domingo, 13 de outubro de 2013

O professor Bessa e o Capitalismo de resultados --- Chrys Rochat: de Hollywood à Patagônia, o cinema brasileiro conquista o mundo --- Raul Longo e a nova esquerda ecomujiquista-antichavista

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NO DIA DO PROFESSOR, TODO PREFEITO É WANDERNILSON



O assalto vai acontecer daqui a pouco, alguns parágrafos abaixo. Ele é tão inevitável como a chegada do dia e da noite. E vai acontecer, com certeza, porque a onda de assaltos já faz parte da rotina do ônibus da Linha 388 Carioca-Santa Cruz, da Viação Algarve, que atravessa diariamente, em frequentes viagens, a Zona Oeste do Rio, num trajeto de mais de 40 kms. Os assaltos, absolutamente previsíveis, acontecem um dia sim e outro também. O inusitado, porém, é que, desta vez, um aluno vai assaltar sua professora. Aproveito o Dia do Professor para contar tudo.
Por enquanto, acompanhemos Alice, 55 anos, até o terminal. São três da tarde, ela embarca no ônibus, como faz habitualmente e, naquela hora, consegue assento num banco de trás. O busão percorre ruas do centro, sacolejando, cata um passageiro aqui, outro ali e, quase lotado, entra na Avenida Brasil. Na Zona Portuária, no ponto do Cemitério do Caju, sobem dois jovens menores de idade, um com corte moicano no cabelo, o outro, sem os dentes superiores, com a "comissão de frente" avariada.
Na parada seguinte, em Manguinhos, entram mais pessoas, entre elas um rapaz com tênis, bermuda cáqui, camisa xadrez e boné azul cuja aba dobrada para baixo meio-que esconde seu rosto. Na altura do Hospital de Bonsucesso, ele assume o comando da operação, aponta a arma para o motorista - uma pistola calibre 40 - e anuncia o assalto com o ônibus em movimento, enquanto lá atrás o Moicano ameaça o cobrador com outra arma. Está tudo ensaiado, sincronizado, dominado.

