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Filmes: "Diário de Um Jornalista Bêbado"
Filme é baseado no primeiro livro de Hunter S. Thompson, autor do famoso "Medo e Delírio em Las Vegas: Uma Jornada Selvagem ao Coração do Sonho Americano"
André Lux*, crítico-spam

Hunter S. Thompson é um jornalista que sem querer inventou o chamado "jornalismo gonzo", que é definido pelo Wikipédia como "um estilo de narrativa em jornalismo, cinematografia ou qualquer outra produção de mídia em que o narrador abandona qualquer pretensão de objetividade e se mistura profundamente com a ação". Besteira. "Jornalismo Gonzo" é o resultado do trabalho de alguém que cobriu um evento completamente bêbado e/ou drogado e aí coloca no papel suas lembranças e experiências obtidas enquanto sob efeito das drogas. Thompson, um notório alcoólatra e drogado, foi um grande crítico do chamado "sonho americano" e tirou a própria vida com um tiro de espingarda aos 68 anos de idade.
Numa dessas, Kemp esbarra no novo rico Hal Sanderson (Aaron Eckhart, excelente) que quer contratar o jornalista bebum para que ele escreva matérias positivas sobre uma jogada de especulação imobiliária que vai trazer grande fortuna para os envolvidos e desgraça para os porto-riquenhos. As coisas se complicam ainda mais quando Kemp fica deslumbrado com a namorada de Sanderson, Chenault (na pele da lindíssima Amber Heard).
Esse primeiro ato é o que o filme tem de melhor, alternando cenas engraçadas com outras de crise moral que passa a sofrer o protagonista, arrastado para dentro de um esquema corrupto sem querer. É uma pena que na segunda parte a história perca a vibração e o interesse. Nem mesmo o conflito moral de Kemp é resolvido de forma minimamente satisfatória e o filme se resuma em tolas perseguições pelas estradas de terra de Porto Rico. O romance entre o protagonista e a bela Chenault não gera nenhum tipo de conflito e também é resolvido bestamente. Outra coisa que estraga o filme é a presença do péssimo Giovanni Ribisi, aqui interpretando um jornalista ainda mais louco e drogado (que ainda por cima adora ouvir discursos gravados de Hitler!), o qual poderia ter se tornado antológico caso fosse representado por um ator de verdade.
A verdade é que o livro original (que só foi publicado após a morte de Thompson) não era mesmo grande coisa e traz apenas algumas pinceladas bem básicas do que viria a ser o estilo "gonzo" e das críticas ácidas do autor ao "sonho americano". Enfim, vale uma espiada, mas não espere muito.
Cotação: * * 1/2
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*André Lux, jornalista, presta assessoria na área de Comunicação Social, crítico-spam, administra o blog “Tudo em Cima”. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.
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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
PressAA
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