quinta-feira, 18 de abril de 2024

EL CHE - Roteiro Cinematográfico Romanceado - (Parte 6)


 


 El Che 

 

Leia o filme, assista ao livro

 

EL CHE, roteiro romanceado para película cinematográfica, Composto de ..X.. sequências, podendo desdobrar-se em tantas outras, o quanto for necessário, considerando que o protagonista exibe uma biografia significativa entre as que se desenvolveram no Século XX. É certamente uma das mais admiráveis, pois se trata de Ernesto Guevara de la Serna, o Che Guevara, extraordinário combatente das guerrilhas latino-americanas. Portanto, não há como negar, distorcer ou simplesmente ignorar esta verdade: Che Guevara é importante vulto histórico contemporâneo. Sua memória ocupa posição de destaque entre os mais expressivos ícones da História. 


025 — Havana (vista aérea) — Ext./Dia 

Legenda: Havana, janeiro de 1956. 

 

Após a tomada de imagens aéreas da cidade de Havana, corta para fachada do palácio sede do governo cubano. Em seguida, corta para o interior do palácio. Uma placa, destacada em detalhe, informa: Gabinete do Presidente da República. Corta para o interior do gabinete: Fulgêncio Batista, sentado à mesa de despacho, está em reunião com o general Ortega e o coronel Montenegro, chefe do serviço de inteligência cubano, este em traje civil. Batista interrompe a leitura de um relatório. 

 

Batista: — Alguma possibilidade de engano sobre essas informações, coronel? 

 

Cel. Montenegro: — Nenhuma, senhor presidente, as fontes são altamente confiáveis. O agente Bennett acompanha o caso com dedicado empenho. 

 

Batista volta a ler o relatório. 

 

Batista: — General Ortega, o senhor sabia que o coronel Bayo está na Cidade do México com os irmãos Castro? 

 

Gal. Ortega: — Sim, sei, o cubano que fez carreira militar na Espanha agora juntou-se de vez aos rebeldes. Sei também que se trata de um soldado bem-preparado. Teria lugar no meu exército, mas escolheu os anarquistas. Está desperdiçando as chances de um futuro promissor. 

 

Batista olha para o general, este pigarreia, ajeita o colarinho, parece incomodado. O presidente continua a leitura do relatório. 

 

Batista: — O informante confirma que iniciaram treinamento militar numa espécie de base, em Querétaro, num local que denominaram “Villa Martí”. 

 

Batista folheia algumas páginas pronunciando palavras soltas. De repente se detém em alguma coisa que lhe parece importante. 

 

Batista: — Aqui diz que possuem armas de fabricação alemã. São fuzis, pistolas, granadas... 

 

Batista olha para o coronel; coronel olhando para o general. 

 

Cel. Montenegro: — Tudo mais moderno que o armamento utilizado pelo nosso exército. 

 

Gal. Ortega: — Exagero! 

 

Batista: — Acredito. 

 

Cel. Montenegro: — Que exageramos, senhor? 

 

Batista: — Não. Eu creio que sejam realmente mais modernas. 

 

O coronel faz gesto de alívio, olha de soslaio para o general e encolhe o canto da boca, contendo um sorriso. O general está embaraçado. 

 

Gal. Ortega: — Pode ser... Admito a possibilidade... Bem... precisamos rever o orçamento, senhor presidente. As verbas... 

 

Batista: — Sim, sim, veremos! Veremos, sim. Não vamos negligenciar (Folheia algumas páginas e para numa delas.) Isto aqui contradiz as informações do jornalista colaborador! Ele nos informou que havia mais de quinhentos homens recebendo treinamento militar. Porém... aqui, o agente Bennett registra apenas cerca de oitenta rebeldes. Em qual dos dois podemos confiar? 

 

Gal. Ortega: — Acredito no redator, ele é um homem bem-informado. Os títeres de Castro já somam mais de quinhentos. 

 

Batista olha para um e para o outro, parece exigir explicações. 

 

Cel. Montenegro: — Eu fico com a versão do nosso agente. Em diversas ocasiões, ele demonstrou ser um excelente profissional. Não querendo desmerecer os trabalhos do redator, acho que deveríamos aceitar as informações do Bennett. 

 

Batista: — Faremos o seguinte: acreditamos em Bennett, mas nos preparamos para enfrentar um contingente bem maior.  

 

Gal. Ortega: — Sábia decisão, excelência! Sábia decisão! 

 

Batista retoma a leitura. 

 

Batista: — Aqui tem um detalhe um tanto... digamos, curioso. 

 

Detalhe: dedo de Batista correndo sobre a relação nominal dos rebeldes. Para indicando o nome de Guevara. Close do coronel Montenegro. 

 

Cel. Montenegro: — Acho que sei do que Vossa Excelência está falando. Realmente me parece um fato bastante curioso. 

 

Batista (lendo): — Ernesto Guevara de la Serna, médico, argentino. (Olha para os homens à sua frente) O que estaria fazendo um médico argentino entre aqueles anarquistas? 

 

Gal. Ortega: — É um mercenário como outro qualquer, um aventureiro... Isso é o resultado da crise econômica que assola a América Latina.  

 

Batista pega um charuto, recosta-se no respaldo da cadeira e prepara-se para acendê-lo.  