A uva do Ivo
Momentos de pânico. Uma gordinha sentada na janela começa a gritar, acordando seu vizinho que cochilava. O assaltante De Boné, lá na frente, sem tirar o olho do motorista, ordena que o Desdentado, no meio do ônibus, dê uma porrada na gordinha, que leva um tabefe e engole o choro. Ele avisa que se reagirem joga gasolina no ônibus, toca fogo e mata todo mundo.
- De onde eu conheço essa voz? - se pergunta Alice, aterrorizada, diminuindo de tamanho como se tivesse caído na toca do coelho. Os assaltantes estão nervosos, um deles com a arma engatilhada, faz pressão, ameaça, barbariza. Enquanto a gordinha disfarça o soluço contido, o Desdentado desliza pelo corredor do ônibus com uma sacola, prospecta bolsas e mochilas dos passageiros recolhendo pertences: dinheiro, celulares, smart phone, relógios, aliança, cordão, todo tipo de joia e até um notebook.
- Atira naquele que esconder alguma coisa - ordena o De Boné e, uma vez mais, Alice desconfia que aquela voz lhe era familiar.
O ônibus segue acelerado, sem parar. Deixa para trás Penha, Irajá, Parada de Lucas e Vigário Geral, ultrapassa o  Trevo das Margaridas, Coelho Neto, Guadalupe e Ricardo de Albuquerque. A viagem dura uma eternidade. Quando avalia que não há nada mais a roubar, De Boné levanta a aba e dá ordem pro motorista parar próximo ao Morro do Mata Quatro. É aí que Alice, vendo a cara do assaltante, dá um grito lancinante, que ecoa dentro do ônibus e se propaga pela Avenida Brasil, do Caju até Itaguaí:
- Wanderniiiiiiilson!
O Ivo, enfim, viu a uva! A professora, agora aposentada, reconhece seu ex-aluno do turno da noite, que havia aprendido a ler com ela numa classe de alfabetização da Escola Municipal Nova Holanda, no Complexo da Maré, o maior agrupamento de favelas do Rio, localizado na Zona Norte. Seu grito é lido pelo ex-aluno como uma censura, como se ela dissesse: - Não, não pode ser! Você não, Wanderniiiilson! Qualquer outro, mas você não! Não diga que meu trabalho foi inútil, Wanderniiiiilson!
Na troca de olhares, Wandernilson reconhece a mestra, provavelmente a única pessoa, além da mãe, que o chamava pelo nome de batismo e que lhe havia dado, com as letras, alguma migalha de atenção e de afeto. Ela conservava a moral e a autoridade de mãe, que uma boa professora sempre tem, capaz de derrotar as armas. ‘Pereba’, assim ele era conhecido, envergonhado, ordenou a seus parceiros:
Sujou! Sujou! Devolve tudo.
Escola do Amanhã
O ônibus prossegue sua viagem, passando por Deodoro e Magalhães Bastos, enquanto os assaltantes vão devolvendo os pertences subtraídos, numa operação demorada que exige a identificação de cada passageiro:
 - De quem é esse relógio? Quantos reais a senhora tinha? E esse celular?
Concluída a restituição, Wandernilson, o Pereba, bastante constrangido, pede desculpas à sua mestra e - alô, alô, professora, aquele abraço! - desce na altura de Realengo, provavelmente para atacar outro ônibus. Os passageiros, alguns dos quais já haviam sido assaltados várias vezes, aplaudem a mestra.
Alice, mesmo aposentada, atuou no projeto Escola do Amanhã, cujo objetivo é reduzir a evasão das escolas da rede municipal localizadas em áreas de extrema violência. Acompanhou ainda o funcionamento da biblioteca popular Lima Barreto, em Nova Holanda, na Maré, que abriu um espaço dedicado às crianças, como se estivesse no País das Maravilhas. Por isso, decidiu cursar Biblioteconomia na UNIRIO, onde foi minha aluna de Comunicação, quando narrou em sala de aula esse fato.
As manifestações de professores, as condicões de trabalho e os salários aviltantes da categoria me fazem pensar que todo prefeito é Wandernilson. É e não é. É porque ao longo do mandato, prefeitos e governadores assaltam seus ex-mestres. Mas não é, porque quando em suas assembleias os professores gritam: - Wandernilson! - o poder público raramente volta atrás, não manifesta o mesmo respeito que o assaltante demonstrou à sua professora. Neste caso, o assalto continua, porque falta aos poderosos a grandeza de um Wandernilson. São mesquinhos.
Lembrei-me da Alice - embora agorinha não tenho mais a certeza de que se chamava Alice - quando vi a foto da professora de matemática Virginia Azambuja que protestava contra o prefeito do Rio Eduardo Paes nesta quinta-feira, ao lado de milhares de colegas. Na barreira policial, ela encontrou seu ex-aluno, o PM Ronny Pessanha. Os dois se abraçaram. Que esse abraço se traduza em mais diálogo.
P.S.1 Wandernilson é com W e não com V - me advertiu Alice, quando relatei aqui o fato pela primeira vez, sem tantos detalhes. (Odeio a escola - http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=116).Fica aqui a correção.
P.S.2 - Alguns estão vivos, outros já se foram. Orígenes Martins, Carlos Eduardo Gonçalves, Mercedes Ponce de León, José Braga, Hilda Tribuzzi,  Isis Falcone, Garcitylzo Silva e tantos outros professores do curso pedagógico do velho IEA - Instituto de Educação do Amazonas, o Wandernilson aqui vos agradece por tudo neste Dia do Professor. Eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui fazendo malabarismo com palavras, graças a vocês, que me transmitiram o amor pela sala de aula.
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José Ribamar Bessa FreireDoutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). É professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado, e professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação. Ministra cursos de formação de professores indígenas em diferentes regiões do Brasil, assessorando a produção de material didático. Assina coluna no Diário do Amazonas  e mantém o blog Taqui Pra Ti . Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.
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De nossa amiga e correspondente Chrys Rochat, atriz, diretora e produtora de cinema e televisão:

Oi Fernando,
Estou morando no Rio onde abri a minha produtora Sin Fronteras Filmes e acabo de voltar da Patagonia onde filmei o documentário 6 Dias em Chubut com Didier Noirot, cameraman submarino e ex-mergulhador do Jacques Cousteau. Estou finalizando o filme que deve ficar pronto em meados de outubro. Depois dá uma olhada no trailer: http://vimeo.com/user20006493/6diasemchubuttrailer
Abs,
Chrys Rochat

PressAArt


Conheça um pouco mais sobre a carreira de Chrys Rochat.

