sábado, 14 de junho de 2014

Assaz Atroz Comics: Action de complaisance entre copains --- Advogados defendem Grossi e repudiam Barbosa --- Coxinhas VIP insultam Dilma --- Ricos e classe média querem tirar PT do poder, diz economista Pochmann

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ADVOGADOS DEFENDEM GROSSI E REPUDIAM BARBOSA



Desagravo ao advogado José Gerardo Grossi, que ofereceu emprego a José Dirceu, lotou sessão da OAB-DF. Para a categoria, o colega foi injustamente criticado pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, que considerou o gesto uma "action de complaisance entre copains" – ou ação entre companheiros. Em sua resposta, Grossi foi irônico: disse não ter como retrucar à agressão em francês, pois seus conhecimentos na língua "são muito incipientes", mas lembrou de uma palavra apropriada à ocasião, usada pelos atores de teatro para desejarem sorte: "merde"

11 DE JUNHO DE 2014

Renata Teodoro, do Consultor Jurídico - Em uma sessão lotada, o ato de desagravo público em favor do advogado José Gerardo Grossi, na noite de ontem (10/6) foi marcado pelas ironias e críticas ao ministro Joaquim Barbosa. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi aplaudido pelos presentes ao dizer que se Barbosa quiser advogar em Brasília, fará de tudo para impedir que isso aconteça.

A sessão foi organizada porque a seccional avaliou que Grossi foi injustamente criticado por Barbosa ao oferecer emprego em seu escritório ao ex-ministro José Dirceu, condenado na Ação Penal 470. Em decisão monocrática que indeferiu o pedido, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou que a oferta era uma "action de complaisance entre copains" — ou ação entre companheiros, em tradução livre.

Em resposta ao ministro, Grossi disse ter se sentido lisonjeado pela ofensa feita no idioma francês. “Não tenho como retrucar à agressão na língua de Proust. São muito incipientes os meus conhecimentos do francês. Um deles, por certo apropriado, além de não ter uso recomendável em solenidades como esta, na França, tem duplo sentido: os atores de teatro o utilizam antes de começar o espetáculo para desejarem uns aos outros, uma boa sorte”, disse em referência à palavra merde.

Tribuna cheia

Não faltaram advogados querendo fazer o uso da palavra na tribuna para defender o trabalho de José Gerardo Grossi. Dos mais renomados aos mais jovens, a sala onde aconteceu a sessão de desagravo estava lotada. Mesmo com a impressão de que já não cabiam mais pessoas lá dentro, pela porta de entrada sempre chegava mais um. E, de repente, outro. Foi assim durante toda a solenidade.

Entre aplausos e reverências, o advogado Cleber Lopes começou a sessão com a leitura da biografia de Grossi. “Antes que o Brasil ganhasse o primeiro título mundial na Copa do Mundo o professor Grossi se graduava”, disse. A partir de então, criminalistas e juristas renomados, membros de diretorias e conselheiros da OAB-DF e de outras seccionais se revezavam para manifestar apoio ao colega.

O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse ser importante mensurar o peso atribuído ao presidente do STF, mas Barbosa foi, aos poucos, causando certo dissabor entre as classes de advogados, juízes, jornalistas. "Mais de uma vez, eu disse que aquela toga era maior do que ele, que ele não aguentava o tamanho e a responsabilidade daquela toga", disse.

Para o advogado, Barbosa cometeu um grave erro. "Ele não mexeu com um advogado, ele mexeu com o advogado". E conclui: "Nós temos a certeza de que esse cidadão [Barbosa] passará, porque não há, na história do Supremo Tribunal Federal, um único voto que mereça ser lido no futuro, não há um único livro que mereça ser lido no futuro".

O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (foto) foi o escolhido para ler a nota de desagravo. Ele ressaltou, ainda, que Grossi sempre zelou pelos princípios constitucionais, e que nunca viu alguém tão ético, cuidadoso, sério e empenhado em manter a integridade profissional. "Exatamente este homem foi agravado de uma maneira leviana pelo presidente do Supremo. Desagravá-lo hoje é uma tarefa de todos nós”, afirma.

Vice-presidente do Conselho Federal da OAB, Claudio Pacheco Prates Lamachia disse que o ato é um dos mais simbólicos do qual já participou. "É uma honra muito grande porque estamos desgravando uma pessoa que tem mais de 50 anos de trabalho prestado à advocacia e não mereceu o agravo. A advocacia brasileira quando tomou conhecimento das palavras do ministro sentiu-se ofendida”.

