BABAU:
PENSANDO EM CORTAR ORELHAS
27/04/2014
Faltou um convidado para a canonização de Anchieta que teve missa festiva em Roma, quinta feira, 24, celebrada pelo papa Francisco. Estavam lá o vice presidente da República Michel Temer, os senadores Renan Calheiros (AL) e Ricardo Ferraço (ES) "figuras ilibadas" do PMDB (vixe, vixe), além de outros integrantes de uma gulosa comitiva com passagens e polpudas diárias pagas pelos cofres públicos. Mas ficou vazia a cadeira do cacique Babau Tupinambá, convidado pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O fato está carregado de simbolismo.
O "apóstolo dos índios" foi canonizado sem a presença de um único representante daqueles que catequizou. Seria o primeiro milagre do novo santo se a igreja estivesse lotada de índios ou se Anchieta convertesse a cambada de medalhões (se você está indignado, coloque um "r" depois da primeira sílaba) ali presentes.
Quem acredita na fé dos medalhões, que atire a primeira pedra! Na última vez em que rezou o Pai-Nosso, Renan era coroinha da igreja Nossa Senhora das Graças, padroeira de Murici (AL), de olho no saquinho da coleta de espórtulas da missa. Por isso, ainda reza pela antiga cartilha: "perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos os nossos devedores".
O papa ganhou a simpatia de milhões de brasileiros ao se pirulitar logo após a missa para não ter o desprazer de encontrar Renan et caterva, que beijaria sua mão e publicaria a foto. Ninguém, porém, expulsou esses vendilhões do templo. Ninguém perguntou: cadê o Babau? Naquele momento, o cacique estava em Brasília, depondo na Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional, de onde saiu preso pela Polícia Federal, a quem se entregou. Na hora exata da prisão, distante dali, os medalhões, contritos, diziam "amém" na missa celebrada em português pelo papa.
Cortador de orelhas
O cacique Babau Tupinambá, apesar de ter boca, não foi a Roma, lembrando episódios da ditadura militar, quando proibiram a saída de Daniel Matenho Cabixi, de Mario Juruna e dos índios Kayapó. Babau foi impedido de viajar por um juiz substituto da Vara Criminal da Justiça do município baiano de Una, que decretou sua prisão temporária. Diante disso, a Policia Federal suspendeu o passaporte que lhe havia concedido.
Qual o motivo da prisão? Impedir Babau, que luta pela recuperação do território Tupinambá, de entregar ao papa documentos denunciando a violação aos direitos indígenas no Brasil e de falar com jornalistas de vários países. Esse é o motivo real. Alegaram outro: ele estaria envolvido no assassinato do agricultor Juracy Santana, no dia 10 de fevereiro último, segundo depoimento de alguém que"tomou conhecimento que após morto, Juracy teria a orelha cortada, sendo que a dita orelha era para ser entregue ao Cacique Babau".
Juro que o juiz aceitou essa "prova" na falta de outra. Apenas dez dias se passaram entre a morte e o mandado de prisão, num inquérito viciado em que as testemunhas ouvidas foram pessoas denunciadas pelo próprio cacique, conforme nos relata Renato Santana, da Assessoria de Comunicação do CIMI - Conselho Indigenista Missionário. No inquérito e na decisão do juiz, não foi ouvido o outro lado.
O que um juiz que toma decisões sobre índios conhece sobre o tema? Com essa pergunta, iniciei o curso Consequências sociais das decisões judiciais - o direito dos povos indígenas,ministrado no ano passado na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) para juízes em vitaliciamento. Na ocasião, recorri a documentos do Arquivo Nacional. Lá, no Fundo Polícia da Corte, existem livros com a relação de presos na primeira metade do século XIX. Num deles consta um índio que foi preso em 1831, por "estar numa atitude de quem estava pensando em roubar".
O juiz de direito, que chefiava a polícia, era tão eficiente que lia até pensamento. É isso aí. O cacique Babau foi preso porque "estava pensando em cortar orelhas", segundo seus adversários. É muita mesquinharia. É uma ofensa à inteligência dos brasileiros. Podemos acusar o juiz de que "está pensando" que somos idiotas. Somos? Como é que 200 milhões de cidadãos aceitam, calados, tamanho escárnio? Morro de vergonha "de minha pátria, de minha pátria sem sapatos e sem meias, pátria minha tão pobrinha" como cantou Vinicius de Morais.
