quinta-feira, 18 de abril de 2024

EL CHE - Roteiro Cinematográfico Romanceado - (Parte 2)




El Che 

Leia o filme, assista ao livro

 

EL CHE, roteiro romanceado para película cinematográfica, Composto de ..X.. sequências, podendo desdobrar-se em tantas outras, o quanto for necessário, considerando que o protagonista exibe uma biografia significativa entre as que se desenvolveram no Século XX. É certamente uma das mais admiráveis, pois se trata de Ernesto Guevara de la Serna, o Che Guevara, extraordinário combatente das guerrilhas latino-americanas. Portanto, não há como negar, distorcer ou simplesmente ignorar esta verdade: Che Guevara é importante vulto histórico contemporâneo. Sua memória ocupa posição de destaque entre os mais expressivos ícones da História. 


003 — Calçada em frente a um hotel — Ext./Dia 

 

Manhã ensolarada. Alberto está parado em frente ao hotel, porta uma valise de viagem. Consulta o relógio. Corta para Guevara atravessando a rua, aproximando-se de Alberto. Cumprimentam-se com um aperto de mão.  

 

Guevara: — Tenho boas notícias! 

 

Alberto: — Resolveram vir comigo para Nova York. Acertei? 

 

Guevara: — Não, mas dessa você também vai gostar. Recebi notificação do Ministério da Saúde. Fui aprovado no concurso, serei nomeado para o Hospital Central. 

 

Alberto: — Fico feliz por sua aprovação. Espero que os mexicanos reconheçam suas qualidades. Tenho certeza de que muito em breve você conquistará uma cátedra. 

 

Alberto acena para um táxi, este se aproxima, estaciona. Os amigos se despedem com um abraço. Alberto abre a porta do taxi, entra, o veículo parte. Plano geral da rua: táxi (traseira) partindo, Guevara na calçada, braços erguidos cruzando-se em grande aceno. Panorâmica: depois de girar por todo o cenário, a câmera detém-se numa praça do outro lado da rua, onde um homem, tendo uma câmera fotográfica pendurada no pescoço, grita chamando por Guevara. 

 

Homem gritando: — Tchê! Tchê! 

 

Guevara voltando-se para o lado de onde vem a voz. 

 

Homem gritando: — Não trabalhas hoje, Tchê?! 

 

Guevara, tendo as mãos em concha na boca, responde gritando: 

 

Guevara: — Troquei minha câmera por um estetoscópio, Tchê! 

 

Homem gritando: — Espero que tenhas feito um bom negócio! 

 

Câmera do alto: Guevara caminhando pela calçada. Pouco adiante um jornaleiro caminha em sua direção, exibindo um exemplar de jornal e anunciando as principais manchetes. 

 

Voz do Jornaleiro: — “Tremores de terra provocam pânico em El Salvador”. “Guarda Costeira continua em busca dos náufragos.” 

   

Ao se aproximarem um do outro, param. Guevara pega um exemplar, paga, e ambos prosseguem caminhando. O jornaleiro continua anunciando as manchetes. 

 

004 — Fachada do Hospital Central — Ext./Dia 

 

Após a tomada em panorâmica, câmera focaliza uma placa identificadora da edificação: Hospital Central. Corta para o interior do hospital. Rotina: funcionários cruzando-se no corredor, paciente sendo transportado em uma maca; outro andando vagarosamente, apoiado em auxiliar de enfermagem; pessoal de limpeza e serviços gerais se movimentando em tarefas diversas. Corta para balcão de recepção: uma funcionária ao telefone. Câmera desloca-se pelo corredor, enquadra uma pequena placa na entrada de um grande salão de leitos indicando o Setor Feminino. Câmera avança para o interior do salão, detém-se focalizando um médico (de costas) examinando uma paciente num dos leitos. Close da enferma: uma senhora idosa, boca entreaberta, aparentando dificuldades respiratórias. Uma enfermeira negra, corpulenta, expressivamente maquiada, aproxima-se do médico (Guevara), por detrás deste. 

 

Enfermeira: — Doutor, estão solicitando sua presença na administração. 

 

Guevara (ainda de costas): — Agora não posso, estou ocupado. 

 

Enfermeira: — Disseram que é urgente! 

 

Guevara voltando-se para a enfermeira (revela-se sua identidade). 