Sua produção hollywoodiana:

(Para ler entrevista completa, clique AQUI)

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De nosso correspondente Julio Cesar Montenegro, jornalista - Fortaleza-CE, sobre "Capitalismo de Desastre":

pra mim o produto
LIXO
com que
nossa REPRODUTIVA  espécie
sobrecarrega a terra
diminuiria
se integrássemos nossas 
VIDAS minerais vegetais animais
RE assumidas
organicamente  ao estar
com os bancos 
DISPENSADOS
de transferir fundos privados
pra se apropriAR

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Foto
SAUDADE DA VELHA E FRANCA DIREITA!

Raul Longo*

Jamais imaginei que um dia daria razão ao General João Batista Figueiredo, mas tenho de confessar: tô com saudade daquela direita que prendia e arrebentava!

Muita saudade porque depois da direita perceber que é mais rentável e produtivo comprar a esquerda, não há Cristo que expulse os vendilhões do templo. Todos os púlpitos servem de balcão de negócios para os capitais financeiros do país, sem fiscalização de CPMF alguma.

Itaú e Bradesco concorrem entre si ou acorrem juntos como nos tempos em que Herbert Levy e Olavo Setúbal compunham à mesma ARENA de Amador Aguiar representado por Laudo Natel?

Se politicamente a direita faliu, não perderam tempo em arrematar o que há de disponível no mercado. Na falta de tu vai tu mesmo e se da direita só sobrou refugo, embora não esteja em melhor estado os defeitos da esquerda tem jeito. Conserta-se um erro de fabricação daqui, ajusta um uso inadequado dali e, com alguma paciência, a coisa deslancha. Melhor do que ficar empurrando o que já passou do prazo de validade e não tem peça de reposição para o totalmente desgastado, roto.

No afã privatista sucatearam tanta coisa que acabaram sucateando aos próprios partidos que ninguém mais quer nem de presente e o único jeito é mesmo tatear as esquerdas para escolher a mais utilitária.

Tem gente que se diverte com a situação, mas lembrando de que Itaú e Bradesco são os maiores conglomerados financeiros do país, a coisa perde a graça. E preocupa ainda mais quando se cogita sobre qual projeto político o antigo Banespa do estado de São Paulo e hoje Santander da Espanha irá financiar?

Do HSBC nem há o que cogitar. É só analisar os reais motivos da capa da The Economist pós-desistência da Chevron e da Exxon do postulado ao poço de Libra.

Quem vai dar mais pela coleção completa da nova linha de perfumes e cosméticos em embalagem reciclada?

Leilão é como jogo. Tem de camuflar para não atiçar o interesse do concorrente ou blefar para alcançar melhor avaliação do produto. Por isso algo me faz desconfiar de que o lance vencedor já estava decidido bem antes do bater do martelo. Só faltava mesmo o pregoeiro anunciar:

“- Vendido ali pro Cavaleiro da Cruz de Ferro do Piauí e pro Cavaleiro da Suástica de Santa Catarina unirem o Brasil num único abraço maçônico de sul a norte, acomodando na mesma ARENA do leste pernambucano ao oeste acreano, os anseios ruralistas aspirados pela esquerda eco/urbana”.

Mera ilação? Pode ser, mas o que nesse mundo é mais poluído do que consciência de eco-esquerda do Brasil?

Marina da Silva com Bornhausen num único palanque não é o abraço do assassino ao assassinado?  Darly Alves da Silva enlaçando Chico Mendes.

Pera lá! Chico Mendes foi homem de respeito e nunca se passou por rameira de beira estrada!

Nenhum desrespeito às rameiras das rodovias que interligam esse enorme país, mas entre dividir a boleia com caminhoneiro mal encarado como Bornhausen ou Heráclito Forte, melhor seguir a pé. Ou se esconder atrás do matinho.