Kate e a mídia
Um cacique tupinambá é preso para evitar que viaje e represente os índios na canonização de um santo. A grande imprensa, nem seu souza. Não deu um pio. Nenhum registro. Só a Folha de São Paulo deu uma notinha escondida. Os jornalões futricam e futricam factóides. Dedicaram páginas e páginas à recente viagem do duque William, da Kate e do filho deles George à Austrália e Nova Zelandia, registraram até o arroto do pequeno príncipe. Com todo respeito à Kate, Babau é mais importante, não apenas para mim, mas para a história do Brasil, para a humanidade, embora não para certa imprensa.
Por que a mídia dá enorme espaço para "assunto tão transcendental" como a operação plástica nos pés - "uma febre nos Estados Unidos" - e ignora o cacique Babau quando ele se defende lá no Congresso Nacional, na presença da presidente da Funai, da procuradora da República e de parlamentares de vários partidos? A noticia fervilha nas redes sociais, mas é ignorada fora delas.
Babau criticou a morosidade na demarcação das terras indígenas e depois se entregou à Polícia. Permanecia preso em Brasília, sob custódia, aguardando transferência para um presídio em Ilhéus (BA), por determinação do juiz substituto Maurício Barra, o mesmo que expediu o mandado de prisão. Os fazendeiros, enfim, podem dormir tranquilos: suas orelhas não serão cortadas, o pensamento sobre isso está preso.
Só acredito que Anchieta não é santo de casa, se a presidente Dilma der um soco na mesa e gritar: "senhores ruralistas, meu campo político é dos lascados, não permito que se rasgue a Constituição e se oprima os índios. A terra indígena Tupinambá, identificada em 2009, aguarda portaria do ministro da Justiça. Cardoso, assine a portaria".
Mas santo de casa não faz milagres. Os bandeirantes estão voltando. Desconfio que vem chumbo grosso por aí. Índios do mundo inteiro, uni-vos!
P.S.1 - Quando esse texto já havia sido escrito, recebi a notícia da morte em Brasília do linguista Aryon Rodrigues, 88 anos, o velório foi na sexta, 25. Aryon era um sábio, amigo dos índios. Escreveu seu primeiro artigo sobre a língua guarani quando tinha 16 anos e publicou no jornalzinho do Grêmio Estudantil. De lá para cá, não parou de pesquisar sobre as línguas indígenas. Ganhamos todos com ele, com sua vida, com sua luz. Ganharam os índios, ganhou a academia. Todos perdemos um pouco com sua despedida. Que descanse em paz, amado e homenageado por todos nós.
P.S. 2 - Desde 1999, a escolha para o cargo de diretor do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia é feita baseada em avaliação criteriosa de um Comitê de Busca nomeado pelo ministro, cujos membros são expoentes das áreas de pesquisa e inovação no Brasil. Esse processo foi adotado para coibir ingerência político-partidária nas indicações. Agora, novamente o INPA está em momento de mudança, e já foi designado o Comitê de Busca, que deve ter autonomia para indicar ao ministro o(s) nome(s) que considerar mais adequado(s), sem pressão política de qualquer natureza. Alguns políticos já estão querendo nomear. Olho neles!
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José Ribamar Bessa Freire - Doutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). É professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado, e professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação. Ministra cursos de formação de professores indígenas em diferentes regiões do Brasil, assessorando a produção de material didático. Assina coluna no Diário do Amazonas e mantém o blog Taqui Pra Ti. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.
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José Ribamar Bessa Freire - Doutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). É professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado, e professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação. Ministra cursos de formação de professores indígenas em diferentes regiões do Brasil, assessorando a produção de material didático. Assina coluna no Diário do Amazonas e mantém o blog Taqui Pra Ti. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.
