Adriano Vizoni/Folhapress |
Miruna Genoino, filha de Jose Genoino, preso no processo do mensalão, durante a primeira entrevista exclusiva que ela concede
Dedico essa entrevista da filha de José Genoíno a todo idiota e todo canalha que por se considerar da Esquerda usa o discurso da Direita para parecer ser o mais ESQUERDÃO e não é merda alguma a não ser um covarde.
Imbecil ou canalha é antes de tudo um covarde que se tivesse um mínimo de vergonha na cara ao menos calaria a boca. Mas dignidade é algo que não conhecem e certamente não vão ler essa entrevista, pois a verdade incomoda e atrapalha a ilusão de serem as consciências políticas a que todos devem ter paciência de escutar e ler cada besteira dita ou escrita.
Não vão ler e se ler não irão acreditar porque sempre imaginam que toda gente é como eles mesmos são, mas ainda assim é para esses inconsequentes que distribuo essa entrevista da Miruna Genoíno:
01/12/2013
'Esperança eu não tenho, meu pai não vai durar na prisão', diz filha de Genoino
Miruna Kayano Genoino se
lembra com detalhes da tarde em que seu pai reuniu a família e comunicou:
"Lula pediu para eu ser presidente do PT e vou fazer isso porque esse
projeto precisa funcionar". O ano era 2002 e Luiz Inácio Lula da Silva
tinha sido eleito presidente da República.
Filha do deputado federal
licenciado José Genoino, a professora de 32 anos diz que o pai não tem
arrependimentos. O petista foi condenado por corrupção ativa e formação de
quadrilha no mensalão e, segundo Miruna, acredita que, "se esse é o preço
que tem que pagar para que o projeto do governo Lula e Dilma funcione, ele
paga".
[PressAA: No nosso
entendimento, esta introdução só tem um objetivo: o de fazer o leitor acreditar
que Genoíno assume que foi uma espécie de "corrupto do bem". Ora, a frase de Miruna
refere-se a sofrer injustiça, pagar injustamente, mas por uma causa nobre.
Porém, conforme está colocado aí, dá a impressão de que Genoíno concorda com o
preço pago pelo crime que teria cometido. Muito bem faz a Marilena Chauí, que
aconselha que ninguém deve dar entrevista a essa gente. Não vale a pena. Marilena Chauí quebra o silêncio e critica comportamento da
mídia “A única solução é uma mídia alternativa, que
esse governo não tem e que precisa criar. Em resumo: nada a fazer em relação ao
comportamento da mídia. A não ser o que eu tenho feito, que é a crítica. Não me
relaciono com a mídia. Não dou entrevistas, não vou a rádios, não vou às
emissoras de tevê, não escrevo nos jornais. Eu não quero. A minha liberdade
determina que eu não faço isso e que eles não são meus soberanos. Podem ter o
império que eles quiserem, mas sobre mim eles não têm.” ]
Genoino foi preso em 15 de
novembro e levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para
cumprir pena em regime semiaberto. Após uma semana, teve uma crise de pressão
alta, foi levado ao hospital e de lá seguiu para a casa da filha Mariana, onde
espera o Supremo Tribunal Federal analisar seu pedido de prisão domiciliar.
"Meu pai não tem
esperanças de que isso aconteça", disse Miruna à Folha. Leia a seguir
trechos da entrevista.
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Julgamento
e prisão
O momento
mais difícil para o meu pai foi quando ele foi condenado. Durante o julgamento
ele tinha esperança de ser absolvido. [Os elogios de alguns ministros antes de
condená-lo] só o deixavam mais irritado. Era como se fosse um afago para depois
meter a faca. Isso, hipócrita.
A prisão não teve o elemento surpresa. Por um lado,
quando chegou a notícia, conseguimos respirar. Estávamos vivendo uma situação
insustentável com o cerco da imprensa, os repórteres e fotógrafos querendo
tirar fotos de tudo. O que vivi como mãe não desejo a ninguém. Posso entender
que queiram tirar foto dele se entregando, mas não entendo o desejo de tirar
fotos de dois menores de idade indo visitar o avô [os filhos de Miruna têm 5 e
7 anos]. Quando chegou a notícia, foi quase "vamos começar com essa
porcaria de uma vez".
Preso
político
Meu pai
está proibido de emitir opinião, de dar entrevistas, e dizem que ele não é
preso político. Então por que ele não pode falar? É preso político, sim. Meu
pai foi condenado porque era presidente do PT.
Lembro da vez em que ele se sentou na sala com a
gente e falou: "Olha, o Lula pediu para eu ser presidente do PT e vou
fazer isso porque esse projeto precisa funcionar".
