segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Marina e Dilma - por Aparecida Torneros (Atualização da postagem de 22/8)

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Atualizado em 25/8/2009 (*)


Marina e Dilma: trocando gravatas

Por Aparecida Torneros

As notícias dão conta de que há uma guerra sem gravatas nos bastidores da política nacional. Sem gravatas, mas com bravatas, o que é rotineiro nesse gênero de brigas pelo espaço do poder máximo do executivo nacional. A novidade é o escanteio para o qual foram jogados os nomes masculinos.

Um Brasil cada vez mais feminino surge no cenário do comando com rédeas curtas, pois fica claro que há entre as possíveis candidatas, um fio que as liga ao discurso menos brincalhão a que nos acostumamos. Qual delas compararia episódios da vida nacional a passes de futebol? Talvez aprendam, para chegar mais perto dos ouvidos torcedores do eleitorado masculino, que hoje, estatisticamente, já é minoria.

Manchetes estampam a reviravolta no quadro sucessório presidencial que há muito vem beirando a feminilidade, com as presenças de canditadas em fase de pré-escolha ou de reedição de propostas. Roseana foi o balão de ensaio, da saga maranhense herdada do feudo da família Sarney, Heloísa, das Alagoas, é sempre um nome em pauta, com sua postura de salvadora da Pátria que se coloca bem, na medida do possível, quando lhe é dada a chance de emergir. Marta Suplicy está entre as menos cogitadas, atualmente, mas fez seu nome na historia paulista e nacional, entre declarações gozadoras que no fundo são audaciosos avanços da mulherada em busca do espaço antes ocupado pelo mundo dos machos a quem cabia falar o que bem lhe aprouvesse.

Eis que surgiram, de uns tempos para cá, duas figuras tão fortes e tão combatentes, de vidas pessoais visivelmente corajosas, a Marina e a Dilma. E aí estão elas, na disputa, atropelando prognósticos, um prato cheio para as instituições de pesquisa, capazes de acirrar o debate, de confundir os eleitores, mas , sobretudo, figuras propensas a enriquecer a já cansativa e repetitiva campanha eleitoral que nos invade ouvidos, olhos e paciência, via televisão, rádio e afins, nos anos eleitorais.

É que Marina usa somente bijuterias feitas com sementes da Amazônia, este é um dado a considerar, sua brasilidade acreana, certamente vai encantar parte do público como referência nacional. Dilma, a forte, enfrenta com dignidade o tratamento contra doença séria e não pára de trabalhar. Marina tem olhos de guerreira da tribo, Dilma absorve as mazelas do Governo e as transforma em obras, procedimentos, números positivos, comanda equipes e esbanja mais tecnicismo do que jogo partidário. Marina tem voz doce e sorriso meigo. Dilma tem voz empostada e sorri pouco, mas, lança olhares de incentivo aos brasileiros que dela esperam continuidade dos melhores programas da era lulista.

Parece que elas não tem companheiros candidatos ao posto de “primeiro damo”, são mulheres que se acostumaram a lutar sozinhas, salvo engano, talvez nem tanto, pois tem filhos, trazem a experiência da maternidade, fator ímpar na decisão de qualquer dirigente que busque equilibrar sentimentos e razão, coisa que mãe faz o tempo inteiro, ao longo da sua vida.

Fala-se em acordo para que não venham a se bater muito nos debates, caso sejam confirmadas como reais candidatas ao cargo no Palácio do Planalto, e , no fundo, nem há que se esperar uma peleia de mulheres ciumentas ou ambiciosas. O que se verá, se realmente acontecer, será o duelo de duas guerreiras, instadas pela solução que proporão ao país que amam, além do mais, o que se verá como fato novo, é que elas usarão baton e enfeites, ao seu modo, alguns arranjos de cabelos, cortes ou coques, talvez unhas pintadas, quem sabe uma fragrância cítrica de flores nativas, ou ainda roupas de corte sóbrio, não faltarão saias longas, colares, óculos fashion, expressões amigas, tipo “minha querida”, ou coisa que o valha, e dentre tantas suposições, uma agora me intriga…

Se combinassem as duas e chegassem de camisas e gravatas ao primeiro debate televisivo, criariam a maior expectativa de marketing, nunca dantes imaginada.

Aí, num gesto conjunto, Dilma e Marina, tirariam e trocariam as tais figuras simbólicas do traje masculino tradicional, com fazem os jogadores de futebol, com a troca de camisas, e nós teríamos a chance de ver, abolido, definitivamente o crime do colarinho branco em terras brasileiras. As gravatas entrarão para a história então, como fatos passados, e lenços coloridos, de poás, floridos, verdes e amarelos, enfeitarão os pescoços de uma e de outra, qualquer que seja a vencedora, já que a hora feminina do comando brasileiro chegou, afinal.