O advogado Luiz Fernando Pacheco disse que todos os advogados foram desagravados na pessoa do Grossi. “Joaquim Barbosa sai por uma porta do Supremo Tribunal Federal e a Justiça entra por outra”, afirmou. Já o advogado Eduardo Ferrão registrou sua admiração ao dizer que “José Gerardo Grossi não é mais advogado desse caso, daquela causa. É o advogado do brasileiro”.
O ministro aposentado do STF Sepúlveda Pertence também esteve presente e fez questão de se aproximar, aos poucos, dos colegas posicionados na bancada. Sem querer interromper a solenidade, estava ali por respeito e prestígio ao colega.

José Luis Oliveira Lima, advogado de José Dirceu, parabenizou a seccional da OAB-DF pela defesa intransigente das prerrogativas da advocacia e destacou a importância do desagravo. "Este ato tem uma simbologia maior, uma vez que o desagravado é o presidente do Supremo Tribunal Federal, que deveria ter a consciência da importância da advocacia para o Estado Democrático de Direito".

José Gerardo Grossi agradeceu o ato da OAB-DF e disse também que chegou à comparecer a um curso oferecido pela Vara de Execução do DF sobre ressocialização quando decidiu oferecer emprego ao apenado. O advogado afirmou que o ato da OAB era importante em virtude da postura considerada autoritária do presidente do STF. Para exemplificar sua fala, citou o fato de o ministro Joaquim Barbosa ser o propositor da Súmula Vinculante 5, que prevê a dispensa da atuação do advogado em processos administrativos, em contrariedade à própria Constituição Federal.

"Se um dia José Dirceu for trabalhar em meu escritório, vou lhe recomendar a leitura da Ética de Benedictus de Spinoza. Foi lá que li esta proposição ‘quem vive sob a condução da razão se esforça, tanto quanto pode, para retribuir com amor ou generosidade, ódio, a ira, o desprezo, de um outro para com ele", finalizou.
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De repente, começam os insultos. Ofensas do mais baixo calão a uma presidenta da República eleita pela maioria do povo. Coisa de vilão na acepção da palavra. Os insultos à mandatária do País não apenas ofendem o princípio de autoridade, a instituição presidencial, o estado, o governo e o povo que elegeu nas urnas a presidenta Dilma Rousseff.

Os insultos são, antes de tudo, ignomínia, acinte e infâmia, que visam desconstruir e destruir a imagem de uma política forjada na luta contra a ditadura civil-militar, bem como traduzem a total falta de civilidade de pessoas que não conseguem tolerar o que a elas é antagônico politicamente e ideologicamente. São os coxinhas da classe média tradicional, os riquinhos de "classe", os que se consideram caucasianos, de pele supostamente branca, de origem europeia e que odeiam o Brasil.

São os coxinhas intolerantes, de caráter fascista e que desprezam a miscigenação e a cultura do povo brasileiro, mas que não abrem mão de frequentar, por exemplo, o Itaquerão e assistir ao jogo do Brasil contra a Croácia, a abertura da Copa do Mundo, conquista do Governo do PT, na Era Lula, e transformada, na Era Dilma, em um cavalo de batalha eleitoral pelos magnatas bilionários de imprensa, pelos coxinhas de classe média, que tentaram, em vão, desonrar uma presidenta da República, além de os políticos da oposição de direita.

A oposição retratada no PSDB e seus aliados, que, conforme o candidato conservador, senador Aécio Neves, tentou recorrer ao STF para que os coxinhas, geralmente eleitores dos tucanos, pudessem portar cartazes e faixas com dizeres contra o Governo Trabalhista, e, quiçá, permitir que os mascarados vestidos de luto também pudessem entrar nos estádios para destruir o patrimônio público e jogar pedras, paus e coquetéis molotov na cara da polícia e depois a imprensa burguesa de caráter golpista afirmar em suas manchetes que os “protestos são pacíficos”, contanto que seus empregados jornalistas cubram os eventos a voar em helicópteros para se protegerem de ataques verbais e até mesmo físicos, como ocorreu no decorrer das manifestações de junho de 2013. Afinal, "A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".

A imprensa de negócios privados — principalmente a impressa — e completamente alienígena corrobora para a falta de respeito e celebra, de forma torpe e vil, os xingamentos a uma senhora, acompanhada da filha, que foi à abertura dos jogos da Copa do Mundo como cidadã e presidenta legítima do Brasil, que tem o direito de ir a um estádio sem ser vítima de uma tentativa de desconstrução de sua imagem de mulher, mãe, avó e política.