Às vezes, eu penso que se a gente tivesse falado
alguma coisa... Mas não, ele não tem arrependimentos. Nenhum. Ele fala que, se
esse é o preço que tem que pagar para que o projeto do governo Lula e Dilma
funcione, ele paga.
Saudade
Estou
sentindo muita saudade dele, muita mesmo. Na semana passada foi a apresentação
de dança da minha filha e só estava eu para assisti-la [chora]. E isso nunca
mais vai voltar. Ele nunca mais vai ver essa apresentação.
É difícil porque tenho uma ligação muito forte com
meu pai, e o que acontece com ele é como se estivesse acontecendo aqui [coloca
a mão em cima do coração e chora ainda mais], como se ele estivesse dentro de
mim. Aí a minha mãe vai tentando ajudar a gente. Ela fala: "Você não é
ele". Quando tive meus problemas pessoais este ano, ela também falava para
o meu pai: "Você não é ela, calma".
Doença
Em julho
deste ano meu pai estava com minha mãe e meus filhos em Ubatuba [litoral de São
Paulo] e passou mal [foi submetido à cirurgia para corrigir uma dissecção na
aorta]. Eu estava viajando. Faço mestrado na Argentina, e passei a noite no
avião sem saber se meu pai estava vivo ou morto.
O que mais dói é que foi tão difícil o que nos
aconteceu naqueles dias, meu pai tinha só 10% de chance de sobreviver e, graças
a Deus, ele venceu. Agora questionam se a gente está usando a doença dele como
estratégia. Isso é muito duro porque, se eu pudesse escolher, mesmo com meu pai
preso e a gente longe dele, se ele estivesse bem de saúde, eu escolheria isso.
'Querem
nos destruir'
Só não
larguei o mestrado por causa dele. Soube da aprovação dias depois da condenação
[novembro de 2012]. Ele me disse: "Querem nos destruir e você não pode
permitir. Você vai continuar lutando e fazendo as suas coisas porque não podem
nos apagar".
Se você me perguntar quem é o sujeito do
"querem", de cara vou falar que a mídia teve muito a ver com isso.
Meu pai teve muitas decepções. Mas com a mídia ela foi devastadora, o coração
dele começou a rasgar ali. Ele tem uma mágoa profunda, uma dor com tudo o que é
publicado. Quando os jornalistas ficam lá fora de casa, essas manchetes, essa
agressividade, esse recorte da realidade é um punhal para ele.
Vontade
de morrer
Depois da
cirurgia, meu pai se perguntou: "Por que a vida não me levou?" Ele
não tinha medo de morrer, mas se questionou muito. Na época da ditadura, ele
não tinha nada a perder, mas hoje ele tem os filhos, os netos e minha mãe.
Solidariedade
Lula,
Dilma e o PT sempre tiveram solidariedade com o meu pai. E eu só estou falando
isso aqui porque se tiver uma pessoa --e só uma-- que ache que ele esteja
fingindo e, depois de ler essas minhas declarações, mude de ideia e se convença
que ele está mesmo doente e precisa de cuidados, para mim já vai ser
suficiente.
Laudo
médico
Meu pai
passou mal na Papuda e precisou ir para o hospital em Brasília. Ele teve uma
alteração de pressão que durou dois dias. Nós tínhamos quatro laudos dizendo
que a situação era grave. Quando chegou a junta médica do STF já era o final de
dois dias no hospital. É claro que a pressão tinha baixado. Ali ele estava
medicado e com a família.
Minha pergunta é: esses médicos foram na Papuda?
Foram ver a alimentação do meu pai na prisão? Viram que na Papuda não tem
plantão médico noturno? Foram ver? Não foram. E eles se sentiram autorizados a
dizer que meu pai não precisa ficar em casa.
Companheiros
de cela
Já falei
que se eu tivesse mil vidas e durante todas elas eu ficasse dizendo
"obrigada" não seria suficiente para agradecer ao José Dirceu e ao
Delúbio [Soares] por tudo o que eles estão fazendo pelo meu pai. Porque se teve
alguém que cuidou do meu pai foram o Zé Dirceu e o Delúbio.
Eles foram atrás de água mineral para o meu pai
parar de beber água da torneira. Insistiram e a polícia levou. É por isso que
meu pai deve querer ficar na Papuda caso o STF não dê a domiciliar. Eles não
querem se separar.
Próximos
dias
Esperança
eu não tenho. O único dia em que minha mãe perdeu a cabeça foi quando ele
passou mal e o médico disse que ele precisava ir ao hospital, mas o juiz não autorizou.
Ela gritou, chorou, ficou nervosa, se descontrolou.
Quando as pessoas falam que ele vai ficar alguns
meses no semiaberto e depois já pode pedir progressão da pena, penso que não
sei como ele vai chegar. Em uma semana eu vi como ele piorou, como eu vou
pensar em meses? Oito meses? Ele não vai durar isso na prisão. Não vai.
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Síndrome de Estocolmo ou mera covardia?
Fernando Soares Campos
Vá nessa, Celso Lungaretti, não apenas leia, mas diga alguma
coisa se for capaz!
Você vem batendo em Dirceu e Genoíno há muito tempo, praticamente
exige que eles “confessem” o que não fizeram: “Deveriam ter dito a verdade”. Então, Lungaretti, já que você gosta tanto
da verdade, nós, que também a apreciamos, vamos lavar alguma roupa encardida.
Li seu artigo "E agora, Josés?", no Pravda, no qual você
afirma:
Por Celso Lungaretti (*)
A prisão sempre foi um
acontecimento normal na vida de um revolucionário. Nunca nos envergonhamos de
ser presos por tentarmos abolir a exploração do homem pelo homem. Nem
deveríamos: só os melhores seres humanos o fazem.
O constrangedor, no caso do
Zé Dirceu e do José Genoíno, é estarem prestes a cumprir penas em função de um
episódio de corrupção.
Nunca concordei com a
decisão de alegarem inocência, que é a mesma de quase todos os criminosos
comuns. O homem das ruas imediatamente conclui que são culpados.
Deveriam ter dito a verdade:
que é praticamente impossível governar o Brasil sem comprar o apoio da ralé
parlamentar, seja com Pastas e cargos, seja com grana.
***
Ainda bem que você diz que é "praticamente impossível" e
não "absolutamente impossível". Eu acredito piamente que os Josés a
que você se refere não compraram o apoio do que você chama de "ralé
parlamentar". Também não acredito que eles vão vender suas consciências na
prisão.
Mas também não estou censurando você por não ter suportado a dor
física da tortura tempos atrás e ter fingido entregar seus companheiros; até
porque você fez muito bem em mentir para os seus algozes, informado onde seus
companheiros estavam acampados, mas o fez por que sabia eles já haviam
abandonado aquele aparelho. E eu acredito em você, não tenho por que duvidar.
Também não o censuro por ter se rendido e aceitado fazer o papel
de arrependido, de confessar para a nação, através de rede (na época acho que era
cadeia, ou reprodução de vídeo tape) de televisão, que se arrependia de ter
participado da companhia e dos planos dos seus ex-companheiros. Não,
Lungaretti, isso não é censura, nem eu estaria comentando isto aqui se você até
o momento não continuasse demonstrando tal arrependimento. Sim, porque o que
você está fazendo agora é mais grave que naquela época. Hoje ninguém está lhe
forçando a condenar ex-companheiros de luta, você o faz voluntariamente.
Seus torturadores o colocavam diante das câmeras e colocavam
diante dos televisores outros presos políticos. Depois do depoimento de vocês, os
arrependidos (assisti a alguns desses depoimentos na tevê, no início dos anos
1970), perguntavam aos que assistiram se eles queriam fazer o mesmo papel e,
com isso, sofrerem menos, pois suspenderiam as torturas e, talvez, lhes
concedesse a liberdade. Muitos se negaram a aceitar. Mas ninguém está hoje lhe
cobrando atitude de herói. Não, mas, por favor, também não se comporte como um
covarde.
Se Dirceu, Jenoíno, Delúbio ou qualquer deles não suportarem a
tortura, darão um jeito de fazer com que a informação chegue a nós, mesmo
sob censura, como estão. E cabe a nós disseminar a verdade. Omitir-se diante da
injustiça de que não somos vítima é mais que covardia, é conivência. Porém, nem
mesmo sendo atingido diretamente, toda injustiça nos alcança, nos ameaça, nos
torna potencial vítima da arbitrariedade de consciências dopadas.
Olha, Lungaretti, "Síndrome de
Estocolmo" até que dá pra gente compreender, possivelmente ela pode se
manifestar em pessoas extremamente sensíveis, piegas até, mas bem
intencionadas; o que não consigo compreender é a contínua relação
sadomasoquista entre torturadores e torturados. Só me faz acreditar que o
sujeito é morbidamente masoquista, pusilânime, do tipo oprimido que quer ser
opressor, ou, pelo menos, ele acredita que a força bruta consegue dobrar a
todos, visto que por ela foi dobrado.
Para afirmar que os governos petistas haviam comprado a "ralé" política com pastas, cargos ou grana, só se eles tivessem feito como Mário Covas, que contratava alguns canalhas vencidos, vendidos.
É só, não dá mais pra segurar, é melhor eu parar
por aqui.
Para ler o artigo "E agora Josés?", clique AQUI. Mas não deixe de ler os comentários.
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Ilustração: AIPC –
Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA
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