sábado, 8 de fevereiro de 2014

Especial: Jornalismo de Esgoto, PIG e atualização do verbete "petralha" no Dicionário Sacconi --- RadapéNews: Atualização da bandalheira contra os cofres públicos - Alcknazi: "Não acontece nada! Nada! Nada!"

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A mídia, a direita e o jornalismo de esgoto


Ao ler a Carta Capital que está nas bancas neste sábado sinto-me com a alma lavada. Não só pela capa, brilhante, que coloca a foto de Robert Civita com o título “Nosso Murdoch (vocês vão ver logo o porquê), mas pela profundidade e pertinência, pela forma inteligente como coloca o debate sobre a questão da mídia e do jornalismo no Brasil.
Começo por uma citação de Lorde Puttnam, membro do Partido Trabalhista inglês e que foi presidente da comissão do Parlamento que analisou a Lei de Comunicação de 2003. Não vou transcrever todo o artigo, publicado originalmente no The Observer, sob o título “Pelo bom jornalismo” , que merece ser lido por todos os que têm interesse no fortalecimento da democracia brasileira.
Lorde Puttnam escreve exatamente sobre como os políticos transformaram-se em reféns de uma mídia que, praticando um tipo de jornalismo de esgoto, graças à fragilidade da regulação e à tibieza dos próprios políticos, acabaram facilitando o trabalho de Murdoch e fortalecendo a direita.
Dois trechos do artigo de Lord Puttnam
O primeiro, que situa o problema: “Nos últimos 30 anos o império Murdoch tentou minar e desestabilizar governos eleitos e reguladores independentes, em nome de uma agenda política que, enquanto se ocultava por trás da cortina de fumaça da ortodoxia do livre-mercado, não é nada menos que uma tentativa sofisticada de maximizar o poder e a influência da News Corporation e sua agenda populista de direita”.
O segundo, onde buscar a solução: “Eu afirmaria que a lei da concorrência, em um setor ágil como a mídia, deve ser capaz de levar em conta e fazer julgamentos com base em um domínio do mercado “altamente provável”, assim como “real”. Isso exige uma clara estrutura regulatória que incentive e na verdade permita o florescimento da pluralidade da mídia. Não podemos, por exemplo, legislar pelo bom jornalismo, mas podemos legislar pelas condições sob as quais o melhor jornalismo é nutrido e sustentado. Podemos criar estruturas em que cada nova tecnologia se torne um incentivo à diversidade, e não um instrumento de sua erosão”.
Os esgotos, lá e aqui
O texto de Lord Puttnam é o coroamento da edição que Carta Capital faz envolvendo os escândalos da mídia lá e aqui. Lá, o assunto está em andamento. Não adiantou Murdoch fechar seu jornal de fofocas, o News of the World. Ele foi obrigado a prestar um depoimento de 10 horas devido ao chamado inquérito Levenson (utilização ilegal de escutas telefônicas). No depoimento saíram comprometidas figuras como os ex-secretário de estado para a Cultura, Jeremy Hunt, o ex-primeiro ministro Tony Blair, assim como os atuais primeiros ministros da Inglaterra, David Cameron, e da Escócia, Alex Salmond. Não é pouca coisa!
Aqui, em reportagem de Cynara Menezes, com o título “Os desinformantes”, explica-se, afinal, por que a capa com Roberto Civita como o “nosso Murdoch”. A reportagem traz à luz as engrenagens de um sistema em que a revista de maior circulação do país se prestou a promover os interesses do bicheiro Carlos Cachoeira. Traz, de forma mais esmiuçada, o que já mostramos aqui: a troca de telefonemas entre o chefe da sucursal da revista em Brasília e a turma de Cachoeira; como se montaram reportagens de capa como aquela de 31 de agosto de 2011 em que se pretendeu juntar minha imagem à de um mafioso, com minha foto e o título “O poderoso chefão”; a entrevista nas páginas amarelas com o senador Demóstenes Torres, ação dentro da estratégia de transformá-lo, quem sabe, em ministro do STF (sic); e como Cachoeira era transformado pela revista em um verdadeiro pauteiro e editor: além de indicar os conteúdos de notas e reportagens, era consultado também sobre onde deveriam ser publicadas, se na coluna Radar, ou então na Veja.online ou, quem sabe e outro espaço mais ‘nobre’…
 Um ‘olho’ revelador
Ao lado da reprodução da capa com minha foto e da abertura da entrevista de Demóstenes Torres, a edição de Carta Capital traz o seguinte ‘olho’: “Denúncias sem sustentação serviram para acuar os adversários do esquema criminoso”.
A frase em destaque explica minha alma lavada. Até agora nenhuma publicação jornalística havia feito a relação. Para mim, que tenho uma história de militância política de esquerda, que tenho uma vida pública e um patrimônio moral a defender – minha própria vida –, é importante que a verdade apareça no ambiente do jornalismo, que tem suas técnicas e sua ética própria, que só pode prestar o serviço à sociedade quando exercita a busca pela verdade.
Veja, um caso sério. Mas não único
Complementa o foco da edição de Carta Capital nos problemas da mídia e do jornalismo brasileiros os textos do editor especial da revista publicado sob o título “Veja, um caso sério”, e o editorial de Mino Carta, que pergunta: “Por que a mídia nativa fecha-se em copas diante das relações entre Carlinhos Cachoeira e a revista Veja?” (leia a íntegra)
O próprio Mino responde: porque o jornalismo brasileiro sempre serviu à casa-grande, mesmo porque seus donos moravam e moram nela. Quanto a isso, ninguém precisa se perder em explicações mais detalhadas.
Mas até quando continuará assim? Os parlamentares que integram a CPMI podem ajudar a jogar luz nos mecanismos de como a mídia e a direita (que, não por acaso, se confunde com os moradores da casa grande) se servem do mau jornalismo para esconder a verdade. E podem começar convocando a direção da Veja para explicar como foi armado o conluio com a turma de Carlos Cachoeira. Será um bom começo para se pensar sobre o que e como fazer para, a exemplo do que diz Lorde Puttnam na Grã Bretanha, criar por aqui também “uma clara estrutura regulatória que incentive e na verdade permita o florescimento da pluralidade da mídia”.
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DIREITOS HUMANOS

