Fãs de Michael Jackson: "Ele subiu aos céus"
Zec'amargo, da Rede CUBO'm de TiVê, no dia seguinte à morte de MJ: "Ele caiu do Céu!"
GLOBO – PROIBIDO PARA MENORES DE CEM ANOS
Laerte Braga
Pornografia não é necessariamente um monte de “atores” deitando e rolando com um monte de “atrizes” e produzindo milhões de dólares em lucros para os produtores. Pode ser William Bonner apresentando o JORNAL NACIONAL. Ou um comentário sobre “economia” da furibunda Miriam Leitão.
O portal GI da GLOBO, ou do GLOBO, tanto faz, noticia que o enterro de Michael Jackson foi transformado num “show épico”. Deixa o mais apimentado e atlético filme pornô no chinelo. Uma espécie de LUTA DEMOCRÁTICA dos tempos de tecnologia de ponta.
Repórter da LUTA passava o diabo para arranjar um cadáver até a hora de fechar a edição. Um deles, um dia, chegou atrasado ao local de um atropelamento, Aterro e o rabecão já havia levado o indigitado. Deitou-se no chão e mandou o fotógrafo tacar ficha.
O cadáver da LUTA era branco. O atropelado era negro. O DIA, à época era o concorrente. Exultou. Por trás dos dois jornais havia a disputa entre dois caciques. Tenório Cavalcanti – o homem da capa preta – e Chagas Freitas, no começo em dupla com Ademar de Barros. E depois em carreira solo.
No JORNAL NACIONAL tudo tem uma cor só e muitos truques.
São tempos em que o uso da camisinha é recomendado.
E com sabor, claro, afinal para que serve toda aquela parafernália que chamam de PROJAC?
Li por aí que transformaram o enterro de Michael Jackson em um “showneral”. Perfeito.
A luta contra o golpe de elites e militares – nessa ordem – em Honduras foi ignorada no geral pela chamada grande mídia. O que foi mostrado foi o que convinha aos donos da informação.
O JORNAL NACIONAL, para variar, transmitiu direto de uma das manifestações em Tegucigalpa, ao “vivo”. O correspondente estava numa das “organizadas” pela CIA e a favor do golpe.
Funcionavam mais ou menos assim. Os agentes da CIA com a “colaboração” de policiais e militares, tudo na mais perfeita ordem e reinando a “democracia”, ofereciam determinada quantia em dinheiro ao pacato cidadão que estivesse por ali, meio que de bobeira, vestiam-lhe uma camisa branca com inscrições a favor do golpe e a mídia golpista, GLOBO, no nosso caso o principal tentáculo, filmava, transmitia ao “vivo”, direto, toda essa preocupação com a “notícia” e pronto. A turma era dispensada.
Mais ou menos que nem a outra turma, a daqui, a do CANSEI. Um bando de desocupados paulistas montou manifestação contra Lula, contratou um desses cantores que daqui a uns anos ninguém lembra mais e arrumou perto de duas mil pessoas, algumas delas dondocas que se recusavam a andar muito, a menos que fossem providenciadas liteiras.
Não teve a segunda, acabou por ali mesmo. À época chegaram a confeccionar leques patrióticos.
Sabe aquelas piadas que os presidentes dos EUA vivem usando em seus discursos? As tais que provocam risos forçados dos circunstantes, digamos assim? Pois é, existe uma coleção delas em agências de publicidade que trabalham para políticos norte-americanos.
Geraldo Ford, que virou presidente por conta da renúncia de Nixon, gravava seus discursos e ia treiná-los em casa. No dia seguinte fazia uma reunião com três dos seus assessores – o que havia escrito, o que havia corrigido e o ator cômico para ensinar a contar piada – e lia.
Em média, na campanha de 1976 quando foi derrotado pelo democrata Jimmy Carter, perdia seis horas todos os dias para corrigir eventuais erros. Coisas assim como aumentar o tom de voz demais, ou abaixar. Contar a piada sem um certo molejo. Ganhou fama de presidente que tropeçava, caia, metia cabeça em árvore, tomava sorvete com a testa. Todo mundo e em todo lugar existem edições melhoradas ou pioradas de Homer Simpson.
