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Piadinha late Jô
Putin: Ele esperou muito por seu apoio.
Obama: E você também vai se cansar esperando...
Putin: Nós o chamamos pra cova, assobiando... Isso para dar um
refresco aos nossos parceiros na América do Sul.
Obama: Pois, então, vamos mandar bucetas assobiantes atraírem
esse cachorro tarado pra casa!
[*] Paul Craig Roberts, Information
Clearing House
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Barack
Obama ao saber que a Russia havia concedido asilo a Edward Snowden
|
Com
Washington perdendo o poder de mandar no mundo, desafiada por Venezuela,
Bolívia, Equador, e agora também pela Rússia, o governo dos EUA recorre já
despudoradamente a chiliques de maus modos. As repetidas manifestações de
infantilismo, pela Casa Branca e pelo Congresso dos EUA, envergonham todos os
norte-americanos.
O mais recente surto de
comportamento infantilóide em Washington é “resposta” ao Serviço de Imigração da Rússia, que garantiu
asilo por um ano ao sentinela-apitador [orig. whistleblower]
Edward Snowden, na Rússia, enquanto os russos analisam a possibilidade de
conceder-lhe asilo permanente. Washington, depois de já ter convertido os EUA
em estado sem lei, já não sabe, sequer, manter comportamento legal. Lei é o que
interesse a Washington. Do ponto de vista de Washington, lei é o desejo de
Washington. Qualquer um, pessoa ou país, que interfira no que Washington
deseje, é declarado fora da lei.
Porque
Obama, como Bush antes dele, rotineiramente desobedece à lei norte-americana e
à Constituição dos EUA, a Casa Branca meteu-se na cabeça que o presidente Putin
da Rússia também teria de desobedecer à lei russa e à lei internacional,
cancelar a decisão do Serviço de Imigração da Rússia e entregar Snowden a
Washington.
Washington
quer porque quer que a Rússia lhe entregue Snowden, simplesmente porque
Washington assim o “exige”. Como criança de dois anos, Washington simplesmente
não concebe que esse tipo de “exigência” não se sobrepõe à lei internacional,
nem à legislação interna de cada país. Como a Rússia atrever-se-á a não
obedecer à “nação indispensável”?!
O/A
porta-voz da Casa Branca, tão inexpressivo/a que não consigo lembrar nem o
nome, nem se é homem ou mulher, declarou que o idiota da Casa Branca poderá
“castigar” Putin e não aparecer para visitá-lo em Moscou, mês que vem. Duvido
que Putin perca o sono, preocupado com se o idiota da Casa Branca aparece ou
não aparece em Moscou.
O
mandato do idiota da Casa Branca está chegando ao fim, mas Putin, a menos que a
CIA o assassine antes, continuará em seu posto por mais dez anos. Importante,
agora, é que todos os presidentes da Rússia já entenderam que o que o
presidente dos EUA diga, não vale coisa alguma. Um Clinton, dois Bushes e o
atual idiota da Casa Branca já violaram todos os acordos que Reagan firmou com
Gorbachev. Que interesse teria o presidente da Rússia, nação governada por
leis, em encontrar-se com mais um tirano?
Edward
Snowden, asilado político em Moscou
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Para
nada ficar a dever ao infantilismo da Casa Branca, membros da Câmara de
Representantes e do Senado dos EUA acrescentaram sua pitada de falta de
vergonha, à vergonha que cobre os norte-americanos. Os idiotas do Congresso
“reagiram furiosamente”, segundo os jornais, e alertaram para “graves
repercussões que advirão para as relações EUA-Rússia”. Eis mais uma
extraordinária demonstração da húbris de Washington. Só a Rússia teria por que
se preocupar com “repercussões” nas relações. Washington pode dormir em paz.
Sua Majestade Imperial, Barack I simplesmente recusará qualquer pedido de
audiência que Putin lhe faça.
