Os
paradoxos e a verdade
Fernando
Soares Campos
Creio
que, em determinados casos, aquilo que um tribunal de exceção mais teme é
exatamente que o réu fale a verdade. Sei que é estranho alguém afirmar tão
aparente disparate, porém, se pararmos pra pensar, talvez isso não reflita contrassenso, mas, sim, tão somente um paradoxo.
Vou
tentar esclarecê-lo.
Tive
um amigo em Minas Gerais, companheiro de labuta, com quem me associei num
pequeno empreendimento. Andávamos pelo interior do Estado vendendo determinada
mercadoria em pequenos estabelecimentos comerciais. Certo dia, depois do almoço
em modesta lanchonete, ele me confidenciou que já fora “bandido” e me contou
algumas de suas aventuras no submundo do crime. Entretanto, quase nenhuma daquelas
histórias me surpreendeu, considerando o desenrolar dos fatos, as tramas e as
habilidades (malandragens) para se livrar de flagrantes delitos; era tudo muito
verossímil, como nos romances policiais. Entretanto, certo detalhe em uma de
suas histórias me levou a pensar cada vez mais no disparate (ou paradoxo) que
expus acima.
Meu
companheiro me contou que já havia “trabalhado” no ramo de compra e venda de
dinheiro falso (redundância?!). Disse que os lucros eram fabulosos e que tudo estava
indo muito bem, pois seus comparsas nos âmbitos das polícias civil e militar
lhe davam cobertura e garantiam que estavam amparados por coniventes elementos
no Judiciário. Mas ele afirmou que tinha consciência de que, mesmo nessas
condições, um dia a casa cai, portanto tratou de amealhar considerável
patrimônio, a fim de assegurar o sustento da sua família, caso “perdesse pros
homens” numa parada sinistra, o que realmente aconteceu. E foi aí que a porca
torceu o rabo.
Submetido
a interrogatório em uma delegacia, identificou entre seus inquisidores alguns
de seus próprios parceiros da quadrilha em que atuava, os quais, segundo ele,
eram os mais enérgicos na condução dos trabalhos de investigação. Em alguns
momentos, eles explodiam coléricos, esbofeteando e espancando-o sob uma
sucessão de pergunta aos berros: “Quem são seus parceiros?!”, “Onde eles
estão?!”, “Quem fornece o dinheiro falso?!”, “Onde é a oficina de fabricação da
muamba?!”, “Fala!”.
E
tome bordoadas e perguntas.
Meu
amigo me falou que, em determinado momento, teve vontade de dizer: “Porra, companheiros, fiquem frios!
Tranquilizem-se! Vocês não precisam exagerar, eu não vou entregar ninguém!”.
Mas conteve-se, pois confiava no bom senso dos comparsas e entendia que,
naquele teatro, eles saberiam estimar suas forças físicas e sua resistência
emocional. E foi o que aconteceu.
Ele
sabia que, se falasse a verdade, destruiria a todos ou, pior, somente a ele. A
todos porque, entre os seus parceiros diretamente coniventes, havia também os
indiretamente conluiados com os colegas de trabalho, rabos presos por
comportamentos baseados em suposta “ética corporativa”, assim sendo, o mais
provável é que somente ele fosse eliminado.
Acabei
de me lembrar de Roberto Jefferson. Estranho...
Acredito
que existem duas diferenças básicas entre Jefferson e o meu amigo: este é um
ex-bandido, um indivíduo regenerado, e, quando na ativa, foi pego
involuntariamente como bode expiatório, boi de piranha; enquanto Jefferson
assumiu voluntariamente o papel de alcaguete, calculadamente, acreditando que usufruiria
o benefício da “delação premiada”, porém sem ser considerado “delator”. Na
prática, isso tem acontecido, mas ele rejeita a pecha de “dedo-duro” imputada
por Roberto Civita, o capo de tutti i capi
no ramo mídia venal.
Pausa
pra refrescar a memória.
