sexta-feira, 8 de junho de 2007

A verdade sobre Édipo e o enigma da Esfinge

Pesquisa realizada pela Universidade do Rio Grande do Norte e corroborada por banco de dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - revela que as chances da mulher brasileira se casar depois dos 30 anos de idade são consideravelmente reduzidas. Segundo as informações coletadas, aos 35 a mulher conta apenas com 19% de probabilidade de levar um homem ao altar ou ao juiz de paz. Aos 45 ela tem mais chances de acertar numa das loterias da Caixa do que realizar seu sonho de amarrar um parceiro pelos laços matrimoniais (acertando na loteria, provavelmente suas chances voltam a se equiparar às de uma sensual jovem de 18).

Na verdade, em se tratando de casamento, essa questão encerra um intrigante paradoxo, pois tanto o homem quanto a mulher preferem companheiros mais maduros, por representarem quadros psicológicos de pessoas supostamente mais experientes. Além disso a imaturidade não é fator de atração sexual; exceto para os pedófilos, uma perversão que foge àquilo que predomina na natureza humana. Porém, se ambos decidissem impor suas preferências, ou seja, homens buscando parceiras mais maduras, e mulheres igualmente procurando conquistar homens de idade superior às suas, estaria criado um impasse, nem ou nem outro encontraria o parceiro ideal. Por isso, desde o princípio das civilizações, tornou-se necessário que um dos dois fizesse predominar a sua vontade.

Foi aí que a mitologia grega resolveu parte do problema. E, pelo visto, a imaturidade masculina foi decisiva para que "perdêssemos" a parada.
Os personagens Édipo e Electra representam, na tradicional psicanálise freudiana, as tendências do homem e da mulher sentirem atração sexual pela mãe e pelo pai, podendo substituir essas figuras por outras equivalentes. Porém a mitologia trata Édipo como vítima de uma fatalidade, enquanto Electra é revelada como a desequilibrada assassina que envolve o irmão no assassinato da própria mãe, Clitemnestra.

Édipo mata o pai, entretanto o seu crime encerra duas atenuantes: a primeira diz respeito a que o trágico acontecimento ocorreu num momento em que ele foge da companhia dos pais adotivos, a quem imaginava que fossem seus pais biológicos, exatamente para evitar a realização da profecia, a revelação do Oráculo de Delfos, que lhe vaticinou a futura condição de parricida; segunda, Édipo matou Laio, seu verdadeiro pai, sem saber com quem estava se digladiando.

Electra, porém, é retratada como uma mulher fria e calculista, capaz de envolver o próprio irmão no assassinato da mãe, vingando a morte do pai.

Se a lenda grega demonstra que Édipo foi vítima de uma fatalidade e que o seu relacionamento incestuoso com Jocasta, sua mãe, é apenas um acidental capítulo da novelesca trama, então, por que Freud inspirou-se na lenda grega para denominar de "Complexo de Édipo" o libidinoso impulso masculino pela figura materna? Talvez Freud, como (modéstia à parte) eu, tenha sacado o que realmente aconteceu quando Édipo chegou a Tebas, tentando escapar da premonição do oráculo.

Finalmente, a verdade sobre Édipo e o enigma da Esfinge

Chegando a Tebas, Édipo soube que uma esfinge estava aterrorizando a população. Tratava-se de um monstro parte leão alado, parte mulher, o qual, antes de executar a sua vítima, dava-lhe uma oportunidade de se livrar da morte fazendo uma pergunta enigmática: "Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?".

A resposta correta para esse enigma significaria a derrota da Esfinge. Muitos já haviam tentado solucionar a charada, porém erravam a resposta, o que autorizava a Esfinge a devorar-lhes as partes que mais apreciava, jogando os restos num precipício, em cujo fundo amontoavam-se as ossadas daqueles que ousaram enfrentá-la. Centenas de jovens haviam se aventurado a encarar a Esfinge tentando decifrar o seu enigma, pois aquele que lograsse sucesso teria como prêmio a deslumbrante Jocasta, a rainha de Laio, uma sensual e experiente mulher.

Édipo, inicialmente, não demonstrou interesse em faturar o prêmio; porém, quando o jovem viu a fascinante Jocasta, uma coroa divinamente sensual, a personificação da volúpia, teve uma violenta ereção e ficou nesse estado permanentemente. A partir daquele momento, nada mais lhe interessava, e, para ele, a vida não teria mais sentido se não conquistasse aquela maravilhosa criatura madura. Foi assim que Édipo candidatou-se ao trono, decidindo enfrentar a Esfinge, com a certeza de que a venceria e faria jus ao seu cobiçado objeto de consumo.

A fim de disfarçar o volume do pênis permanentemente ereto, Édipo passou a se vestir apenas com uma folgada túnica; isso evitava o desconforto de manter o membro amarrado à coxa. Trajado com o roupão, ele partiu para o local onde encontraria a Esfinge. Ao entardecer Édipo avistou a Esfinge, aproximou-se da aberrante criatura e esperou a pergunta.

Com a chegada do incauto jovem, a Esfinge até riu-se de contente, pois acreditou que o seu jantar estava garantido, e, caprichando na rouquidão cavernosa, formulou a enigmática pergunta:

- Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?

Édipo respondeu de pronto:

- O homem.

A Esfinge se abalou, e o seu "hum!" soou entre "rum!" e "grrr!". Inquieta, abanou as asas e ergueu o rabo leonino, pois Édipo havia respondido corretamente. Porém, para que ela se desse por vencida, o disputante teria que justificar a sua resposta.

- Por que afirmas, com tanta segurança, que é o homem?

(Se você acredita que a resposta de Édipo foi aquela de que "o homem, ainda como um bebê, engatinha de quatro; acaba crescendo e andando em duas pernas; e com a idade necessita do suporte de uma terceira perna, uma bengala", engana-se, esqueça isso.)

Édipo posicionou-se de frente para a Esfinge e falou decidido:

- O homem, quando bebê, engatinha de quatro; acaba crescendo e andando em duas pernas - brusco, Édipo abriu a túnica e fez a Esfinge arregalar os olhos para apreciar a sua colossal manjuba ereta apontando em sua direção -, nesta fase, este membro, assim na horizontal, é realmente um caralho; porém, na velhice, cai para a vertical e o sujeito, no final da vida, anda com três pernas.

Imediatamente um raio fulminante destruiu a derrotada Esfinge, pois a justiça olimpiana não tardava nem falhava, era vapt-vupt em questões que envolvessem os famosos mitos gregos.

O pano caiu, mas logo se iniciou o próximo ato.

Apesar de ser, como toda mulher, electriana, Jocasta foi obrigada a se casar com Édipo. Certamente, se dependesse de sua vontade, teria desposado alguém bem mais velho. Porém a descoberta de que Édipo era seu filho culminou com suicídio de Jocasta, condenando todos os homens a optarem por mulheres mais novas e, como medida de segurança, limitando o mais cobiçado objeto de consumo de todos os tempos a um prazo de validade máximo de 30 anos.

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3 comentários:

solfirmino disse...

E o segredo continua sendo machista e um reflexo da sociedade patriarcal em que ainda vivemos...

Anônimo disse...

Oseu humor supera o machismo. rsrsrs.
Parabéns!!!!

Anônimo disse...

Muito bom isso aqui. Um abraço e parabéns. Jorge.