O
Congresso parece nem perceber a própria esquizofrenia. Por um lado, o Congresso
é ultrajado pela espionagem inconstitucional e ilegal mantida pela
Agência Stasi de Segurança Nacional dos EUA – espionam até o
Congresso! – e tenta cortar os fundos que mantêm o programa de vigilância
ilegal da Agência Stasi de Segurança Nacional dos EUA. A
emenda do gasto militar apresentada por Justin Amash, Republicano de Michigan,
só por um triz não foi aprovada. Foi derrotada por um punhado de votos comprados
pela indústria da espionagem.
Por
outro lado, apesar do ultraje de descobrir-se espionado, o Congresso se empenha
em escalpelar o mais bravo herói, Edward Snowden, o homem que os informou de
que estavam sendo espionados. Não há demonstração mais clara da estupidez
histórica do governo dos EUA: querem assassinar o mensageiro.
Só uns
poucos doidos de extrema direita ainda creem que a vigilância universal sobre
todos os norte-americanos seria necessária para a segurança dos EUA. A
Agência Stasi de Segurança Nacional resistirá com fúria e
chantageará cada Deputado, cada Senador, mas a própria extensão da chantagem
levará algum dia a tosar as asas da Agência Stasi de Segurança
Nacional dos EUA. Ou, no mínimo, temos de esperar que as tosem. Se não acontecer
assim, a Agência Stasi de Segurança Nacional terá tempo para
organizar algum golpe, sob bandeira falsa, que aterrorizará os cordeirinhos
eleitos e os porá de joelhos e dará fim a qualquer tentativa para controlar a
agência-bandida.
Os EUA
estão à beira do colapso econômico. A alegada “superpotência”, que hoje já
enfrenta a bancarrota, não conseguiu, depois de oito anos de esforços, sequer
ocupar o Iraque. E teve de entregar os pontos e desistir. Depois de 11 anos, a
“superpotência” foi derrotada no Afeganistão por uns poucos milhares de Talibã
e armas leves, e hoje corre à procura de toca onde se esconda, com o rabo entre
as pernas.
Ante
sua impotência militar os EUA limitam-se a prender, torturar e
assassinar velhos, mulheres e crianças
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Para
compensar a própria impotência militar, Washington dedica-se a cometer crimes
de guerra contra civis. Os militares norte-americanos são eméritos matadores de
mulheres, crianças, velhos, médicos, enfermeiros e socorristas. O máximo que a
“superpotência” pode fazer é disparar mísseis de drones pilotados
à distância, contra sítios, pomares de maçãs, cabanas, barracas, escolas e
centros médicos.
Os
cegos esquizofrênicos que governam em Washington fizeram, dos norte-americanos,
um povo [AA: "um
governo"], odiado em
todo o mundo [daí que sobra para os mercenários de qualquer
âmbito: forças armadas, artes, indústria, setores financeiros...].
Os que ainda conseguem ver o suficiente
para tentar escapar à tirania crescente também sabem que, onde quer que
consigam esconder-se, ali também serão vistos como filhos da mais odiada nação
do mundo, caçados onde apareçam, como espiões e bodes expiatórios e influência
nefanda, sempre ameaçados de serem dizimados em represália contra a mais
recente atrocidade ordenada por Washington.
Washington
destruiu todo o futuro de todos os norte-americanos, em casa e em todo o mundo.
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[*]
Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é
um economistanorte-americano,
colunista do Creators Syndicate. Serviu como
secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como
um co-fundador da Reaganomics.
Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou
perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica.
Durante
o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch,
escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais
tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter
destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos
EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem
tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra
contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as
políticas e ações de Israel contra os palestinos.
Roberts
é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgiae tem Ph.D.
da Universidade de Virginia, pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeleye na Faculdade de
Merton, Oxford University.
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- Caixa
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Para este domingo hibernoso, os macacos cibernéticos pauteiros da PressAA recomendam...
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CARTA ABERTA AO PAPA
A Rádio Vaticano
provavelmente nunca tocou "A Carta" de Waldick Soriano,
que figurava nas paradas de sucesso da Rádio Baré, em Manaus, nos anos 1960.