A frase E de Roberto
Jefferson, insatisfeito com a reportagem dEste FIM de semana da revista, Que
SUGERE Que elementos RECEBA o Perdão judicial Pela delação Que fez
247 - Neste domingo, em Vésperas de ter SUA Sentença Definida Pelo
Supremo Tribunal Federal, Roberto Jefferson, presidente do PTB, se dedicou a
postar los Seu blogue. Negou O Papel de dedo-duro e disparou Ataques contra a revista
Veja, Opaco, Nesta Semana, publicou reportagem sugerindo Que elementos Podera
receber o Perdão judicial, n'uma especie de delação Premiada. "Ja Ja o Civita morre, DEPOIS de
ter vivido UMA vida apodrecida, e, Finalmente, o Controle editorial da"
Veja "muda e, Quica, muda parágrafo Melhor", escreveu. Leia OS mensagens de Jefferson:
(...)
E POR Falar A Verdade ...
Bem que me ofereceram a delação Premiada. Mas eu a recusei, porqué delação E
Coisa de canalha. Localidade: Não pedi a delação e tambem não uma Aceito. E
FICA uma dica: se me oferecerem, recuso Novamente. A MIM me basta uma Denúncia Que JÁ
Fiz, uma luz Que eu JÁ acendi no Brasil, POIs continuo a Agir Desta forma, a
soluçar luz.
(...)
E POR Falar uma mentira ... (2)
ASSIM, POR Falar da mentira, Não Custa
esclarecer a Verdade: a revistinha Diz Que eu Teria confessado o Recebimento de
R $ 4 Milhões parágrafo Opaco Meu Partido, o PTB, apoiasse o Governo Lula.
Mentira! Mentira deslavada e das
desonestas Mais! O Dinheiro Que
Nunca neguei ter Sido entregue AO Partido, Bem porqué Nunca neguei UO manipulei
A Verdade Como de praxe E uma revistinha Fazer, Nao era Nunca NEM FOI parágrafo
comprar Apoio. Era Dinheiro
parágrafo como Campanhas eleitorais Municipais Qué entao si avizinhavam, COMO
SE avizinham um CADA Quatro Anos. Mentira
Capenga e manca, porqué o PTB, entao, JA era base de apoio do Governo Lula e,
POR ISSO, Nao precisava Ser vendido. Mentira
manca, de Tão Curtas Que São como Pernas, porqué o PTB Nunca Esteve à venda. E JÁ Que a "Veja" Precisa
corrigir SUAS letras, PODE also explicar cais Quais d'Orsay os "muitos
Casos de Corrupção" Que me atribuiu los Mais UMA frase desconexa da
revista Opaco então sirva de Ataque Gratuito e mentiroso.
[Para ler os outros posts, clique no título da matéria]
Roberto Jefferson é fluminense, nasceu em
Petrópolis, mas conhece bem a alma carioca, principalmente dos guetos da
malandragem e do submundo do crime. Ele sabe que, no Rio, o mais odiado vacilão
é o alcaguete, o xis-nove, o dedo-duro. Nos mafiosos grupos organizados ou em
meio ao caos da plebe bucha de canhão, ninguém os perdoa, muitos viraram cinza
no “micro-ondas”, pois a alcaguetagem é considerada, como o próprio Jefferson
declara em postagem no seu blog, “coisa de canalha”.
Porém, como não considerar alcaguete um sujeito
que, bem antes de denunciar publicamente seus supostos companheiros, espalhou
aos quatro cantos o boato de que eles estariam cometendo um crime? Sim, porque
foi isso que o Jefferson fez: boatou por todo o Planalto Central que o governo
Lula estaria comprando o apoio de parlamentares de sua própria base aliada.
Durante alguns meses ele plantou o boato sobre aquilo que, ao deflagrar o
golpe, declarou à imprensa que se tratava de uma substancial mesada que o governo
pagava aos seus aliados, a fim de que eles votassem a favor de matérias de seu
interesse, o que o jornal Folha de S. Paulo batizou de “mensalão”.
Jefferson não tinha argumentos suficientes para
atacar seu maior desafeto no Governo Lula, o ministro José Dirceu, pois suas
investidas contra este se fundamentavam apenas em elementos de natureza
pessoal: despeito, inveja e ódio pelo obstáculo que Dirceu representava para a
realização de seus escusos projetos pessoais.