Sobre o jornalismo de esgoto


Por Chico Villela
Folha trilha com veemência o caminho da Veja, tomada pelo que Luis Nassif chama (alguns) "jornalistas de esgoto". Irmana-se assim ao grupo Globo na falsificação sistemática da informação em defesa de interesses, sempre identificados, de empresas e governos e candidatos, seus ou favoráveis ao império, ou do próprio império, como se registra na edição do dia 27/2/2010.
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Um primor de desinformação
Israel detém tecnologia nuclear, abriga cerca de (estimativas nesse campo são variadas e difíceis, mas há aproximações) de um mínimo de 200 artefatos aptos a explodir. Desenvolveram sua tecnologia com assistência dos EUA. É um país amigo.
O Irã a duras penas vem tentando dominar o ciclo nuclear. É membro do Acordo contra a Proliferação de Armas Nucleares, patrocinado pela desacreditada ONU. EUA e Israel nunca foram membros do Acordo. Mas essa realidade não impede que há anos o Irã venha sendo chantageado e ameaçado por sua "pretensão em ter a bomba". O Irã não é um país amigo, nem dos EUA, nem da Folha.
O Brasil adotou, finalmente, postura de dignidade e clareza nesta e noutras questões. Mas a visita oficial da esposa traída, pela agente do Mossad Monica Lewinski, do ex-presidente Clinton é abordada pelaFolha sob ângulo diferenciado. Na sua página A4 da edição de hoje, sob a manchete arrogante "EUA vêem `erro´ em apoio do Brasil ao Irã e elevam pressão", com foto de aperto de mãos empilhadas de Lula e Ahmadinejad, a Folha lista os pontos de "controvérsia":
1. Caças. Veja o comentário acima, com o adendo da Folha de que a secretária Hillary Clinton também se empenhará na venda dos seus caças.
2. Bases na Colômbia. A cândida Folha anota: "EUA e Colômbia expandiram seu acordo militar, elevando o contingente americano no país. O Brasil pediu garantias e reclamou da reativação da Quarta Frota que, segundo Lula, alcança o pré-sal". O império de bases, que tem nas sete bases colombianas mais um pequeno capítulo e definição perfeita para o atual império em decadência, jamais foi abordado pela Folha, nem sequer em seu dominical "caderno de análises" Mais!.
3. Honduras. O texto do verbete é um primor de desinformação: "De mãos atadas após o `abrigo´ ao presidente deposto Manuael Zelaya em sua embaixada, o Brasil pediu ajuda aos EUA para, depois, discordar da solução apontada: acatar as eleições".
Império exagerou na dose
Sem comentários: nada disso é verdadeiro. Os EUA espernearam, plantaram críticas em muitas mídias, mas o Brasil manteve o asilo; e deixou a embaixada, sob supervisão de diplomata, nas mãos dos asilados, que tiveram apoio de muitos populares que se transferiram para lá. A Folha deveria ter vergonha de suas afirmações: chegou a manter um repórter, dentro da embaixada, que forneceu relatos, de elevada dignidade humana, sobre os asilados e o seu próprio papel; e, agora, escreve esse lixo editorial.