“Quem ficar vigia/Quem for demora” – cantava Gilberto Gil em vaiada “Questão de Ordem” que a mal humorada esquerda da época também não entendeu.

Tem também os que acreditam que a eco-esquerda brasileira só entende de mato e está sendo usada pelas raposas lanudas da direita. Depende. Se do interesse da biopirataria internacional a rede de ongs da Marina Silva entende e se estende por toda a Amazônia, mas a derrubada da mata secundária de Santa Catarina não desperta interesse. Pra que se preocupar com o que não resta de Mata Atlântica?

Que mal há na casa da filha de Bornhausen invadindo a Lagoa da Conceição onde despeja o esgoto? E os tantos empreendimentos imobiliários e comerciais de correligionários e associados a reduzir mangues, praias e costeiras? Que mal há na expansão do agro pastoreio por parques, áreas de preservação ou terras indígenas?

Doravante a beata Marina evangelizará todas as demandas de desabrigados e expulsos das terras de seus tataravós. Demandas que se arrastam na justiça que neste estado é uma pose hereditária: de Irineu para Jorge. E de Santa Catarina para o Acre, uma questão ortográfica: é verdade que depois da reforma ortográfica quem nasce no Acre deixou de ser acreano para ser indicado como acriano?

Se fato, o caso tá explicado. É outra Marina! Mas e se Marina já era acriana desde quando posava de Maria Bonita dos seringais?

Lampião também era pernambucano como “acre” pode ser tão ácido ou amargo quanto o neto à memória de Miguel Arraes. Ou Marina ser tão Silva quanto Darly.

Interessante essa Marina cantada e decantada pela mídia britânica depois de lançada como radical ambientalista pelo governo Lula. Lula, igualmente Silva e aliado de Hugo Chávez a quem a evangélica nega a benção que derrama sobre Bornhausen, um dos mais radicais predadores do meio ambiente da história do Brasil e que hoje governa seu estado diretamente de São Paulo como se Colombo mandasse preposto para descobrir as Américas.

Há de se convir que Raimundo Colombo respeite rigorosamente a tradicional linha do grupo político que tão profundamente degradou e degrada o meio ambiente catarinense, como em 2007 se comprovou pela Operação Moeda Verde da Polícia Federal que levou para a cadeia alguns da nova turma da ambientalista Marina, investigados e condenados por crimes ambientais...

Um ano depois Marina Silva afirmou que jamais flexibilizaria e como heroína demitiu-se da pasta do Meio Ambiente. Pois agora, para voltar ao governo flexibiliza o ambiente inteiro com a direita predadora.

O abraço do assassino ao assassinado ou tem mais de Katia Abreu em Marina Silva do que pode imaginar nossa vã filosofia?

Cai bem à Marina a sigla PSB do Partido Socialista de Miguel Arraes, remendada com o D do DEM do Bornhausen da ditadura que torturou e exilou o avô de Eduardo Campos. Uma sutil alusão ao marxismo-privatista do FHC, mas com inconfundível proposta de lopping retroativo de meio século. Em 2014, a volta para 1964!

Dizia o Pero Vaz Caminha que nessa terra em se plantando tudo dá, mas nas novas esquerdas não precisa nem plantar. São como a árvore vasacá “que de todos os frutos dá”, da saga de Macunaíma, “o herói sem nenhum caráter” na opinião de seu próprio autor que não conheceu o marxismo-privatista do velho amigo de Henry Kissinger.

Se Mário de Andrade conhecesse FHC, fundador das novas linhas de esquerda do Brasil, verificaria com quantos Macunaíma se faz uma marina para as canoas internacionais em turismo sustentável à, ou sustentado por altruísticas e lucrativas ongs da biopirataria internacional.

Uirapuru que se se cuide!...

Enfim, repete-se o esconjuro do cruzamento do Lobisomem Pederneiro com a Besta Bruzundanga e já apontam os chifres do Bode Perdelengo num parto que promete vir a furo em 2014.

Quem vai segurar? Não tem Minguante, Crescente, nem Nova que embale essa Lua Cheia!