Porém bem sabemos que qualquer organização
social ou antissocial estrutura-se sob uma escala hierárquica, assim sendo,
Jefferson podia recorrer aos seus superiores no âmbito da sua atuação
delinquente. E foi assim que se juntaram a fome e a vontade de comer.
Jefferson e seus comparsas, com o aval do capo dei capi no ramo mídia venal, armaram
o escândalo dos Correios, onde mantinham, em posto avançado, Maurício Marinho, o
capataz que se prestou a encenar o papel de arrecadador de propina no varejo.
O teatro foi armado, a mídia teve acesso fácil
à gravação do delito: Maurício Marinho recebendo os três mil reais, dando uma
paradinha para a câmera “discreta” antes de embolsar a propina, falando claramente
de Jefferson como sendo o grande chefe num fabuloso esquema de corrupção.
Jefferson havia se entregado ao sacrifício, a
mídia mafiosa veiculou insistentemente a gravação em que ele era apontado como
corrupto-mor daquele esquema, uma falsa acusação da qual ele teria que se
defender. Realmente não existia o tal esquema, afinal, já fazia muitos anos que
Jefferson não se ocupava de ninharias, aquilo era coisa para um lump, um patifezinho qualquer do quinto
escalão da turma do quinto dos infernos. No entanto, o motivo para atacar
Dirceu fora plantado, e Jefferson o acusou de ter sido ele o autor da farsa e,
em seguida, justificando-se pelo ódio que Dirceu teria lhe despertado,
denunciou publicamente aquilo que antes insinuou e gerou boato em grupo
restrito: o “mensalão”.
Vejamos esse artigo na Wikipédia relatando o
caso Escândalo dos Correios:
O chamado escândalo dos Correios ocorreu em maio de 2005,
no Brasil, após denúncias de irregularidades praticadas na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
A crise iniciou-se quando uma fita de vídeo que mostrava um ex-funcionário dos
Correios e Telégrafos, Maurício
Marinho, negociando propina com um suposto empresário interessado em participar de uma licitação, e mencionando ter o respaldo do deputado federal Roberto Jefferson, do PTB do Rio de Janeiro.
A fita foi gravada por Joel Santos Filho comandado pelo bicheiro Carlinhos
Cachoeira, esse advogado curitibano que, fazendo-se passar por empresário com a
unica intenção de criar embaraços às autoridades e assim plantar alguém de seu
grupo na diretoria dos Correios, cuja mão aparece no vídeo, flagra Maurício
Marinho não apenas recebendo dinheiro para fim de licitação fraudulenta,
mas ainda descrevendo um assombroso esquema de corrupção. O objetivo da
gravação foi apenas o de denunciar a corrupção para assim conseguir desmantelar
um sistema de propina para implantar
outro sob seu comando [PressAA: Isso foi o que falaram para o
grupo que agiu, os mão-na-massa; mas não tem lógica, o objetivo era outro; só
bandido muito ingênuo acreditaria nisso, pois, naquela fase em que a Polícia
Federal estava agindo exemplarmente, e o governo se cercava de todos os
cuidados para não cair em desgraça, um escândalo desses forçaria as autoridades
a redobrar os cuidados, além de se livrar de um sujeito nada confiável como
Roberto Jefferson. A partir de então, ninguém conseguiria implantar outro
esquema de propina ali tão facilmente], como ninguém fez questão de
investigar, até agora quando ficou óbvio que a veja agiu sob a batuta de
Cachoeira a quem Policarpo Junior, editor da veja em Brasília respondia. Os
dados acima editados podem ser conferidos na versão original do relatório da
CPI do Cachoeira. [PressAA: instalada em 25 de abril de 2012.]