Naquele tempo disse o rei do bolero aos seus discípulos: "irmãos, sigam-me
aqueles que dentre vós sofrem com dor de corno". Embora desconhecida por
cardeais, essa epístola cantada, nada canônica, repleta de queixumes e gemidos
de amor, foi a inspiradora da missiva abaixo, que nunca será lida pelo seu
destinatário.
Manaus, 4 de agosto de 2013
Ao Papa Francisco
Saudações!
Escrevo esta
carta, mas não repare os senões, para dizer o que sinto com o desempenho de
Vossa Santidade na Jornada Mundial da Juventude. Sinto-me estimulado por V.S.
que em entrevista dentro do avião, na viagem de volta para a Itália,
declarou:
- Eu gosto
quando alguém me diz: 'eu não estou de acordo'. Esse sim é um verdadeiro
colaborador.
Conte comigo, Sumo
Pontífice. Este vosso humilde servo quer colaborar, até porque tem sérias
restrições a essa visita ao Brasil tão paparicada e incensada pelo turíbulo da
mídia que trombeteou o tempo todo: "Ah, que belo". Lembro aqui as
palavras de V.S.:"Aqueles que dizem 'Ah, que belo, que belo' e depois
dizem o contrário por trás, isso não ajuda".
Desejoso de ajudar
V.S., manifestei desacordo público no Taquiprati. Minha voz
dissonante foi incompreendida e censurada por amigos, alunos, familiares, não
escapou nem meu dileto sobrinho, conhecido como Pão Molhado, que
não ouviu o Papa dizer aos jovens em Copacabana: "Não sejam covardes,
metam-se, saiam para a vida. Saiam às ruas como fez Jesus". Meu
sobrinho, hoje poderoso analista do Seguro Social na Agência da Previdência
Social de Maués (AM), foi mais papista do que o papa:
- Cala a boca,
tio! Respeita o Papa! Vós sois ateu? - me disse, conjugando um verbo que coloca
no mesmo saco três coisas tão diferentes como fé, religião e Igreja.
Esse aí não é
o Pãozinho Molhado do titio, lá do bairro de Aparecida. Esse
aí não é aquele menino que embalei na rede durante toda a infância, a quem fiz
dormir cantando "Vento que balança as palmas do coqueiro". Esse é
o Pane Tutto Bagnatoque puxa o saco do Papa e só não excomunga o
tio porque não tem poder para isso. De qualquer forma, não hesitou em me impor
aquela punição do Direito Canônico aplicada ao teólogo Leonardo Boff pelo
Vaticano: o "silêncio obsequioso".
Calei, engasgado,
sobretudo diante do discurso de Boff e Frei Beto, a quem admiro e que fazem
minha cabeça.Para eles, V.S. representa uma revolução na Igreja. É um discurso
esperançoso. Mas o que observei e escutei na Jornada Mundial da Juventude me
faz temer pela expectativa criada. Fiquei mudo uma semana. Agora, estimulado
por V.S., rompo o "silêncio obsequioso" para manifestar
desapontamento quanto ao tratamento dado a índios, mulheres, gays, divorciados,
movimento carismático e à própria teologia da libertação. Francamente,
Santidade, quanta decepção!
Na organização das
cenas da Via Sacra em Copacabana tinha tudo: cantor, artista global de
telenovela, Ana Maria Braga de lençol branco e cabelo arrepiado e até o Louro
José. Só não havia índios, eles que foram crucificados em toda a América, aos
milhares, segundo Las Casas. Os organizadores da Jornada apagaram os índios até
da encenação da primeira missa, desconsiderando relato de Frei Henrique e o
quadro de Victor Meirelles. Sequer um ator fantasiado de índio apareceu naquele
momento.
No outro dia, fora
desse contexto, os Pataxó conseguiram furar o bloqueio e dar um cocar a V.S.,
mas foram folclorizados. Nenhuma palavrinha de V.S. em defesa da terra
invadida, das culturas subterrâneas, das línguas silenciadas. O segmento mais
injustiçado da sociedade brasileira e talvez o mais generoso merecia uma
palavrinha do Papa, no mínimo para pagar a dívida histórica com eles contraída
pela Santa Madre Igreja. Nada. Suspeito que a Igreja saiu perdendo com a ausência
dos índios.