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Opinião
24/04/2014 - Copyleft A morte da imaginaçãoEspecialistas em informática previram que, num futuro não muito distante, chips serão implantados no corpo. Estão atrasados. Corpos já pertencem a máquinas. |
Nunca
entendi essa obsessão por sorrisos em fotografias. Deve ser um conluio com os
dentistas. (Nora Tausz Rónai)
Reza
uma antiga lenda que dois reinos estavam em guerra. Os perdedores acabaram
condenados ao confinamento do outro lado dos espelhos, um primitivo mundo
virtual em que eram obrigados a reproduzir tudo o que os vencedores faziam. A
luta dos derrotados passava a ser como escapar daquela prisão. O genial Lee
Falk inspirou-se nesta narrativa para criar, na década de 1940, O mundo do espelho, para mim
uma das mais aterrorizantes histórias do Mandrake. Espelhos foram, aliás,
protagonistas de algumas sequências cinematográficas assustadoras. Bóris
Karloff, um clássico do gênero, aproveitou muito bem o medo, que desde crianças
carregamos, de que nossos reflexos nos espelhos ganhem autonomia. Ui! Já
imaginaram se isso virasse realidade? Teríamos que conviver com nossos opostos,
um estranhamento no mínimo desconfortável. Os quadrinhos exploraram o assunto
também na série do Mundo bizarro, do Super-Homem. Era um nonsense pouco habitual no universo
previsível dos super-heróis.
Estava
pensando nos estranhamentos do mundo moderno quando me deparei com uma pequena
nota de jornal. Encenava-se a ópera Carmen, de Bizet, no Theatro Municipal do
Rio. Suponho que a plateia, que pagou caro, estava mergulhada na história e na
interpretação da orquestra e dos solistas. Não é que um cidadão saca seu iPad e
passa um tempão checando os e-mails, dedinhos nervosos para cima e para baixo,
com a tela iluminando a penumbra indispensável para a fruição plena do
espetáculo? Como esse tipo de desrespeito está entrando na “normalidade”, apenas
uma pessoa esboçou reação. Uma espécie de angústia semelhante à incontinência
urinária se espalha como praga nas relações pessoais e no uso dos espaços
público e privado. Tudo passou a ser urgente. Todos os torpedos, e-mails e
chamadas no celular viraram prioridade, casos de vida ou morte. Interrompem-se
conversas para olhar telinhas e telonas, desrespeitando interlocutores. Como
este tipo de patologia tende a se diversificar, já há gente que conversa (?) e
olha o computador ao mesmo tempo, como aqueles lagartos esquisitos cujos olhos
se movimentam sem aparente coordenação. Outros participam de reuniões sem
desligar sua tralha eletrônica (na verdade, não estão nas reuniões).
Especialistas em informática previram que, num futuro não muito distante, chips
serão implantados no corpo. Estão atrasados. Corpos já pertencem a máquinas. A
vida é controlada à distância e por outros.
Outro
estranhamento vem da inundação de imagens, aflição que chamo de galeria dos sem
imaginação. Enxurradas de fotos invadem o espaço virtual, a enorme maioria
delas sem o menor significado e perfeitamente descartáveis. O Instagram recebe
60 milhões de fotos por dia, ou seja, quase 700 fotos por segundo! Fico
pensando no sorriso irônico ou, quem sabe, no horror em estado bruto, que Cartier-Bresson
esboçaria se esbarrasse nisso. Ele, que procurava a poesia nos pequenos gestos,
no cotidiano que se desdobrava em surpresas, nos reflexos impensados, jamais
empilharia a coleção de sorrisos forçados que caracteriza a obsessão pelos
clics.
Essa
história dos sorrisos foi muito bem notada pela Nora Rónai, que citei logo no
início. Vivemos a era das aparências. Com a multiplicação das imagens, vem a
obrigação de “estar bem”. Afinal de contas, quem vai querer se exibir no
Facebook ou nas trocas de mensagens com uma ponta de melancolia ou, pelo menos,
um suspiro de realidade? O mundinho virtual exige estado de êxtase permanente.
Uma persona que não passa de ilusão. Criatividade não quer dizer
tristeza, claro, mas certamente precisa incorporá-la como tijolo construtor da
nossa personalidade. O resto é fofoca. Eric Nepomuceno, tradutor e escritor,
fez o seguinte comentário sobre seu amigo Gabriel Garcia Márquez, que acabara
de morrer: “Tudo o que ele escreveu é revelador da infinita capacidade de poesia
contida na vida humana. O eixo, porém, foi sempre o mesmo, ao redor do qual
giramos todos: a solidão e a esperança perene de encontrar antídotos contra
essa condenação”. Nada que essas maquininhas onipresentes possam registrar,
elas que jamais entenderiam a fina ironia de Fernando Pessoa no Poema em linha reta,
que começa assim: “Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus
conhecidos têm sido campeões em tudo”. Mais adiante: “Arre, estou farto de
semideuses. Onde é que há gente nesse mundo ?”.
A
praga narcísica desembarcou nas camas. Leio que nova moda é fazer selfies depois do
sexo. O casal transa, mas isso não basta. É urgente compartilhar! Tira-se uma
foto da aparência de ambos, coloca-se no Instagram e ... pronto. O mundo
inteiro será testemunha de um momento íntimo, talvez o mais íntimo de todos.
Meu estranhamento vai ao paroxismo. É a esse mundo que pertenço? Antigamente,
era costume dizer que o que não aparecia na televisão não existia. Atualizando
a frase: pelo visto, o que não está na rede não existe. É a universalização do
movimento apenas muscular, sem sentido, leviano, rapidamente perecível.
Durante
o exílio, o poeta argentino Juan Gelman passou um bom tempo sem conseguir
escrever. A inspiração não vinha. Disse ele: “A poesia é uma senhora que nos
visita ou não. Convocá-la é uma impertinência inútil. Durante uns bons quatro
anos, o choque do exílio fez com que essa senhora não me visitasse”. Quando,
finalmente, a senhora chega, tudo muda, como narra o poeta: “A visita é como
uma obsessão. Uma espécie de ruído junto ao ouvido. Escrevo para entender o que
está acontecendo”. Não consigo imaginar uma serenidade como essa no mundo
virtual. Tudo nasce e morre antes de ser completamente absorvido. Cada novidade
passa a ser vital, filas se formam nas madrugadas nas portas de lojas que
começam a vender modelos mais avançados de produtos eletrônicos. Não dá pra
esperar um dia, muito menos uma hora. O silêncio e a introspecção são
guerrilheiros no habitat plugado. Estou me alistando neste exército de
Brancaleone.
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Criada originalmente com a finalidade de (em termos coloquiais modernos) ‘fazer a segurança’ do imperador (César), a Guarda Pretoriana acabou por tornar-se uma das causas da queda do Império Romano. Com o passar do tempo, os centuriões comandantes da guarda, percebendo a fragilidade dos imperadores aos quais davam proteção, decidiram eles mesmos –com o apoio da tropa- proclamarem-se imperadores. Após uma série de mandatos imperiais curtos, encerrados por conta de assassinatos tramados pelos centuriões comandantes ‘da vez’, os chefes da guarda pretoriana concluíram que, de fato, “melhor do que ser rei é mandar no rei” e, por isso, passaram a leiloar o cargo de imperador por entre cobiçosos senadores interessados em colocar sobre suas cabeças a coroa imperial. Temerosos de sofrer o mesmo destino de seus antecessores, cada novo imperador comprometia-se perante a guarda pretoriana em aumentar-lhes o soldo; e tal modo eram obrigados a fazê-lo que acabaram por levar o império, primeiro, à taxar abusivamente as províncias e, segundo, à bancarrota financeira decorrente do custeio de inúmeras guerras destinadas a conter a revolta... nas províncias.
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ALOYSIO AMEAÇA GOVERNO FEDERAL
'SE FALAR EM ALSTOM'
“Se
quiserem investigar, que se investigue. Mas por que não fizeram antes?
Evidentemente porque não há interesse. Mesmo porque, se o governo for falar em
Alstom, nós vamos tocar em vários assuntos incômodos para o governo federal. A
Alstom forneceu para o sistema elétrico federal, metrôs e trens”, disse o
senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) sobre a tentativa do PT de emplacar a CPI
do metrô em SP
247 – Diante da pressão do PT para aprovar a
CPI do Metrô, após negativa do STF de unir investigação no caso da Petrobras,
senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) ameaça: “Se o governo for falar em
Alstom, nós vamos tocar em vários assuntos incômodos para o governo federal”.
A
afirmação foi feita em entrevista ao blog do Ricardo Noblat.
Leia:
O senhor será vice na chapa de Aécio?
Digo com toda sinceridade que o assunto
não está sendo discutido. Estamos cuidando agora dos arranjos regionais,
superando dificuldades em estados, fazendo composições.
Muitas vezes, o Eduardo Campos mostra mais vontade de ser
presidente do que o Aécio Neves. Falta algo para engrenar?
Falta campanha.
Mas o Eduardo também não está em campanha...
Mas qual é o crescimento do Eduardo?
Nenhum. Como nós também não temos. Porque não temos campanha eleitoral. Quem
deve estar preocupada é a presidente (Dilma). Ela, apesar de toda exposição,
está caindo.
Se o Eduardo for eleito, o PSDB vai fazer parte do governo dele?
Vamos fazer a eleição, primeiro. E tudo
indica que estaremos juntos na disputa contra a Dilma, se a Dilma for para o
segundo turno.
O PSDB sempre escondeu o Fernando Henrique em eleição. Fará outra
vez?
Eu nunca escondi Fernando Henrique.
Comecei minha campanha eleitoral para o Senado mostrando o Fernando Henrique.
Na campanha do Serra em 2010, todas as vezes que o governo Fernando Henrique
foi atacado ele foi defendido pelo próprio Serra.
Mas o partido vai defender as privatizações?
(Defenderemos) Tudo o que fizemos e deu
certo. Os resultados são bons. Inclusive em relação à Petrobras. O PT mudou o
que deu certo. O resultado foi a estagnação na produção do petróleo, o
sufocamento financeiro, a perda de valor patrimonial e o endividamento da
estatal.
O senhor falou em Petrobras. Está em discussão a CPI da Petrobras.
Não é importante apurar também as denúncias do caso Alstom?
Se quiserem investigar, que se
investigue. Mas por que não fizeram antes? Evidentemente porque não há
interesse. Mesmo porque, se o governo for falar em Alstom, nós vamos tocar em
vários assuntos incômodos para o governo federal. A Alstom forneceu para o
sistema elétrico federal, metrôs e trens.
A CPI da Petrobras não terminará igual à do Cachoeira, sem
resultado efetivo?
Quem inviabilizou a CPI do Cachoeira
foram eles (os governistas). Quando começaram a aparecer grandes empreiteiras,
como Delta, quem embananou a CPI foram os governistas. Agora a CPI da Petrobras
vai ser um catalisador das investigações que estão em curso.
O governo acusa a oposição de fazer uso político da CPI.
Estamos em uma casa política. É papel da
oposição fazer política de oposição, usando os instrumentos que temos nas mãos
para isso. E a CPI é um deles.
Quem o PSDB indicará para a CPI?
Estou querendo pôr Alvaro Dias (PR) e
Mário Couto (PA). O Alvaro tem muito vivência de Petrobras. Há muito tempo vem
propondo requerimentos, investigações e diligências. O Mário é um bom
esgrimista.
24 de abril de 2014
Mário Couto, que se autoproclama como paladino da ética, tem a conta bloqueada pela justiça e acumula diversos processos (Agência Senado)
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"Senador Mário Couto, que tomou a defesa histérica de Aécio Neves e pediu o impeachment de Dilma é acusado de fraude em 11 processos
YOUSSEF JÁ EMPRESTOU AVIÃO PARA ALVARO DIAS
Doleiro Alberto Youssef, que conseguiu um jatinho emprestado para o deputado André Vargas (PT-PR), já havia fretado jatos para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) em 1998; serviço foi pago com recursos da prefeitura de Maringá
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Facebookada
Com Eduardo Campos, estou reunida nesta manhã com outras lideranças da aliança PSB-Rede-PPS-PPL que participam hoje do Encontro Programático Regional Norte, que acontece daqui a pouco em Manaus. Nosso encontro terá transmissão ao vivo na plataforma digital www.mudandobrasil.com.br, onde vocês também podem consultar as diretrizes do nosso programa de governo.
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No blog da redecastorphoto...
26/4/2014, [*] Paul Craig Roberts − Institute for Political Economy
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
O regime Obama, chafurdando em húbris e arrogância, escalou temerariamente a crise ucraniana e fez dela uma crise com a Rússia. Intencionalmente, ou por estupidez, as mentiras de propaganda dos EUA estão agora fazendo da crise, guerra. Cansada de ouvir as ameaças tresloucadas dos EUA, Moscou já nem atende telefonemas de Obama e dos principais funcionários de Washington.
A crise na Ucrânia começou quando Washington derrubou o governo democrático eleito e o substituiu por idiotas escolhidos a dedo por Washington. Os idiotas puseram-se a atacar, com palavras e à bala, as populações de ex-territórios soviéticos que líderes comunistas soviéticos anexaram à Ucrânia. Consequência dessa política de doidos, é a agitação da população que fala russo, e que escolheu voltar a ser parte da Federação Russa. A Crimeia já se uniu à Rússia. Agora, o leste da Ucrânia e outras partes do sul da Ucrânia provavelmente também se unirão à Rússia.
Em vez de ver seus próprios erros, o regime Obama estimulou os idiotas que Washington instalou em Kiev a usar de violência contra as áreas onde vivem falantes de russo, que querem organizar referendos, para que possam votar e aprovar a reintegração das áreas em que vivem, à Rússia. O regime Obama encorajou os idiotas a usarem de violência, apesar da clara declaração do Presidente Putin, de que nenhuma força militar russa jamais ocuparia a Ucrânia, a menos que os manifestantes ucranianos que se opunham ao governo dos idiotas em Kiev fossem vítimas de violência.
A única conclusão possível é que ou Washington nada ouve do que lhe digam, ou, então, que Washington deseja violência.
Se nem os EUA nem a OTAN estão posicionadas dessa vez para mover força militar significativa para a Ucrânia, suficientes para confrontar o Exército Russo, por que o regime Obama tanto se esforça para provocar a ação dos militares russos?
Flotilha dos EUA no Mar Negro (clique na imagem para visualizar) |
Uma possível resposta é que, agora que o plano dos EUA de expulsar a Rússia de sua base naval no Mar Vermelho foi derrotado, Washington abraça o plano de sacrificar a Ucrânia a uma invasão russa, para que os EUA ponham-se a demonizar a Rússia e forcem vasto aumento nos gastos militares e no orçamento da OTAN e deslocamento de tropas da OTAN.
Em outras palavras, o negócio é uma nova guerra fria e mais milhões de dólares em lucros para o complexo militar/de segurança dos EUA.
A meia dúzia de soldados e aviões que Washington mandou para “garantir” os regimes incompetentes naqueles pontos perenes de problemas para o Ocidente – Polônia e países do Báltico – e os navios armados com mísseis enviados para o Mar Negro são NADA. São só provocação simbólica.
Sanções econômicas aplicadas a funcionários e milionários russos só fazem comprovar a impotência dos EUA. Sanções reais feririam os estados da OTAN, fantoches de Washington, muito mais do que feririam a Rússia.
É claro que Washington não tem qualquer intenção de acertar coisa alguma com o governo russo. As “exigências” de Washington foram “impostas”, porque não são aceitáveis. Washington está “exigindo” que o governo russo puxe o tapete debaixo dos pés dos manifestantes pacíficos no leste e no sul da Ucrânia e force populações russas na Ucrânia a submeterem-se aos idiotas dos EUA em Kiev. Os EUA também “exigem” que a Rússia renegue a reunificação da Crimeia e devolva a Crimeia aos EUA, para que Washington consiga, assim, completar o projeto de expulsar a Rússia de sua base no Mar Negro.
Em outras palavras, os EUA querem que a Rússia cole outra vez os cacos que resultaram da loucura de Washington na Crimeia e entregue a coisa, recomposta, aos EUA.
O doido da Casa Branca |
É “exigência” tão irrealista, tão alucinada, que ultrapassa qualquer arrogância. O Doido da Casa Branca está dizendo a Putin:
Me danei, quando tentei invadir seu quintal. Ordeno que você, agora, invada o seu quintal e me dê o seu quintal, para que eu me safe com uma boa “ameaça estratégica” que me permita expulsar você do seu quintal.
A imprensa-empresa prostituta, a press-tituta mídia ocidental (brasileira inclusive Nrc) e os estados-fantoches dos EUA na Europa estão apoiando essa “exigência” alucinada. Consequentemente, os líderes russos perderam qualquer confiança que tivessem nas palavras e nas intenções do ocidente; e é assim que começam as guerras.
Governos europeus estão pondo os próprios países em grave risco. E para ganharem o quê? Os líderes europeus são chantageados, ameaçados, subornados com sacos de dinheiro? Ou estão tão viciados em seguir o comando dos EUA que só sabem fazer isso, obedecer os EUA? O que Alemanha, Grã-Bretanha e França teriam a ganhar, por deixar que Washington os empurre a um confronto com a Rússia?
A arrogância dos EUA é coisa jamais vista e pode arrastar o mundo à destruição. Que fim levou o senso de autopreservação da Europa? Por que a Europa não emite mandados de prisão contra todos os membros do governo Obama? Sem a cobertura que lhe dão a Europa e a imprensa-empresa press-tituta, os EUA não conseguiriam arrastar o mundo à guerra.
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[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch e no Information Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.
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Ilustração:
AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA
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