No Brasil a vida política é assim: inesperada e sempre disposta a se redefinir. Vai se virando, se virando, virando até completar a volta para encontrar o verdadeiro lado do que pareceu ser o lado do lado de lá, pois “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”. E a direita brasileira não morreu, apenas ajeitou-se de lado enquanto prossegue o enterro da esperança em uma democracia consequente.

Saudade da franca e definida velha direita que com toda a censura era mais transparente do que depredadoras eco-esquerda, individualismos socialistas, marxismos-privatistas.

Na queima de estoque para lançamento de novos modelos de fantasias para o próximo carnaval eleitoral, com a graça que lhe é peculiar, Marina causou espécie com um hipotético chavismo evocado em claras intenções de recriar o fantasma do comunismo. Chavismo: a nova etiqueta para velhos modelos de colonização.

Ungida pelos santos óleos de Venezuela ou do Pré Sal a se espargir de evangélicas e anglicanas representações religiosas, a enigmática Marina sugeriu o reforço financeiro de interesses sionistas e saudistas em sua campanha? Ou apenas quer se lançar como a Rita Cadillac de reformados militares da terceira idade?

A qual chavismo se refere: o de outra nova esquerda que também não consegue encontrar a direção do canto do galo e se convoca como bolivariana num Brasil que não conhecem como a nenhum outro daqueles a que Bolívar descolonizou? Embora não saibam bem do que realmente se trata, esses são os únicos “chavistas”, por assim dizer, existentes no Brasil. Afora estes, há os que admiram o Chaves quanto o Evo, a Cristina, o Mojica.

Aliás, se Marina prestar melhor atenção, é capaz de encontrar muito mais Mojiquismo do que Chavismo. Nunca vi um discurso de Chávez circular pela internet, mas vira e mexe aparece um novo do Mojica, afora entrevistas e imagens do presidente do Uruguai pelo Youtube.



Mas evidente que o caso de Marina não é o de prestar atenção. Muito pelo contrário! O que quer é desviar a atenção. Será o novo Collor de Melo da próxima temporada: do “Caçador de Marajás” à “Exorcista de Chavistas”.

Se aquele programa mexicano ainda estiver no ar, Marina vai arrumar encrenca com a garotada. Dá até para imaginar centenas de crianças encobrindo aquela sua voz fina no alto do palanque: “La vem o Chávez, Chávez, Chávez/Todos atentos olhando pra TV”   

Tudo muito romântico e entusiasmado entre as novas esquerdas do Brasil, mas se improdutivo e cansativo à população de quem realmente se vingam por não saberem conquistá-la, porque, primeiro, não travam uma guerra dos botões entre suas divergências? Como no filme, quem acabar ficando pelado perde, mas pelo menos mostram a cara e vão encher o saco dos quem denigre, seus ídolos - como no caso de Marina versus bolivarianos -, e param de amolar a grande maioria de brasileiros que não tem nada a ver com isso. A imensa maioria da população brasileira sequer faz ideia do que Marina está falando e tampouco do que desejam essas novas esquerdas mais incríveis e disparatadas do que a conquista de Aurocastro pelo Exército de Brancaleone.

Estou incitando a violência? Sim, estou. Mas o faço em homenagem ao povo dessa Florianópolis que com a Novembrada estimularam as manifestações do Movimento das Diretas Já que enfrentando a PM, o DOPS, o DOI-CODI, o Esquadrão da Morte, o Exército, a FAB, a Marinha, exigiu e obteve o fim do mais violento e sangrento período da história política do Brasil, a frente do qual o arrivismo nazi-esquerda comentado pelo Eduardo Guimarães no texto abaixo, certamente pediria colo, perdão, pinico, a mãe.

Dignos não eram, mas apesar da truculenta covardia os da ditadura eram perigosamente reais e não periculosidade virtual como a do tal chavismo da aparentemente empobrecida imaginação da Marina Silva, mas em obediência a intenções bastante enriquecidas e muito distantes dos limites geográficos do país e do continente.

Ao final de seu governo João Batista Figueiredo avisou que um dia os brasileiros sentiriam saudade de seu governo. Jamais imaginei que surgiriam tantas novas esquerdas para me fazer concordar com o velho ditador.


*Raul Longo, jornalista, escritor e pousadeiro. Colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz.

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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA


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