A tecnologia dos nossos dias permite que William Bonner tenha sido produzido de forma adequada, dentro de padrões de qualidade invejáveis e noticie às 20h 35m a morte de alguém com olhar compungido, para as 20h 36m abrir um largo sorriso com a vitória da seleção brasileira.
O bigode de Sarney tem uma explicação simples. É marca registrada do presidente do Senado. Um fio do bigode vale como palavra. O significado que ele pretende que a peça tenha, ou melhor, contenha.
Charles Ryan, ex-prefeito de Springfield, no estado de Massachussets, tinha o hábito de usar meias soquetes brancas tricotadas. Joseph Napolitan, especialista em fabricar “vencedores”, sugeriu que as trocasse. Trocou e ganhou as eleições. Já o governador Shapp – Pensilvânia – perdeu a primeira eleição que disputou por não ter trocado suas soquetes de cano curto e deixar parte da panturrilha – putz! – a mostra.
O que que é mais pornográfico? O JORNAL NACIONAL preocupado com a “ética” e em não ferir o que Bonner chama de Homer Simpson, ou o filme “Garganta Profunda” com Linda Lovelace?
O filme é inocente. Ficção. O JORNAL NACIONAL é realidade. O vírus que transmite além de incurável é de contágio e paralisa. Paralisa o cérebro.
Sarney, que é sócio dos caras, a família é dona da GLOBO no Maranhão, já devia ter aprendido com os comparsas.
Em 2002, quando da campanha eleitoral para a presidência da República, a GLOBOPAR, parte do complexo pornográfico dos Marinho até então, devia os tubos e estava arrastando o monstro todo a um atoleiro sem tamanho e sem saída, tipo assim o da GM.
Vai daí que foram a FHC pedir de saída 250 milhões de dólares para debelar o incêndio. O tucano quis negociar um valor a menos e deixou Roberto Marinho quicando.
Inventaram a candidatura Roseana Sarney, os Marinhos, chamaram o IBOPE, colocaram a moça nas alturas e deixaram Serra nas “baixuras”. Baixeza que vem, baixeza que vai, um grande acordo.
A GLOBOPAR convoca uma assembléia geral de acionistas para aprovar um aumento de capital. Noventa por cento dos Marinhos, cinco por cento do BNDES e cinco por cento da Microsoft. É proposto um aumento de capital que implica em 250 milhões de dólares para o BNDES manter o mesmo percentual de cotas na empresa. Bil Gates que sabia do trampo corre da raia, a GLOBO não tem como entrar com nada, mas os 250 milhões do BNDES saem a tempo de evitar a catástrofe.
No sábado o marido de Roseana foi flagrado em operação “secreta” com exclusividade da GLOBO e a moça viu ruir seu sonho presidencial. Aquele negócio que adoram. Dossiê. Um monte de dinheiro espalhado sobre u’a mesa e o repórter em orgasmos múltiplos delirando, quer dizer, noticiando.
E de quebra a votação no Congresso da emenda constitucional que permitiu a entrada de capital estrangeiro em empresas de telecomunicações. Naquela semana mesmo a GLOBO passou para a frente parte da GLOBOPAR.
Sarney é aprendiz perto dessa turma. É do tempo de papai e mamãe e luz apagada. Os caras fazem o diabo e com luz acesa. Luz. Câmera. Ação!
Num sei se vão conseguir convencer o governador de São Paulo José Serra, candidato da rede à sucessão de Lula a trocar aquele jeito surrado e batido de vampiro brasileiro como sinônimo de competência e dedicação ao trabalho – trampo puro – por algo mais palatável.
Vão tentar é óbvio. Não conseguiram montar Collor de Mello? FHC?
Não tem gente que acredita piamente que William Bonner é humano?
Todos os anos em Los Angeles, Califórnia, acontece o festival mundial do cinema pornô. É a chance de uma espécie de Oscar de melhor ator. Bonner, lógico. Miriam Leitão é pelo conjunto do trabalho no filme “é dando que se recebe, a saga de uma comentarista econômica num mundo homens vorazes”.
E cegos...
A GLOBO deve ser proibida para menores de cem anos. E nem falei de Faustão ou Luciano Huck. Preferi não mexer com pornografia bizarra
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Laerte Braga, jornalista nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil. Colabora com este blog
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