síria não precisa deste tipo de intervenção norte-americana. "Essa agressão do imperialismo, a exemplo de outras que nós já vimos, deve revoltar não só o povo brasileiro, mas o mundo todo", completou o deputado.

Todos são contra a intervenção 

Assim pensa também Dom Damaskinos Masour, arcebispo metropolitano da igreja ortodoxa antiquina no Brasil, que fez os estudos elementares em Damasco (capital síria): "Esse ataque é um absurdo. Qual é o motivo? Matar pessoas?". 

"Somos contra qualquer tipo de guerra, qualquer ataque que resulte na morte de pessoas, seja quem for", declarou o arcebispo.

Assim como ele, outros religiosos se posicionaram contra a deliberação equivocada do presidente Obama. O próprio papa Francisco pediu aos seguidores da igreja católica que fizessem um dia de jejum e orações pela paz na Síria. Segundo informou a agência AFP, o pedido do pontífice recebeu adesões no mundo mulçumano e entre não-crentes.

"O papa deixou bem clara a posição dele contra a intervenção, então, essa é a primeira vez que você vê católicos fervorosos e comunistas revolucionários juntos na mesma luta pela paz mundial", disse Assaad Afrangie, editor da Oriente Mídia, um dos organizadores do evento, enquanto segurava uma bandeira do vaticano.

Segundo Afrangie, o ato de solidariedade desta sexta-feira teve duas finalidades: "ser contra a guerra propriamente dita e apoiar o governo brasileiro no seu posicionamento em relação ao tema". Nesta mesma data, a presidente Dilma Rousseff reiterou que o Brasil não reconhece uma ação militar na Síria sem a aprovação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Entidades brasileiras

Rogério Nunes, secretário de movimentos sociais da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) afirmou ao Vermelho que o ataque "é uma interferência brutal de um país que não respeita a soberania de um povo". 

"Para justificar o desrespeito ao direito do povo sírio à autodeterminação e levar à frente um novo ato de barbárie, Washington recorre à mentira descarada acusando sem provas o governo daquele país árabe de usar armas químicas", apontou o presidente da CTB, Adilson Araújo por meio de uma nota de apoio àquele país.

O presidente municipal do PCdoB, Jamil Murad, endossa a afirmação de Araújo dizendo que "os argumentos dos EUA são cínicos e hipócritas" e que "o imperialismo está sendo agressivo, pois o capitalismo está em crise profunda e não tem perspectiva de saída". Sendo assim, segundo ele, "eles tentam incrementar a economia através da indústria da guerra".

Jamil qualificou o ataque como "um crime contra a humanidade" e disse que a manifestação é uma tentativa de impedir tal agressão. Em congruência com o pensamento do presidente municipal, Márcia Campos, da Federação Democrática de Mulheres (Fdim), também defendeu que se deve evitar que a invasão ocorra: "não estamos aqui só para condenar, estamos aqui para barrar a iminência de guerra".

Por sua vez, Marcelo Buzetto, secretário de relações internacionais do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), afirmou que essa "é mais uma tentativa de genocídio contra o povo sírio", mas ressaltou que é importante "não confundir o povo dos Estados Unidos com o governo". Ele lembrou ainda que quando Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 2009, (mesmo sem autoria de qualquer ação digna do prêmio), a palavra que o presidente norte-americano mais utilizou em seu discurso foi "guerra".

O papel da juventude

Para a União da Juventude Socialista (UJS), Obama repete o mesmo erro do seu antecessor, George Bush, a quem criticou duramente pela desastrosa guerra no Iraque. Embebido de uma autoridade de polícia do mundo, que não lhe é cabida, decide unilateralmente iniciar um ataque militar violento que só trará mais mortes e a destruição da Síria.

Segundo a presidenta da UJS da capital paulista, Camilla Lima, "trata-se de mais um ato guerra onde quem sai prejudicado e a população civil". Esse é um dos argumentos que Jonathan Silva, vice-presidente da União Estadual de Estudantes (UEE), utilizou para afirmar que "os estudantes são contra a intervenção dos EUA".

No ato de solidariedade ao povo sírio também estiveram presentes representantes do Levante Popular da Juventude e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), que fazem parte do comitê do evento.

Outras manifestações

Cerca de 400 jovens participaram na tarde desta sexta-feira (6) de uma manifestação em frente à Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília (DF). Eles repudiaram o iminente ataque militar ao país árabe, anunciado nesta semana pelo presidente dos EUA, Barack Obama.

"A Síria, o último país do Oriente Médio com plena liberdade religiosa, com mais de dez mil anos de civilização, berço do alfabeto mais antigo, que tem como capital uma das cidades mais antigas do mundo, Damasco, está prestes a ser atacada militarmente pela potência bélica mais poderosa, letal e sem escrúpulos que a humanidade já conheceu: os Estados Unidos". Esta é parte da convocatória para o ato em defesa da Síria que será realizado nesta sexta (6) em Florianópolis, Santa Catarina.

A iminência da guerra anunciada pelos Estados Unidos tem provocado reação de pacifistas em todo o mundo. Diante deste fato, movimentos sociais florianopolitanos convocaram um grande ato na Esquina Democrática, no centro da capital, em solidariedade ao povo sírio.

Também em Florianópolis (SC) manifestantes se concentraram na Esquina Democrática, no centro da cidade, para expressar seu repúdio à guerra e se solidarizar com o povo sírio.

Participantes do evento

Os partidos políticos que apoiam são Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Pátria Livre (PPL). Também Consulta Popular, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), União Nacional dos Estudantes (UNE); União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Federação Democrática Internacional das Mulheres (Fdim), a Marcha Mundial de Mulheres, União Brasileira de Mulheres (UBM), Liga Comunista, União pela reconstrução comunista (URC), Movimento Bandeira Vermelha, entre outras

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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA



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