.
Enviado por Miguel do Rosário
Por que este silêncio sepulcral na grande
mídia? Em qualquer país civilizado, haveria equipes de repórteres na porta da
casa da servidora que roubou os documentos. Os advogados citados seriam
entrevistados. A notícia estaria em rede nacional, interrompendo a grade de
programação.
_____________________________________________________________________________________________
‘Nunca soube de espionagem da CIA em meu
governo, mesmo porque só poderia saber se ela fosse feita com o conhecimento do
próprio governo, o que não foi o caso. De outro modo, se atividades deste tipo
existiram, foram feitas, como em toda espionagem, à margem da lei. Cabe ao
governo brasileiro, apurada a denúncia, protestar formalmente pela invasão de
soberania e impedir que a violação de direitos ocorra…”, defendeu-se Fernando
Henrique.
______________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Bráulio Tavares
Bráulio Tavares é escritor, compositor, estudou cinema e é
pesquisador de literatura fantástica.
A última vez que a Av. Presidente Vargas e a igreja da
Candelária ficaram daquele jeito foi no famoso comício das “Diretas Já”, que
dizem que deu um milhão de pessoas. Não importa quantas foram. Nunca se vira
tamanha quantidade. Mas no comício sobre a Emenda Dante de Oliveira havia um
esforço concentrado e consciente vindo de cima, vindo das elites políticas, dos
caciques partidários, dos notáveis com cacife para opinião política. Havia um
sistema de som, um planejamento de mídia, e acima de tudo um palanque, onde
oradores diriam mais ou menos o que se esperava que dissessem. Havia um centro.
Nada contra essa visão do mundo, só que é muito copernicana. O mundo não
funciona de maneira tão simples. O fato de existirem criaturas e sistemas com
aspecto de mandala não quer dizer que esse seja o estilo preferido da Natureza.
Vai ver que às vezes ela se baseia em algoritmos químicos. Vai ver que às vezes
se baseia numa eletromagnética binária do espaço tempo, e por cima dela um
sistema retroalimentador e moto perpetuante chamado Vida. A multidão não tem um
centro pelo simples fato de que grande parte das coisas da Natureza não o tem.
Suas características são outras. A multidão pode ser vista como uma câmara
cheia de gás, lacrimogêneo ou não, onde é possível comprimir cada vez mais o
gás e fazer suas moléculas, mais apertadas umas às outras, movimentaram-se num
ricochete cego como o de bolas de pinball.
A multidão não é centro, é fatia estatística de um Todo que é cada vez mais
mapeado e investigado com fervor. Daí a importância de institutos de pesquisas
e de coleta de dados porta-a-porta, algoritmos qualificadores, sistemas de
amostragem mais sutis. Hoje a Presidente Vargas fica cheia e não se vê sistema
de som, político ou palanque. Não existe Big Bang, não existe centro, não
existe o Monarca de qualquer regime político. A multidão mostra que por baixo
dessas Unidades aparentes o mundo é torvelinho perpétuo. Não tem rosto, tem
coreografia e fluxo.
Cada avenida dessas, dura de gente (como se diz na Paraíba), é uma espécie de
holograma onde está pelo menos um exemplo de cada elemento do Todo. Graças à
rua estamos sabendo quem é isto ou aquilo, pelo menos no momento, já que as
paixões políticas são tão intensas quanto passageiras. Olhando a multidão
passar fica mais claro quem é contra ou a favor de Dilma, quem repete slogan
centenário, quem puxa hino, quem oferece caipirosca, quem mostra suástica, quem
mostra foice e martelo, quem mostra cruz. Se o mundo fosse um lugar justo,
coisa que nem sonha, cada um de nós poderia sair em praça pública e dizer quem
é, sem medo e sem arrogância.
(Crônica
indicada pelo nosso correspondente João TNA, de Campina Grande para a Paulicéia
Desvairada)
Mais
paraíba da Paraíba...
Ronaldo
Livreiro
Com a voz trêmula, justificada por seus 86 anos
de idade, e certo tom de pureza em cada frase, como se nunca tivesse saído do
sertão da Paraíba, onde passou parte da infância, Suassuna se apresentará para
milhares de pessoas em seis cidades. A primeira parada foi em Brasília e lotou
o Teatro Nacional. No dia 18 de julho, o Arte como Missão desembarca em
Fortaleza. As paradas seguintes serão: Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e São
Paulo.