4. Irã. O texto é claro na denúncia da ilegalidade absoluta e da prepotência do império: "Lula recebeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad e deu apoio a um programa nuclear com fins pacíficos. Os EUA acusam o Irã de buscar armas e articulam novas sanções ao país". O Irã é acusado, segundo a Folha e os EUA, debuscar armas. Israel já as tem, centenas. Mas o Irã não pode buscar essas armas. Mais claro, impossível. Lembra o caso do Iraque, que poderia ter armas de destruição em massa. Como disse em blog anterior, cuidado com o ímpeto de esfaquear seu vizinho, que poderia vir a ameaçá-lo um dia. A teoria da "guerra preventiva", herança dos neocons fascistas da era Cheney-Bush, mantém-se como doutrina estratégica do inerme governo B.H. Obama. A Folha ecoa.
5. Algodão. O Brasil ganhou direito na OMC de usar 830 milhões de dólares em retaliação contra subsídios ilegais dos EUA. Sugiro mandar os EUA transferirem os recursos ao Haiti. Desde que se retirem, e retirem também do país seus 20 mil soldados, armados até os cotovelos. O Haiti, assunto do item 6, não cabe neste espaço: o império exacerbou sua loucura e exagerou na dose.
Sentimento é de nojo
Mas a Folha é insuperável. Na mesma página A4 em que esses temas se alinham, e da qual me abstenho de comentar a barafunda jornalística do texto da matéria, há um pé de página em que o enviado especial dos EUA , citado ao início deste texto, fala sobre os direitos humanos: "É preciso ser direto sobre abuso, afirma americano". O box do artigo foi entregue ao fantasma FHC. Serra despenca serra abaixo e é preciso ressuscitar até mesmo o viajante FHC (claro: com Serra ameaçado por Dilma, é preciso dar a palavra ao PSDB, e até mesmo ao caquético FHC). Que, até agora, não se manifestou contra a proibição da marcha do orégano em São Paulo. Logo ele, que vem fazendo esforços até pessoais pela causa!
Em tempo: durante a maior parte dos eventos sociais do terremoto do Haiti, a imprensa dos EUA sempre privilegiou a questão da propriedade e focou saques e destruição, ignorando os milhões de gestos sociais de solidariedade. A Folha de segunda-feira (1/3), dia da reunião celebratória dos seus pares em São Paulo, trouxe manchete repugnante: "Chile põe Exército nas ruas contra saques". Além de foto de quase meia página, de três saqueadores dentro de um centro de compras semidestruído. Como se tudo se resumisse a colocar tropas contra saqueadores perante mais de um milhão de pessoas em necessidade de sobrevivência e em desdobrados gestos de clemência e compaixão.
A grande imprensa é exemplar, sempre. Num momento em que se celebra, e o povo vivo celebra, a solidariedade, a salvação e o abrigo de vizinhos e pessoas em necessidade, milhares de demonstrações de solidariedade e desprendimento, e até mesmo os esforços do governo Bachelet de socorrer as populações com pelo menos água e comida, a imundície da Folha se revela em sua primeira página. O sentimento único possível é de nojo. Nassif tem razão: os empresários e jornalistas de esgoto estão à solta.
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Jornalista, Brasília, DF