Os bárbaros, os neocons que a xingaram não têm a menor condição de viver em sociedade, pois não aceitam conviver com aqueles que pensam diferente deles, e, por seu turno, cometem todo tipo de desatino, sandices e grosserias, que não condizem com uma gente que, equivocadamente, considera-se civilizada, e, contraditoriamente, admira os países ricos, aqueles de passado colonialista e imperialista, que exterminaram índios e negros, além de explorar os povos "dominados" por intermédio da infâmia em forma de escravidão.

Duvido que esses burguesinhos agressores que, ridiculamente, acham-se "especiais" e "melhores" do que o restante da população considerariam ser justo ver suas mulheres, filhas, mães, avós e amigas a ser insultadas da maneira covarde que o foi a presidenta Dilma Rousseff. E o pior: entre os ofensores da presidenta tinha a presença de mulheres, o que torna o ato bárbaro e inconsequente ainda mais grave.

As vaias e os pesados insultos partiram da área VIP do Itaquerão. Os ingressos de tal setor ocupado por coxinhas reacionários ao desenvolvimento do Brasil e à emancipação do povo brasileiro custaram em média quase R$ 1 mil. E, sendo mais preciso, R$ 990,00. Muitos artistas globais e de outras emissoras, executivos e seus familiares e gente das altas rodas, além dos apaniguados, receberam cortesias para a área VIP, e, quando a presidenta apareceu no telão, começaram a xingá-la com palavrões, realidade esta que eu nunca vi acontecer com presidentes da República, mesmo os que estavam em situação de perigo em relação aos seus adversários políticos. Um despropósito e falta de noção, de senso crítico e de educação de grandeza estratosférica.

Nunca vi um negócio desses, a não ser agora em São Paulo, estado administrado há 20 anos pelos políticos provincianos do PSDB, tradicionalmente conservador e historicamente resistente a mudanças, mesmo se elas o beneficiem. A Folha de S. Paulo, opositora aos trabalhistas desde os tempos de Getúlio Vargas, e o G1, das Organizações(?) Globo, por exemplo, publicaram que as palavras de baixo calão contra a presidenta partiram de setores do estádio ocupados pelos privilegiados da vida.

A maioria dos torcedores que estava presente ao jogo Brasil e Croácia não vaiou e muito menos insultou a mandatária do PT e do Brasil. Quem vaiou e xingou, afirmo novamente, são pessoas que têm dinheiro ou que receberam cortesias para ver o jogo de graça.

Jornalistas da ESPN e, para minha surpresa, do Sportv, que há meses realiza uma campanha contra a Copa, consideraram o episódio "Lamentável, grosseiro, mal-educado, deplorável e deprimente". Como se percebe, até alguns adversários midiáticos, pautados pelos chefes de confiança de seus patrões, não toleraram patifaria ou cafajestada cuja autoria ficou a cargo dos coxinhas que pagaram caro por ingressos ou ganharam entrada gratuita.

Este é o mundo VIP e sectário dos "bem-nascidos". Um mundo de intolerância social, que se edifica por intermédio de preconceitos e intolerâncias seculares daqueles que não tem, indubitavelmente, um pingo de respeito pela sociedade. É nessas horas que podemos perceber com clareza e livre de subterfúgios e manipulações a alma da Casa Grande, acostumada que é a tripudiar contra aqueles que ousam em confrontar, mesmo que moderadamente, o status quo garantido pelo establishment.

A verdade é que os endinheirados não aceitam e por isso reagem com violência contra a redução das desigualdades sociais e regionais que aconteceu no Brasil nos últimos 12 anos. Essa gente é antidemocrática e está acostumada a boicotar e sabotar quaisquer tentativas de amenizar a pobreza no Brasil ou fazer do País um lugar próspero e solidário para todos os brasileiros. E qual é a novidade? Nenhuma. Quem tem um pouco de discernimento e inteligência sabe que os inquilinos da Casa Grande são provincianos e colonizados, além de deslumbrados e fúteis. Ponto!

Todavia, o que chama a atenção é que essa gente que se considera cosmopolita porque vai a Miami e compra bugigangas em seus shoppings, além de visitar o Mickey em Orlando para dar uma de pateta, é portadora de um gigantesco complexo de vira-lata, e, quando na frente de um gringo, comporta-se como um servil, um babaca sem igual e tamanho, pois incomensurável também sua subserviência e subalternidade.