Jefferson inicialmente negou sua
participação na corrupção praticada na empresa, porém, quando pressionado,
pensando ter sido 'rifado' pelo PT, ignorando a armação de Cachoeira [PressAA:
ele não ignorava nada, ele sabia que tudo aquilo havia sido armado para gerar o
motivo de sua falsa denúncia da compra de votos dos parlamentares, e foi o que
realmente aconteceu], denunciou outro esquema de corrupção, que já
funcionava desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso, que o deputado do PDT
Miro Teixeira chamou de mensalão [Miro apenas
repetiu o termo usado pelo jornal Folha de S. Paulo, depois da entrevista de
Jefferson, denunciando o tal esquema, que ele depois negou em diversas ocasiões;
antes disso, Miro acusou Jefferson de ter feito os tais boatos, disse inclusive
que o aconselhou a denunciar o tal esquema na tribuna da Câmara, mas Jefferson
havia se negado a fazê-lo. Na verdade Jefferson estava apenas plantando o boato
para depois deflagrar a farsa do “mensalão”], revelação que levou à
eventual descoberta de outro
esquema de corrupção ainda mais grave.[Este foi o verdadeiro objetivo da armação do teatro nos Correios: dar
motivo a Jefferson para fingir
indisposição com Dirceu, se declarar traído, achincalhado, humilhado e
caluniado por Dirceu, acusado por Jefferson de ter armado o escândalo dos
Correios. Assim motivado, Jefferson denunciou o tal “mensalão”.]
A Polícia Federal investigou o escândalo
dos Correios, sendo que o Inquérito Policial, presidido pelo Delegado de
Polícia Federal Daniel de A. França dos Anjos indiciou diversas pessoas,
inclusive o ex-deputado federal Roberto Jefferson. A revista Veja publicou
trechos do Relatório da Polícia Federal e chamou de primorosa a investigação
realizada pela PF. [Claro, na época, em
meio a toda aquela confusão, nada realmente esclarecido, a Veja, tendo
alcançado seu principal objetivo, o de dar corda a Jefferson, tinha mesmo o que
elogiar.]
O inquérito policial gerou uma denúncia
criminal em que todos os indiciados foram denunciados pelo MPF.
Cronologia do Mensalão
Caso surgiu após revelações na CPI dos Correiros em 2005 e foi a julgamento no STF em 2012
18 de setembro de 2013
Reveja a cobertura do caso do Mensalão através das páginas do Estado:
2005
10/5- Vem a público vídeo que mostra Maurício Marinho, então diretor dos Correios recebendo propina. O deputado Roberto Jefferson do PTB é apontado como chefe do esquema de corrupção nos Correios.
07/6- Acuado, o deputado Roberto Jefferson (PTB) faz denúncias sobre esquema
de compra de votos realizado pelo PT em entrevista. Segundo o deputado o
partido pagava mesadas de R$30 mil para que parlamentares votassem a favor do
governo Lula na Câmara. Jefferson chama o esquema de 'mensalão'.
08/6- Instaurada CPI dos Correios. Após depoimento do deputado Roberto
Jefferson, as investigações sobre o mensalão são iniciadas.
12/6- O publicitário mineiro Marcos
Valério é apontado pelo deputado Roberto
Jefferson como articulador financeiro do esquema.
14/6- Roberto Jefferson (PTB) afirma ao Conselho de Ética da Câmara dos
Deputados que informou os ministros Miro Teixeira,
Walfrido Mares Guia, Aldo Rabelo, Antônio Palocci, José Dirceu e Ciro Gomes
sobre o esquema de pagamento aos parlamentares. [PressAA: Muitos deles não
negam que ouviam Jefferson fazer essas acusações, mas aconselhavam ele a
denunciar o tal esquema na tribuna da Câmara, o que ele se negava a fazer,
pois, na verdade, estava apenas plantando boatos para, quando realizassem o
teatro dos Correios, mostrar-se indignado com o Dirceu e, aí sim, deflagrar a
mentira maior, a que realmente interessava aos seus superiores.]
16/6- Apontado
por Roberto Jefferson como chefe do esquema de compra de votos, o ministro José Dirceu renuncia à chefia da Casa Civil. E retorna às atividades parlamentares na Câmara dos
Deputados.
_______________________________________
Mas o que tudo isso tem a ver com meu amigo
ex-bandido e Roberto Jefferson?
Por que, em determinados casos,
aquilo que um tribunal de exceção mais teme é exatamente que o réu fale a
verdade?