Aparecida Torneros, jornalista e escritora, autora de “A Mulher Necessária", mora no Rio de Janeiro e colaborou com a nossa AAA-PressAA nos enviando este artigo, necessário até para o esclarecimento de que a postagem anterior (“Marina Silva: depoimentos e perfil”) não é um trabalho elaborado sob a visão ou mesmo a anuência da equipe Assaz Atroz a respeito do perfil de Marina da Silva. Dois textos foram copiados de sites (depoimentos 1 e 3), os outros recebidos por e-mail através da Rede Castorphoto. Portanto parem de nos encher o saco enviando e-mails do tipo que as Brasilianas, do J. Miramar, o Poty Guara, nos mandou (conferir na atualização da postagem).

Fernando Soares Campos e equipe assaz atroz.

Blog da Mulher Necessária

http://blogdamulhernecessaria.blogspot.com/

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(*) Atualização em 25 de agosto de 2009

Quando da distribuição desta postagem pela Rede Castorphoto, o Castor fez a seguinte observação:

Prezados amigos
Até que enfim consigo distribuir um texto, ainda que particularmente eu não entenda nada de "mode&bijou", escrito e excelentemente escrito pela não menos excelente Cida Torneros. Mas, burro que sou, espero ter lido as entrelinhas e metáforas.
Tomara que a editoria da AAA nos brinde com mais e mais artigos&crónicas desta maravilhosa escritora.
Abração em todo o pessoal da Redação...
Castor

Resposta de Cida Torneros:

Oi, Fernando

Agradeça ao Castor as palavras gentis sobre meu trabalho.
Diga a ele que a vida é mesmo feita de maior número de entrelinhas do que de frases óbvias, e que é preciso considerar que o mulherio no Brasil vai ser o eleitorado decisivo em 2010.

Se ele não entende de bijou, rs, eu tb não compreendo muito a guerra, seja a do futebol, ou a dos armamentos pesados... mas, fazer o quê, né?, ir aprendendo e amadurecendo, aliás, torcendo mesmo para que o Brasil feminino e masculino se una em torno de mais propostas e ações concretas por melhor qualidade de vida para o nosso povo, no seu todo, na sua plenitude, muito além de "guerrinhas" engravatadas ou "acordos com gosto de pizza" que se vê por aí... ou não se vê, mas se sente o cheiro tal o aquecimento do forno... E não é que nesse bendito fogão congressista se queimam até esperanças e ideiais?! Pois , meu amigo, "hay que endurecer, pero jamás perder la ternura", já dizia um amigo nosso, e a hora é essa, vamos levar estas "meninas" ao embate político, sem , entretanto, estabelecermos a "guerrilha" entre elas... O que eu sonho agora é que elas se olhem no espelho e percebam que, unidas, podem, sim, construir uma dupla, sem gravatas, praticamente imbatível, no pleito... Sonhar não custa nada, ora bolas... E se os do Clube do Bolinha sabem engendrar tão "bem" acordos inusitados, por que elas não teriam aprendido a fazê-lo também?

Está em curso uma "armação" de confronto entre elas, o velho jogo para dividir o inimigo e tentar ganhar o jogo...seja o de futebol, ou o da política...inimigo dividido, inimigo perdido.....

Confio que elas já tenham percebido isso e não se deixem levar pela testosterona dos assessores e conselheiro políticos e que sigam a maravilhoooooooosa (desculpe o exagero, rs!) intuição feminina... Aí, meu queridinho, realmente seria o show!!!
Bem, falei além das entrelinhas...e se vc não concorda, é direito seu, democrático, respeito muito, sempre, pois o mundo só é interessante porque podemos conviver com as diferenças. Se fosse tudo igualzinho, já imaginou que mundinho mixuruca?!
Bom é isso, sermos criaturas capazes de discordar, de questionar e, sobretudo, de sonhar...

Beijooooooos da Cida Torneros, preparando-me para comer em Copa, o cozido de domingo, do Lopez, ali do Posto 6, e olhar o mar, com olhos infantis, extasiando-me, sempre, com a misteriosa força da natureza, essa traidora de emoções...ufaaaaaaaaa!!!
Ótimo domingo pra vc e pro Castor, e viva o América ( é o mesmo!), meu novo time de futebol!

Deixei de torcer pelo Flamengo... Sou a mais nova americana do pedaço e tô me sentindo bem!
Risosssssssssssssssss

Moro num país tropical, sou América, e tenho um dengo chamado Brasil!!!

(Maria Aparecida Torneros da Silva)

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PressAA
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Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Fernando!
Também não gostei do tal perfil da Marina. Ela pode ser idealista ao extremo, mas percebo verdade nela, tanto que deixou o Ministério pela impossibilidade de implantar suas idéias. Leio discursos, já assisti uma palestra dela e sinto que é fiel ao que acredita; emociona, cativa e empolga... Não a vejo como uma alienada por ser evangélica, aliás pelo que li começou sua tragetória nos movimentos eclesiais de base dentro da Igreja Católica, mesmo sendo católica não a condeno por isso. Penso que antes de se ser fiel a algo exterior que, às vezes, deixa de se adequar àquilo que se verdadeiramente acredita, é necessário manter se fiel à própria essência, aquilo que motiva a cada um interiormente.
É isso...
Dilma Alves