22/7/2013
O textículo segundeiro mostra um Aécio grávido. E como “todo” grávido tem uma
dimensão desejante, ele explicita sua exótica carência com os seguintes
desejos: de inflação alta, do PIB fraco, de famílias deixando de consumir,
empresários de investir e da economia parada.
Sabemos
que o desejo das mulheres, no início da gravidez, expressa a exteriorização de
necessidades reais, que o organismo “comunica” ao cérebro dela, indicando
carências nutricionais diversas.
A mistura eclética de alimentos, pedidos pelas madrugadas adentro, são as
manifestações dessas necessidades: uma boa torta de beringela, com leite
condensado, amendoim moído, e pimenta murupi, não é nada atípico para o
organismo. Por isso, a maior parte dos desejos em horas “impróprias” são
sinceros e devem ser respeitados. Satisfeitos esses desejos, imediatamente seu
organismo libera uma carga de serotonina e advém, então, uma justa sensação de
prazer.
No caso de Aécio Neves, não. Sua gravidez resulta de sua tara pela presidência
da República, sem a explicitação de programas, projetos e compromissos. Se ele
confessou alguma coisa, deve ter sido nos bastidores, para públicos seletos e
deve ter coisa inconfessável publicamente.
E os desejos nascidos de suas carências político-nutricionais são esses que
ele, a toda hora, mostra nos textos que assina: ele deseja inflação, PIB
pequeno, crise de confiança das famílias e dos empresários. Ele precisa disso
para seu parto. E o filho seria a faixa presidencial.
Ridículo.
A inflação tende a ir para o centro da meta, dizem 10 entre 10 analistas sérios
por aí. O insuspeito Chico Lopes, presidente do BC à época de FHC, aposta num
PIB próximo de 4%, os investimentos em obras vão ser mantidos no ritmo (para
desespero dos pessimistas funcionais, que querem usar o “gasto público” para
impor o terrorismo econômico) e as políticas sociais não sofrerão nenhum tipo
de crise. Portanto, Aécio Neves precisará mais do que desejos exóticos para
liberar suas “serotoninas” políticas.
Todos sabemos que o senador mineiro não se contenta apenas com a serotonina
naturalmente produzida em seu corpo. Ele sempre quer mais e mais. Sua recusa em
fazer o teste do bafômetro, no Leblon, em 2011, prova isso.
Cuidado, gente!
Overdose de pessimismo também mata candidaturas.
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O governo brasileiro está fazendo uma aposta política
ambiciosa ao estreitar o diálogo com este Vaticano de perfil “franciscano”, que
fala em espanhol e possivelmente adoptará o portunhol a partir de hoje, como
anteciparam alguns assessores do pontífice. Por Dario Pignotti
(Para ler matéria completa, clique no título)
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Facebookadas
Sérgio Cabral
baixou um ato institucional número cinco para o Rio. Um cara que nunca fez nada
na vida e virou governador. O pai, um grande crítico musical, mas espertalhão,
arranjou vaga no Tribunal de Contas. A família que rouba unida permanece unida
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Fernando Soares Campos
Unidades Cósmicas Diferenciais
O amor
de Élcio por Luci só podia ser comparado ao amor de Luci por Élcio. Não
deveria existir, em todo o Rio de Janeiro, outro casal tão apaixonado quanto
aquele. Moravam na Tijuca, onde nasceram, criaram-se, estudaram, namoraram e
se casaram. Depois de casados, instalaram, num shopping da Barra da Tijuca,
uma loja especializada em confecções, componentes e acessórios apropriados
para esportes náuticos. Para não destoar dos estabelecimentos vizinhos, a
loja exibia nas suas vitrines algumas expressões em inglês: surf wear, sale,
até mesmo delivery. Contudo o seu nome comercial não podia ser
outro: "Élcio & Luci", e tinha como logotipo as iniciais
"E" e "L" artisticamente grafadas, entrelaçadas no centro
de um coração escarlate.
Conjecturando
a possibilidade de terem nascido ambos com o mesmo sexo, concluíram que,
ainda assim, seriam amantes. Mesmo porque, já naqueles dias, esse tipo de
relacionamento seria razoavelmente tolerado pela sociedade. Ele preferia que,
nesse caso, fossem mulheres. Ela inclinava-se pela condição masculina. Mas
isso não implicava algum tipo de polêmica entre eles. Acreditavam que, em
qualquer circunstância, teriam nascido um para o outro.
Adeptos
de seitas esotéricas, os dois estavam sempre buscando signos e caracteres que
revelassem os princípios daquele arrebatado amor. Consultavam horóscopo, mapa
astral, tarô, vidente e chegaram até a participar de sessões de projeção de
vidas passadas, com o intuito de se conhecerem mais a fundo. Entretanto foi
através de um místico do Engenho de Dentro, bairro da linha principal da
Central do Brasil, que descobriam um dado curioso (para eles, cabalístico!) a
respeito de suas vidas. O vidente, que era versado, entre outras ciências, em
numerologia, observou, praticamente em todos os dados pessoais de Élcio, a
ocorrência de uma unidade a mais que nos tópicos correspondentes em sua
mulher. A isso o mago denominou Unidade Diferencial Cósmica (UDC).
A
começar pela idade: ele era um ano mais velho que ela. Além disso, nascera no
dia 11 de maio; Luci, a 12 de junho. E as suas certidões de nascimento ainda
indicavam um expressivo detalhe: ele veio ao mundo às 03h45; ela às 04h45.
Portanto a diferença era, precisamente, de um ano, um mês, um dia e uma hora.
No entanto as coincidências... melhor, as UDCs do mago não paravam por aí. Na
altura, Élcio media exatamente um centímetro a mais que Luci. Calçava 39;
ela, 38. Até as cinco letras do nome dele, em relação às quatro do dela, não
seriam resultado de mera casualidade. De acordo com o adivinho, seus pais
foram imperativamente influenciados por aquele princípio determinista no
momento da escolha dos nomes dos filhos ("Luci" era nome próprio,
não se tratava de abreviação carinhosa).
Segundo
o místico, essa incidência de UDC's não conferia ao marido nenhum fator de
superioridade; para ele, elas tinham valor apenas distintivo, sem qualquer
sentido de graduação. Mesmo assim estimulou o casal a provocar tal ocorrência
em diversos âmbitos, garantindo que esta seria sua principal Via de Absorção
de Energias Cósmicas (VAEC). Assim, seguindo recomendações do mestre e
padecendo sacrifícios dietéticos, procuravam manter o peso a 1kg de diferença
a favor de Élcio (ou seria contra, por tratar-se de peso a mais?).
Mesmo
vivendo um aparente mar de rosas, Luci tinha sempre em mente um conselho de
sua mãe: "No casamento, como na vida em geral: um olho na missa, outro
no padre".
Graças
ao proverbial alerta da mãe, certa ocasião ela percebeu que o seu marido
fazia olho comprido pra cima de Aline, a dona da floricultura em frente à sua
loja no shopping.
Algumas
semanas depois de ter notado o possível flerte do marido com a florista, as
suas suspeitas finalmente se confirmaram: descobriu que as saídas de Élcio,
invariavelmente à tarde, nem sempre se destinavam às pesquisas de mercado,
como ele as justificava; na maioria das vezes, saía para se encontrar com
Aline.
No
começo, Luci padeceu a angústia dos traídos, porém guardava silêncio sobre a
questão, não externava qualquer sinal de lamúria. Fazia de tudo para
dissimular aquele inferno astral. Não queria que o marido percebesse seu
sofrimento. Pretendia resolver o problema da maneira menos traumática.
Já
considerava seu casamento uma causa perdida, até que resolveu consultar o
numerologista do Engenho de Dentro.
Diante
do problema, o vidente chamou sua atenção para as tais Unidades Diferenciais
Cósmicas.
Desculpando-se
pela sua indiscrição, o místico quis saber:
- Com
quantos parceiros você mantém relações sexuais, minha jovem?
Ela,
fidelíssima esposa, vivendo sua monogâmica paixão, naturalmente respondeu:
- Com
um, mestre, somente com um! Ele é a única pessoa com quem transo. Juro!
E o
sapiente guru observou:
-
Então, minha filha, não compreende que isso esclarece tudo?!
Fez-se
a luz! Luci entendeu que tudo não passava do fatalismo das UDC's, o que
isentava o marido de qualquer culpa. "Pelo contrário, agindo assim ele
contribui para equilíbrio da nossa vida conjugal, através da nossa principal
VAEC", pensou e voltou para casa consciente de que deveria aceitar seu
carma com resignação.
Com a
juda de um consultor especializado em Feng Shui, Luci restaurou o
fluxo da energia chi em sua casa e na loja. Até se tornou amiga de Aline, sem
nunca lhe dar a entender que sabia do seu relacionamento com Élcio.
Tornaram-se confidentes.
Quando
Aline, enciumada, fez a amiga saber que seu marido investia em mais um caso
amoroso (agora andava de caso também com Michelle, uma das vendedoras da
floricultura), Luci não se abalou, finalmente, tendo Élcio duas amantes, ela
pôde ceder às cantadas de Astrogildo, o mago do Engenho de Dentro, agora seu
amante... quer dizer, o homem que restabeleceu as UDCs do casal.
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Os macacos cibernéticos pauteiros da PressAA também curtem Veríssimo:
(Charge extraída de Guia do Botequim)
Luis Fernando Veríssimo
O melhor texto
de publicidade que eu já vi era assim: uma foto colorida de uma garrafa de
uísque Chivas Regal e, embaixo, uma única frase:
“O Chivas Regal dos uísques”.
O
anúncio é americano. Em algum anuário de propaganda, desses que a gente folheia
nas agências em busca de idéias originais na esperança de que o cliente não
tenha o mesmo anuário, deve aparecer o nome do autor do texto. No dia em que eu
descobrir quem é, mando um telegrama com uma única palavra. Um palavrão. Que
tanto pode expressar surpresa quanto admiração, inveja, submissão ou raiva. No
meu caso, significará tudo ao mesmo tempo. Palavrão PT Segue carta explosiva PT
Abraços etc.
Duvido que o autor da frase receba o telegrama. O cara que escreveu um anúncio assim não recebe mais telegramas. Não atende mais nem a porta. Não se mexe da cadeira. Não lê mais nada, não vê televisão, não vai a cinema e fala somente o indispensável. Para o dia sentado, de pernas cruzadas, com o olhar perdido. Alimenta-se de coisas vagamente brancas e bebe champanhe brut em copos de tulipa. Com um leve sorriso nos cantos da boca.
Duvido que o autor da frase receba o telegrama. O cara que escreveu um anúncio assim não recebe mais telegramas. Não atende mais nem a porta. Não se mexe da cadeira. Não lê mais nada, não vê televisão, não vai a cinema e fala somente o indispensável. Para o dia sentado, de pernas cruzadas, com o olhar perdido. Alimenta-se de coisas vagamente brancas e bebe champanhe brut em copos de tulipa. Com um leve sorriso nos cantos da boca.
Foi o
sorriso que finalmente levou sua mulher a pedir o divórcio. Ela aguentou tudo.
O silêncio, a indiferença, as pernas cruzadas, tudo. Mas o sorriso foi demais.
“Bob
(digamos que o seu nome seja Bob), você não vai mais trabalhar?”.
Sorriso.
“Nunca
mais, Bob? Há uma semana que você não sai dessa cadeira”.
Sorriso.
“Bob, o
Bill disse que o seu lugar na agência está garantido, quando você quiser
voltar. Mas eles não podem continuar pagando se você não voltar”.
Sorriso.
“As
crianças precisam de sapatos novos. O aluguel do apartamento está atrasado. Meu
analista também. Nosso saldo no banco se foi com a última caixa de champanhe que
você mandou buscar”.
Sorriso.
“Sabe o
que estão dizendo na agência, Bob? Que o seu texto para
o Chivas Regal foi pura sorte. Que foi genial, mas você não faz
dois iguais àquele. Você precisa ir lá mostrar para eles, Bob. Faça alguma
coisa, Bob!”
Bob fez
alguma coisa. Descruzou as pernas e cruzou outra vez. Sorrindo.
A mulher tratou do divórcio sozinha. Na hora das despedidas, ele inclinou-se
levemente na poltrona para beijar as crianças mas não disse uma palavra.
Continua
sentado lá até hoje.
Levanta-se
para ir ao banheiro, trocar de roupa e telefonar para fornecedores de enlatados
e champanhe. Os que ainda lhe dão crédito. O resto do tempo fica sentado, as
pernas cruzadas, o olhar perdido. E o sorriso.
Uma
faxineira vem uma vez por semana, limpa o apartamento (há pouco o que limpar,
ele não toca em nada) e vai embora. Abanando a cabeça. Pobre do sr. Bob. Um
moço tão bom.
Os
amigos preocupam-se com ele. A agência lhe faz ofertas astronômicas para
voltar. Ele responde a todos com monossílabos e vagos gestos com o copo de
tulipa. E todos vão embora, abanando a cabeça.
Contaram
que a mesma coisa aconteceu com o primeiro homem a escalar o Everest. Para
começar, quando chegou no topo, no cume da montanha mais
alta da Terra, ele tirou um banquinho da sua mochila,
colocou o banquinho exatamente no pico do Everest e subiu em em cima do
banquinho! O guia nativo que o acompanhava não entendeu nada. Se entendesse,
estaria entendendo o homem branco e toda a história do Ocidente. De volta à
civilização o homem que conquistou o Everest passou meses sem falar com ninguém
e sem olhar fixamente para nada. Se tinha mulher e filhos, esqueceu. E tinha um
leve sorriso nos cantos da boca.
Você
precisa entender que quem escreve para publicidade está sempre
atrás da frase definitiva. Não importa se for sobre uísque de luxo ou
uma liquidação de varejo, importa é a frase. Ela precisa dizer tudo o que há
para dizer sobre qualquer coisa, num decassílabo ou menos. Tão perfeita que
nada pode segui-la, salvo o silêncio e a reclusão. Você atingiu o seu próprio
pico.
Bob tem
duas coisas a fazer, depois de passada a euforia das alturas. Uma é voltar para
a agência, mas com outro status. Por um salário mais alto, apenas perambulará
pelas salas para ser apontado a novatos e visitantes como o
autor da frase, aquela.
“Você
quer dizer… A frase”“
“A
frase”.
Outra é
começar de novo em outro ramo. Com uma banca de chuchu na feira, por exemplo.
Ele não precisa conquistar mais nada, é o único homem realizado do século.
Mas por
enquanto Bob só olha para as paredes. De vez em quando, diz baixinho:
“O
Chivas Regal dos uísques…”
E aí
atira a cabeça para trás e dá uma gargalhada. Depois descruza as pernas e bebe
mais um gole de champanhe.
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Monday July, 22, 2013...
Monday July, 22, 2013...
Banca de Jogo do Bicho Carioca...
Vale o Escrito:
Que nome você daria ao neto da princesa Diana?
Façam suas apostas...
Jonh!
Paul!
George!
Ringo!
Bach,
tchê!
Churchill, não! Churchill é uma piada!
Severino
tá pagando £ 1,99 por cada R$ 0,20
Facebookson!
Nós, cabeças chatas duca, preferimos...
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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA
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