 

Guevara: — Neste exato momento, ela (aponta para a paciente) tem prioridade. Traga o equipamento de oxigênio e instale-o. Isso, sim, precisa ser urgente! 

 

Enfermeira (embaraçada): — Sim, senhor! É pra já! 

 

Enfermeira afastando-se apressada. Guevara volta a examinar a paciente: auscultando-a, tomando seu pulso, verificando seus olhos com uma pequena lanterna clínica. A paciente para de respirar, fica inerte. A enfermeira retornando acompanhada de um auxiliar, o qual empurra um carrinho com uma enorme ampola de oxigênio. Guevara cobrindo o rosto da paciente. Os recém-chegados param e entreolham-se, em seguida, olham para o médico. 

 

Guevara: — Já não é mais urgente. Cuidem da remoção. 

 

A enfermeira, com um gesto suave, faz o sinal da cruz e passa a cobrir a falecida. Câmera faz tomada do salão em plano geral. Guevara pega uma prancheta sobre uma mesinha ao lado da cama e caminha pelo vão central entre os leitos, parando ao lado de cada um deles, conversando (off) com os pacientes, fazendo anotações, sorridente. 

 

005 — Escritório da administração do hospital — Int./Dia 

 

Numa mesa ao fundo, o chefe, homem de meia idade, calvo, corpulento, óculos caídos sobre o nariz, folheando um relatório. Adiante, à direita, numa mesinha atulhada de papéis, um jovem (Juan) revira a papelada. À frente deste, à esquerda do chefe, outra mesinha na qual uma secretária datilografa. Na parede por detrás do chefe há um grande quadro com a fotografia de uma ilustre personagem em traje de gala acadêmico. Secretária parando de datilografar. 

 

Secretária: — Juan, o doutor Guevara já assinou a ficha de subsídio familiar? 

 

Juan: — Não. Acho que não lhe deram o recado. 

 

Secretária: — Se ele não assinar isso hoje, não poderá receber o seu salário no dia do pagamento geral. Preciso despachar a folha para a pagadoria. 

 

Chefe: — Você está se referindo àquele médico argentino? 

 

Secretária: — Sim, senhor, ele mesmo. 

 

Guevara entrando na sala. Os três funcionários olhando-o. 

 

Secretária: — Doutor Guevara, o senhor precisa assinar a ficha de subsídio familiar. Sem a sua assinatura, não posso colocá-lo na folha de pagamento.  

 

Guevara: — Era esse o assunto urgente? 

 

Chefe: — Doutor, aqui nós temos, dentre outras expectativas, as nossas responsabilidades, digamos... cronológicas.       

 

Guevara: — Lá nas enfermarias também trabalhamos contra o tempo. Para salvar vidas. 

 

Chefe: (irônico) — Então, sempre que houver algum documento para o senhor assinar, enviarei pela enfermaria. Assim, o senhor não vai precisar abandonar seu posto de trabalho. 

 

Guevara: — Ótima ideia! 

 

Juan colocando a ficha sobre a mesa. Guevara assinando. Close do chefe. 

 

Chefe: — Mas saiba que não costumo conceder esses pequenos privilégios a qualquer um. 

 

Guevara terminando de assinar a ficha, entrega a caneta a Juan e se volta para o chefe. 

 

Guevara: — Queira me desculpar, mas infelizmente não poderei desfrutar da sua cordialidade. Sou avesso a privilégios. Pequenos ou grandes... 

 

Demonstrando apreensão, a secretária e Juan olham para Guevara, entreolham-se e, em seguida, olham para o chefe. Este, apoiando os cotovelos sobre a mesa e entrelaçando as mãos, olha para Guevara por cima dos óculos. 

 

Chefe: — Bem, ultimamente, o Estado tem concedido alguns privilégios a... estrangeiros. Hoje são muitos os que ganharam bolsas de estudo e empregos bem remunerados. 

 

Guevara: Quanto a mim, fui habilitado para ocupar esta vaga por meio de concurso público. Mas gostaria que sua ideia de enviar documentos para a administração das enfermarias se tornasse norma. Traria uma boa contribuição para um melhor desempenho das nossas atividades. O tempo poupado seria utilizado em benefício dos que mais necessitam, os pacientes. 

 

Guevara olha para a secretária; esta, imediatamente, passa a arrumar alguns papéis sobre a mesa; Guevara olha para Juan, este imita o gesto da secretária. Guevara e o chefe entreolham-se por um instante. 

 

Guevara: — Boa tarde. Com licença. 

 

Guevara sai do escritório acompanhado pelo olhar dos três funcionários. 

 

Chefe: — Argentinos, bolivianos, guatemaltecos, cubanos... (balança a cabeça em sinal negativo). Este país está se transformando num imenso campo de refugiados políticos. 

 

006 — Saída principal do hospital — Ext./Dia 

 

Guevara saindo do hospital acompanhado de um jovem casal, conversam (off) animadamente, atravessam a rua, param na calçada, despedem-se e seguem em sentidos opostos. 

 

007 — Praça no Centro da Cidade — Ext./Dia 

 

Um grupo de pessoas está concentrado em determinada área da praça. Câmera se aproximando do grupo, contornando-o até oferecer visão de um rapaz em pé sobre um caixote, discursando em tom exaltado. Uma moça e outro rapaz distribuem panfleto entre os curiosos. 

 

Rapaz do caixote: — A nossa causa não tem fronteiras. Lutamos pela liberdade, que é, sem dúvida, o mais sagrado patrimônio do ser humano. Todos aqui têm consciência de que a vida sem os direitos fundamentais ao bem-viver não faz sentido. Além de respirar e se alimentar, precisamos ter acesso à educação, ao trabalho digno, ao lazer... 

 

Corta para Guevara caminhando pela praça. Ele avista o grupo, aproxima-se e posiciona-se entre os ouvintes. Os distribuidores de panfleto movimentando-se, a moça sorridente e o rapaz sisudo. Guevara recebendo o panfleto através da moça. Detalhe: o panfleto (em espanhol) nas mãos de Guevara.  

 

Narração do texto do panfleto: 

 

Voz do narrador: Movimento pró Libertação de Cuba (Título do texto do panfleto).

Apoiado pelas forças corruptoras do imperialismo ianque, o sanguinário ditador Fulgêncio Batista aterroriza a nossa pátria. Mais de dez mil cubanos já foram assassinados sob a acusação de rebeldia. Hoje, o que resta ao povo cubano são às sobras dos colonialistas espoliadores. Em nosso país, qualquer cidadão que não aceitar a condição marginal que lhe é imposta enfrentará a fúria do poder insano de Batista, o covarde. Nossas terras, fábricas e empresas em geral já não produzem para o bem social do povo cubano, nem mesmo funcionam visando um lucro justo. Nos dias de hoje, a insaciável burguesia dominante visa ir além da simples manutenção de suas avolumadas fortunas: pretendem dilatá-las à custa do sangue do povo cubano, atendendo aos ditames do nefasto imperialismo norte-americano. Se aqui estamos pedindo o apoio do povo mexicano, é porque entendemos que a nossa causa é a causa de todos os oprimidos, em qualquer latitude. Liberdade para Cuba! Liberdade para toda a América Latina. Somos a ULA, União Latino-Americana”. 

 

Close do rapaz do caixote. Abre para plano geral. 

 

Rapaz do caixote: — Isso que vocês estão lendo é o retrato de uma nação oprimida, amordaçada... Porém neste exato momento todos terão oportunidade de colaborar em benefício de uma causa nobre: a luta contra a tirania do sanguinário ditador Fulgêncio Batista e seu séquito de feras amestradas. 

 

O rapaz que distribuía panfleto abre uma caixa de papelão ao lado do caixote. Detalhe: dentro da caixa há diversos livros usados. O rapaz retira alguns exemplares e os entrega à moça, esta entrega um deles ao rapaz do caixote. Os dois auxiliares se posicionam de frente para o grupo, com os livros empilhados nos braços. 

 

Rapaz do caixote: — As contribuições que vocês fizerem, qualquer que seja o valor, serão retribuídas com livros, que certamente essa companhia que nos proporciona momentos agradáveis e proveitosos.Colaborem para a soberania latino-americana e levem para casa: Lorca, Neruda, Baudelaire... dentre outros. Também temos obras destinadas às crianças... 

 

Os auxiliares entregando livros e recebendo as doações. Uma criança recebendo um dos livros, o pai entregando uma cédula. O rapaz entregando um livro a Guevara. Detalhe: o livro nas mãos de Guevara, um exemplar novo, aparentemente não usado. 

 

Guevara: — “El Ciervo”, León Felipe. Fui brindado com um dos melhores. 

 

Rapaz: — O próprio autor nos doou cem exemplares. 

 

Guevara: — Então, isso quer dizer que León Felipe esteve aqui na cidade! 

 

Rapaz: — Não apenas esteve, amigo; está. Ele é um dos milhares de exilados que vivem hoje na Cidade do México. Parece que o governo espanhol não gosta de sua veia poética. 

 

Guevara: — Muito menos do coração. 

 

O grupo se dispersando. As pessoas caminham conversando (off), folheando os livros. O orador e a moça estão contando o resultado da arrecadação. Guevara faz sua contribuição, agradece e acena para o casal de jovens um pouco adiante. A moça e o rapaz do caixote olham pra Guevara. 

 

Guevara: — Belo trabalho, rapaz. Batista que se cuide! 

 

Rapaz do caixote: — Obrigado, amigo, volte sempre. Amanhã estaremos aqui com o que há de melhor em literatura. 

 

Guevara: — E em oratória política... Obrigado, voltarei sempre que puder. 

 

Guevara afastando-se. Os jovens observando-o à distância. 


008 — Rua dos “Apartamientos Imperial” — Ext./Noite 

 

Rua pouco iluminada (tem praticamente as mesmas características da rua da sequência 002). Fachada do prédio “Apartamientos Imperial”, uma antiga construção restaurada. Corta para o interior do prédio. câmera deslocando-se por um corredor de acesso aos apartamentos de determinado andar; câmera enquadra a porta de uma dessas residências; ouve-se falatório e risos vindo do seu interior. Corta para o interior do apartamento: o ambiente parece pequeno para o número de pessoas que ali se encontram. Pequenos grupos conversam animadamente; um homem comendo um enorme sanduíche oferece-o a uma jovem, que recusa a oferta sorrindo e afastando-o com as mãos; dois rapazes parecem interessados numa espécie de álbum. Um rádio toca música caribenha, uma mulher ao lado ensaia movimentos de dança ao ritmo da música, enquanto dois rapazes ladeiam-na batucando com as mãos. A câmera entra por um pequeno corredor e focaliza a luz saindo pela brecha da porta entreaberta de um quarto. Corta para o interior do quarto: três homens conversam: Fidel Castro, Ñico e Hermes.  Fidel tem uma caneca fumegante na mão, na qual ele beberica a pequenos intervalos, e movimenta-se devagar de um lado para o outro. Ñico está sentado na cama, tendo nas mãos um bloco de papel pautado. Hermes está sentado numa cadeira, com o tórax voltado para o encosto e os braços estendidos sobre este.  

 

Fidel: — Vocês acham que algum jornal mexicano publicaria esse nosso manifesto? 

 

Ñico: — Não vejo razão para se recusarem a publicar! 

 

Hermes: — Criarão obstáculos. 

 

Ñico: — Mas... o texto não atinge nem compromete, direta ou indiretamente, qualquer autoridade mexicana. Na verdade, nem mesmo é desrespeitoso com o próprio governo cubano. Apenas expressamos nosso desagrado contra o veto de Batista à lei de anistia aprovada pelo Senado. 

 

Hermes: — Vetou e agora propõe uma anistia que não passa de uma armadilha para nos atrair até os porões de sua ditadura. A-nis-tia! Ora veja! O que ele quer mesmo é que voltemos de mãos atadas, olhos vendados, boca fechada e ouvidos tamponados. O texto da lei que ele quer nos empurrar garganta abaixo é bastante claro! Não teríamos direito a participação política nem sindical, ou seja, sem direito à cidadania. 

 

Ñico: — Exilados em nosso próprio país. Seria o fim. 

 

Fidel: — Conhecemos as intenções do lacaio. Seus informantes já notificaram aos serviços de inteligência sobre os nossos planos, a nossa organização e a que estamos determinados. Ele já sabe que voltaremos preparados para a luta armada e que teremos o apoio da população. Os trabalhadores do campo, maiores vítimas do seu despotismo, clamam por justiça. Portanto está claro que ele quer evitar o confronto. 

 

Ñico: — A imprensa mexicana, com raras exceções, tem demonstrado insatisfação em vista da situação em Cuba. Está sempre denunciando casos de desrespeito aos direitos humanos. Aqui se fala de massacre ao povo cubano, verdadeiro genocídio, repudia os métodos de Batista contra seus adversários políticos. 