 

Batista: — Pode ser. É possível, é possível... 

 

Câmera abre plano geral. Os personagens continuam reunidos. Batista fala (off), os demais presentes atentos à fala do presidente. 

 

026 — Cidade do México (vista aérea) — Ext./Dia 

 

Tomada aérea da Cidade do México. Corta para o caminhão da operação cais do porto trafegando por uma moderna autoestrada. Transporta cerca de 15 homens na carroceria. Na boleia estão Fidel, Hermes e o velho motorista ao volante. Câmera na beira da estrada acompanha a passagem do caminhão. As cenas seguintes alternam-se entre as tomadas do interior da boleia e da carroceria. Close do velho motorista; estrada sob ponto de vista do motorista; detalhe: placa na beira da estrada indicando entrada para Querátero. Caminhão entra na variante indicada, uma estrada sem asfalto. Vista aérea: caminhão percorrendo a estreita estrada de terra, levantando uma nuvem de poeira. Corta para a boleia, os três passageiros olhando para a frente. Close de Fidel. Câmera na beira da estrada acompanha a passagem do caminhão. Corta para a casa grande de uma fazenda. No terreiro, vários homens se movimentando, fazem exercícios à maneira militar: corrida de fundo, escalada de obstáculos. Um grupo treina lutas marciais. Corta para o caminhão chegando (frontal) no terreiro da fazenda, estacionando nas imediações da casa grande. Os homens desembarcando. Fidel e Hermes caminham em direção ao grupo de lutas marciais; param a pouca distância deste. Avistam o coronel Bayo, que parece atento aos exercícios. Bayo vem ao encontro dos dois. Cumprimentam-se com um aperto de mão. 

 

Coronel Bayo: — Chegaram cedo, ainda falta quase uma hora para a troca de equipe.  

 

Fidel: — Temos novidade, precisamos ir a Tuxpán, há um barco à venda, esse poderá servir. De acordo com o anúncio, é apropriado para navegação em alto mar. O preço é atraente. 

 

Coronel Bayo: — Estou pronto, partiremos quando quiser. Ramón assumira o meu lugar no treinamento do pessoal. 

 

Bayo chama Ramón, que está concluindo um exercício: transpor um obstáculo, um tablado vertical em forma de muro alto. Ramón conclui o exercício e se apressa em atender ao chamado. Aproxima-se do coronel. 

 

Ramón: O senhor me chamou, coronel? 

 

Coronel Bayo: — Preciso me ausentar. Tome conta da nova turma. 

 

Ramón: — Está bem, farei o que puder. 

 

Ramón volta aos exercícios. 

 

Fidel: — E o “Tchê”, como está se saindo? 

 

Bayo olha para um grupo que treina lutas marciais. Três duplas se enfrentam, uma delas é Guevara com um companheiro. A câmera destaca-os. Após ligeiros movimentos de luta, Guevara consegue dominar o adversário, derrubando e imobilizando-o. Corta para os três homens apreciando a luta. 

 

Coronel Bayo: — Conforme você pôde perceber, ele está se empenhando.  

 

Fidel: — Preciso falar com ele. 

 

Bayo consulta o relógio, pega o apito que traz pendurado no pescoço e apita encerrando a sessão de treinamento. Os homens param os exercícios, recolhem alguns apetrechos e caminham em direção à casa sede da fazenda. Guevara cumprimenta o parceiro de treinamento, apanha uma camisa num canto, sacode-a sobre o ombro e segue o grupo. Aproxima-se de Bayo, Hermes e Fidel. 

 

Fidel: — Você progrediu bastante, Tchê! Até há pouco eu só havia visto você na lona. 

 

Guevara: — Quando vi que vocês estavam observando, prometi ao Pupi que lhe daria dois ingressos para o filme de Cantinflas. Ele não resistiu. 

 

Riem. 

 

Fidel: — Há um barco disponível no porto de Tuxpán. Achamos que serve para a travessia. 

 

Hermes: — É apropriado para a navegação em alto mar e tem capacidade vinte e cinco passageiros e seis tripulantes. 

 

Guevara: — Somos mais de oitenta! 

 

Fidel: — Hermes se refere ao seu uso em tempos de paz. 

 

Guevara: — E o preço? 

 

Fidel: — Parece justo, temos o dinheiro suficiente. Precisamos ir até Tuxpán, onde ele está docado. Se a embarcação estiver em boas condições, compramos. Vem com a gente? 

 

Guevara: — Sim, claro! Espero que, na cozinha, tenha um bom espaço para dormir. Gosto de acordar com o café na cama.  

 

***


OBJETIVO DESTA PUBLICAÇÃO:


Com a publicação do roteiro “EL CHE”, o autor tem como principal objetivo a busca de parcerias e recursos técnicos, humanos e financeiros que viabilizem a transformação deste trabalho em livro (roteiro romanceado), filme ou série especial para plataforma de exibição pelo método streaming.


O AUTOR: Fernando Soares Campos é escritor (contista, articulista e colaborador de diversos portais de notícias), com quatro livros publicados e participação em diversas obras de autoria coletiva, destacando-se estudo de caso em "Para além das grades: elementos para a transformação do sistema socioeducativo". Editora PUC/Rio. Coedição: Edições Loyola.


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Titular: Fernando Soares Campos


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