(Clique no título para ler completo)
_________________________________________________________________________________
Mafalda
Do
nosso correspondente Hélder Câmara:
Nesta semana em Paraty, por ocasião da
Flip, debate sobre memória da ditadura. Cristina Chacel e Flavia Cavalcanti
apresentando e autografando "SEU AMIGO ESTEVE AQUI".
"Nesta hora de muita tristeza lembrarmos que as mulheres,
maes e companheiras escreveram na história deste País exemplos de coragem e
dignidade que o passar dos anos não consegue apagar. LUIZA CHAUNI TEIXEIRA(Dona
DIDI), mãe de ANTONIO CARLOS TEIXEIRA, desaparecido (assassinado) no ARAGUAIA ,
é uma delas, representa todas as maes e companheiras, meus aplausos pela sua
vida de luta e resistência, escreveste esta página da história em nossos
corações, lembraremos sempre, esquecermos jamais.
Marcelo Santa Cruz
Um show maravilhoso com Danilo, Dori e Nana Caymmi marcou o início das
comemorações do centenário de Dorival Caymmi no Sesc Vila Mariana ! Que venham
outros tantos!!
________________________________________
Flip Retrô
Fernando Soares Campos
(...)
Mas o que disse mesmo o Robert Crumb, convidado especial da Flip, Festa literária Internacional de Paraty? Ele falou, com todas as letras, que sente vergonha de ser estadunidense, ao assegurar que seu país se tornou um estado corporativo fascista, "o pior do mundo". Acontece que Crumb é cartunista, um dos mais famosos do mundo. Um indivíduo que sempre teve oportunidade de criticar as ações de seus governantes e instituições, falando para milhões de pessoas de todo o mundo através de sua arte; isso desde os anos 1950. Nunca o fez, ou eu nunca soube que o tivesse feito. Mas somente agora a gente pôde ouvir esse “desabafo” do estadunidense bom de traço e, a meu ver, chinfrim de idéias. Longe, muito longe, de vir a ser um Henfil. Crumb diz que, se os Estados Unidos fossem “uma de suas personagens”, a ilustração não teria um aspeto muito agradável, depoimento registrado em reportagem da estatal Agência Brasil. (...) "Teria uma cara feia, porque Estados Unidos tornaram-se um estado corporativo fascista, o pior do mundo. Obama tem boas intenções, mas não acho que possa fazer muito para mudar as coisas por lá, devido a que os poderes e as potências que vêm governando aquele país desde faz tantos anos já são parte daquilo”, foi o que afirmou Robert Crumb. Deus do Céu! Quer dizer que em mais de 50 anos traçando personagens, o cartunista nunca personificou o seu país, mesmo existindo a consagrada figura do Tio Sam? Ora, mas que cartunista é esse? É esse mesmo que vem aqui criticar seus pares ou fazer mea-culpa? Navegou a vida toda em crítica de costumes, que pode ser aplicada a qualquer dos povos submetidos à ditadura hollywoodiana da cultura de massas. Matriz ou quintal, tanto faz como tanto fez. Crumb vive na França há cerca de vinte anos. Ele qualificou como museu a exposição de suas ilustrações e indicou que "participar desta festa também é estranho. Ainda me vejo como um cartunista, que é sempre omitido pelo mundo literário, uma pessoa que não deve ser levada a sério". Tudo bem, Crumb, mas aqui no Brasil as políticas voltadas para a cultura ainda são aquelas que apenas tratam das questões de “mercado cultural”. E você é objeto de atração dos incautos, estimulados apenas para o consumo de uma porcaria qualquer que possa render alguma coisa na bolsa de livros. Eles só pensam em grana, nada mais que isso. “Perguntei a um escritor brasileiro por que eles queriam minha presença aqui e me disse que era uma questão de negócio, já que as editoras estão vendo as histórias em quadrinhos como algo sério e viável”, referiu Crumb, e acrescentou que apesar disso é difícil encontrar editoras que apostem nos quadrinhos.
(Para ler artigo completo, clique no título)
______________________________________________
Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
______________________________________________
PressAA
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário