sábado, 26 de outubro de 2013

Drone, inteligência artificial sem patriotismo, sem loucura e sem-vergonha --- Rede da CIA dos “deixados-atrás” do exército e serviços de informação secretos --- Mesquinhez, desespero, desdém ou incompetência? Ou tudo isso faz parte do pacote mensalão do PIG para a orientação editorial? --- Pré-Sal: E agora?! Quem irá nos defender?!


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De...
Boletim de Atualização - Nº 325 - 25/10/2013
...para a PressAA...

24/10/2013

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Que estranhos condicionamentos culturais levam ao horror diante dos atentados suicidas, e à indiferença às mortes impostas por controle remoto?

Por Grégoire Chamayou, do Le Monde Diplomatique, edição francesa | Tradução:Antonio Martins

Para mim, o robô é nossa resposta ao atentado suicida” Bart Everett1


Dois relatórios muito tardios – um da Anistia Internacional, outro da Human Rights Watch – focaram, esta semana, uma das marcas da degradação política de nossos tempos: os drones, aviões sem pilotos usados pelo governo dos EUA para assassinar supostos terroristas. Os documentos revelaram algo alarmante.

Até mesmo a alegação capenga, segundo a qual os mortos são criminosos (como se isso tornasse aceitável executá-los…), é falsa. Já se sabia que parte das vítimas é assassinada por adotar “atitude suspeita”; e que os EUA efetuam, às vezes, um segundo disparo – voltado contra a população local, quando ousa socorrer eventuais sobreviventes ou participa do funeral dos mortos. Mas isso não é tudo.

O relatório da Anistia narra, com riqueza de detalhes, episódios grotescos e até o momento inexplicáveis, sabendo-se da altíssima precisão das câmeras e do equipamento de disparo dos drones. Em 2012, na zona fronteiriça entre Paquistão e Afeganistão, dois mísseis disparados em sequência mataram Mamana Bibi, esposa de um diretor de escola aposentado, e feriram seis de seus netos. Na localidade de Zowi Sidgi, situada na mesma região, dezoito homens e adolescentes (alguns com 14 anos)sucumbiram a um único disparo, enquanto conversavam numa sombra. Ao todo, em menos de dez anos, os drones já mataram entre 2 mil e 4,7 mil pessoas, segundo uma terceira organização ocidental: o Bureau de Jornalismo Investigativo. É um número cerca de quinze vezes maior que o total de mortes provocadas pela ditadura brasileira, em duas décadas…

O motor político que impulsiona esses assassinatos é conhecido. Desde a edição do Patriot Act, pouco após os atentados de 11 de Setembro de 2001, os EUA tornaram-se, em parte, um Estado policial. É esta lei – sancionada por George Bush e mantida no governo de Barack Obama – que abre espaço, entre outros atentados ao Direito internacional, à espionagem de chefes de Estado de outros países; á detenção de prisioneiros sem qualquer perspectiva de julgamento; ou à liquidação de seres humanos considerados “combatentes inimigos”. Mas quais as causas culturais e psicológicas da indiferença da opinião pública ocidental, diante destes atentados?

No texto a seguir, o filósofo francês Grégoire Chamayou parte em busca de respostas. Ele inspira-se em Walter Benjamin. Já nos anos 1930, o filósofo alemão preocupava-se com as máquinas de matar à distância. Via-as como símbolo máximo do que chamou de “segunda técnica” – a que aparta ao extremo o ser humano das consequências de seus atos.

Ao seguir as pegadas de Benjamin, Chamayou toca numa ferida extremamente incômoda. Ele compara a atitude de repulsa do Ocidente em relação aos homens-bombas islâmicos (ou aos matadores de aluguel, para ficar num exemplo mais próximo) com nossa dificuldade de sentir empatia pelas vítimas dos drones. Que ocorreu: teremos assimilado a ideia de que são mais “limpos” e menos repugnantes os assassinatos à distância – em que os matadores estão livres de qualquer contato com suas vítimas, além de permancer anônimos? Este alheamento será ainda maior pelo fato de os mortos estarem imersos em culturas distintas da nossa, viverem em regiões remotas, não serem notícia nos jornais? Nosso apreço ético pela vida humana estará se reduzindo a uma espécie da amor-próprio, que já não atribui humanidade ao “Outro”? Fique com o texto perturbador de Chamayou… (A.M.)

O filósofo Walter Benjamin refletiu sobre os drones, os aviões radiocomandados que os pensadores militares imaginavam já em meados dos anos 1930. Eles permitiram-lhe ilustrar a diferença entre o que chamava de “primeira técnica”, que remonta à arte pré-histórica, e a “segunda técnica”, característica da indústria moderna. O que as distinguia, a seus olhos, não era tanto o arcaismo ou inferioridade de uma em relação à outra – mas uma “diferença de tendência”. “A primeira compromete o ser humano, tanto quanto possível; a segunda, o menos possível. O cúmulo da primeira, se ousamos dizer, é o sacrifício humano; o da segunda seria o avião sem piloto, dirigido à distância por ondas hertzianas2”.

De um lado, as técnicas do sacrifício; de outro, as do jogo. De um lado, o compromisso total; do outro o descompromisso total. De um lado, a singularidade de um ato vivo; de outro, a reprodutibilidade indefinida de um gesto mecânico. “De uma vez por todas – foi a divisa da primeira técnica (seja por meio do erro irreparável, seja do sacrifício da vida eternamente exemplar). Uma vez apenas não é nada – é a divisa da segunda técnica (cujo objetivo é repetir à exaustão suas experiências3”. De um lado, o kamikaze, autor do atentado-suicida, que se precipita de uma vez por todas, numa única explosão; do outro, o drone, que lança seus mísseis repetidamente, como se fosse um gesto banal.

Enquanto o gesto kamikaze implica a fusão completa do corpo do combatence e sua arma, o drone assegura a separação radical. Kamikaze: meu corpo é uma arma. Drone: minha arma é sem corpo. O primeiro implica a morte do agente. O segundo a exclui de modo absoluto. Os kamikazes são os homens da morte certa. Os pilotos de drones são os da morte impossível. Neste sentido, eles representam dois polos opostos sobre o espectro da exposição à morte. Entre ambos, há os combatentes clássicos, os homens que arriscam a morte.

Fala-se de atentados suicidas, mas, qual seria seu antônimo? Não existe expressão específica para designar os que podem matar por explosão sem jamais exporem suas vidas. Não apenas não lhes é necessário morrer para matar; sobretudo, é impossível, para eles, serem mortos, ao matar.

Sacrifício ou preservação de si

Ao contrário do esquema evolucionista, que Benjamin sugere, na verdade, apenas para melhor subvertê-lo, kamikaze e drone, arma de sacrifício e arma de autopreservação, não se sucederam de modo cronologiamente linear, um substituindo o outro, como a história à pré-história. Eles emergiram de modo conjunto, como duas táticas opostas que historicamente se contrapõem.

Em meados dos anos 1930, Vladimir Zworykin, um engenheiro da Radio Corporation of America (RCA), inquietou-se ao extremo quando leu um artigo sobre o exército japonês. Os nipônicos, soube ele, haviam começado a formar esquadrões de pilotos para aviões-suicidas. Bem antes da trágica surpresa de Pearl Harbour, Zworykin havia compreendido a amplitude da ameaça. “A eficácia deste método, é claro, ainda precisa ser demonstrada, mas se um treinamento psicológico das tropas neste nível fosse possível, este exército seria uma dos mais perigosos. Como dificilmente podemos esperar que algo semelhante seja introduzido em nosso país, devemos recorrer a nossa superioridade técnica para resolver o problema”4. Na época, já existiam, nos Estados Unidos, protótipos de “aviões radiocontrolados” que podiam servir de torpedos aéreos. Mas havia um problema: estes engenhos telecomandados eram cegos: eles “perdem eficácia assim que se rompe o contato visual com a base que os dirige. Os japoneses, ao que parece, encontraram uma solução para este problema”. Sua solução era o kamikaze: como o piloto tem olhos, e está preparado para morrer, ele pode guiar a máquina até o fim, rumo ao alvo.

Mas Zworykin também era, na RCA, um dos pioneiros da televisão. E a solução estava ali. “Um meio possível de obter praticamente os mesmos resultados do piloto-suicida consiste em equipar o torpedo radiocontrolado com um olho elétrico5. O operador estaria, então, em condições de enxergar o alvo até o fim e de guiar visualmente a arma, por comando de rádio, até o ponto de impacto.

Não deixar na cabine do avião nada além da retina elétrica do piloto, seu corpo recuado em outro lugar, fora do alcance das defesas antiaéreas inimigas. A partir deste princípio, o da acoplagem entre a televisão e o avião telecomandado, Zworykin descobriu a fórmula que iria se converter, bem mais tarde, em smart bomb (“bomba inteligente”) e, ao mesmo tempo, drone armado.

O texto de Zworykin é notável porque concebe o ancestral do drone – já numa das primeiras formulações teóricas – como o anti-kamikiaze. Não apenas do ponto de vista lógico (o da definição) mas também, e sobretudo, no plano tático: é a arma-resposta, tanto como antídoto quanto como estrela gêmea. Drone e kamikaze constituem duas opções práticas opostas, para resolver um único problema, o de dirigir a bomba até seu alvo. O que os japoneses acreditaram realizar por meio da superioridade de sua moral de sacrifício, os norte-americanos obterão pela supremacia de sua tecnologia material. O que os primeiros esperavam alcançar pela via do treinamento psicológico, será efetuado pelos segundos por procedimentos de pura técnica. A gênese conceitual do drone se dá numa economia ético-técnica da vida e da morte em que o poder tecnológico assume o lugar de uma forma de sacrifício inexigível. De uma lado, combatentes valorosos, prontos a sacrificar-se pela causa; de outro, máquinas-fantasmas.

O antagonismo entre kamikaze e telecomando está vivo hoje. Atentados-suicidas contra atentados-fantasmas. A polaridade é, em primeiro lugar, econômica. Ela opõe os que possuem o capital e a teconologia aos que só têm seu corpo como arma de combate. A estes dois sistemas materiais e táticos correspondem dois sistemas éticos – ética do sacrifício heróico de um lado; ética da preservação vital, do outro.

Drone e kamikaze contrapõem-se como dois padrões opostos da sensibilidade moral. Dois ethos que se enfrentam num espelho em que cada um é, ao mesmo tempo, antítese e pesadelo do outro. O que está em jogo nesta diferença, ao menos na superfície aparente, é uma certa concepção das relações diante da morte – a sua e a de outros –, do sacrifício ou da preservação de si, do perigo e da coragem, da vulnerabilidade e da destrutividade. Duas economias políticas e afetivas da relação com a morte – uma em que alguém a inflige, outra em que alguém se expõe a ela. Mas também duas concepções opostas do horror, duas visões do horror.

Richard Cohen, editorialista do Washington Post, expôs seu ponto de vista. “Os combatentes talibans vão além de não apreciar a vida, eles a desperdiçam gratuitamente em atentados suicidas. É difícil imaginar um kamikaze americano6. Ele insiste: “Não existe um kamikaze americano. Nós não exaltamos os autores de atentados-suicidas, nós não apresentamos seus filhos diante das câmeras de TV para que outras crianças as invejem. Para nós, isso é incômodo; provoca calafrios. É repugnante”. E acrescenta, complacente: “Mas talvez tenhamos nos apegado demais à vida7.

“Incomodar”, “provocar calafrios”, “repugnar” é, portanto, morrer na luta e glorificar-se por isso. O velho ídolo do sacrifício gerreiro, que cai de seu pedestal e é imediatamente saqueado pelo inimigo, converte-se no pior dos frustrados, no cúmulo do horror moral. O sacrifício, incompreensível e ignóbil, é automaticamente interpretado como desprezo à vida – sem levar em conta que ele talvez implique, mais que isso, desprezo à morte. E se opõe a ele uma ética de suposto amor à vida – da qual o drone é, sem dúvida, a expressão acabada.

Firula final, concede-se que “nós” prezamos tanto a vida que às vezes nos apegamos a ela de modo excessivo. Um amor demais, que seria desculpável se tanta autocomplacência não fizesse suspeitar de amor próprio. Porque, ao contrário do que o autor sustenta, são as “nossas” vidas – e não “a” vida em geral que amamos. Se um kamikaze norte-americano é inconcebível, lugar-nenhum no mapa do pensável, é porque seria um oxímoro. A vida, aqui, não saberia negar a si mesma. E com razão: ela só nega a dos outros.

Quem é covarde?

Interrogado por um jornalista interessado em saber se é “verdade que os palestinos não se preocupam com a vida humana, nem sequer a dos mais próximos”, Eyad El-Sarraj, diretor do programa de saúde mental de Gaza, deu a seguinte resposta: “Como você pode acreditar em sua própria humanidade, se não acredita na humanidade do inimigo8”?

Horror por horror, por que matar sem se expor a perder a vida seria menos horrível que fazê-lo compartilhando a mesma sorte das vítimas? Em quê uma arma que permite matar sem perigo algum seria menos repugnante que o oposto? A acadêmica britânica Jacqueline Rose, espantada pelo fato de que “despejar bombas de fragmentação é considerado pelos governantes ocidentais menos repugnante e, além disso, moralmente superior”, interroga-se: “A razão pela qual morrer com sua vítima deve ser considerado um pecado maior que poupar a própria vida ao matar não está clara”9. Hugh Gusterson acrescenta: “um antropólogo que viesse de Marte poderia notar que muitos, no Oriente Médio, ressentem-se dos ataques de drones norte-americanos exatamente como Richard Cohen [o editorialista do Washington Post] diante dos atentados suicidas. Os ataques de drones são vistos amplamente como covardes, porque seus pilotos matam gente em terra a partir do espaço seguro de um casulo climatizado em Nevada, sem o menor risco de ser morto por aqueles que ataca10.”

O antropólogo Talal Asad sugere que o horror suscitado pelos atentados suicidas nas sociedades ocidentais repousa no fato de que o autor do crime, por meio de seu gesto, interdita a priori qualquer mecanismo de justiça retributiva. Ao morrer com sua vítima, ao coagular num único ato crime e castigo, ele torna a punição impossível e desativa o recurso fundamental de uma justiça pensada a partir de lógica penal. Ele não poderá jamais “pagar por aquilo que fez”.

O horror suscitado pela ideia de morte provocada por máquinas sem piloto tem, é claro, algo de similar. “O operador do drone”, prossegue Gusterson, “é igualmente uma imagem-espelho do atentado suicida no sentido em que também se afasta, mesmo em direação oposta, de nossa imagem paradigmática do combate.”
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1 Diretor de robótica no Centro dos Sistemas de Guerra Naval e Espacial de San Diego (Spawar). Citado por Peter W. Singer, Wired for War : The Robotics Revolution and Conflict in the 21st Century, Penguin Books, Nova York, 2009.
2 Walter Benjamin, A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica, 1955,disponível na internet.
3 Ibidem
4 Vladimir K. Zworykin, “Flying Torpedo with an Electric Eye” [“Torpedo voador com olho elétrico”], 1934, em Television, vol. IV, RCA, Princeton, 1947.
5 Ibidem
6 Richard Cohen, “Obama needs more than personality to win in Afghanistan”, The Washington Post, 6/10/2009.
7 Richard Cohen, “Is the Afghanistan surge worth the lives that will be lost?”, The Washington Post, 8/12/2009.
8 “Suicide bombers: Dignity, despair, and the need for hope”. Entrevista com Eyad El Sarraj”, Journal of Palestine Studies, Washington, vol. 31, nº 4, verão de 2002 (citado por Jacqueline Rose, em “Deadly embrace”, London Review of Books, vol. 26, nº 21, 4/11/2004.
9 Ibidem
10 Hugh Gusterson, “An American suicide bomber?”, Bulletin of the Atomic Scientists, 20/1/2010.
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No blog da redecastorphoto...


25/10/2013[*] Pepe EscobarAsia Times Online – The Roving Eye.
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu                      Bandar Bush bin Sultan


O esporte geopolítico favorito du jour é desconstruir as razões pelas quais a Casa de Saud – o casamento da monarquia hiperabsoluta e de fanáticos wahabistas – pirou completamente, com o inefável Bandar Bush na linha de frente.

Estão aterrorizados ante a possibilidade de que o Muro de Desconfiança, de 34 anos, entre Washington e Teerã, finalmente venha abaixo. Estão aterrorizados ante o risco de aqueles infiéis norte-americanos recusem-se a fazer a guerra para a “nossa” mudança de regime contra a Síria. Estão aterrorizados ante a crítica (leve) contra a repressão linha duríssima no Bahrain (que os sauditas invadiram, em 2011, por falar nisso). Detestam mortalmente o culto norte-americano àquela divindade – a democracia – que permitiu que os EUA abandonassem tiranos amigos na Tunísia e no Egito (a Líbia é diferente; o rei Abdullah queria Gaddafi detonado desde, no mínimo, 2002).

A Casa de Saud está tão doidamente furiosa com o governo Obama, que até “todas as opções” estão previstas “sobre a mesa”. O que obriga a perguntar: e se Riad estiver realmente sonhando com pivotear-se para a China?

O “socialismo com características de mercado” como Pequim autodescreveu-se precisa muitíssimo do petróleo saudita; afinal, a Casa de Saud já é o principal fornecedor da China. O rei Abdullah olha para o leste e o que vê é uma superpotência aspirante, abarrotada de dinheiro ilimitado, a qual jamais sonhará com intervir em assuntos internos dos sauditas, para nem falar de considerar ideias de Primavera Árabe.

Hu Jintao (então presidente da China) visita o Rei Abdullah da Arabia Saudita em 2009
Imaginem então o rei Abdullah moribundo sonhando com um eixo Riad-Pequim como seu legado – com o benefício extra embutido de deslocar o Irã, inimigo mortal, fazendo do Irã problema de segurança nacional dos chineses (embora Pequim, com certeza, toma a coisa como a proverbial situação de ganha-ganha, interessada em comprar ainda mais gás dos sauditas, enquanto continua comprando mais gás do Irã).

Petrodólar perde valor...
Dollar Toilet Paper
PetroYuan?

SÁBADO, 26 DE OUTUBRO DE 2013


24/10/2013, [*] Pepe EscobarRussia Today
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Paquistaneses protestam com slogans anti-EUA, em manifestação em Karachi, dia 23/10/2013,
contra os ataques de
 drones dos EUA, na região tribal do Paquistão (Foto: Asif Hassan, AFP)
Obama sequer mencionou os “drones” [1], quando conversou com a imprensa, depois de reunir-se com o primeiro-ministro do Paquistão Nawaz Sharif. A culpa então será toda de Islamabad? Na verdade, não.

O primeiro-ministro do Paquistão Nawaz Sharif chegou para o encontro com o presidente Barack Obama na Casa Branca, com uma forte, destacada prioridade: por favor, senhor presidente, ponha fim na sua guerra de drones no meu país.

(Para ler artigos completos, clique nos títulos)

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Para (re)ler e melhor entender o momento atual...


Operação Gladio: Rede da CIA dos “deixados-atrás” do exército e serviços de informação secretos


Terça-feira, 17 de novembro de 2009


O “sacrifício” de Aldo Moro

por Andrew G. Marshall

Pela OTAN, trabalhando com várias agências de inteligência européias, a CIA construiu uma rede dos que foram deixados atrás “dos serviços secretos” responsáveis por dúzias de atrocidades terroristas através de Europa ocidental por décadas. Este relatório estará focado no exército deixado atrás na Italia, porque é o mais documentado. O nome de código era Operação Gladio, a “espada”.

Uma vista geral

A finalidade das tropas “deixadas atrás”

No inicio dos anos 50, os Estados Unidos começaram a treinar redes dos “deixados atrás” dos voluntários na Europa ocidental, de modo que no caso de uma invasão soviética, “recolhessem a inteligência, abrissem vias de fuga e formassem movimentos de resistência.” A CIA financiou e educou estes grupos, trabalhando mais tarde com unidades de inteligência militar européias ocidentais sob a coordenação de um comitê da OTAN. Em 1990, os investigadores italianos e belgas começaram pesquisar as ligações entre estes “deixados atrás dos exércitos” e a ocorrência do terrorismo na Europa ocidental por um período de 20 anos. [1]

“Exércitos secretos” ou grupos terroristas?


Estes que “permaneceram atrás” dos exércitos conspiraram, financiaram e frequentemente dirigiram organizações terroristas durante toda a Europa no que foi denominado uma “estratégia de tensão” com o alvo de impedir uma ascensão da esquerda na política européia ocidental. Os “exércitos secretos” da OTAN conduziram atividades subversivas e criminais em diversos países. Na Turquia em 1960, o deixados-atrás do exército, trabalhando com o exército turco, encenou golpes de estado e matou o primeiro ministro Adnan Menderes; na Argélia em 1961, o deixados-atrás do exército francês encenou um golpe com a CIA contra o governo francês de Argel, que eventualmente malogrou; em 1967, o exército grego deixado-atrás encenou um golpe e impôs uma ditadura militar; em 1971 na Turquia, após um golpe militar, o deixados-atrás do exército organizou “o terror doméstico” e matou centenas; em 1977 na Espanha, o deixados-atrás do exército realizou um massacre em Madrid; em 1980 na Turquia, o lider do deixados-atrás do exército encenou um golpe e tomou o poder; em 1985 em Bélgica, o deixados-atrás assassinou aleatoriamente pessoas nos supermercados, matando 28; na Suiça em 1990, o anterior líder do deixados-atrás escreveu ao departamento de defesa dos E.U. que revelaria “toda a verdade” e foi encontrado morto no dia seguinte com sua própria baioneta; e em 1995, a Inglaterra revelou que o MI6 e o SAS ajudaram na instalação dos deixados-atrás dos exércitos através de toda a Europa ocidental. [2]

(Para ler completo, clique no título)

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Publicado em 23/10/2013

E QUEM VAI DEFENDER O PRÉ-SAL ?


Os EUA relançaram a 4ª Frota porque o pré-sal pode ir até a costa ocidental da África.

Com o pré-sal, o Brasil será o quarto maior produtor de petróleo do mundo.

A Arábia Saudita, a primeira, tem a bomba atômica americana para defende-la.

A Rússia tem bomba atômica.

A Rússia bota na cadeia manifestante do Greenpeace que tenta depredar patrimônio russo.

Dá asilo ao Snowden.

E o Putin escreve um artigo no New York Times, manda o Obama deixar o Assad da Síria em paz e o Obama deixa. 

Porque tem bomba.

Os Estados Unidos, o terceiro produtor, têm 32 mil 500 bombas atômicas e de hidrogênio.

Os Estados Unidos reativaram a 4ª Frota para patrulhar o Atlântico, porque o pré-sal brasileiro, provavelmente, se estende até a costa Ocidental da África.

(E não é à toa que o Nunca Dantes vive lá …)

Os Estados Unidos querem montar uma base militar no Paraguai.

Montaram uma na Colômbia que vai permitir que caças voem até o Ártico sem se reabastecer.

Entre 2006 e 2011, os gastos militares americanos corresponderam a 46% da receita de impostos do país.

Se somar os gatos com Energia, Tesouro, Veteranos de Guerra, CIA, NSA, os Estados Unidos devem gastar U$$ 1 trilhão por ano em Defesa.

Os Estados Unidos gastam seis vezes mais em Defesa que o segundo colocado, a China !

Os Estados Unidos gastam metade dos gastos do mundo em Defesa.

(Dados extraídos de “The Capitalism Papers – Fatal Flaws of an Obsolete System”, de Jerry Mander, Editora Counter Point, Berkeley, 2012, Capítulo VIII, “A Propensão à Guerra”.

Com a devida autorização do dos chapéus – correspondente da Amazon no Brasil – em quinze dias esse livro pode chegar à casa do amigo navegante, por uns US$ 20.) 

O Brasil não tem bomba atômica.

O Collor e o Fernando Henrique assinaram o Tratado de Não-Proliferação, ou seja, tiraram os sapatos.

O Brasil tem a maior costa Atlântica, onde se deposita a Amazônia Azul.

O Brasil é a quinta economia do mundo e o décimo país em gastos com Defesa: gasta 1,5% do PIB.

É o país dos BRICs que menos gasta com Defesa.

Clique aqui para ler “Dilma, Amorim e a Defesa Nacional”, sobre  o “Livro Branco da Defesa Nacional”.

O Brasil investe em submarinos movidos a energia nuclear, constrói satélites e veículos lançadores de satélites.

Tem urânio e sabe enriquecer urânio.

Mas, não tem condições de defender o petróleo, militarmente.

E se, como se suspeita, tenha mais libras e mais Santos embaixo da Amazônia Azul ?

E se houver petróleo na Amazônia ?

O Brasil, agora, tem que discutir uma política de Defesa.

Comprar caças – onde os americanos não devem meter o dedo, como disse uma fonte do Mino Carta (quem será, hein ?) – rapidamente.

Exigir transferência de tecnologia e se tornar um produtor e exportador de produtos de Defesa.

Se o Brasil sai, progressivamente, da órbita estratégica dos Estados Unidos – para desespero dos colonistas (*) de muitos e de poucos chapéus – e se aproxima da China (em Libra, especialmente) e da Rússia, não pode contar com eles, nem com ninguém, para defender seu patrimônio energético.

Vencida a batalha do pré-sal – bye-bye tucanos, que o peso da irrelevância lhes se já leve -, chegou a hora de armar o Brasil.

E deixar de pudores.

Pacifismos bláblárínicos.

O jogo do petróleo é bruto.

Quantas cabeças rolaram, da Pérsia à Argentina, por causa do ouro negro.

Nossa Defesa tem que ser mais que dissuasória, como diz o Livro Branco do Ministro Celso Amorim.

Ela tem que ser ostensiva.

Para uso imediato.

E expressiva.

Do tamanho do petróleo brasileiro.

Em tempo: enquanto não se tem a bomba.

Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
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Boletim Carta Maior - 26 de Outubro de 2013
          





























Caravana Agroecológica

Logo na entrada da cidade de Apodi há um outdoor que registra: "a Chapada do Apodi é território da agricultura familiar camponesa".

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Mesquinhez, desespero, desdém ou incompetência? Ou tudo isso faz parte do pacote mensalão do PIG para a orientação editorial?


JN não divulga Ibope
Os principais sites de esquerda do Brasil criticaram a ação, digo, a falta dela, em relação ao telejornal mais famoso do País, o Jornal Nacional, em relação a não divulgação da pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira (24) em que mostra a vitória da presidenta Dilma Rosseff em todos os cenários para corrida presidencial do ano que vem.
De acordo com o Pragmatismo Político e o portal Brasil247, a direção de jornalismo da Globo teria chegado a conclusão de que essa notícia não merecia nem 30 segundos no JN.
No entanto os analistas políticos da toda poderosa Organizações Globo, acharam por bem colocar em pauta o assunto no GloboNews, onde o público é bem mais restrito.
A pergunta que ficou no ar, e os petistas jamais vão querer saber na prática é: teria sido assim se, em vez de vencer em primeiro turno, Dilma caísse na pesquisa?

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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA



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