(Para ler artigo completo, clique no título)

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PIG



Partido da Imprensa Golpista (comumente abreviado para PIG ou PiG) é uma expressão usada por órgãos de imprensa e blogs políticos de orientação de esquerda para se referir a órgãos de imprensa e jornalistas por eles considerados tendenciosos, que se utilizariam do que chamam grande mídia como meio de propagar suas ideias e tentar desestabilizar governos de orientação política contrária.

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Uso do termo

A expressão foi popularizada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu blog Conversa Afiada, mas, segundo ele, foi inspirada em um discurso do deputado petista Fernando Ferro. Amorim, quando utiliza o termo, escreve com um i minúsculo, em alusão ao portal iG, do qual foi demitido em 18 de março de 2008, no que descreve como um processo de "limpeza ideológica". De acordo com ele, até políticos teriam passado a fazer parte do PIG: "O partido deixou de ser um instrumento de golpe para se tornar o próprio golpe. Com o discurso de jornalismo objetivo, fazem o trabalho não de imprensa que omite; mas que mente, deforma e frauda.
O termo também é utilizado pelos jornalistas Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna em seus blogs, em referência a eventos ocorridos no Brasil e no exterior. De maneira geral, hoje a expressão é bastante usada em parte dos sites e blogs de esquerda no Brasil.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá respaldo à ideia contida no termo quando reclama: "Quem faz oposição nesse país é determinado tipo de imprensa. Ahhh, como inventam coisa contra o Lula. Se eu dependesse deles para ter 80% de aprovação, teria zero."
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Definição e contextualização

O termo é utilizado para se referir à qualidade do jornalismo praticado pelos grandes veículos de comunicação do Brasil, que seria, segundo seus criadores e utilizadores, demasiadamente conservador e que teria o intuito de prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros de seu governo de forma constante.
De acordo com Amorim, o termo PIG pode ser definido da seguinte forma:
Em nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político — o PiG, Partido da Imprensa Golpista
— Paulo Henrique Amorim
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Ato "Em defesa da democracia e contra o golpismo midiático"


Em 23 de setembro de 2010 representantes de partidos políticos e entidades de esquerda fizeram, em São Paulo, um ato intitulado "Em defesa da democracia e contra o golpismo midiático". Nessa ocasião, o presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, leu o documento "Pela ampla liberdade de expressão", em que defende a mídia alternativa e propõe solicitar a abertura dos contratos e contas de publicidade de grandes empresas de comunicação.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e secretário-geral da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), José Augusto Camargo, também leu uma nota, intitulada "Em defesa dos jornalistas, da ética e do direito à informação".
Distorcer, selecionar, divulgar opiniões como se fossem fatos não é exercer o jornalismo, mas, sim, manipular o noticiário cotidiano segundo interesses outros que não os de informar com veracidade. Se esses recursos são usados para influenciar ou determinar o resultado de uma eleição configura-se golpe com o objetivo de interferir na vontade popular. Não se trata aqui do uso da força, mas sim de técnicas de manipulação da opinião pública. Neste contexto, o uso do conceito “golpe midiático” é perfeitamente compreensível.
— José Augusto Camargo.
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A internet e o PIG

Para o jornalista e escritor Fernando Soares Campos, "sem a internet, dificilmente Lula teria sido eleito; se fosse, não assumiria; se assumisse, teria sido golpeado com muita facilidade. O PIG é forte, é Golias, mas a internet [está] assim de Davi!". Para Campos, a existência da Internet interferiria com o monopólio da informação por parte dos grandes grupos midiáticos, e essa interferência dificultaria os golpes.1
Segundo o Observatório da Imprensa, a Internet teria criado dificuldades para a grande mídia brasileira dar o suposto golpe no Governo Lula [carece de fontes], como ocorreu com Jango (presidente da República entre 1961 e 1964, quando começou a ditadura militar). Na atualidade, com múltiplos meios de comunicação — muitos baseados em livre troca de informações entre as pessoas — controle da informação teria se tornado mais complexo, devido à grande facilidade de se buscar informações de fontes diversas sobre o assunto.
O jornalista Luís Nassif afirma que existe um pacto entre quatro grandes grupos de mídia – Globo, Abril, Estadão e Folha – que tem comandado a oposição política brasileira desde 2005. Ele defende que o reverso desse movimento é o desabrochar da sociedade civil na Internet. Para Nassif, estruturas como blogs, ONGs, OSCIPs, sindicatos e movimentos sociais, estão entrando na rede e passando a disputar, com os grandes grupos midiáticos, pela audiência e pelas opiniões políticas.
(...)

Críticas ao termo

Como um dos maiores divulgadores do termo "PIG", Paulo Henrique Amorim é acusado por um colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, de promover duas campanhas eternas: uma seria eleitoral, a outra seria contra a Folha de S. Paulo e seu diretor de redação.

(Para ler completo, clique AQUI)

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Do jornalista-de-esgoto J. Miramar, ou Turico Schwinden, que a partir de agora também pode ser chamado de petralha, ou simplesmente canalha:

Blog

Reinaldo Azevedo

A atualização do verbete “Petralha” no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa

Como vocês sabem, o “Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa” (Editora Nova Geração), do professor e lexicógrafo Luiz Antônio Sacconi, passou a registrar a palavra “petralha”.
Pois bem. Na mais recente edição do dicionário, houve uma atualização do conteúdo. O verbete ficou assim:



Sheherazade: As mil e uma parvoíces 

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ArtManha-PressAA


CAPITALPOLÍTICASLIDER2   Nenhum Comentário 

Promotor dá prazo de 90 dias para que as empresas, entre elas a Siemens e a Alstom, devolvam o dinheiro sob risco de sofrer processo e serem fechadas
Por Redação 
Milani: indícios de formação de cartel (foto: TVT)
Milani: indícios de formação de cartel (foto: TVT)
A reforma de 98 trens do Metrô de São Paulo causou prejuízo de R$ 800 milhões, segundo avaliação do promotor Marcelo Milani, do Ministério Público do Estado. O sobrepeço refere-se a contratos assinados entre 2008 e 2010 entre a companhia e as empresas Alstom, Siemens, Bombardier, Tejofran, Temoinsa, Iesa, MPE e Trans Sistemas, denunciadas por prática de formação de cartel no sistema metroferroviário no Estado. O promotor deu prazo de 90 dias para as empresas ressarcirem o prejuízo. Caso contrário, Milani promete entrar com ação de improbidade administrativa e pedir dissolução das companhias. Os contratos, ainda em vigor, foram suspensos por 90 dias.
Assinados na gestão do governador José Serra (PSDB), os contratos têm duração de 68 meses e, até agora, 46 dos 98 trens foram entregues, 10 continuam com as empresas para a reforma e 42 voltaram a circular sem que tenham sido reformados. As composições têm mais de 30 anos de uso. O promotor afirmou também que os contratos são antieconômicos pois o custo da reforma, segundo Milani, atinge 85% do valor de um trem novo. O Metrô contesta e diz que o custo de um trem reformado fica em 65% do preço de um zero quilômetro.
De acordo com o promotor, o superfaturamento decorre da divisão da reforma por partes do trem – prática proibida pela Lei das Licitações – e pelo uso de um indexador corrigido pelo dólar, prejudicial aos cofres públicos. Assim, os quatro contratos originais acabaram se transformando em dez e o valor inicial, de R$ 1,625 bilhão, saltou para R$ 2,5 bilhões. Os trens alvo dos contratos servem às linhas 1 – Azul e 3 – Vermelha do Metrô.
Milani afirmou também que há indícios de formação de cartel e da inexistência de competição nas licitações, com a apresentação de apenas uma proposta em cada um desses contratos. O Tribunal de Contas do Estado (TCE), apesar de ainda não ter terminado de analisar os contratos, já havia se manifestado a respeito e afirmou que “não se verificou grande competitividade” na concorrência.
Em nota, a Companhia do Metrô afirmou que não encontrou indícios de irregularidade nos contratos, mas decidiu suspendê-los para colaborar com a investigação e exigir o ressarcimento de eventuais prejuízos aos cofres públicos. A assessoria de imprensa do Metrô informou que reiterou à Promotoria “sua disposição em colaborar com as investigações e exigir o ressarcimento de eventuais prejuízos aos cofres públicos”.
Trem-fantasma
O promotor citou também o contrato para que trens fossem adaptados e pudessem operar sem condutores (sistema CBTC). Tal contrato foi fechado no valor de R$ 708 milhões. Milani estabeleceu até o dia 20 de fevereiro para que o Metrô se posicione sobre a suspensão, ou não, deste contrato. O promotor afirmou que caso não seja anulado este contrato ele entrará com ação contra a Alstom e o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
O sistema de operação CBTC, totalmente informatizado, identifica os trens na tela do computador. Mas o sistema está provocando graves problemas operacionais e o Metrô não está conseguindo fazê-lo funcionar.  ”Nos testes, os trens abrem a porta e desaparecem da tela. Os operadores não sabem onde o trem está. Por isso cunharam o apelido de trem-fantasma. O CBTC é um dos principais motivos dos atrasos no cumprimento dos contratos”, esclarece o promotor.
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RodapéNews 