Observe que meu amigo regenerado aguentou firme
todo tipo de tortura, física e psicológica, além de ter tirado “férias em uma
colônia penal”, e mesmo assim não falou, não entregou os comparsas. Os seus
inquiridores tinham medo de que ele falasse a verdade, espancavam-no apenas
para demonstrar que não tinham nenhum relacionamento com ele, e ele entrou no
clima, fez o jogo até o final. Por isso continua vivo.
Jefferson, até aqui, tem sido tratado a
pão-de-ló, exceto pelo fato de discordar da pecha de “alcaguete”, que seus
próprios pares lhe imputam. Entretanto, a tortura de Jefferson é mais grave do
que se possa pensar. Ele, ao se deixar usar como falsa testemunha, acreditava
que tudo não passaria de um escândalo, pois sempre apostou na impunidade. Ele e
até mesmo seus pares mais graduados acreditavam nisso, queriam apenas tirar
proveito político: provocar o impeachment
de Lula ou, pelo menos, destruir sua força moral, fazendo com que ele se
arrastasse indolente até o final do seu mandato, quando essa oposição golpista
faturaria com o escândalo e retomava o poder através das urnas. Quebraram a
cara, pois, forçando, gradativamente, a queda dos superministros de Lula
(Dirceu e Palocci), ao invés de enfraquecê-lo, despertaram o gigante, obrigaram
ele a trabalhar como sabe; eliminaram, na verdade, os elementos que eles mesmos
acusavam de ser as eminências pardas do governo. Aí apareceu o verdadeiro
comandante: Luiz Inácio Lula da Silva.
Jefferson aceitou, muito contrariado, a sua
cassação, um fato de certa forma previsto, mas não dado como favas contadas,
até que realmente aconteceu. Jefferson acreditava que, em caso de impeachment de Lula, ele até se passaria
por herói, o que não aconteceu quando da queda de Collor de Mello, momento em
que Jefferson, aliado do governo, foi o mais enfático defensor do “patrão”.
Quando Jefferson caiu em si e viu que a coisa
era pra valer, tentou tumultuar o processo: desmentiu suas próprias declarações
sobre o “mensalão”, passou a falar a verdade, que tudo não havia passado de
“caixa 2”, mas aí já era tarde: à Corte já não interessava a verdade, só as
mentiras de Jefferson. Entrou em cena o tal de “domínio do fato”.
Por enquanto, Jefferson acredita que não será
preso, espera que não, pois, se for, terá que ficar “no seguro”, como qualquer
xis-nove pé-de-chinelo, pois a bandidagem odeia esse tipo de canalha.
Jefferson, malandro que “evoluiu” no submundo do crime, sabe disso e está se
borrando.
Eu nunca ouvi falar em máfia que entrega um dos
seus na condição de delator. “Nosso dedo-duro”.
Será que Jefferson, ao assumir o pacto com o
seu capo dei capi, beijou a boca dos
membros do seu clã? Este é um símbolo de máxima fidelidade, o beijo sela o
compromisso de que, caso aquele a quem lhe foi confiada uma missão seja preso,
jamais entregará seus companheiros. Duvido muito, pois, macho como ele diz ser,
pode até aceitar ser taxado de alcaguete; jamais, de viado!
"Tenho a plena certeza de que cumpri minha missão, mesmo
que tenha pago um alto preço", escreveu nesta manhã o delator do chamado
'mensalão', Roberto Jefferson, pelo Twitter; ex-deputado, condenado a sete anos
pelo Supremo Tribunal Federal, pode ser preso ainda nesta segunda-feira
247 – Delator do chamado 'mensalão', o ex-deputado Roberto Jefferson
disse nesta segunda-feira 18 que "tudo valeu a pena". "Tenho a
plena certeza de que cumpri minha missão, mesmo que tenha pago um alto
preço", escreveu o ex-presidente do PTB, pelo Twitter. Jefferson foi
condenado a 7 anos e 14 dias de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e
poder ter sua prisão determinada ainda hoje.
Só
uma perguntinha: Quem lhe delegou essa tal “missão”?
É muito difícil alguém que mente
compulsivamente não se entregar em pequenos atos falhos.
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