O jornalista Juca Kfouri, que não é PT e vive a criticar o Governo Trabalhista fez duras críticas aos torcedores VIP bocas sujas. Disse que entrevistou, depois do jogo, vários torcedores e funcionários do estádio. Segundo ele, 95% das pessoas com as quais conversou não gostaram da conduta dos coxinhas endinheirados ou aquinhoados com ingressos gratuitos. E quem iria gostar de tanta canalhice e grosseria? Ninguém que seja educado e consciente do que é justo ou injusto, fatores que um coxinha jamais teria condições mentais de discernir, pois freqüentador de um mundo paralelo baseado em preconceitos e leviandades.

Os coxinhas de classe média e os considerados de "elite" e que optaram em lutar por uma sociedade que atenda apenas seus privilégios e benefícios têm geralmente o caráter das pessoas puxa-sacos. Servis com os mais fortes e poderosos, e diabólicos com os "abaixo" de suas condições sociais ou profissionais. São exatamente os cidadãos com esses perfis psicológicos e sociais que insultaram vergonhosamente a presidenta Dilma Rousseff com palavras de baixo calão, inclusive algumas mulheres. É isso aí.

PS: Ah, já ia esquecendo: não vi negros no Itaquerão. Os coxinhas bocas sujas devem ter adorado. E a imprensa burguesa e de negócios privados também.
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Ricos e classe média querem tirar PT do poder, diz economista Pochmann

Durante visita a Fortaleza no último sábado, o economista - uma das principais cabeças do projeto econômico do PT - disse que setores estão "insatisfeitos" com perda de privilégios durante os governos petistas
CAMILA DE ALMEIDA/ESPECIAL PARA O POVO


Durante palestra, economista Márcio Pochmann falou sobre os desafios do PT para as próximas eleições

Uma das principais cabeças do projeto econômico de Dilma Rousseff (PT), o economista Márcio Pochmann disse neste sábado, em Fortaleza, que ricos e classe média brasileira enxergam como “questão decisiva” a saída do PT do poder nas eleições deste ano. Segundo ele, esses grupos estariam insatisfeitos com políticas petistas de descentralização de renda, que estariam, por tabela, “combatendo privilégios” dos mais ricos.

“Ricos não estão nada satisfeitos. Para eles, é uma questão decisiva ver o PT fora do governo. Nossa classe média também não suporta o combate às desigualdades, porque ele é também o combate aos privilégios. É aquela questão do status, que é atacado pelos programas sociais”, disse Pochmann, que esteve em Fortaleza participando do “Café com Ideias”, projeto organizado pela Casa Vermelha, ação ligada ao vereador Guilherme Sampaio (PT).

Ilustrando a questão, Pochmann citou exemplo de pessoas da classe média que estariam incomodadas com a ascensão de brasileiros de baixa renda após governo do PT. “Existe a questão do status. A patroa vai para Miami e vê a empregada doméstica. O cidadão compra um carro, mas aí vê que o porteiro também tem carro novo. Essa classe média não nos quer”, disse o economista.

Programas sociais
Pochmann afirmou ainda que, para as eleições deste ano, o desafio e diretriz do PT deve ser organizar e se aproximar de setores beneficiados por programas sociais dos governos Lula e Dilma. Entre possíveis “alvos”, ele cita estudantes beneficiados pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) e 3 milhões de famílias beneficiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida.

“Precisamos organizar e transformar esses grupos em política, mobilizações. Buscar esses segmentos e organizá-los. Isso porque, na política, não existe vácuo. Se nós não buscarmos essas pessoas, outras vão”, disse.

Reformas
Para eleição deste ano, Pochmann também destacou necessidade de o PT “bancar” debates envolvendo reformas profundas na sociedade. Entre os pontos criticados pelo economista e passíveis de mudanças, estão projetos de regulamentação da mídia e concentração de terras em grandes latifúndios.

“Nós inventamos o Brasil sem mexer no velho, nunca se mexeu na aristocracia rural (...) hoje, 40 mil proprietários possuem até 50% das terras, e elegem 20% das casas legislativas”, disse o economista.

Ex-presidente do Instituto de Pesquisa Aplicada entre 2007 e 2012, Márcio Pochmann é professor titular da Unicamp e um dos ideólogos das propostas econômicas dos governos do PT desde a era Lula.

A palestra do economista integrou programa “Café com Ideias” da Casa Vermelha, que regularmente promove discussões sobre temas de interesse da sociedade. A Casa é um espaço político-cultural mantido pelo vereador Guilherme e por grupos da sociedade civil que dialogam com o mandato do parlamentar. (Carlos Mazza - carlosmazza@opovo.com.br)
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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA


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