E as mulheres? O
discurso de V.S. aqui está empapado de contradição. Reconhece num primeiro
momento que "a mulher na igreja é mais importante que os bispos e
os padres", mas logo em seguida, perguntado sobre a ordenação de
mulheres sacerdotes, como já fazem os anglicanos, nega tal importância: "Mulheres
não podem celebrar missa. Essa porta está fechada. João Paulo afirmou isso como
uma formulação definitiva". Missa só pode ser celebrada por machos.
Quanto aos gays,
pelo menos V.S. não agiu como César (Antônio Fagundes) quando descobriu que seu
filho Félix (Mateus Solano) corria na floresta. Nem como o pastor Feliciano que
quer curá-los. Felizmente o discurso homofóbico da carta do cardeal Bergoglio às
freiras carmelitas não foi reiterado aqui. Já é um pequeno avanço: "se
uma pessoa é gay, quem sou eu, por caridade, para julgá-la?". Mas
união homoafetiva nem pensar: "a posição é a da igreja. Sou filho
da igreja".
A posição da
Igreja é a de que o homossexual deve ser acolhido com respeito e compaixão,
desde que permaneça celibatário, dentro do armário. Nada de casamento. O padre
Beto da Diocese de Bauru, excomungado por defender união gay, permanece
excomungado. Gays são como os leprosos do Evangelho: aceita-se por misericórdia
e não por reconhecimento da alteridade. Waldick Soriano parece mais cristão:
"Espero que um dia / tudo se consiga / e a quem ama não seja negado / o
direito de ser amado".
A teologia da
libertação, um raio luminoso na Igreja da América Latina, foi considerada por
V.S. como "uma doença infantil já superada". O movimento
conservador de Renovação Carismática como "uma graça para a
Igreja". Os divorciados "podem até comungar desde que não se
casem outra vez". A anunciada 'revolução na Igreja' que abre
esperanças para muitos setores marginalizados acaba diluída nesse discurso que
até o momento não renova, embora tenha sido tão exaltado pela mídia.
A cobertura jornalística foi um oba-oba
desinformativo, uma agressão à inteligência e ao senso crítico das pessoas.
A TV Globo levou horas elogiando a humildade do Papa, só
porque V.S. disse: "Rezem por mim", o que equivale a
considerarem alguém bondoso por desejar "Bom Dia".
O discurso sobre a
pobreza foi simpático, mas a contradição é que a Jornada consumiu R$ 109
milhões em recursos públicos, e o Campo da Fé, mergulhado em lama, sequer foi
usado. Louvo as palavras de V.S. sobre a prisão do Monsenhor Nunzio Scarano,
que levou num jatinho para a Suíça 20 milhões de euros (58 milhões de reais), assim
aprecio a luta de V.S, contra a rede de corrupção no Vaticano.
Creio na
sinceridade do despojamento de V.S., mas se posso discordar digo que o que está
em discussão não é a pobreza do Papa, mas a da Igreja, como instituição.
Simpática também foi a menção à "água no feijon que chegou mais um".
Quando for ao Vaticano, pedirei que botem água no minestrone. Espero
reciprocidade. Do sempre seu Taquiprati.
P.S. Espero que
essa carta seja lida ao menos pelo alto funcionário do Seguro Social na Agência
da Previdência Social de Maués (AM). Taquiprati, Pão Molhado! Ecco
anche per te, Pane Tutto Bagnato!
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José Ribamar Bessa Freire: Doutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (2003). É professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de
mestrado e doutorado, e professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos
dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação. Ministra cursos de formação de
professores indígenas em diferentes regiões do Brasil, assessorando a produção
de material didático. Assina coluna no Diário do
Amazonas e mantém o blog Taqui Pra
Ti . Colabora com esta nossa Agência
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E, para a noite domingueira, boemia com dor de cotovelo em Belém do Pará...
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Ilustração:AIPC - Atrocious International
Piracy of Cartoons
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PressAA
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