(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)

FLAGRADOS NO PROPINODUTO TUCANO

PROPINA PASSOU NAS CONTAS DE INVESTIGADOS, DIZ RECEITA FEDERAL

Globo - 07/02/2014 (via RodapéNews)

Metrô de SP: ex-diretores omitiram R$ 11 milhões - por Cleide Carvalho

SÃO PAULO - Cinco ex-integrantes do governo paulista, que tiveram o sigilo bancário quebrado pela Justiça na investigação do cartel do metrô, movimentaram em suas contas cerca de R$ 11,6 milhões acima dos rendimentos declarados à Receita Federal entre 2000 e 2011. A principal suspeita da Polícia Federal é que eles tenham atuado como repassadores de propina a políticos. As informações fazem parte do inquérito da Polícia Federal, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF)


DISCURSO OFICIAL É MAIS UMA TENTATIVA DE DESVIAR A ATENÇÃO DE PROBLEMAS CONSTANTES NO METRÔ E NA CPTM

OI
Folha’ desembarca do trem-fantasma - por Luciano Martins Costa

A Folha de S. Paulo desembarcou da teoria conspiratória no caso do conflito que se seguiu a uma sucessão de panes no sistema do metrô paulistano, na última terça-feira (4/2). Em editorial publicado na edição de sexta-feira (7/2), o diário paulista de alinha com seu principal concorrente, O Estado de S. Paulo, e reconhece que seria mais cômodo, “do ponto de vista do governo de São Paulo, que as panes (...) fossem consequência de uma ação orquestrada por vândalos”. O mais provável, na nova versão do jornal, “é que o discurso oficial seja apenas uma nova tentativa de desviar a atenção de problemas recorrentes”.


PARA QUEM NÃO USA O METRÔ, VALE A PENA VER ESTAS FOTOS
Folha
Fotos: dia de caos no Metrô

Para ler atualização completa de 7/2/2014 do RodapéNews, clique AQUI  
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PressAA Remember...

Dia desses, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez um discurso em tom de desabafo em que criticou a impunidade no Brasil e afirmou que o "povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele" próprio.

"Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro", afirmou.

O tucano fez o discurso no lançamento de um programa estadual que auxilia prefeituras a disponibilizar portais de acesso a informações públicas. Começou dizendo que grandes casos de corrupção foram descobertos por acidente. "O controle é zero."

"O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patrimônio e não acontece nada. E o coitado do honesto é execrado. É desolador." 


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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA


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