 

Fidel: — É verdade, mas agora já estão nos culpando pelo alto índice de desemprego. Ontem, num editorial, argumentava-se que os estrangeiros ocupam postos de trabalho que deveriam ser destinados aos trabalhadores mexicanos. Assim, para eles, quaisquer que sejam os ditames da lei de anistia proposta por Batista, teremos que aceitá-los resignados... Quer dizer, pior, querem que sejamos agradecidos à besta. 

 

Um homem entra no quarto apressado e interrompe a conversa e fala alvoroçadamente: 

 

Recém-chegado: — Fidel, o Raul não está bem! Arde em febre! 

 

Fidel: — Outra crise. As amígdalas torturam meu irmão. Vamos levá-lo para o hospital. Ñico, me acompanhe até o apartamento do Raul. Hermes, providencie um táxi. 

 

Saem apressados, passam pela sala, descem um lanço da escadaria. Fidel abre a porta do apartamento de Raul. Ñico e o homem que fora avisá-los acompanham Fidel. Hermes continua descendo as escadas. Corta para os três entrando num quarto onde Raul se encontra deitado numa cama, semicoberto, rosto suado e aparentemente dormindo. Ao seu lado, há uma mulher embebendo uma toalha na água de uma tigela e aplicando o pano umedecido na testa do enfermo. Os três se aproximando da cama. Fidel posiciona-se um pouco mais à frente dos outros. 

 

Fidel: — Como ele está, Anita? 

 

Anita: — A febre está muito alta, provoca delírios. 

 

Close de Fidel, rosto concentrado, olhando para o irmão Raul. 

 

FLASH BACK  

 

Efeitos de abertura... 

 

“Bairro de Havana, rua arborizada, casas estilo classe média alta dos anos 40, padrão estadunidense. Três crianças brincam de baseball. Uma menina na posição de rebatedora, taco na mão, aguarda o lançamento de um garoto, enquanto outro se posiciona agachado por detrás da menina.” 

 

Sonoplastia: vozes sob efeito alongado, ecoante). 

 

Garoto agachado: — Manda bem, Raul, ela não vai conseguir nada! 

 

Menina: — Cala essa boca! Preciso me concentrar! 

 

O garoto arremessando a bola. A menina olhando para o alto, taco pronto para rebater, recuando a passos curtos. Ela acaba ficando a pouca distância do menino agachado; faz rápido movimento com o taco para trás e atinge-o na testa, derrubando-o. Com um movimento inverso, ela atinge a bola, produzindo seu retorno em trajetória ascendente. Close do garoto do arremesso, mão na testa protegendo-se contra a incidência dos raios solares, boquiaberto, acompanhando com o olhar a trajetória da bola. A menina joga o taco no chão e saltita gritando eufórica. 

 

Menina: — Acertei! acertei! Consegui! ÊÊÊ... 

 

Corta para a bola quebrando a vidraça da janela de uma residência assobradada. As crianças entreolhando-se apreensivas. Uma mulher abre a janela e grita irada. 

 

Mulher na janela: — Seus moleques! Vândalos! Vou falar com seus pais! 

 

As crianças correndo para dentro de casa do outro lado da rua. Mulher na janela. Uma voz masculina vindo do interior da casa. 

 

“Voz masculina do interior da casa: — É melhor chamar a polícia. Eles vão acabar destruindo todas as janelas do bairro. 

 

Encerra-se o flash Bach  

 

Corta para rosto de Fidel, expressão concentrada. Hermes entrando no quarto. 

 

Hermes: — O táxi está esperando. 

 

Os homens se apressam em ajudar no transporte do enfermo. 


***


OBJETIVO DESTA PUBLICAÇÃO:


Com a publicação do roteiro “EL CHE”, o autor tem como principal objetivo a busca de parcerias e recursos técnicos, humanos e financeiros que viabilizem a transformação deste trabalho em livro (roteiro romanceado), filme ou série especial para plataforma de exibição pelo método streaming.


O AUTOR: Fernando Soares Campos é escritor (contista, articulista e colaborador de diversos portais de notícias), com quatro livros publicados e participação em diversas obras de autoria coletiva, destacando-se estudo de caso em "Para além das grades: elementos para a transformação do sistema socioeducativo". Editora PUC/Rio. Coedição: Edições Loyola.


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Chave Pix: 33718016753 (CPF). Caixa Econômica Federal. 

Titular: Fernando Soares Campos


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